Contudo, como muita gente no Brasil esquece, existem filósofos que estão fora desse eixo, que é a filosofia analítica (ou tradição anglo-americana de filosofia) - essa sim que tem Wittgenstein como um de seus norteadores
O primeiro ou o segundo Wittgenstein? Ou os dois? 
O segundo dá para encontrar pontos de encontro com Nietzsche, suponho.
Os dois. Mesmo que existam pontos de encontro entre o segundo Wittgenstein e Nietzsche a forma pela qual os dois expressam suas ideias é radicalmente diferente. Wittgenstein teve um impacto enorme na filosofia analítica, que não é uma corrente filosófica, o termo filosofia analítica refere-se mais a um modo de se fazer filosofia do que a um conjunto de ideias semelhantes. Inclusive já existe uma discussão sobre filosofia analítica aqui no fCC:
../forum/topic=25037.25.htmlNietzsche é uma das "leading stars" da filosofia continental (ou tradição franco-germânica de filosofia), que é a base da maioria dos departamentos de filosofia aqui na Terra de Vera Cruz, assim como costumam a ser influências comuníssimas em qualquer departamento de letras. Contudo, como muita gente no Brasil esquece, existem filósofos que estão fora desse eixo, que é a filosofia analítica (ou tradição anglo-americana de filosofia) - essa sim que tem Wittgenstein como um de seus norteadores.
Para quem lê pensadores como Searle, Quine e Davidson, a filosofia continental é tudo menos filosofia, a própria noção do que é filosofia e quais são seus objetivos é bastante diferente nas duas tradições*. É uma pena que o Brasil tenha se perdido nos meandros da filosofia continental, mais específicamente o pós-modernismo e o pós-estruturalismo, até acho que existem alguns continentais interessantes, como Cassirer e os neokantianos, o problema é que esses também não fazem muito sucesso por aqui.
*Penso que talvez essa diferença se deva mais a cultura dos países originários dessas escolas, um exemplo disso é que geralmente pensadores ingleses e norte-americanos não analíticos como Collingwood, Mctaggart, Bosanquet, James e Peirce escrevem de modo claro e conciso, com exposições de argumentos, contra-exemplos e qualidade na argumentação. Já na Europa continental a influência da literatura nos departamentos de filosofia pode ter criado entre eles a noção de que profundidade demanda rebuscamento, o que deve ter ocasionado as famosas verborragias prolixas como o pós-modernismo.