Estou tentando alcançar o cerne da possibilidade de te oferecer a "luz" que já pediste. Eu gostaria mesmo, afora todas as ironias, de te ajudar. Estás muito distante da percepção da realidade, Feynman. Não é tanto demérito. A esmagadora maioria nem mesmo distante está. Mas, como eu penso que vejo que poderias te aproximar ainda mais... ir além do teu caminho (que te foi) possível.
Eu, pensando bem, acho que posso resumir tua concepção da realidade como a ideia de haver, de fato, uma "linguagem da natureza". Crês que há uma espécie de estoque de "princípios naturais", possivelmente formuláveis matematicamente, que poderiam ser aplicáveis a tudo, ou a mais que o imediato. A "beleza matemática". Um prelúdio de uma, talvez mais que teoria, lei de tudo e que assumiria tal funcionalidade já nas incompletas protocomposições. Crês, ulteriormente, que o homem, a mente, o "eu" possa se apropriar de ítens desse estoque, quiçá do estoque inteiro. Quando te é conveniente, indiferencias isso de indução; quando não, não. Mas talvez eu possa te fazer ver que a realidade nega a ti tudo isso. Ainda insistes em olhar para meu dedo, mas ainda tentarei mais um pouco que olhes para o que aponto.
Não vou dispensar nada aqui, como de costume, mas me concentrarei mais em teu auxílio.
É claro que são informações empíricas e que estão (como você mesmo muito bem CONFESSA) dentro (e, mais que isso, na base) do que expôs -- isso é a indução, Feynman.
Vais, provavelmente, morrer com sua visão empírico-indutivista. Eu já aceitei isso. Tá tudo bem, a vida também são outras coisas... e muito mais importantes.
Que lírico!
Estás acentuadamente mais poético ultimamente, Feynmam! Tens visto muitos passarinhos cor-de-rosa?
A parte destacada pareceu-me um trágico fim para mim (*aos seus olhos*). Será que não há mesmo esperança para meu triste caso?
Quanto ao resto além da sua aceitação aparentemente tácita,... evidências, prezadíssimo Feynman, tens evidências do que afirmas? ...Oooooh my! Num segundo, esqueço em meu exacerbado pragmatismo! Não estás argumentando, só poetizando. ...É isso, certo? Ficou bonito. Igual àquela estória da teoria que rompe emergentemente os limites físicos do teorizador e, assumindo vida própria, alcança seus próprios méritos. Lamentável que, em reconhecimento, ainda não tenham laureado teorias.
Ainda não desisti de ti. Quero ajudar-te. Pretendo mostrar-te onde falhas algumas vezes mais atrás. Ficou meio complicado e será demorado organizar, mas num momento de maior tempo disponível, quero fazê-lo.
Cientista, ao contrário de você, estou a caminho de desistir de ti.
Oh, não não não não não!!! Não desistas de mim! Oh my...
O que é uma pena, pois sei que tens um amálgama de raciocínios muito procedentes, e é claro, para qualquer um, que entendes minimamente de física para merecer ser ouvido sobre esta disciplina.
Juras que achas?!
Um problema, também claro para absolutamente todos aqui, é seu tratamento idiossincrático para com os demais foristas. Suas "risadas" não chegam a caracterizar um abuso desnecessário ao fórum (acho!), mas certamente não ajudam para o seu lado.
Não entendi tal parte. Seria porque tu desistirias de mim em virtude disso? Porque os outros desistem de mim? Porque serei banido? Por favor, informe-me, sem achismo, se minhas risadas e gargalhadas constituem-se em abuso contra as regras. Se sim, eu sigo as regras até que eu não mais volte. Se não, não entendo mesmo em que tal "tratamento idiossincrático para com os demais foristas" não "ajudam para o meu lado".
Eu já falei sobre isso mais de uma vez, Feynman. Sinta-se agraciado pela consideração que ainda mantenho por ti. O máximo de sentido que poderia haver, para mim, em "não ajuda para meu lado", seria deixar alguns como você, talvez o Tupac ou o Correio ou algum raro outro (em consideração retornada) no vazio.
Já te repeti algumas vezes que, de minha parte, aprendi a lidar com isso. E a ficar com o relevante. Infelizmente isto está ficando mais difícil de fazer.
Desaprendendo algo, Feynman? Ou só humanamente preocupado com dificuldades alheias?
Cientista, suas tentativas de argumentação neo-empírica não relevaram o que era para ser relevado de meu último post paciente para com esta questão.
"Argumentação neoempírica" é ótima! Quais seriam as características do "novo empirismo"?
O que deveria ser relevado? Que apelas à indução das teorias para alegar que elas provam-se a si próprias através dos próprios resutados indutivos?
Resumas isto à minha incompetência se assim desejares,
Que dramático, Feynman...
mas a questão é que sua visão em relação aos processos de obtenção de conhecimento científico, como eu já disse, ou estão muito aquém do que se esperaria (será?) de você, ou está construída com significados exclusivos ao seu pensamento.
Eu já disse que nem uma coisa nem outra. Já disse que toda ideia de uma "construção científica" não passa de ilusão. Não existe construção nem obtenção de conhecimento científico. Só existe construção tecnológica.
Mais uma vez, atribuas à minha incompetência, se assim te aprazes: mas não vi em seus exemplos nada que depusessem ao seu favor.
Dramático novamente...
Se ainda fosse que não visses algo que depusesse contra os teus... mas que não deponham em favor dos meus?!
Mesmo o dado imprevisto precisa ser acomodado em um sistema pré-conjectural, mesmo para se caraterizar como tal ("imprevisto"). Parece-me que jogas fora tudo o que eu te disse sobre a NECESSÁRIA concordância empírica, mudando de assunto e bagunçando as coisas em relação ao contexto hipotético por de trás da gênese da corroboração científica.
Talvez, parte da dificuldade seja uma superexpectativa minha... Vamos lá tentar se entendi melhor agora.
Falaste, anteriormente, no 'bumper sticker' (peguei essa do House) "mente preparada", ..."a sorte favorece a mente preparada". É uma carta por demais falaciosa que puxas, e extremamente preconceituosa.
"Mente preparada" como a de um catador de sucata que acha uma cápsula de césio, isótopo 137, "sabe que é algo interessante" e resolve abrí-la para se dar mal, descobrindo, assim, a primeira (e não muito mais que ela) informação sobre aquilo? A diferença entre ele e madame Curie ou Becquerel seria que estes tinham (alguma -- in)formação científica prévia? Ou você está, aqui, unissonando comigo que há mentes naturalmente preparadas cientificamente mais que outras por terem entre suas facetas funcionais, a característica do pensamento científico? Neste caso, não é nenhuma aquisicão de formalização teórica que as "prepara".
Em sequência ao exemplo-arquétipo que já apresentei, Kamerlingh Onnes não tinha "mente preparada para tal sorte". Brincou com aquilo como uma criança com um brinquedo novo, diferente e interessante, que ele não compreendia e, mais importante de tudo, que não fazia ideia, mesmo tendo-o em mãos, dos mais profundos significados e implicaçãos que tal novo brinquedo *contém* (porque ainda contém, *até hoje*). Décadas foram necessárias para que *outras* mentes se "preparassem" para a descoberta do novo brinquedo, para "digeri-la", (formando uma "teoria" pobre, muito pobre, dada a escassez de recursos empíricos) apenas um pouco, porque, até hoje, falta muito empirismo para termos um "preparo mental" para tal novidade, "preparo" de mesmo nível que há em relação a outras estruturas de conhecimento científico já bem mais empirizadas.
Ainda, que fique claro que toda esta discussão é (em boa medida) inútil ao cientista, que continua a nadar muito bem. Às vezes parece que tens medo que isto tanja a competência do cientista* (não eu, que apenas falo sobre estas coisas) e que isto mostre que ele não sabe o que faz. Bem, é óbvio que ele sabe o que faz...
Aqui fica bem visível a dificuldade. Ainda não captaste um infinitésimo do que apresento e, pior ainda, do que significo. Como eu poderia temer que algo fosse o que eu... acho que é? Como eu poderia temer que algo mostre que um pensador científico que se efetiva não sabe o que faz quando eu entendo que uma tal máquina pensadora... não sabe o que faz!? Feynman, ainda estás distante, meu caro. Por certo que tua solicitação de mais luz procede em acordo com a necessidade. Mas a primeira luz deveria ser o conjunto realista das expectativas certas sobre quem vos fala daqui.
É óbvio que não sabe o que faz, apenas faz, *funciona*. Ou... estarias pensando que eu temeria uma suposta realidade paralela em que ciência fosse nada além de uma construção da coletividade humana homogeneamente distribuída entre seus integrantes? Ainda que mesmo você fosse alheio a isto e/ ou o rejeitasse, não poderias fugir das evidências físicas disso sem recorrer a falácias e... 'desmanche de tabuleiros", como dizem bastante por aqui.
o que não significa que ele saiba que o que ele diz saber não se coaduna com o que ele mesmo faz. Achas que é eu que estou falando isso, não é mesmo? Bem, penso que se divertirias lendo um pouco mais além de seu campo de expertise.
Acho porque aquilo com que concordas é, também, aquilo que pensas. Só aquilo de que não podes fugir é que aceitas ainda que sem concordar, quando chegas a aceitar. Um pensador científico apenas concorda, naturalmente, com aquelas coisas das quais, normalmente, os outros pensadores tendem a fugir. Tal a diferença.
Já me divirto bastante, entre outros lazeres (sou de outra galáxia mas também sou gente!), com minhas vindas aqui. Por que eu quereria mais?
Ainda, para não achares que eu estou brabinho (minhas considerações são sobre aquele assunto, apenas!):
Hou!... Eu já estava assustado. Agradeço por me tranquilizares!
considero sua participação importante para o grande tema de fundo deste fórum. E se eu tivesse que escolher aliados para minha causa, acho que não terias dúvida sobre sua participação na batalha.

Deixe de conveeeeersa... Não queiras roubar minha cena.
Feynman, eu estava a rever pontos atrasados aqui no tópico. Respostas ao Martuchelli e a você mesmo. Ao passar por eles mais detidamente, algo mais adiantarei. Veremos o resultado em ti.