Vou relatar aqui algumas experiências que tive nos tempos em que eu praticava gnose.Gnose, segundo a teoria, é a arte de energizar os chackras , mantendo os centros de energia do corpo físico equilibrados. A prática consiste na morte em marcha do eu psicológico, mantendo sempre consciência do aqui/agora com o objetivo de eliminar os egos. Aliado a essa prática, temos o arcano, que é o ato sexual sem orgasmo. Voce faz sexo mesclado com meditação, e quando sente que o orgasmo está próximo, retira-se do ato e se coloca em posição de meditação de forma que conduza as energias concentradas do órgão genital para resto do corpo, via coluna vertebral.
Com isso os chackras vão se abrindo com o tempo, até atingir o coronário, do topo da cabeça, onde nos despertamos para a realidade absoluta, tornando-nos semi-deuses.
Eu pratiquei isso por oito meses.
Sofri pra caramba, mas queria saber se o que lia era realmente real ou não. Na verdade foi a ultima crença minha que botei um pouco de fé. Somente depois disso que me tornei agnóstico.
Pois bem... Durante esse período de prática, eu sentia que a energia acumulada dava uma reviravolta no meu corpo (afinal fazer sexo sem orgasmo [principalmente para o homem] por períodos prolongados pode, sim, desencadear algum tipo de surto...)
Eu sentia uma grande energia percorrendo minha coluna vertebral e fazendo girar os chackras. Quando o chackra do topo da cabeça era acionado, eu tinha uma sensação exatamente como a do desenho abaixo:
Dava a impressão que o topo da cabeça se abria e que a energia saia, causando uma espécie de expansão da consciência.
Enfim, quase tudo o que é relatado na gnose [ou fora dela] concernente a energias do corpo nesse aspecto, eu também senti.
Contudo, o fato de “sentir” algo, não quer dizer que esse algo exista. Os praticantes da meditação criaram esse nome “chackra” para coisas que sentem em pontos específicos do corpo, quando nessas práticas, mas não quer dizer que esses chackras realmente existam.
Tudo isso pode ter uma explicação fisiológica, que nada tenha de sobrenatural. Talvez um acumulo de hormônios redistribuídos pelo corpo e repousados em outras glândulas em função da energia não ter saído durante o orgasmo sexual. Fisiologicamente falando, não é uma área que eu poderia discorrer com segurança de informações.
Depois de oito meses de prática percebi que nada do que eu via em minhas projeções astrais correspondia com a realidade. As minhas alterações de consciência não me deixavam mais inteligente e nem me davam poderes sobrenaturais.
Nem mesmo os que se dizem “mestres” atualmente na gnose (mestres que eu conheci pessoalmente) conseguiam sequer curar uma gripe. O maximo que diziam era que sentiam um profundo amor pela humanidade, fortes energias e, principalmente, que sua identidade angelical era revelada por mestres internos, onde se diziam serem arcanjos encarnados. Nada mais que isso.
Mas em toda essa história de projeção astral, tem somente uma coisa me deixou encabulado.Parece que o fato de a pessoa ver o próprio corpo deitado é algo comum nessas experiências. Porque existe esse padrão em uma experiência de alucinação dessa natureza?
Na posição de agnóstico, digo apenas que “não sei”. Gostaria de ter mais informações de natureza cética sobre isso.