Juca, nosso trato com eles e o deles para conosco ou é igual ou é diferente?
É diferente, e existe um motivo para isso.
Essa assimetria de tratamento (Brasil tratando-os com muito cavalheirismo e boa vontade e recebendo coices em troca) se deve a um inusitado efeito colateral da ideologia dos governos em questão. O fato dos governos do Brasil e desses países coincidirem em ideologia, ao contrário do esperado, levou a essa assimetria ao invés de uma maior harmonia. Vou explicar:
Por vários motivos (que não interessa dissecar no momento), a ideologia esquerdista leva seus adeptos a olharem qualquer país maior, mais rico e poderoso do que o seu com muita desconfiança (exceto se esse país maior, mais rico e poderoso for comunista). A consciência de todo esquerdista está contaminada pela idéia da soma zero (se alguém é rico, outrem necessariamente deverá ficar pobre para permitir isso). Mesmo que conscientemente alguns saibam que isso não é verdade, inconscientemente o ranço, ressentimento ou inveja dos ricos/poderosos persiste mesmo quando não há nenhum motivo aparente para tal.
Em último caso, há uma necessidade de tentar espezinhar os países maiores para que estes países pequenos pareçam maiores e mais importantes do que são. Uma forma de tentar chamar a atenção.
Porém, o mundo não está dividido em 2 blocos. Há uma gradação dos países com relação à riqueza e poder: Os EUA são mais ricos e poderosos do que o Brasil, que por sua vez é mais rico e poderoso do que os países vizinhos dos quais estamos falando.
O governo brasileiro, para "ganhar pontos" com a esquerdalhada, fica tentando espezinhar e contrariar os EUA em praticamente toda política externa, mas ao mesmo tempo trata com "ternura" os países vizinhos pobres, de governos esquerdista, pois estes seriam países "oprimidos" que precisam de ajuda.
Porém, para esses países pobres de governo esquerdista, o Brasil é um país poderoso, rico e maior - portanto mau! Daí, os governos ganham pontos com a esquerdalhada de lá se espezinharem e contrariarem o Brasil, da mesma forma que o Brasil faz com os EUA. Isso gera essa assimetria que vemos na nossa política externa atual.
