Sendo assim, acredito que o consumismo é sim natural ao ser humano, com raríssimas exceções. O que muda é apenas o grau deste consumismo. E este é o maior problema na sustentabilidade da humanidade atualmente, pessoas com demandas crescentes e em grande número.
Eu diria que o consumismo é "natural" da sociedade capitalista moderna, não do ser humano em si. Quanto buscamos bem estar, alimentos, educação e saúde, podemos dizer que esse fato é uma condição universal das sociedades humanas, divergindo de culturas e épocas diferentes, naquilo que pode ser alcançado por cada um e daquilo que é considerado adequado nessas culturas e épocas diversas.
Você pode estar certo. Você pode também estar errado. O problema, Juca, é que isso é apenas uma suposição sua. O fato é que, na quase totalidade da História, a imensa maioria da humanidade viveu no limite da sobrevivência. Não havia consumismo, mas havia fome ou o a constante possibilidade da mesma. Até os últimos 200 anos (ou, dependendo do lugar, até as últimas décadas) não havia consumismo porque não havia abundância! Portanto, afirmar que mesmo
num contexto de abundância, é a "lógica do capitalismo" que leva ao consumismo é apenas um chute. Ouso até fazer meu próprio chute, que é afirmar que é a abundância
relativa, e não necessariamente o capitalismo (embora este possa levar a essa abundância relativa), que gera o consumismo, porque esta seria um exemplo de um
Estímulo Supernormal. Ou seja, seria a nossa natureza animal (já posso ouvir marxistas resmungando), que existe sim (parem de remungar, ela existe!

) que nos leva ao consumismo.
Quando temos todos os requisitos para uma sobrevivência digna e respeitosa dentro de nossa época e sociedade, como por exemplo, uma boa casa, um bom carro, um bom emprego, muito conforto, saúde, educação, não passando nenhum tipo de privação, e ainda assim queremos mais, não estamos satisfeitos, isso é consumismo, é um comportamento predatório, é um efeito inerente ao sistema capitalista moderno, em que a "necessidade artificial" de comprar, ter sempre mais, nunca estar satisfeito por mais patrimônio e capital que possua, corrompe uma parte das melhores qualidades dos humanos, como o altruísmo, a solidariedade, a capacidade de enxergar o outro como um igual, com os mesmo direitos, e não somente o direito que a renda monetária lhe proporciona.
Vide acima os motivos porque considero essa "corrupção de nossa natureza de bon sauvage pelo capitalismo" um argumento que como diria Shakespeare: "a big steaming pile of shite with an extra serving of bollocks". Na boa.

E note também que não é necessário, para o bom funcionamento das engrenagens do capitalismo, que Todos consumam. Bastaria que uns poucos consumissem bens de alto valor, mesmo com margem pequena de lucro, enquanto que a maioria descamisada consumisse produtos para sua subsistência, mas com alta margem de lucro.