Autor Tópico: A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.  (Lida 88646 vezes)

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Offline _Juca_

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A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Online: 03 de Abril de 2012, 18:00:30 »
Parece que é apenas o começo do desmembramento dessa associação criminosa que por enquanto revelou a íntima participação de Cachoeira, Demostenes e de Policarpo Junior redator-chefe da revista Veja.


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O caso Demóstenes Torres e as raposas no galinheiro
O rumoroso caso Demóstenes Torres é uma chance única de reavaliar o que foi a política brasileira na última década, e de como ela – venal, hipócrita e manipuladora – foi viabilizada por um estilo de cobertura política irresponsável, manipuladora e, em alguns casos, venal. E hipócrita também.

Maria Inês Nassif

O rumoroso caso Demóstenes Torres (DEM-GO) não é apenas mais um caso de corrupção denunciado pelo Ministério Público. É uma chance única de reavaliar o que foi a política brasileira na última década, e de como ela – venal, hipócrita e manipuladora – foi viabilizada por um estilo de cobertura política irresponsável, manipuladora e, em alguns casos, venal. E hipócrita também.

p class="texto">Teoricamente, todos os jornais e jornalistas sabiam quem foram os arautos da moralidade por eles eleitos nos últimos anos: representantes da política tradicional, que fizeram suas carreiras políticas à base de dominação da política local, que ocuparam cargos de governos passados sem nenhuma honra, que construíram seus impérios políticos e suas riquezas pessoais com favores de Estado, que estabeleceram relações profícuas e férteis com setores do empresariado com interesses diretos em assuntos de governo.
Foram políticos com esse perfil os escolhidos pelos meios de comunicação para vigiar a lisura de governos. Botaram raposas no galinheiro.

Nesse período, algumas denúncias eram verdadeiras, outras, não. Mas os mecanismos de produção de sensos comuns foram acionados independentemente da realidade dos fatos. Demóstenes Torres, o amigo íntimo do bicheiro, tornou-se autoridade máxima em assuntos éticos. Produziu os escândalos que quis, divulgou-os com estardalhaço. Sem ir muito longe, basta lembrar a “denúncia” de grampo supostamente feita pelo Poder Executivo no gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, então presidente da mais alta Corte do país. Era inverossímil: jamais alguém ouviu a escuta supostamente feita de uma conversa telefônica entre Demóstenes, o amigo do bicheiro, e Mendes, o amigo de Demóstenes.

Os meios de comunicação receberam a suposta transcrição de um grampo, onde Demóstenes elogia o amigo Mendes, e Mendes elogia o amigo Demóstenes, e ambos se auto-elegem os guardiões da moralidade contra um governo ditatorial e corrupto. Contando a história depois de tanto tempo, e depois de tantos escândalos Demóstenes correndo por baixo da ponte, parece piada. Mas os meios de comunicação engoliram a estória sem precisar de água. O show midiático produzido em torno do episódio transformou uma ridícula encenação em verdade.

A estratégia do show midiático é conhecida desde os primórdios da imprensa. Joga-se uma notícia de forma sensacionalista (já dizia isso Antonio Gramsci, no início do século passado, atribuindo essa prática a uma “ imprensa marrom”), que é alimentada durante o período seguinte com novos pequenos fatos que não dizem nada, mas tornam-se um show à parte; são escolhidos personagens e conferido a ele credibilidade de oráculos, e cada frase de um deles é apresentada como prova da venalidade alheia. No final de uma explosão de pânico como essa, o consumo de uma tapioca torna-se crime contra o Estado, e é colocado no mesmo nível do que uma licitação fraudulenta. A mentira torna-se verdade pela repetição. E a verdade é o segredo que Demóstenes – aquele que decide, com seus amigos, quem vai ser o alvo da vez – não revela.

Convenha-se que, nos últimos anos, no mínimo ficou confusa a medida de gravidade dos fatos; no outro limite, tornou-se duvidosa a veracidade das denúncias. A participação da mídia na construção e destruição de reputações foi imensa. Demóstenes não seria Demóstenes se não tivesse tanto espaço para divulgação de suas armações. Os jornais, tevês e revistas não teriam construído um Demóstenes se não tivessem caído em todas as armadilhas construídas por ele para destruir inimigos, favorecer amigos ou chantagear governos. Os interesses econômicos e ideológicos da mídia construíram relações de cumplicidade onde a última coisa que contou foi a verdade.

Ao final dos fatos, constata-se que, ao longo de um mandato de oito anos, mais um ano do segundo mandato, uma sólida relação entre Demóstenes e a mídia que, com ou sem consciência dos profissionais de imprensa, conseguiu curvar um país inteiro aos interesses de uma quadrilha sediada em Goiás.

Interesses da máfia dos jogos transitaram por esse esquema de poder. E os interesses abarcavam os mais variados negócios que se possa fazer com governos, parlamentos e Justiça: aprovação de leis, regras de licitação, empregos públicos, acompanhamento de ações no Judiciário. Por conta de um interesse político da grande mídia, o Brasil tornou-se refém de Demóstenes, do bicheiro e dos amigos de ambos no poder.

Não foi a mídia que desmascarou Demóstenes: a investigação sobre ele acontece há um bom tempo no âmbito da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Nesse meio tempo, os meios de comunicação foram reféns de um desconhecido personagem de Goiás, que se tornou em pouco tempo o porta-voz da moralidade. A criatura depõe contra seus criadores.

Offline _Juca_

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #1 Online: 03 de Abril de 2012, 18:01:52 »

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/esquecam-policarpo-o-chefe-e-roberto-civita

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Veja se antecipou aos críticos e divulgou um dos grampos da Policia Federal em que o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o araponga Jairo falam sobre Policarpo. Pinça uma frase – “o Policarpo nunca vai ser nosso” – para mostrar a suposta isenção do diretor da Veja em relação ao grupo.

É uma obviedade que em nada refresca a situação da Veja. Policarpo realmente não era de Carlinhos Cachoeira. Ele respondia ao comando de Roberto Civita. E, nessa condição, estabeleceu o elo de uma associação criminosa entre Cachoeira e a Veja.

Não haverá como fugir da imputação de associação criminosa. E nem se tente crucificar Policarpo ou o araponga Jairo ou esse tal de Dadá. O pacto se dá entre chefias – no caso, Roberto Civita, pela Abril, Cachoeira, por seu grupo.

Como diz Cachoeira, “quando eu falo pra você é porque tem que trabalhar em grupo. Tudo o que for, se ele pedir alguma informação, você tem que passar pra mim as informações, uai”.

O dialogo abaixo mostra apenas arrufos entre subordinados – Jairo e Policarpo.

Os seguintes elementos comprovam a associação criminosa:

Havia um modus operandi claro. Cachoeira elegeu Demóstenes. Veja o alçou à condição de grande líder politico. E Demóstenes se valeu dessa condição – proporcionada pela revista – para atuar em favor dos dois grupos.
Para Cachoeira fazia trabalho de lobby, conforme amplamente demonstrado pelas gravações até agora divulgadas.
Para a Veja fazia o trabalho de avalizar as denúncias levantadas por Cachoeira.
Havia um ganho objetivo para todos os lados:

Cachoeira conseguia afastar adversários, blindar-se contra denúncias e intimidar o setor público, graças ao poder de que dispunha de escandalizar qualquer fato através da Veja.
A revista ganhava tiragem, impunha temor e montava jogadas políticas. O ritmo frenético de denúncias – falsas, semi-falsas ou verdadeiras – conferiu-lhe a liderança do modelo de cartelização da mídia nos últimos anos. Esse poder traz ganhos diretos e indiretos. Intimida todos, anunciantes, intimida órgãos do governo com os quais trabalha.
O maior exemplo do uso criminoso desse poder está na Satiagraha, nos ataques e dossiês produzidos pela revista para atacar Ministro do STJ que votou contra Daniel Dantas e jornalistas que ousaram denunciar suas manobras.
Em “O caso de Veja”, no capítulo “O repórter e o araponga” narro detalhadamente –  com base em documentos oficiais – como a cumplicidade entre as duas organizações permitiu a Cachoeira expulsar um esquema rival dos Correios e se apossar da estrutura de corrupção, até ser desmantelado pela Polícia Federal. E mostra como a Veja o poupou, quando a PF explodiu com o esquema.

Civita nem poderá alegar desconhecimento desse ganho de Cachoeira porque a série me rende cinco ações judiciais por parte da Abril - sinal de que leu a série detalhamente.

Os próprios diálogos divulgados agora pela Veja mostram como se dava o acordo:

Cachoeira: Esse cara aí não vai fazer favor pra você nunca isoladamente, sabe? A gente tem que trabalhar com ele em grupo. Porque os grande furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz. Todos eles fomos nós que demos. Então é o seguinte: se não tiver um líder e a gente trabalhar em conjunto... Ele pediu uma coisa? Você pega uma fita dessa aí e ao invés de entregar pra ele fala: "Tá aqui, ó, ele tá pedindo, como é que a gente faz?". Entendeu?

Desde 2008 – quando escrevi o capítulo – sabia-se dessa trama criminosa entre a revista e o bicheiro. Ao defender Policarpo, a revista, no fundo, está transformando-o em boi de piranha: o avalista do acordo não é ele, é Roberto Civita.

Em Londres, a justiça processou o jornal de Rupert Murdoch por associação indevida com fontes policiais para a obtenção de matérias sensacionalistas. Aqui, Civita se associou ao crime organizado.

Se a Justiça e o Ministério Público não tiverem coragem de ir a fundo nessa investigação, sugiro que tranquem o Brasil e entreguem a chave a Civita e a Cachoeira.

Offline Geotecton

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #2 Online: 03 de Abril de 2012, 20:38:49 »
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[...]
Se a Justiça e o Ministério Público não tiverem coragem de ir a fundo nessa investigação, sugiro que tranquem o Brasil e entreguem a chave a Civita e a Cachoeira.

Engraçado.

Não lembro de todo este 'esforço cívico' do senhor Nassif nas dezenas de casos de corrupção ocorridos no governo e base de apoio no Congresso entre 2003 e 2011.

Porque será?
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Offline Geotecton

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #3 Online: 03 de Abril de 2012, 20:41:28 »
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[...]
Veja se antecipou aos críticos e divulgou um dos grampos da Policia Federal em que o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o araponga Jairo falam sobre Policarpo. Pinça uma frase – “o Policarpo nunca vai ser nosso” – para mostrar a suposta isenção do diretor da Veja em relação ao grupo.
[...]

Se isto for verdade (e não duvido que seja) é exatamente igual ao que ocorreu com o "Mensalão" onde quase todos próximo a Lula estavam envolvidos. Como alguém pode dizer que este não sabia da trama?

Porque o senhor Nassif não chegou, por analogia, à mesma conclusão?
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Offline guicn

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #4 Online: 03 de Abril de 2012, 20:44:38 »
E o pior é que a turma da "esgotosfera" (Nassif, PHA e cia) está tentando vender a ideia que o mensalão foi invenção da Veja e do Cachoeira.

E mais: só eu achei MUITA coincidência vazar áudios de mais de três anos só agora, justamente perto da data do julgamento do mensalão?

Offline AlienígenA

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #5 Online: 03 de Abril de 2012, 21:42:11 »


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  Lula e Falcão debatem eleições com ex-deputado, cassado por corrupção e acusado pela PGR de ser “chefe de quadrilha”. Como diria Ideli, faz sentido, “meu amor”!

O senador Demóstenes Torres (GO) já está fora do DEM e é grande a chance de que perca o mandato. Mesmo que não aconteça, é evidente que sua reputação desmoronou. Já escrevi algumas vezes o quanto isso é ruim para a oposição e também para o país. Os valores que ele encarnava e a parte visível de sua atuação eram impecáveis. Detestável é o que foi revelado pelos grampos da Polícia Federal. Grampos que — sempre é preciso dizer tudo — são empregados com diligência contra políticos da oposição, mas nunca do petismo. Nesse caso, mesmo quando flagrados carregando uma mala de dinheiro, como aconteceu com Hamilton Lacerda, o aloprado que era assessor de Aloizio Mercadante, nada acontece. O inquérito, se bem se lembram, não chegou a lugar nenhum. Mas vamos seguir.

Tenho apontado aqui a frenética movimentação das franjas daquele troço que pretende se confundir com jornalismo — os blogueiros financiados por administrações petistas (das três esferas) e pelas estatais — para tentar provar que o mensalão nunca existiu. Como a compras da consciência inclui a vergonha na cara, a tese do momento é a de que o mensalão, vejam só!, foi uma invenção de Carlinhos Cachoeira e até de Demóstenes!!! E como isso teria acontecido? Como uma coisa implicaria outra? Bem, para isso, a canalha ainda não tem uma explicação verossímil. Mas nem é necessário. Quem cai nessa conversa não precisa de evidências, só da crença. É como esses malucos que acreditam que ETs visitam a terra e implantam chips no cérebro dos terráqueos: a prova de que é verdade é a ausência de provas, entenderam? Sigamos.

Demóstenes está fora do DEM e, tudo indica, da política — por muito tempo, se não for para sempre. As pessoas que ele conquistou com o seu discurso e com a sua prática conhecida não aceitam o que ouviram; não sabem explicar aquilo; não admitem aquelas atitudes. Já aquelas que José Dirceu conquistou admiram no seu líder justamente seus métodos! Ele foi cassado pela Câmara, sim, num primeiro momento de indignação da sociedade, mas continuou no PT. Mesmo formalmente fora da direção, é um chefão do partido. Na semana passada, dividiu bobó de camarão e caipirinha (existe Engov para enjoos morais?) com “blogueiros progressistas”. Ontem, informa o Globo, o Zé manteve um encontro mais maiúsculo. Segue informação do Globo. Volto em seguida:

Lula discute eleições de SP com ex-ministro José Dirceu e Rui Falcão

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nesta segunda-feira com o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu e com o presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão. Discreto, o encontro ocorreu na sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, no início da tarde. Na pauta, os petistas discutiram o rumo das eleições municipais deste ano. Lula, que ainda faz tratamento de fonoterapia para melhorar a voz e a deglutição depois de um câncer na laringe, deve começar uma agenda de viagens por todo o país nas próximas semanas, depois de tirar alguns dias de férias com a família.
Apesar de não ter nenhum cargo na executiva petista desde que se envolveu no escândalo do mensalão, em 2005, Dirceu não deixou de ser um dos principais articuladores políticos do PT, tanto interna quanto externamente. O encontro com o ex-presidente reforça essa imagem, uma vez que Lula tem procurado os dirigentes petistas para se inteirar sobre o quadro eleitoral. Na semana passada, conversou por telefone com o presidente estadual da legenda, o deputado Edinho Silva, para conhecer a situação dos principais municípios paulistas.
Lula deverá agir para acertar as alianças nos principais municípios do país, mas deve também buscar a pacificação em cidades onde o PT está dividido, como em Recife e Belo Horizonte.

Voltei
Parabéns aos eleitores e ex-admiradores do senador Demóstenes Torres (GO), que não engolem as conversas que ele manteve com Carlinhos Cachoeira. Já os que debatem eleições com aquele que a Procuradoria Geral da Repúbica chama “chefe de quadrilha” se autodefinem, não é mesmo?

Uma coisa é certa: Demóstenes não terá uma rede de “blogueiros progressistas” para defendê-lo. Nem de “blogueiros reacionários”. Nem de “blogueiros”, como é mesmo?, “livres como um táxi”. Tampouco haverá estatais para pagar o salário de uma súcia encarregada de fazer a sua defesa. “Ah, então impunidade para todo mundo, Reinaldo?” Uma ova! Punição para todo mundo! Inaceitável é que o dinheiro público patrocine páginas que fazem a defesa aberta de alguém acusado pela PGR de ser “chefe de quadrilha”. Indefensável é que um ex-presidente da República se dê a tal desfrute.

Mas, como diria Ideli Salvatti (ver posts abaixo), faz sentido, “meu amor”!!!
Por Reinaldo Azevedo

FONTE

Offline _Juca_

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #6 Online: 03 de Abril de 2012, 22:09:47 »
E o pior é que a turma da "esgotosfera" (Nassif, PHA e cia) está tentando vender a ideia que o mensalão foi invenção da Veja e do Cachoeira.

E mais: só eu achei MUITA coincidência vazar áudios de mais de três anos só agora, justamente perto da data do julgamento do mensalão?

Não o mensalão em si, mas a crise do mensalão foi criação deles, como vemos agora. E não é coincidência o áudio vazar agora, é que a investigação da PF chegou a sua conclusão com a prisão de muitos envolvidos.

Offline _Juca_

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #7 Online: 03 de Abril de 2012, 22:12:40 »


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  Lula e Falcão debatem eleições com ex-deputado, cassado por corrupção e acusado pela PGR de ser “chefe de quadrilha”. Como diria Ideli, faz sentido, “meu amor”!

O senador Demóstenes Torres (GO) já está fora do DEM e é grande a chance de que perca o mandato. Mesmo que não aconteça, é evidente que sua reputação desmoronou. Já escrevi algumas vezes o quanto isso é ruim para a oposição e também para o país. Os valores que ele encarnava e a parte visível de sua atuação eram impecáveis. Detestável é o que foi revelado pelos grampos da Polícia Federal. Grampos que — sempre é preciso dizer tudo — são empregados com diligência contra políticos da oposição, mas nunca do petismo. Nesse caso, mesmo quando flagrados carregando uma mala de dinheiro, como aconteceu com Hamilton Lacerda, o aloprado que era assessor de Aloizio Mercadante, nada acontece. O inquérito, se bem se lembram, não chegou a lugar nenhum. Mas vamos seguir.

Tenho apontado aqui a frenética movimentação das franjas daquele troço que pretende se confundir com jornalismo — os blogueiros financiados por administrações petistas (das três esferas) e pelas estatais — para tentar provar que o mensalão nunca existiu. Como a compras da consciência inclui a vergonha na cara, a tese do momento é a de que o mensalão, vejam só!, foi uma invenção de Carlinhos Cachoeira e até de Demóstenes!!! E como isso teria acontecido? Como uma coisa implicaria outra? Bem, para isso, a canalha ainda não tem uma explicação verossímil. Mas nem é necessário. Quem cai nessa conversa não precisa de evidências, só da crença. É como esses malucos que acreditam que ETs visitam a terra e implantam chips no cérebro dos terráqueos: a prova de que é verdade é a ausência de provas, entenderam? Sigamos.

Demóstenes está fora do DEM e, tudo indica, da política — por muito tempo, se não for para sempre. As pessoas que ele conquistou com o seu discurso e com a sua prática conhecida não aceitam o que ouviram; não sabem explicar aquilo; não admitem aquelas atitudes. Já aquelas que José Dirceu conquistou admiram no seu líder justamente seus métodos! Ele foi cassado pela Câmara, sim, num primeiro momento de indignação da sociedade, mas continuou no PT. Mesmo formalmente fora da direção, é um chefão do partido. Na semana passada, dividiu bobó de camarão e caipirinha (existe Engov para enjoos morais?) com “blogueiros progressistas”. Ontem, informa o Globo, o Zé manteve um encontro mais maiúsculo. Segue informação do Globo. Volto em seguida:

Lula discute eleições de SP com ex-ministro José Dirceu e Rui Falcão

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nesta segunda-feira com o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu e com o presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão. Discreto, o encontro ocorreu na sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, no início da tarde. Na pauta, os petistas discutiram o rumo das eleições municipais deste ano. Lula, que ainda faz tratamento de fonoterapia para melhorar a voz e a deglutição depois de um câncer na laringe, deve começar uma agenda de viagens por todo o país nas próximas semanas, depois de tirar alguns dias de férias com a família.
Apesar de não ter nenhum cargo na executiva petista desde que se envolveu no escândalo do mensalão, em 2005, Dirceu não deixou de ser um dos principais articuladores políticos do PT, tanto interna quanto externamente. O encontro com o ex-presidente reforça essa imagem, uma vez que Lula tem procurado os dirigentes petistas para se inteirar sobre o quadro eleitoral. Na semana passada, conversou por telefone com o presidente estadual da legenda, o deputado Edinho Silva, para conhecer a situação dos principais municípios paulistas.
Lula deverá agir para acertar as alianças nos principais municípios do país, mas deve também buscar a pacificação em cidades onde o PT está dividido, como em Recife e Belo Horizonte.

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Parabéns aos eleitores e ex-admiradores do senador Demóstenes Torres (GO), que não engolem as conversas que ele manteve com Carlinhos Cachoeira. Já os que debatem eleições com aquele que a Procuradoria Geral da Repúbica chama “chefe de quadrilha” se autodefinem, não é mesmo?

Uma coisa é certa: Demóstenes não terá uma rede de “blogueiros progressistas” para defendê-lo. Nem de “blogueiros reacionários”. Nem de “blogueiros”, como é mesmo?, “livres como um táxi”. Tampouco haverá estatais para pagar o salário de uma súcia encarregada de fazer a sua defesa. “Ah, então impunidade para todo mundo, Reinaldo?” Uma ova! Punição para todo mundo! Inaceitável é que o dinheiro público patrocine páginas que fazem a defesa aberta de alguém acusado pela PGR de ser “chefe de quadrilha”. Indefensável é que um ex-presidente da República se dê a tal desfrute.

Mas, como diria Ideli Salvatti (ver posts abaixo), faz sentido, “meu amor”!!!
Por Reinaldo Azevedo

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A Veja ta com o c. na mão e falta pouco para que tenha seu nome jogado na lama pelas investigações da PF.

Offline Price

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #8 Online: 03 de Abril de 2012, 22:57:43 »
Todos esses que criticam a Veja desconsideram o fato de que foi ela que endossou o caso do mensalão, sem contar os ministros que saíram por causa da circulação que ela causou.
Se você aceitar algumas colocações minhas...
A única e verdadeira razão de eu fazer este comentário em resposta é deixar absolutamente claro que NÃO ACEITO "colocações" suas nem de quem quer que seja.


Offline Geotecton

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #10 Online: 03 de Abril de 2012, 23:35:13 »
E o pior é que a turma da "esgotosfera" (Nassif, PHA e cia) está tentando vender a ideia que o mensalão foi invenção da Veja e do Cachoeira.

E mais: só eu achei MUITA coincidência vazar áudios de mais de três anos só agora, justamente perto da data do julgamento do mensalão?
Não o mensalão em si, mas a crise do mensalão foi criação deles, como vemos agora.
[...]

Não, não houve "crise do mensalão" e sim uma crise moral que devastou a (falsa) "história ilibada" que tinha o PT e, em especial, o Lula.

Quer voce queira ou não.
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Offline guicn

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #11 Online: 03 de Abril de 2012, 23:36:55 »
Marginalmente relacionado, ou talvez não:

http://www.implicante.org/pig/as-opinioes-de-nassif-quando-o-psdb-era-governo-e-o-pt-oposicao/



<a href="http://www.youtube.com/v/DkKBL71-rag" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/DkKBL71-rag</a>

Isso ai é fichina perto da babação que ele fazia para o regime militar nos anos 70. Haja coerência!

Se o PT perder a boca, é capaz de mudar de lado, novamente!

Offline Pregador

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #12 Online: 04 de Abril de 2012, 09:17:19 »
E o pior é que a turma da "esgotosfera" (Nassif, PHA e cia) está tentando vender a ideia que o mensalão foi invenção da Veja e do Cachoeira.

E mais: só eu achei MUITA coincidência vazar áudios de mais de três anos só agora, justamente perto da data do julgamento do mensalão?

Não o mensalão em si, mas a crise do mensalão foi criação deles, como vemos agora. E não é coincidência o áudio vazar agora, é que a investigação da PF chegou a sua conclusão com a prisão de muitos envolvidos.

Sendo que são escutas ilegais, claramente ilegais, que até um estagiário de direito sabe, mas a PF não percebeu né? Santa hipocrisia.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Hugo

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #13 Online: 04 de Abril de 2012, 11:57:54 »
As imagens em que um diretor dos Correios, Mauricio Marinho, guarda uma propina de R$ 3 mil – divulgadas na Veja e reproduzidas no jornal nacional – foram o início da crise política que resultou na queda do Chefe da Casa Civil do Governo Lula, José Dirceu.

O então presidente do PTB, Roberto Jefferson, que controlava os Correios, considerou que o Governo não o protegeu e ao partido de forma adequada, e deu uma entrevista à Folha (*) em que, pela primeira vez, usou a palavra “mensalão”, associada a Dirceu.

Quem mandou fazer a fita foi Carlinhos Cachoeira, para vingar Demóstenes Torres.

Quem faz essa acusação é Ernani de Paula, ex-prefeito de Anápolis, que foi derrubado da Prefeitura numa operação de grampos desaparecidos, como os que parecem ter a marca de Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres.

Cachoeira foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

Ernani de Paula foi casada com uma suplente de Demóstenes.

Ela assumiria o lugar dele no Senado, se Demostenes saísse do PFL, entrasse no PMDB, e assumisse, como combinado, o  cargo de Secretário Nacional de Justiça, uma espécie de vice-Ministro da Justiça.

Demóstenes não foi nomeado e acredita que Dirceu foi quem vetou o nome dele.

Este ansioso blogueiro entrevistou Ernani de Paula esta semana.

Ele fala deste vídeo e do outro, que deu início ao enfraquecimento de Dirceu: aquele em que Valdomiro Diniz, então funcionário da Loteria do Rio, pede dinheiro a Cachoeira.

O vídeo foi exibido dois anos depois, quando Diniz trabahava com Dirceu.

Ernani de Paula fala também de seu amigo de infância em Mogi das Cruzes, São Paulo, Valdemar da Costa Neto.

Valdemar era do PR, partido de José Alencar, candidato a vice de Lula.

Atingir Valdemar passou a ser um dos objetivos – segundo Ernani –, porque era uma forma de atingir Alencar, Lula e Dirceu, que particiou de reuniões com Valdemar, durante a campanha.

Eis os trechos principais dessa conversa do ansioso blogueiro com Ernani:

Como foi feita a fita em que um funcionário dos Correios recebe uma propina de 5 mil reais de alguém que se passava por um empresário do Paraná e estava interessado em uma concorrência dentro dos Correios?
Essa fita foi produzida pela equipe do Carlos Cachoeira. Que fez essa fita para poder criar uma confusão e ser publicada, como foi. Porque a fita do Waldomiro já tinha sido entregue ( à Veja ) através de um senador do Mato Grosso e detonou um processo de corrupção dentro do palácio com essa fita do Waldomiro. Então esse processo todo foi criado. E não foi o mensalão aquela ideia de que a gente tem do mensalão de que todos os deputados receberam todos os meses. Tanto é que isso não aconteceu. Tivemos um ou outro, enfim… Mas pegaram ícones para que pudessem pegar o governo logo em seu início e enfraquecê-lo.

Então a sua tese é de que a fita do Waldomiro, feita pelo Carlinhos Cachoeira, é do mesmo objetivo, tem a mesma função da fita dos Correios?Com certeza. Com certeza. Até porque eu sofri isso quando fui prefeito da cidade de Anápolis. Eles usaram não com câmera. Mas usaram com fitas cassete.

De áudio?
De áudio, e depois desmentindo. Quem fez isso? Para ir na CPI para inventar o factóide. Depois de feito o processo.

A versão que existe é de que a fita dos Correios teria sido feita por um empresário, um suposto empresário do Paraná, que queria participar de uma concorrência. Quem fez na verdade a fita dos Correios na sua opinião?

Na minha opinião foi feito por essa equipe do Carlos Cachoeira.

Quem?
O nome não me recordo. … São pessoas que saíram do serviço secreto de Brasília, de espionagem, dessa coisa toda, e estão aposentados, sem ter o que fazer, ficam espionando a vida de todo mundo.

E essa pessoa, essa pessoa é ligada ao Carlinhos Cachoeira?
Sim. Sim. Ligada ao Carlinhos Cachoeira.

É funcionário do Carlinhos Cachoeira?
Não, funcionário eu não posso dizer de carteira assinada. Mas deve ter sido feito um trabalho, um trabalho encomendado por ele. Para quem interessasse. Para poder alimentar uma crise que ela não existia. O tal chamado mensalão, que não existe o mensalão.

Essa reportagem descrevendo esse esquema de corrupção e essa propina dos Correios foi publicada na revista Veja por um jornalista chamado Policarpo. O senhor sabe se o Policarpo tem ligações ou tinha ligações com o Carlinhos Cachoeira?
Eu o encontrei uma vez dentro de sua empresa em Anápolis chamada …. (Vitapan), uma indústria farmacêutica ali no distrito agroindustrial.

O senhor encontrou o Policarpo em uma empresa do…
Do Carlinhos Cachoeira, sim. E o Carlinhos Cacheira disse que ele tinha vindo para conversar com ele. Eu me retirei. Fui embora. Eu perguntei quem era. Ele falou quem era.

O Carlinhos Cachoeira tem que ligação com o senador Demóstenes Torres?
Eles são bastante amigos e hoje, me parece, sócios, né. Porque tudo o que a imprensa tem dito. As fitas gravadas, os recursos. Enfim. Parece que aí há uma sociedade deles.

Qual é a sua preocupação em revelar esses fatos. Qual é o interesse que o senhor pode ter em revelar esses fatos?
Olha, eu conheço e fui prefeito de Anápolis. Uma bela cidade. Tive o prazer de governar lá por trinta meses. Mas eu sofri na pele o que está acontecendo, o que aconteceu no mensalão. Eu nunca pude falar. Eu tive lá problemas de gravações. Depois quem gravou foi e disse em uma CPI que eu teria pego recursos dele. Desmentiu. Eu tenho documento disso, em cartório. E eu sofri na pele. Quem é que fez, lá, esse trabalho? Para mim, são três pessoas fundamentais no processo. Tem aquele que faz o trabalho em campo, no varejo, aquela… O trabalho mais sujo. Subterrâneo. O espião, o esconderijo e tal.

Esse quem é no caso?
Carlinhos Cachoeira. Depois você tem uma equipe que é política. Depois você tem aquela que vai explodir. Um setor da imprensa é importante. E no meu caso específico eu tive um governador de Estado, Marconi Perillo. Que, junto com o Demóstenes, já combinado, por interesses políticos no futuro, não queria que eu fosse candidato a governador, fez uma intervenção no município, aonde o vice-governador sentou na cadeira de prefeito, e eu tive o meu mandato cassado.

O seu mandato foi cassado em Anápolis?
Foi cassado pela Câmara dos Vereadores, mas foi cassado pelo Marconi Perilo primeiro. Só em Goiás acontece uma coisa dessas. Fazer uma intervenção na maior cidade do Estado e ninguém falar nada.

A sua mulher é suplente do senador Demóstenes?
Ela foi suplente por oito anos, mas eu quero deixar claro que ela nunca assumiu nenhum dia do mandato, coisa que a cidade lamentou muito, porque queria ver a sua representante no Senado Federal. Eu acho até que não queriam dar regalias, intimidades, e assumiram, porque não podia, né. Falavam na época. Porque não fica bem um senador passar para um suplente a sua vaga. Fica parecendo que teve negociata, teve isso, teve aquilo. Ela nunca assumiu, porque nunca teve esse tipo de contato conosco, mas agora me parece que era justamente para não ficar sabendo o que acontecia e aconteceu lá.

Existe a versão de que o senador Demóstenes era candidato a um cargo muito importante, o cargo de Secretário Nacional de Justiça, no Ministério da Justiça, no governo Lula, e que esse cargo daria a ele a oportunidade por exemplo para lutar pela legalização do jogo no Brasil

Exatamente. Como lutou. Teve um trabalho no Congresso nesse sentido.

E ele não foi aceito para ocupar essa função?
Não. Essa negociação política, eu fiquei sabendo de bastidores, até por um deputado federal lá do meu Estado Ele (Demóstenes) estava cotado, e estava muito chateado porque teria de sair do partido (PFL) , se tornando aí uma pessoa importante, um novo líder, talvez. … E depois isso esfriou e não andou e aquela coisa toda… Então veio ali do Palácio, da Casa Civil, algum tipo de veto, alguma coisa que incomodou ou deixou esse pessoal incomodado. Porque era um cargo importante, né.

Nessa interpretação, o senador Demóstenes estaria, nesse episódio dos Correios, se vingando do veto do Zé Dirceu?
Claro, claro. Você vê, eles estavam juntos desde o início, nós estamos sabendo pela imprensa, pelas escutas da Polícia Federal. Não tenha dúvida de que nós tivemos aquele varejo, nós tivemos a parte política que deu o start, no Congresso, no Senado, nós tivemos a mídia, e depois tivemos outras pessoas que foram acionadas de acordo com a necessidade para dar andamento e crescimento nesse tal do mensalão, nessa CPI.

O senhor foi procurado de alguma maneira, conhecendo Anápolis, conhecendo Valdemar da Costa Neto, foi procurado para dar informação ou prejudicar o Valdemar da Costa Neto que se tornou um dos réus do mensalão?

Foi a ex-mulher dele Maria Cristina Mendes Caldeira me procurou através de uma pessoa, um amigo em comum.

O senhor pode dizer quem é esse amigo em comum?

Posso, é um jornalista, chamado Hugo Stuart. Eu o encontrei um dia na Câmara, ele falou: olha, eu estou fazendo determinada matéria, que era enfim sobre esse assunto…

Ele de que órgão de imprensa era?

Era da revista Isto É. Ele falou olha, tem uma pessoa, que é a Maria Cristina, que talvez te ligue. Vá te conhecer. Aquelas coisas. Ela ligou mesmo, me procurou na Fazenda, passou lá dois dias, mas realmente querendo que eu fosse depor contra o Valdemar nesse processo ou num processo de divórcio que ela estava movendo contra ele. Enfim, queria que eu falasse mal do Valdemar para poder alimentar esse processo. Tornei a encontrá-la aqui no escritório de uma pessoa chamada Bolonha Funaro…

Que é considerado um doleiro e que depos numa CPI, na qualidade de doleiro, e se beneficiou de um regime de delação premiada.

Exatamente, exatamente.

E qual era o papel do doleiro?

Pois é, eu também fui procurado por ele … Eu falei que estava indo para a Universidade do meu pai, para capitalizar recursos, e ele tem lá uma financeira. E ele disse que poderia viabilizar isso em algum banco. Então ele foi a Goiânia conversar comigo. Mas eu vi que a intenção dele de verdade era que eu falasse também mal do próprio Valdemar, em qualquer tipo de processo, em qualquer tipo de depoimento.  Logo após essa conversa em Goiânia ele marcou um almoço aqui no Rodeio, em São Paulo, e ele… Toca o telefone, eu vou atender, é um repórter da revista Veja. E logo em seguida, almoçamos e tal… E à noite marcamos um jantar … Mas o mais estranho desse episódio…

Mas só para não interromper. Nós temos aí o doleiro participando da mesma operação para obter depoimentos seus contra o Valdemar Costa Neto.


Para poder cada vez mais configurar que havia o mensalão. O que eu achei mais estranho, depois fechando os fatos, ao longo do tempo, é que a minha mulher, a minha ex-mulher, recebeu um telefonema do senador Demóstenes Torres dizendo que um reporter da Revista Veja teria ido ao gabinete dele para me procurar, para fazer uma matéria. E que ele precisava do meu telefone para passar para o repórter. Muito bem… Ela passou o telefone. A coincidência está no horário do telefonema. Bem na hora em que eu estou à mesa na Rodeio sentado com o Bolonha Funaro toca o telefone do repórter da Veja. Marcamos um jantar à noite. Foram dois repórteres e um diretor que estava sentado a uma mesa que (cujo nome) eu não me recordo, não fui apresentado.

O senhor teme que essa denúncia possa lhe provocar algum tipo de problema pessoal?

Em que sentido? De morte, política?

Qualquer uma.

Olha, hoje eu não faço parte de nenhum partido político. Eu tenho uma história, eu tenho uma vida, esse processo feito por mim lá em Anápolis, eu sei que nem todo mundo acerta aquilo que gostaria. Mas também nem todo mundo erra para fazerem aquilo que fizeram. Eu acho que foi uma grande injustiça. A população da minha cidade, o meu estado merecia, os meus amigos, a minha família, mereciam ter esse esclarecimento. Você não tenha dúvida que isso foi armado. Que isso nunca existou em termos de mensalão. Foi para desestabilizar, foi uma represália. Só que ela pegou num volume, de tal forma, que aí as coisas se complicaram.

O senhor não tem dúvida da relação entre Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres?

Nenhuma. Muito pelo contrário. Eu estive lá com ele junto. Aliás aquele rádio de que tanto falam…

O Nextel?

Eu tive um na campanha dele em 2006.

Quem lhe deu?

Carlinhos Cacheira. Tive, ele me deu um, era uma cortesia durante a campanha

O senhor chegou a pedir ao empresário Carlinhos Cachoeira, dono de uma empresa de Genéricos, recursos para a sua campanha?

Não. Não. Não o conhecia. Eu conheci o Carlinhos Cachoeira pessoalmente depois de eleito prefeito.

E o senhor não tem dúvidas da relação entre eles e a revista Veja?

Eu acho que não tem mais dúvida. Eu acho que quem duvidar de alguma coisa… Eu não sei se é maliciosamente ou não. Se é comercialmente ou não. Porque o repórter a função dele é buscar as notícias na hora em que ela é produzida. E as fontes às vezes são aquelas não tão republicanas, vamos chamar assim.

E para reforçar. Aquele vídeo famoso, que deu origem ao mensalão, deu origem à denúncia do Roberto Jefferson, contra o José Dirceu, o senhor Marinho recebendo 5 mil reais de propina, aquele vídeo é obra do Cachoeira?

Sim, claro.

Dito por ele?

Ele me contou.
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Offline Geotecton

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #14 Online: 04 de Abril de 2012, 13:31:32 »
Citar
[...]
E para reforçar. Aquele vídeo famoso, que deu origem ao mensalão, deu origem à denúncia do Roberto Jefferson, contra o José Dirceu, o senhor Marinho recebendo 5 mil reais de propina, aquele vídeo é obra do Cachoeira?

Sim, claro.

Dito por ele?

Ele me contou.

Claro, claro. O "mensalão" não existiu.

As movimentações bancárias, as gravações de aúdio e vídeo, os depoimentos, etc; tudo foram etapas de uma grande armadilha para incriminar o "partido mais ético do mundo" (sic) e seus "membros incorruptíveis" (sic).

Ahhh, apenas para constar. Neste ano o Papai Noel vai ajudar o Coelhinho da Páscoa a distribuir chocolates.
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Offline Diegojaf

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #15 Online: 04 de Abril de 2012, 13:56:26 »
Como é que diziam quando era com o Lula? Denuncismo? Factóide?

Agora é verdade absoluta já na primeira semana? Ahhh tá... esqueci... ::)
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Pregador

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #16 Online: 04 de Abril de 2012, 14:31:17 »
O foda desse país é que a gente assiste a uma disputa entre dois grupos criminosos pelo poder. E ambos estão no poder. Isso é muito triste. Parece que os bandidos petralhas são mais organizados e vão acabar levando a melhor, por enquanto. Isso até o grupo rival arquitetar uma vingança.

Fora que existem outros grupos criminosos no poder brigando por uma fatia maior, apenas esperando uma oportunidade.



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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #17 Online: 04 de Abril de 2012, 15:08:12 »
E o pior é que a turma da "esgotosfera" (Nassif, PHA e cia) está tentando vender a ideia que o mensalão foi invenção da Veja e do Cachoeira.

E mais: só eu achei MUITA coincidência vazar áudios de mais de três anos só agora, justamente perto da data do julgamento do mensalão?
Não o mensalão em si, mas a crise do mensalão foi criação deles, como vemos agora.
[...]

Não, não houve "crise do mensalão" e sim uma crise moral que devastou a (falsa) "história ilibada" que tinha o PT e, em especial, o Lula.

Quer voce queira ou não.

Estão falando de mesmo mensalão que o Lullalá disse que conhecia desde 2005?

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2010/04/13/interna_politica,185682/index.shtml


Citar
Lula confirma aviso sobre o mensalão: Em documento enviado ao STF, presidente admite que soube, durante conversa com o ex-deputado Roberto Jefferson em 2005, do pagamento a deputados aliados



Offline _Juca_

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #18 Online: 04 de Abril de 2012, 17:51:23 »
Como é que diziam quando era com o Lula? Denuncismo? Factóide?

Agora é verdade absoluta já na primeira semana? Ahhh tá... esqueci... ::)

Não é verdade absoluta Diego, é cana nos envolvidos mesmo. Os caras estão presos, existem provas e não existiu uma denuncia de fontes anônimas de impressa oposicionista, como era é bem comum contra o governo ( seja a denúncia verdadeira ou não), partiu de investigações da PF e envolve a principal mídia de oposição.

Offline _Juca_

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #19 Online: 04 de Abril de 2012, 17:55:31 »
As imagens em que um diretor dos Correios, Mauricio Marinho, guarda uma propina de R$ 3 mil – divulgadas na Veja e reproduzidas no jornal nacional – foram o início da crise política que resultou na queda do Chefe da Casa Civil do Governo Lula, José Dirceu.




Ei Hugo, quanto tempo hein?  :lol:

Offline Geotecton

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #20 Online: 04 de Abril de 2012, 22:13:41 »
Como é que diziam quando era com o Lula? Denuncismo? Factóide?

Agora é verdade absoluta já na primeira semana? Ahhh tá... esqueci... ::)

Não é verdade absoluta Diego, é cana nos envolvidos mesmo. Os caras estão presos, existem provas e não existiu uma denuncia de fontes anônimas de impressa oposicionista, como era é bem comum contra o governo ( seja a denúncia verdadeira ou não), partiu de investigações da PF e envolve a principal mídia de oposição.

O esquema de corrupção de 2005 também está bem conhecido, pois foi rastreado com documentos, depoimentos e gravações. A grande diferença é que envolve todo o primeiro escalão do governo de então e, ao que parece, o processo teve (e tem) forte influência política para que "dê em nada".
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Offline Vento Sul

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #21 Online: 04 de Abril de 2012, 23:24:37 »
Não cometa redundância  PFL, digo DEM e corrupção... como dizia o chapolin colorado: Suspeitei desde o principio! :P
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Offline HSette

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #22 Online: 04 de Abril de 2012, 23:30:43 »
O foda desse país é que a gente assiste a uma disputa entre dois grupos criminosos pelo poder. E ambos estão no poder. Isso é muito triste. Parece que os bandidos petralhas são mais organizados e vão acabar levando a melhor, por enquanto. Isso até o grupo rival arquitetar uma vingança.

Fora que existem outros grupos criminosos no poder brigando por uma fatia maior, apenas esperando uma oportunidade.

Dois??????

 :histeria:

Quanto otimismo, melhor comprar uma calculadora científica para encontrar o número exato.
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
"Por quê?"
"Porque não estou vendo ele!"

Chaves

Offline Diegojaf

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #23 Online: 11 de Abril de 2012, 20:08:23 »
Citar
Grampos da PF indicam que governador do DF tentou negociar com Cachoeira, diz jornal19

Do UOL, em São Paulo


Grampos telefônicos da operação Monte Carlo, da Polícia Federal, indicaram que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), teria tentado negociar com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na operação desde 29 de fevereiro deste ano. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (11) pelo jornal “O Estado de S.Paulo”.

Segundo reportagem publicada nesta tarde, o inquérito da operação indica que Agnelo teria tentado uma reunião com o contraventor, apontado como o chefe da máfia dos caça-níqueis em Goiás e no DF, tendo, como pano de fundo, pagamentos do governo do DF a empresas do esquema comandado pelo bicheiro.

Conforme o jornal, a PF gravou um telefonema feito em 16 de junho de 2011 no qual o sargento Idalberto Matias, o Dadá, aliado do contraventor, avisa a ele ter sido procurado por João Carlos Feitosa Zunga, ex-subsecretário de Esportes e funcionário do governo do DF, informando que o "01" queria falar com ele.

A PF aponta que "01" era a forma como os aliados de Cachoeira se referiam a Agnelo. "O Zunga me ligou aqui, está querendo falar com você, porque o chefe dele lá, o 01, está querendo...quer falar com você", afirma Dadá. "Vou falar com ele", responde Cachoeira. Segundo o “Estado”, já nas transcrições do relatório da PF o "01" é identificado como "governador".

Agnelo afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vê a possibilidade de ser o "01" citado pela PF. O petista disse não ter se encontrado com Cachoeira ou mantido contato telefônico com ele.

O esquema montado pelo empresário teria ligação ainda com deputados federais e com o senador Demóstenes Torres (sem partido). O governador do Estado, Marconi Perillo, também foi citado durante as investigações.

http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2012/04/11/grampos-da-pf-indicam-que-governador-do-df-tentou-negociar-com-cachoeira-diz-jornal.htm
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Vento Sul

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Re:A máfia de Carlinhos Cachoeira, Demostenes Torres e da Veja.
« Resposta #24 Online: 11 de Abril de 2012, 20:27:15 »
Quando vejo gente do PFL, digo DEM e daqui uns dias outro nome se dizendo defensores da honra ou coisa assim eu prá não chorar dou gargalhadas, só crentes mesmo da imbecilidade não vê  que partidos de direita não tem esse perfil, não são honestos e ensinaram durante muito tempo, então tem muitos que aprenderam da cartilha deles, mas como sempre brasileiro dá um jeito novo às coisas, inclusive às trapaças. Então não pega bem bandidos denunciarem bandidos, são todos da mesma Laia.
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Resumindo: Ou acreditamos em mágica ou não!
 
 
 
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