Foi aqui mesmo que eu pude aclarar meu percebimento de que o maior malfeitor, em termos conceituais ou idealistas (ou, pensando bem, em todo e qualquer sentido, dada a importância fulcral do nicho que ele degenerou) recente da humanidade foi Popper, que conseguiu degenerar a ciência em religião sistematizando uma metodologia filosófica para ela. O malefício causado por ele, sempre claramente visível para qualquer cientista, claro, ainda não é patente o bastante para que se possa remover seu cancro das mentes de muitos aliciados por ele, mas isso ocorrerá com o desenvolvimento neurocientífico.
Agora... isso é intrigante...
Tenho que concordar que Nietzsche foi mesmo um péssimo filósofo. E, exatamente por isso, foi tão rigorosamente impressionante e estupendo (mais uma vez, Bacon acerta). Nietzsche está mais para um cientista "que não deu certo" ou que ficou só no discurso. Seu "grande crime" foi ter reconhecido que o processo evolutivo não se extingue na sociedade humana, que o homem é só uma máquina e que não existe uma essência "eu". E daí?
Mas... o ponto que me intriga é... para mim está ótimo que a praga do "politicamente correto" é mesmo uma praga, que o pós-modernismo é uma imbecilidade total (como toda e qualquer corrente filosófica não pode deixar de ser), mas, quais seriam, exatamente, as tais "propostas" de Nietzsche e, como, diabos, a atual praga doentia do politicamente correto poderia ter qualquer relação com as análises rigorosamente evolutivas dele? Vá entender...
Popper, sim, deve ser considerado um responsável pela doença do politicamente correto (impregnando esse pobre mundo acadêmico de ineptos irrealistas que eu tenho que assitir) com a ideologia dele do "tolerância para com tudo menos para com a intolerância", sendo que só ele mesmo (e seus seguidores) devia saber o que seria a intolerância contra a qual se deveria ser intolerante e que não incluiria a intolerância dele contra a intolerância.
Não! Não sou adepto, cultuador, admirador de Nietzsche nem de filósofo algum (Nietzsche é considerado um filósofo, oficialmente, embora eu tenha concluído que não era bem isso o que ele era). Rejeito todos eles. Só li O Anticristo, mais pelo título, e não li tudo porque, no meio, percebi que só estava perdendo meu tempo com toda aquela bobajada óbvia demais para mim. Eu tenho coisas muito melhores na vida para ler e fazer. Este parágrafo foi só para deixar isto bem claro.
Uiliníli, foi por essa carta de Einstein que você postou aqui que conclui que o mesmo "pediu(???) para se construir a bomba"? Sim, na carta ele fala em destruir um porto, mas como advertência da possibilidade e não como sugestão do ato (observe o detalhe de ele mencionar os isótopos radioativos que seriam gerados em grande quantidade; teria que ser algo psicopaticamente doente realmente sugerir isso como arma, com o conhecimento que ele tinha dos efeitos duradouros da contaminação radiativa). Einstein era um intransigente antimilitarista, antibelicista e, pelo que me lembro, era terminantemente contra o uso da energia nuclear como arma. Essa carta não induz interpretação diferente dessas facetas. Também, não pode ser considerado como fato que as teorias de Einstein tenham ajudado a gerar a bomba. Só com a descoberta da fissão e do nêutron (que poderiam ocorrer num contexto 'não-einsteiniano' também) já se poderia seguir o caminho.