Na verdade, o suposto suplício e execução de Jesus não estava numa escala muito maior de brutalidade do que o que era considerado normal na época (ou até uns 300 anos atrás, na verdade). Na Inglaterra dos séculos XV a XVIII, os crimes de traição eram punidos com o criminoso sendo "drawn, quartered and hanged", que prefiro não descrever nesta bela manhã de sexta-feira.
Você tem que separar a Era Cristã do Império Romano, quando essa seita fanática e dissidente judaica conhecida como cristianismo tomou conta o mundo era outro, o império tinha caído, as pessoas voltaram pro campo, a superstição tomou conta, surgiram os reis, senhores feudais e o clero.
Veja que no Império Romano havia um senado, não tinha santa inquisição, as pessoas não eram obrigadas a seguir uma religião específica e tão castradora quanto o cristianismo/islamismo/judaismo. Perceba que você não aceita a punição pra crimes de honra, mas se a gente for pro Irã, onde existe uma religião castradora e cheia de hipocrisia, eles aceitam. Essas punições bárbaras acontecem onde existe um estresse muito grande e as pessoas precisam de uma válvula de escape, é como uma panela de pressão.
Esse mito de que os romanos aceitavam todo tipo de brutalidade sem distinção foi criado pelo cristianismo, que monopolizou a história e o conhecimento.
Mas hoje, os historiadores, olhando o contexto da época, sabem que não era bem assim, os romanos não aceitavam tudo. No primeiro relato que aparece sobre a seita cristã, quando Nero usou eles como bode expiatório e deu uma pena exemplar, os romanos não viram isso com bons olhos, acharam um exagero.
Teve algumas exceções, quando os judeus encheram a paciência dos romanos e do império romano, então eles aceitaram o que o imperador fez com os judeus (
fazendo aquele cerco a cidade de Jerusalém, e crucificando alguns). Mas a história do Jesus Mártir não se encaixa nos padrões de aceitação de brutalidade, a Bíblia não diz que Jesus disse que "dai a Cesar o que é de Cesar"?. Praticamente não incomodava muito os romanos (considerando que Jesus existiu), ele supostamente incomodava os judeus, mas os romanos não gostavam dos judeus por causa daquele fanatismo religioso, e os judeus não gostavam dos romanos. Já que Jesus não seria um inimigo comum de roma e dos judeus então não tem porque eles terem
sacrificado crucificado Jesus, pra agradar os judeus.
É a mesma coisa que os EUA irem lá no Irã/Iraque/Afeganistão e matarem um inimigo dos islâmicos radicais... Pôncio Pilatos era um romano.
Não lembro de a bíblia afirmar em qualquer lugar que Jesus teria sido contemporãneo de Júlio César. Se não me engano, ele é citado como tendo nascido durante o governo de Tibério.
É agora eu percebi que todos os imperadores tem esse nome (
) até Calígula tinha esse nome. Mas o reinado de Herodes (citado na Bíblia) termina antes da data que Jesus supostamente nasceu (ano 0).
Irrelevante. Ao contrário do que alguns pensam, os romanos eram bastante tolerantes com crendices, seitas e novas religiões - contanto que elas não causassem pertubação da paz, nem tentassem se impor à religião oficial, coisa que os cristãos fizeram.
Sim, exceto no reinado de Calígula. Se Tibério foi o imperador da época de Jesus, Calígula foi o que herdou a seita cristã, mas ela não aparece em nenhum relato sobre Calígula. E Calígula tinha conhecimento sobre o fanatismo dos judeus, tanto que queria por uma estátua dele lá no templo de jerusalém.
E Calígula quebrou essa tradição tolerante com as religiões, porque ele exigiu ser cultuado como um Deus vivo, mandou fechar templos de deuses adorados pelos romanos, substituiu a estátua dos deuses por uma dele. Então é impossível que ele não tenha ouvido falar dos cristãos, principalmente se é sabido que ele foi se meter com os judeus.
Mas estranhamente, o imperador paranóico e louco nunca ouviu falar dos cristãos e nem de Jesus Cristo.
Acho natural que o cristianismo tenha demorado a percolar até Roma. Note que essa ignorância do cristianismo em Roma contrasta com os supostos portentos que se seguiram a crucificação do JC.
Num cenário normal sem Calígula sim. Perceba que os relatos de Jesus só começam a aparecer depois que Jerusalém é cercada pelos romanos. Nero usou os cristãos como bode expiatório em 69 d.C, uma revolta judaica começou em 66 d.C, romanos começam a se organizar para cercar os judeus em 67 d.C, o templo de jerusalem é destruido em 70 d.C. Os primeiros pergaminhos sobre Jesus datam dessa época... Por que será?
Será que não tem a ver com o fato dos judeus precisarem de um messias naquela hora? É o cenário perfeito para o mito de Jesus Cristo ter aparecido, sem que ele precisasse mesmo existir como uma figura carismática. As pessoas começam a inventar uma história porque estão desesperadas, com a ameaça dos exércitos romanos podendo destruir tudo e matar todo mundo, eles precisavam de um messias.
Pra mim todo esse cenário mostra que não houve nenhum Jesus, foi tudo uma invenção que foi ajustada, montada e usada séculos depois.