E é só por isso que a coisa complica. Vou ser sincero agora então, não sendo porta voz "do movimento", é opinião pessoal. Eu sei que é complicado querer que o estado legisle para a promoção social de um grupo, que legisle valores morais. Mas como resolver então se é isso oq ue faltam a todas as minorias? Precisamos ser promovidos a categoria de cidadão pleno não só de direito mas de reconhecimento social, o que não acontece, e se você for sincera vai admitir isso.
É função do Estado possibilitar a igualdade, não obrigá-la.
Não disse que é a função do estado, disse que é o que precisamos enquanto grupo que reivindica direitos e igualdade. Você havia perguntado o que nós achamos que precisamos alcançar para além dos direitos legais, eu disse, uma maior aceitação social. Mas até aqui ainda não havia dito como...
Gay, negros ainda são vistos por grande parte da população como escória ou ao menos como algo não natural e de grande estranheza. No que isso me afeta? Em tudo, um gay mais afeminado ou uma travesti pode não conseguir determinados empregos, não posso expressar meus sentimentos em público, corro o risco real de ser agredido pelo simples fato de ser quem sou.
[...]
Todas as pessoas podem ter empregos negados por qualquer motivo e todas as pessoas também podem ser agredidas por qualquer motivo. Já existem leis que proíbem a distinlção por gênero, raça e credo, recorra à justica com um bom advogado se alguem te privar de um direito, não obrigue ninguém a priori.
Uma negação do problema dos homossexuais não nos ajuda muito, todo mundo sabe, se for sincero que esse grupo é mais discriminado que os grupos héteros. Todo mundo sabe também que essas leis existem que não estão funcionando para melhorar a situação desses grupos. Se você nega essas primeiras duas questões não haverá mais discussão que se desenvolva. Se você por outro lada aceita que as minorias tem tratamento social desigual então podemos tentar conversar sobre qual seria a melhor forma de resolver isso.
Não dá para criar a lei "Gays e héteros tem o direito de se beijar em publico". Mas eu quero esse direito que um hetrero tem, como se faz?
Não sei. Geralmente casais de qualquer tipo são proibidos de se beijarem em certos locais. Se o casal gay for impedido e o hetero não, cabe um processo de constrangimento ilegal contra quem o impediu. No caso, recomendo procurar um advogado.
Ah, faça-me um favor, ou vamos discutir sério, ou não vamos, nem você acredita nisso que está falando, se acredita, que bom pra você mas simplesmente não temos mais o que discutir.
Temos que mudar os costumes, temos que educar a população. A sociedade faz isso? NÃO!! Legislar por costumes não é dever do estado, mas favorecer uma educação inclusiva e realizar campanhas efetivas de promoção da igualdade ele poderia e não faz. E ai como resolvemos. Mesmo que possamos ter todos os direitos legais como casar e etc, vai faltar essa mudança de costumes na sociedade.
Isso é perigoso. Já ouviu falar das Aulas de Moral Cívica ministradas nas escolas durante a ditadura? Lembra-se do motivo? Isso mesmo, influenciar no modo que o povo pensa. A escola ensina e a família direciona, será impossível removar da cabeça dos religiosos, das famílias tradicionais ou dos conservadores sociais a 'inferioridade' dos gays.
Sinceramente, não vejo o perigo de uma democracia ensinar para as pessoas seus próprios preceitos, como o de que igualdade, mostrar que todo mundo é igual causaria que tipos de problemas? Agora, se vai adiantar ou não por causa da família não sei, mas é dever do estado.
Essa mudança a meu ver vai se dando por essa nossa tática invasiva e dura de nos fazermos ouvir e exigirmos sermos tratados como iguais.
Será? Como o Batata disse, o Jean Wyllys aparenta ser muito mais racional do que boa parte do movimentos LGBT. Mais inteligente é eleger deputados que defendem sua causa, assim como fazem os religiosos, os conservadores, os industriais, os esportistas...
Como já falei o Jean está lutando pelas mesmas coisas, está ajudando a articular o PLC, a criminalização da homofobia, tudo o que estamos discutindo aqui ele está tentando fazer passar como lei.
Os trechos:
Para isso vamos forçar o estado até a criar leis especiais no mínimo de proteção, e até de promoção. Mas o que importa na minha visão, não são as leis em sí serem aprovadas, mas é através da luta por elas que estamos fazendo as coisas mudarem na área dos costumes que é o que realmente importa.
Obrigamos as pessoas a nos verem, nos ouvirem, e se darem conta de nossa posição ainda desprivilegiada.
Então resumindo pra mim o mais importante não é a lei sair, não é saber se de fato é papel do estado ou não é, eu vou dizer que é e vou fazer o estado e a sociedade pensarem nisso, porque é isso e não a lei que está causando uma real mudança.
Contradizem com:
Então como resolver isso? Não dá, e eu sei disso, para o estado sair criando leis de costumes para cada coisa que não podemos fazer pelo preconceito enraizado na população. Não dá para criar a lei "Gays e héteros tem o direito de se beijar em publico".
Legislar por costumes não é dever do estado[...]
E presumo que juntos são contrários à pelo menos uma dezena de artigos da constituição e do código civil.
Novamente não entendeu. Tentarei ser mais claro, pessoalmente acho que NÃO é dever do estado legislar sobre costumes, e ainda assim, acho que como luta para ser ouvido tenho que tentar fazer o estado legislar sobre costumes...

Pelo menos no meu caso, não quero que o estado aceite, acho que pode negar, e estará correto em fazer, mas eu vou continuar gritando que ele tem que fazer, simplesmente para fazer todo mundo pensar sobre o assunto. Nessa de deve ou não deve, pode ou num pode, uns pedindo tais leis, outros mostrando sua inconstitucionalidade, nisso o importante pra mim já está acontecendo, que é fazer mostrar para as pessoas que há uma minoria que não aceita mais ser oprimida e que está lutando como pode para acabar com isso. Quem sabe com isso a população não venha a ficar mais ciente dos problemas dessa minoria, quem sabe para tentar resolver todo esse impasse jurídico o governo enfim não se proponha a fazer o que deve, que é propor uma educação que ensine a igualdade? Enfim, eu peço a lei, mas não porque acredito que ela deva existir, mas sim porque nos poe em pauta e mostra nossas reivindicações... É a força do lob em seus embates na sociedade que me interessa.