Autor Tópico: Comissão da Verdade  (Lida 23759 vezes)

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Comissão da Verdade
« Online: 11 de Maio de 2012, 00:43:45 »
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Dilma anuncia integrantes da Comissão da Verdade

Ex-advogada da presidenta na época da Ditadura está entre os escolhidos; comissão será instalada oficialmente no dia 16

A presidenta Dilma Rousseff anunciou nesta quinta-feira os sete integrantes da Comissão da Verdade. Os nomes foram escolhidos pela própria presidenta a partir de critérios como conduta ética e atuação em defesa dos direitos humanos, segundo o porta-voz da Presidência da Repúlbica, Thomas Traumann. O convite a cada um foi feito pessoalmente por Dilma, que recebeu os sete em audiências hoje no Palácio do Planalto. Ainda não há informações sobre quem presidirá o colegiado.

A Comissão da Verdade será instalada oficialmente no dia 16 de maio, às 11h, em uma cerimônia em que estarão presentes os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. “Todos já confirmaram presença, numa demonstração de que a Comissão da Verdade não é uma comissão de governo, e sim de Estado”, avaliou o porta-voz.

Os nomeados foram José Carlos Dias (ex-ministro da Justiça), Gilson Dipp (ministro do Superior Tribunal de Justiça), Rosa Maria Cardoso da Cunha (advogada), Cláudio Fontelles (ex-subprocurador-geral da República), Paulo Sérgio Pinheiro (diplomata), Maria Rita Kehl (psicanalista) e José Cavalcante Filho (jurista). Os integrantes foram apresentados por Traumann e seus nomes serão publicados amanhã no Diário Oficial da União.

A Comissão da Verdade vai apurar violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar (1964-1988). O grupo terá dois anos para ouvir depoimentos em todo o país, requisitar e analisar documentos que ajudem a esclarecer as violações de direitos. De acordo com o texto sancionado, a comissão tem o objetivo de esclarecer fatos e não terá caráter punitivo.

A comissão vai aproveitar as informações produzidas há 16 anos pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e há dez anos pela Comissão de Anistia.

A lei que cria a Comissão da Verdade foi sancionada em novembro do ano passado. Por lei, estão excluídas pessoas que tenham cargos executivos em partidos políticos, que “não tenham condições de atuar com imparcialidade no exercício das competências da comissão” ou “estejam no exercício de cargo em comissão ou função de confiança em quaisquer esferas do Poder Público”.

Veja a composição

Cláudio Fonteles – Foi procurador-geral de República entre 2003 e 2005. Fonteles atuou no movimento político estudantil como secundarista e universitário e foi membro grupo Ação Popular (AP) que comandou a União Nacional dos Estudantes (UNE) na década de 60.

Gilson Dipp – foi corregedor do Conselho Nacional de Justiça e ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). É ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde 2011. Dipp é jurista e gaúcho de Passo Fundo.

José Carlos Dias – Foi ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso. Advogado criminalista, também foi secretário de Justiça do estado de São Paulo no governo Franco Montoro. Atualmente é conselheiro da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo, da qual foi presidente.

José Paulo Cavalcante Filho - Advogado, escritor e consultor. Foi ministro interino da Justiça e ex-secretário-geral do ministério da Justiça no governo José Sarney. É consultor da Unesco e do Banco Mundial. Foi presidente do Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade) entre 1985 e 1986.

Maria Rita Kehl – psicanalista, cronista e crítica literária. Foi editora do jornal Movimento, um dos mais importantes entre as publicações alternativas que circularam durante o período militar. Trabalhou nos principais veículos de comunicação do país. É autora de seis livros e vencedora do Prêmio Jabuti.

Paulo Sérgio Pinheiro – diplomata e professor da Universidade de São Paulo (USP), Pinheiro foi secretário especial de Direitos Humanos no governo Fernando Henrique Cardoso. Participou do grupo de trabalho nomeado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsável por preparar o projeto da Comissão da Verdade. É Relator da Infância da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Rosa Maria Cardoso da Cunha – Advogada criminalista, professora e escritora. Especializou-se na defesa de crimes políticos, com intensa atuação nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, onde trabalhou, especialmente, junto ao Superior Tribunal Militar e Supremo Tribunal Federal. Atuou como advogada de diversos presos políticos, entre eles, a presidenta Dilma Rousseff.

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2012-05-10/dilma-anuncia-integrantes-da-comissao-da-verdade.html

A notícia abaixo é do ano passado mas ela serve para esclarecer alguns pontos.

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Entenda como atuará a Comissão da Verdade

Órgão pretende esclarecer violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988

Após quase dois anos de polêmicas e negociações, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (21) a criação da Comissão Nacional da Verdade, que pretende esclarecer violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988.

Desde que foi proposto, no entanto, o texto que cria a comissão foi alterado em vários pontos, principalmente para atender às queixas de militares. Eles temiam que a comissão ferisse a Lei da Anistia, que impede a responsabilização penal por crimes políticos ocorridos durante a ditadura militar (1964-1985), e exigiam que a comissão também tratasse de organizações de esquerda que aderiram à luta armada.

A BBC Brasil preparou uma série de perguntas e respostas sobre a comissão.

Quais serão as atribuições da Comissão da Verdade?
A comissão terá como finalidade "examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos" praticadas entre 1946 e 1988, "a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional".

Para isso, a comissão deverá analisar casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres, ainda que ocorridos no exterior. Também deverá identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as instituições e as circunstâncias relacionados à prática de violações de direitos humanos, assim como suas eventuais ramificações nos aparelhos estatais e na sociedade.

A comissão deverá ainda encaminhar aos órgãos públicos competentes todas as informações que possam auxiliar na localização e identificação de corpos e restos mortais dos 140 desaparecidos políticos do período.

A Comissão terá o poder de punir ou recomendar que acusados de violações sejam punidos?
Não. Em abril de 2010, instado por ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Supremo Tribunal Federal decidiu por sete votos a dois que a Lei da Anistia, de 1979, não deveria ser alterada para possibilitar a responsabilização penal dos indivíduos envolvidos em crimes como a tortura – ou como em ataques terroristas, no caso dos adeptos da luta armada.

A decisão enterrou a possibilidade de que a Comissão da Verdade tivesse qualquer poder punitivo.

Quais foram as mudanças na comissão aprovada em relação à proposta anterior, apresentada em 2010?
A proposta anterior fazia menção à "repressão política", expressão retirada do novo texto. Diferentemente da versão de 2010, a atual prevê o "exame" (e não mais a "apuração") de violações aos direitos humanos.

O período analisado pela comissão também foi alterado: em vez de englobar apenas o regime militar (1964-1985), o grupo tratará dos fatos ocorridos entre 1946 e 1988.

Quem integrará a comissão?
A comissão terá sete membros nomeados pela presidente Dilma Rousseff "de reconhecida idoneidade e conduta ética, identificados com a defesa da democracia e institucionalidade constitucional, bem como com o respeito aos direitos humanos".

Como a comissão atuará?
Os integrantes terão acesso a todos os arquivos do poder público sobre o período e poderão convocar vítimas ou acusados de violações para depoimentos, ainda que convocação não tenha caráter obrigatório.

Ao fim de dois anos, prazo de atuação do grupo, a comissão poderá publicar um relatório com seus principais achados.

O grupo não terá, todavia, a obrigação de divulgar tudo o que descobrir. Caso elabore uma lista com nomes de torturadores, por exemplo, a comissão pode optar por encaminhá-la somente à presidente e ao ministro da Defesa.

Quais as principais críticas à comissão?
Ativistas que defendem a investigação de crimes cometidos durante a ditadura afirmam que, sem o poder de punir, a comissão não colaborá para que se faça justiça.

Dizem ainda que o longo período contemplado pela comissão impedirá uma análise aprofundada da época em que houve mais violações, a ditadura militar.

Já alguns militares e policiais temem que o grupo não dê o devido peso aos crimes cometidos por organizações esquerdistas e se queixam por não terem representantes na comissão.

Eles ainda afirmam que os trabalhos podem "reabrir feridas" na sociedade brasileira.
Para alguns analistas, a comissão disporá de prazo muito curto (dois anos) e terá poucos integrantes para concluir seu trabalho de forma satisfatória.

O modelo já foi testado em outros países?
Sim. Segundo pesquisa de Simone Rodrigues Pinto, professora da Universidade de Brasília, desde 1974, mais de 20 comissões semelhantes foram criadas no mundo todo. Na África do Sul, a comissão ajudou a esclarecer violações de direitos humanos ocorridas sob o regime do apartheid.

Também foram instaladas comissões em nações sul-americanas como Argentina, Chile e Peru – nesses países, no entanto, alguns militares, policiais e até ex-presidentes foram presos após os trabalhos.

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/entenda-como-atuara-a-comissao-da-verdade/n1597222406077.html

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Offline _Juca_

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #1 Online: 11 de Maio de 2012, 08:14:36 »
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...nesses países, no entanto, alguns militares, policiais e até ex-presidentes foram presos após os trabalhos.

Essa é a grande diferença, aqui vamos saber das barbaridades, mas os bárbaros vão continuar sentadinhos no seu sofá, curtindo a aposentadoria...

Offline Diegojaf

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #2 Online: 11 de Maio de 2012, 08:22:40 »
Ou os mandatos... ::)
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Offline Pregador

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #3 Online: 11 de Maio de 2012, 13:14:11 »
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...nesses países, no entanto, alguns militares, policiais e até ex-presidentes foram presos após os trabalhos.

Essa é a grande diferença, aqui vamos saber das barbaridades, mas os bárbaros vão continuar sentadinhos no seu sofá, curtindo a aposentadoria...


Bárbaros investigando bárbaros...
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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #4 Online: 11 de Maio de 2012, 19:44:31 »
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A Comissão da Verdade será instalada oficialmente no dia 16 de maio, às 11h, em uma cerimônia em que estarão presentes os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.


Sem comentários.... :lol:

Offline Geotecton

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #5 Online: 11 de Maio de 2012, 21:20:57 »
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A Comissão da Verdade será instalada oficialmente no dia 16 de maio, às 11h, em uma cerimônia em que estarão presentes os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.
Sem comentários.... :lol:

Sob o ponto de vista intelectual, quase todos são uma nulidade. A exceção é FHC.
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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #6 Online: 11 de Maio de 2012, 23:59:27 »
O pior é que chamam de "Comissão da Verdade" mas na abertura estarão presentes o Collor, Sarney e o Lulla. :lol:

Offline _Juca_

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #7 Online: 12 de Maio de 2012, 08:31:44 »
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A Comissão da Verdade será instalada oficialmente no dia 16 de maio, às 11h, em uma cerimônia em que estarão presentes os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.
Sem comentários.... :lol:

Sob o ponto de vista intelectual, quase todos são uma nulidade. A exceção é FHC.

Hmmm, preferência política detectada.  :P

Offline Dr. Manhattan

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #8 Online: 12 de Maio de 2012, 09:13:06 »
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A Comissão da Verdade será instalada oficialmente no dia 16 de maio, às 11h, em uma cerimônia em que estarão presentes os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.
Sem comentários.... :lol:

Sob o ponto de vista intelectual, quase todos são uma nulidade. A exceção é FHC.

Hmmm, preferência política detectada.  :P

 _Juca_, goste ou não do FHC (e eu não gosto), é preciso reconhecer que a afirmação do Geo é verdadeira. Note que atributos intelectuais não tornam uma pessoa automaticamente um bom governante. Ouvi dizer, por exemplo, que o Figueiredo era um dos melhores estudantes da academia militar na sua época, e foi um péssimo presidente. Na verdade, quem parece estar deixando transparecer um viés político é você.
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Alan Watts

Offline Geotecton

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #9 Online: 12 de Maio de 2012, 09:19:21 »
Eu diria a mesma coisa sobre o _Juca_ se não fosse pelo smiley:P
« Última modificação: 12 de Maio de 2012, 14:57:50 por Geotecton »
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Offline Dr. Manhattan

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #10 Online: 12 de Maio de 2012, 09:22:40 »
Ai é! :P
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Alan Watts

Offline _Juca_

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #11 Online: 12 de Maio de 2012, 19:45:19 »
Eu coloquei smiley justamente pra não parecer que estava dando uma conotação pejorativa ao comentário do Geo, também acho FHC um grande político e intelectual, e foi grande presidente, apesar das grandes ressalvas que eu faço na sua administração. Tivesse o PSDB um corpo político mais qualificado, na altura dele, com certeza seu governo teria saído com uma aprovação mais decente.

Offline Vento Sul

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #12 Online: 13 de Maio de 2012, 02:02:35 »
Sei não... essa comissão... segundo  a Folha, os militares aprovaram... então... sei não...
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Resumindo: Ou acreditamos em mágica ou não!
 
 
 
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Offline Geotecton

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #13 Online: 13 de Maio de 2012, 12:05:45 »
Eu coloquei smiley justamente pra não parecer que estava dando uma conotação pejorativa ao comentário do Geo...

 :ok:
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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #14 Online: 13 de Maio de 2012, 12:15:51 »
Sei não... essa comissão... segundo  a Folha, os militares aprovaram... então... sei não...

Qual o problema? Quem sabe agora eles falem do lado deles da moeda, quem sabe coloquem a público tudo o que sabem sobre os "defensores de democracia cubana".

Acho que tem muita gente que não gostará disso.

Offline Derfel

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #15 Online: 13 de Maio de 2012, 13:04:26 »
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A Comissão da Verdade será instalada oficialmente no dia 16 de maio, às 11h, em uma cerimônia em que estarão presentes os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.


Sem comentários.... :lol:
Você notou que foram convidados todos os ex-presidentes ainda vivos?

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #16 Online: 13 de Maio de 2012, 13:17:58 »
Claro...

Se convidarem o Jânio Quadros e o Figueiredo vão precisar de umas caixas para as ossadas.

Offline Unknown

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #17 Online: 14 de Maio de 2012, 23:56:49 »
Comissão da Verdade não vai punir, diz integrante

O comissário da ONU Paulo Sérgio Pinheiro – nomeado nesta semana para Comissão da Verdade no Brasil – deixou claro em entrevista à BBC Brasil que "punir" responsáveis por crimes cometidos durante o regime militar não é o objetivo do grupo.

"Não é papel de nenhuma Comissão da Verdade processar ou punir. Isso é trabalho para o Judiciário", disse Paulo Sérgio Pinheiro.

O jurista observa que a Lei da Anistia de 1979 – que até hoje impediu a punição de agentes do Estado envolvidos em crimes da ditadura – é um "fato" que a comissão não tem mandato para questionar.

"Nosso mandato é para escrever um relatório, mas não seremos nós que definiremos o destino desse documento. O relatório vai ter sua vida própria e eu não tenho como prever o que vai acontecer", diz.

Jurista com respeitada carreira acadêmica (hoje é professor na Brown University, no Estados Unidos) e ampla folha de serviços prestados à Comissão de Direitos Humanos da ONU (atualmente preside o comitê que investiga violações de direitos humanos na Síria), Pinheiro era desde o início apontado como presença certa na lista da presidente Dilma Rousseff para compor a Comissão da verdade.

Pinheiro diz que o Brasil deve aproveitar a experiência acumulada por outras nações em suas Comissões da Verdade para aprimorar o trabalho no Brasil.

"Desde o início do projeto acho que ele (o Brasil) se beneficiou da experiência de 40 diferentes 'comissões da verdade' criadas ao redor do mundo desde os anos 80. Acredito que podemos aprender com comissões recentes, como a do Paraguai; ou do Uruguai, que teve uma grande participação das universidades; ou do Peru", afirma.

BBC Brasil - Quando o Brasil é comparado com outros países do Cone Sul, é comum dizer que estamos atrasados em relação a eles no que diz respeito a lidar com os crimes contra os direitos humanos de regimes autoritários. É justa essa avaliação?

Pinheiro -
É uma avaliação justa porque estamos criando essa Comissão da Verdade apenas 27 anos depois do fim da ditadura. Mas é injusto dizer que nada aconteceu durante o período democrático, porque em 1995 houve a decisão do Congresso de reconhecer a responsabilidade do Estado pelos crimes praticados por agentes da ditadura.

Depois disso, no governo de (Fernando Henrique) Cardoso, a Comissão de Mortos e Desaparecidos foi criada e diversas reparações foram pagas. E durante o governo Lula o mandato dessa comissão foi ampliado. Também nesse período muitos arquivos foram abertos e muita informação foi reunida. Eu acho que a Comissão da Verdade não vai começar do zero: há muito trabalho que já foi feito nesse período.

BBC Brasil - Mas a criação da Comissão em si, por que foi tão lenta se comparada a outros países?

Pinheiro -
Eu não acredito que o estabelecimento de Comissões da Verdade em outros países da América Latina tenha sido um processo fácil. Olhe o caso da Argentina, por exemplo: desde o governo (de Raúl) Alfonsín houve vários avanços e recuos. Acho que nós chegamos tarde com a Comissão da Verdade, mas não sei de nenhum país latino-americano que tenha pago compensações para (os familiares dos) desaparecidos. Acho que o Brasil é a única democracia que faz isso.

BBC Brasil - O senhor acredita que alguém vai ser efetivamente punido com base nos trabalhos ou nas conclusões da comissão?

Pinheiro -
Não é papel de nenhuma Comissão da Verdade processar ou punir. Isso é trabalho para o Judiciário. Nenhuma Comissão da Verdade no mundo jamais levou supostos criminosos a julgamento.

Nossa função é apurar os fatos e circunstâncias e oferecer isso como uma fotografia honesta, complexa e completa de uma história que normalmente é contada com preconceitos e com viés ideológico. Acho que precisamos nos confrontar com a verdade. O trabalho da comissão vai ser também um exercício de contar a verdade.

BBC Brasil - Mas essas conclusões poderiam ou deveriam ser usadas depois como um meio de punir pessoas responsáveis?

Pinheiro -
Essa não é nossa função. Se isso acontecer, vai ser de responsabilidade de outras instituições. Nosso mandato é para escrever um relatório, mas não somos nós que definiremos o destino desse documento. O relatório vai ter sua vida própria e eu não tenho como prever o que vai acontecer.

BBC Brasil - A Lei da Anistia vai ser tema de discussão da comissão?

Pinheiro -
Não é parte de nosso mandato. Acho que a Lei da Anistia é uma realidade, um fato. A lei que estabeleceu a Comissão da Verdade descreve assim a Lei da Anistia. Não posso falar por meus outros seis colegas na comissão, mas não acho que ninguém esteja muito inclinado em iniciar controvérsias ou polêmicas a respeito da Lei da Anistia.

BBC Brasil - Agora, como estamos chegando mais tarde, o que se pode aprender com a experiência de outras comissões que já atuaram em outros países?

Pinheiro -
Desde o início do projeto acho que ele (o Brasil) se beneficiou da experiência de 40 diferentes comissões da verdade criadas ao redor do mundo desde os anos 80. Acredito que podemos aprender com comissões recentes, como a do Paraguai; ou do Uruguai, que teve uma grande participação das universidades; ou do Peru. Aprendemos bastante com essas comissões e com certeza elas vão continuar a nos inspirar.

BBC Brasil - Mas algo em particular, talvez não tão óbvio ou de senso comum, que o senhor tenha observado em outras comissões deve servir de exemplo?

Pinheiro -
Acho que faz muita diferença quando o governo (no poder enquanto a comissão atua) tem uma política de direitos humanos. E podemos ver no Brasil que existe há mais de 18 anos o compromisso por parte do Governo Federal em implementar uma política de direitos humanos.

Isso não significa que não tenhamos no Brasil violações dos direitos humanos, mas faz uma grande diferença o fato de os governos de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff terem um compromisso real no que diz respeito à revelação das verdades do regime autoritário. Eu acho que a vontade política deles, em termos de avançar com esse processo, foi uma contribuição fenomenal. E isso só é possível em um regime democrático.

BBC Brasil - O Brasil de fato tem hoje liberdade de expressão e não há sinais de violações dos direitos humanos por questões políticas. Mas como o senhor disse ainda é um país com sérios problemas de direitos humanos se considerarmos, por exemplo, a violência policial ou condições sócio econômicas. Levando isso tudo em consideração o quanto o país avançou globalmente no que diz respeito aos direitos humanos?

Pinheiro -
Eu acho que há uma diferença drástica porque nestes últimos governos não houve uma negação dos problemas de direitos humanos. Diversos países negam o problema, dizem simplesmente que ele não existe. No Brasil, há transparência.

Não há um único jornalista na cadeia no Brasil e acho que isso é um grande avanço comparado a outros países na região. Políticas públicas também conseguiram tirar 20 milhões de pessoas da pobreza. E embora ainda haja violência policial, acredito que reformas importantes tenham sido feitas e que haja um reconhecimento muito maior do problema hoje em dia.

Hoje no Brasil há uma rede extraordinária de movimentos sociais em todos os frontes - seja na questão racial, feminina, homossexual, de crianças... - e acredito que essa própria Comissão da Verdade é em grande parte fruto de pressões da sociedade civil.

BBC Brasil - Tradicionalmente sabemos que a história é contada pelos vencedores. Sem procurar questionar aqui a ética ou a correção dos membros da comissão, há um predomínio de pessoas que se opuseram ao regime militar. Será que há o risco de a história como sempre ser contada pelos vencedores?

Pinheiro -
Bom, na verdade se esse for o critério não somos nós os vencedores. A maioria das pessoas na comissão está entre a vítimas do regime autoritário. Mas isso me parece uma redução da realidade à existência de dois lados que na verdade não existem. Existe apenas um lado nessa realidade, que é o que foi reconhecido em 1995: que o Estado cometeu crimes violando os direitos humanos e que é obrigação do Estado buscar a verdade a respeito disso.

Acredito que meu seis colegas têm diferentes trajetórias na vida, mas não acredito que ninguém esteja interessado em preparar um relatório que seja uma vingança contra os militares envolvidos no regime autoritário. Acho que essa questão de 'dois lados' não é a maneira correta de ver o tema. A comissão está centrada nas vítimas e é o lado delas que interessa.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/05/120511_paulo_sergio_pinheiro_pc.shtml

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Offline Vento Sul

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #18 Online: 15 de Maio de 2012, 00:54:55 »
Claro...

Se convidarem o Jânio Quadros e o Figueiredo vão precisar de umas caixas para as ossadas.
Eles "baixariam", mas para isso teriam que convidar algum médium para a comissão :lol:
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Resumindo: Ou acreditamos em mágica ou não!
 
 
 
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Offline Fabrício

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #19 Online: 15 de Maio de 2012, 07:41:08 »
Claro...

Se convidarem o Jânio Quadros e o Figueiredo vão precisar de umas caixas para as ossadas.
Eles "baixariam", mas para isso teriam que convidar algum médium para a comissão :lol:

 :lol:
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Offline Osler

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #20 Online: 15 de Maio de 2012, 10:50:57 »
OUvindo hoje a Band News no carro o Ricardo Boechat comentou que ontem uma das integrantes falava que o foco da investigação vai ser os agentes do estado envolvidos com violações dos D.H.
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #21 Online: 15 de Maio de 2012, 19:29:18 »
OUvindo hoje a Band News no carro o Ricardo Boechat comentou que ontem uma das integrantes falava que o foco da investigação vai ser os agentes do estado envolvidos com violações dos D.H.

Por isso chamo de Comissão da Meia Verdade.

Querem "passar tudo a limpo", mas apenas o que interessa.


Offline Unknown

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #22 Online: 16 de Maio de 2012, 15:45:22 »
Emocionada, Dilma diz que ‘nunca pode existir história sem voz’

Presidenta instalou a Comissão da Verdade, que tem como objetivo investigar violações dos direitos humanos entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura

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Offline Barata Tenno

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #23 Online: 16 de Maio de 2012, 16:26:46 »
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Offline _Juca_

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Re:Comissão da Verdade
« Resposta #24 Online: 16 de Maio de 2012, 16:54:08 »

 

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