Quanto a venezuela em si é iportante lembrar que um dos fatores que favoreceu o fenômeno do Chavismo foi justamente a descrença do povo no sistema democrático devido a ausência de resultados mais plapáveis a população - coisa que vemos em diversos graus pelo mundo, inclusive aqui no Brasil.
Eu mesmo que participei de algumas campnahas políticas hoje voto muito mais por uma racionalização sobre a importância do sistema do que por acreditar de fato que quem está sendo eleito vá realmente fazer algo que reflita em melhora da socidade. Nas últimas eleições votei (para cargos executivos) sempre no menos pior.
Mas esse é justamente o maior paradoxo da democracia: ela só pode existir enquanto as pessoas acreditarem nela*. Não adianta ela existir
formalmente, com eleições e campanhas, se o povo não acreditar que os eleitos são seus representantes, e não seus salvadores. Os eleitores precisam acreditar que o poder emana de si e que exercido em seu nome. No Brasil dos anos 60 e (talvez, não conheço a realidade de lá) na Venezuela de hoje, os eleitores votam para
ceder o poder a algum líder salvador. Além disso, é preciso que se acredite também que, por pior que esteja sendo o exercício da democracia agora, ela tem o potencial de se auto-corrigir e que, além disso, a alternativa é muito pior. No final das contas, desconfio que talvez só seja possível estabelecer uma crença na democracia num país, se este tiver tido a experiência de um governo autoritário para comparar.**
*Por isso digo que a democracia é como a fada Sininho.

**Ou se a crença na democracia já fizer parte dos elementos de fundação do país, como nos EUA.