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Quanto a hipótese de que a maior parte da população que aprecia esses programas de entretenimento da televisão aberta é formada por pessoas com baixa instrução formal, apesar de não ter nenhuma evidência, acho muito provável.
Cara Laura
O que eu defendo é a possibilidade da população ter mais opções de lazer cultural. Mas, com raras exceções, isto não interessa aos mantenedores do status quo porque implica em custos finais mais elevados, pois demanda um maior grau de instrução formal e cultural para a população. Ou seja, mais dinheiro para resultados de longo prazo que são, no geral, os de menor retorno eleitoreiro (políticos) e financeiro (capitalistas de visão curta em relação à cultura).
Geotecton, também adoraria que a população, especialmente a de baixa renda e instrução, tivesse mais acesso a outras opções de lazer cultural. Mas dentro do nosso atual quadro político e social, não vejo como isso seria possível e sem a menor perspectiva dessa realização, não consigo achar errado e nem mesmo desaconselhável que essas pessoas recorram a essas fontes de entretenimento.
Não consigo imaginar uma só razão de porque essas mesmas pessoas estariam menos alienadas se apenas deixassem de ver televisão. Algum palpite?
O ideal é que as pessoas desenvolvam um maior espírito crítico.
Concordo, mas acredito que o mesmo só possa ser desenvolvido através da educação, não apenas da educação formal tradicional, mas do desenvolvimento do raciocínio lógico e capacidade de reflexão crítica. E, pelo que é possível supor através de sua argumentação, isso não interessa aos mantenedores do
status quo (descritos por você como políticos e capitalistas de visão curta em relação à cultura), logo a população* de baixa renda, dependente da rede pública de ensino e com acesso apenas a distribuição gratuita de conteúdo cultural, nunca será capaz de ter acesso ao tipo de informação capaz de fomentar o espírito crítico. É isso?
*com exceção de uns poucos, que por esforço e/ou maior inteligência, conseguem emergir do limbo cultural em que nasceram.