Não me referia à vaidade, que aliás considero até saudável, inclusive nos homens, mas paranóia mesmo - um excesso de preocupação com a aparência, que parece ocupar o centro das atenções femininas na maior parte do tempo (em média). Essa é minha impressão. Outra é que a vaidade masculina está mais ligada à aparência do que se supõe, embora sem comparações.
DOUBT, estou há dias querendo te responder, mas estava bem ocupada… finalmente consegui.
Penso que a paranóia estética é um dos graus da vaidade, possivelmente o último. As mulheres são induzidas desde muito cedo a acreditar que a boa aparênia será o seu melhor atributo. Deixe eu exemplificar:
O que ensinam os ícones femininos infantis, das gerações já adultas hoje. (Nos últimos anos, com uma reformulação das animações infantis, isso já melhorou bastante):
Fonte:
http://thesocietypages.org/socimages/2009/10/25/disney-princesses-deconstructed/E alguns mães e pais… (forcei a barra pegando um exemplo bem extremo, mas já que estamos falando de paranóia, loucura pouca é bobagem):
http://www.youtube.com/v/0q6AbBz8FPw#!As apresentadoras infantis, a boneca Barbie, o exemplo diário de mães já imersas nessa paranóia estética; o que esperar de uma menina que cresce sobre essa influência? E se isso ocupar a maior parte do tempo dela, sobrando muito pouco para o seu desenvolvimento em qualquer outra área? E se quando ela crescer não se parecer com uma
garota da capa, como ela vai se sentir?
Em uma de suas campanhas, a Dove lançou dois vídeos interessantes sobre o tema:
http://www.youtube.com/v/Ei6JvK0W60IAqui vale uma informação adicional; o vídeo é uma produção londrina para o mercado local, a protagonista é uma menina ruiva e os ingleses possuem um certo preconceito para com os ruivos (um absurdo da idiossincrasia local, porque ruivos e em especial ruivas, são lindos e criança ruiva, então... é de chorar). Enfim, ser um
ginger, como são chamados lá, não é muito legal e existe até um termo para designar essa aversão aos ruivos,
"gingerism".
http://www.youtube.com/v/hibyAJOSW8UO fato é que com os procedimentos estéticos cada vez mais modernos, mas que nem todos podem bancar e o uso excessivo de photoshop nas modelos as pessoas estão se habituando (ou já estão habituadas) com padrões estéticos quase inatingíveis. Aqui tem uma reportagem sobre a tal paranóia (nem precisa ler, as imagens falam por si):
http://www.istoe.com.br/reportagens/48144_A+PARANOIA+DA+BELEZA+INATINGIVEL----
Edit: A fonte da imagem das princesas está de difícil leitura, então lá vai:
1937 - Sua sexualidade nascente é uma ameaça para outra mulher, então ela é morta. Sua única qualidade, beleza física, é o que a salva no final.
1959 - Entronada no berço para solidificar uma posição política, ela é morta por uma outra mulher sem nenhum motivo. Seu dono, quer dizer, noivo, a salva com um beijo. Novamente, o sexo é sua única salvação.
1992 - Esta princesa precisa se casar para satisfazer as exigências da lei. Sua relutância causa muita dor de cabeça a seu pai poderoso. Ela é escravizada por um homem poderoso e salva pela esperteza de um moleque de rua.
1989 - Esta drasticamente muda sua aparência física para tornar-se mais atraente para os homens. O preço é que não pode falar. Sem problemas, ela não tem nada de importante pra dizer mesmo. É salva por um príncipe.
1991 - Salva a vida de um príncipe. Com sua única qualidade, sua sexualidade.
1950 - Um príncipe a salva de condições de vida terríveis. Ele faz isso não por que ela dá duro, mas porque é linda.