É mesmo difícil para qualquer homem de espírito muito além de seu tempo se fazer entender pelos cabeçudos de sua própria época.
Sérgio está apenas demonstrando que o "determinismo genético", uma nova teoria que ele acabou de
inventar, possui poder explicativo muito superior ao da Biologia Evolucionista.
Inspirados no lamarkismo, influenciados pelo nazismo e corroborados pelo racismo, os postulados do Determinismo Genético sustentam que fatores ambientais, culturais e conjunturais em nada contribuem para formatar comportamentos e hábitos de seres vivos, a não ser pelo fato de que estes fatores induzem a uma "homogeneização genética" em populações de uma mesma espécie. Desde que submetida a isolamento reprodutivo por tempo suficiente.
Tal homogeneidade, esta sim, seria responsável por gerar uma população de indivíduos assemelhados, similaridade genética esta que seria o verdadeiro e único fator determinante para que indivíduos desta população compartilhem não só características físicas, como também intelectuais, psicológicas, emocionais, comportamentais e até culturais.
Por que o japonês tem olhos puxados? A resposta está no determinismo genético. E por que japonês é bom em matemática? Novamente a explicação vem do determinismo genético. Por que todo mundo fala japonês no Japão? Claro, determinismo genético!
Contrariando o até então consenso científico, significa que alguém ser torcedor do Flamengo nada tem a ver com o pai, desde pequeno, o ter levado a todos os jogos do Rubro-negro. O Determinismo Genético explica que na verdade ele apenas herdou os genes do mau gosto futebolístico que orientaram a mesma predileção clubística no seu pai. Significa, na verdade, que alguém semelhante carga genética estaria fadado a torcedor fanático do Flamengo mesmo se tivesse nascido no interior da China em plena dinastia Ming. O que talvez o levasse a colecionar flâmulas e escudos do clube da Gávea, e até a pendurar um grande poster do Zico na sala, mesmo que nem ele entendesse o porquê.
Parece impossível? Ridículo? Imbecil?
Bem, geralmente é assim quando novas ideias abalam antigos dogmas científicos, porém o valor de uma teoria é determinado unicamente por sua capacidade de fazer previsões acuradas. E o que o Serginismo prevê é a possibilidade de que alguma mutação fortuita possa produzir um torcedor apaixonado do Flamengo mesmo em uma tribo ainda não contactada no interior da floresta amazônica, ou, quem sabe, entre aborígenes nas selvas de Bornéu.
Com efeito, se algo dessa natureza fosse observado não poderia haver explicação outra senão os postulados do Determinismo Genético. Caso contrário a Biologia teria que abandonar de vez qualquer pretensão de continuar sendo uma Ciência puramente naturalista e passar a abraçar hipóteses metafísicas como a da reencarnação.
Mas então vem a questão chave: existem semelhantes evidências? E a resposta é sim. Definitivamente sim!
Evidências abundam, contudo na ausência de teoria explicativa os cientistas até ontem se mostravam incapazes de enxerga-las.
Passemos pois a apresentar algumas evidências conclusivas de Determinismo Genético:
Abaixo vemos uma negra africana de cabelo crespo enroladinho. Assim como previsto pela teoria do determinismo genético o ambiente deve ter contribuído para formatar estas características fenotípicas e devemos observar uma maioria de negros com cabelo enroladinho nessa população.
Mas também, como na foto abaixo, encontramos negros de cabelo enroladinho na Austrália, em populações sem contato reprodutivo com povos africanos. Ora, o Determinismo Genético explica que quem nasce na África ou Austrália não tem outra possibilidade a não ser nascer negro de cabelo enroladinho, porque é uma predisposição genética formatada nestas populações pelo ambiente.
Contudo críticos da Teoria do Determinismo Genético apontam que não existem evidências de que fazer uso de boomerangs seja tão geneticamente previsível quanto um aborígene australiano ter cabelo enroladinho.
Como que não existem?!
Esta é uma das famosas mulheres girafas da Tailândia. À luz da Biologia Evolutiva a tradição de esticar o pescoço com argolas de metal é explicada como algo meramente cultural, e não como uma predisposição geneticamente determinada. Mas se fosse verdade só deveríamos encontrar mulheres com esse estranho hábito (sem nenhuma utilidade prática), na cultura tailandesa. Seria muito improvável, no caso de meramente tradição cultural, que em culturas muito diferentes e sem contato com povos da Tailândia, mulheres jovens também nascessem com este mesmo comportamento instintivo.
Mas estas são mulheres africanas da tribo Nebdele, que jamais manteve contato com culturas do extremo oriente.
Um fenômeno precisamente correlato com encontrarmos genes para cabelo crespo tanto em negões na África como em crioulos na Oceania. Assim como previsto pela Teoria do Determinismo Genético, o ambiente na Tailândia produziu a mesma característica genética na população que o ambiente da tribo Nebedle. Ou seja, um instinto geneticamente determinado das mulheres esticarem o pescoção.
É evidentemente uma característica genética, assim como a cor do olhos ou cabelos. Qualquer fêmea humana portadora da mesma mutação, independentemente de tempo e lugar, apresentará o mesmo instinto de alongar o pescoço com argolas de metal. Confirmando as previsões do Serginismo, um fenômeno já amplamente observado.
Abaixo vemos imagens de ambientes na África e na Amazônia que formatam os genes do instinto de botar discão de madeira na beiçola inferior.