É bullshit sobre bullshit. Impressionante. O nível aqui está muito baixo.
Essa idéia de "erosão por compressão" é uma tremenda bobagem. Os blocos já saem das pedreiras com compactação máxima, isso significa que já ocorreu, no processo de litificação da rocha, a diminuição de porosidade devido ao peso até um ponto de equilíbrio que varia de acordo com o tipo de rocha. Dificilmente ocorrerá um esfarelamento da rocha sem comprometer a estrutura do bloco com o surgimento de trincas, rachaduras, infiltrações e presença de fungos/musgo. A erosão citada é a remoção de partículas de rocha pela ação da água e do vento. Mas, mesmo esfarelada, a rocha ainda continua compactada se não estiver em ação a água e o vento. Logo, "erosão por compressão" é bullshit.
Talvez por que postei um texto em inglês, o Meta pulou, deixou prá lá e seguiu dizendo as besteiras que ele coleciona nesses sites sensacionalistas.
O nível de fato está baixo. Por isso mesmo o nível requer uma explicação com figuras coloridas.
Olhe para as figuras abaixo. Imagine que os recortes são encaixes de dois blocos de pedra que se pretende por um sobre o outro.
Porém, devido ao uso de ferramentas primitivas, o trabalho não ficou perfeito. Como você pode ver há pequenas irregularidades na superfície da rocha que impedem o ajuste exato do encaixe.
O que vai ocorrer quando montarmos o conjunto?
Ocorrerá isso:
Toda a pressão resultante do peso da pedra estará necessariamente sobre as pequenas irregularidades que impedem a acomodação perfeita das superfícies dos dois blocos. Se não houver um esfacelamento imediato destas pequenas protuberâncias, a tendência é que o desgaste comece a ocorrer exatamente por estes pontos, levando a um melhor ajuste entre as superfícies e reduzindo progressivamente a pressão nas áreas de contato. (Lembrando que pressão é força por unidade de área!)
Agora observe bem estas duas pedras na figura abaixo, onde uma apoia seu peso na outra.
Essa foto eu peguei no Google. Apenas digitei "Camboinhas Canal" e de cara a gente já acha um belo exemplo do que eu estou te explicando. Porque eu sabia que nesse lugar há várias destas pedras que se encaixam assim.
Dessa vez eu delineei os contornos do encaixe pra ficar mais visível.
Agora pare e pense um pouco: como você imagina que estas pedras ficaram assim?
Opção A) Alguém que não tinha nada melhor pra fazer entalhou as pedras antes de as jogarem ali de qualquer jeito.
Opção B) Uma coincidência. Já vieram da pedreira assim: o recorte de uma a encaixava na outra.
Opção C) A foto ilustra um fenômeno natural de erosão que ocorreu sem intervenção humana e que prova - por ser um fato!, não uma hipótese - que tudo que você escreveu acima é uma tremenda bobagem.
Enfraquecendo a opção B há também
O FATO de que neste mesmo lugar há várias outras pedras que se encaixam assim. Eu até posso ir lá e fotografar. Ou você mesmo pode ir lá e constatar por si mesmo. Não fica longe da sua casa.
Então isso também aconteceu nos empilhamentos de pedras em Machu Pichu? Não, as pedras de Camboinhas não provam isso. Apenas demonstram que é uma possibilidade. E que tudo que você está dizendo está completamente errado.
Mas observe as imagems abaixo:
As da esquerda foram entalhadas e dispostas ali pelos mesmos caras que fizeram o que se vê na foto à direita. Dá para observar inclusive o mesmo padrão: blocos irregulares que são entalhados para serem encaixados no muro à medida em que o muro vai sendo levantado. Ao que parece eles não entalhavam previamente as pedras, apenas quando iam colocar uma nova "peça" no quebra-cabeças em forma de parede, é que esculpiam a pedra para que ela mais ou menos se acomodasse no lugar onde deveria ser posta.
Então a única diferença significativa entre o trabalho que se vê na foto da esquerda e o da foto da direita, está no tamanho e no peso das pedras. O que deveria levar um ser raciocinante a questionar: então não seria justamente isso que está fazendo a diferença entre uma coisa e outra?
Pois as duas construções fazem parte da mesma parede, usam o mesmo tipo de pedra, foram feitas ao mesmo tempo e pelas mesmas pessoas. Mas a parte do muro que não parece impressionante é justamente aquela composta por pedras muito menos pesadas, no topo, onde não há um peso esmagador sobre elas.
Coincidência? Pode ser. Talvez o sujeito tenha se dado ao trabalho de ser perfeccionista nas rochas com a altura de uma casa de dois andares, mas, na hora de empilhar as pequenas, já estava de saco cheio e decidiu fazer um serviço porco...
Mas olhe de novo essa imagem...
As de baixo tem mais de cem vezes o tamanho das pequenas, o que significa serem mais de um milhão de vezes mais pesadas. Imagine a pressão entre estes encaixes aumentando em cem vezes... Será que, ao longo de tempo, essa parte do muro ficaria como está até hoje, ou tenderia a haver uma compactação?
O que eu mostrei foi apenas um experimento provando que esse tipo de encaixe
PODE ocorrer desgastando as irregularidades entre as superfícies em contato de rochas muito pesadas. Pequenas irregularidades estas submetidas a uma pressão colossal. E
PODE ocorrer em pouco tempo!
Porque deveria ser óbvio que quando você mostra a alguém algo que ocorreu, isto deveria ser o bastante para ela entender que não é impossível que este algo ocorra.