Ainda não entendi qual o problema em importar a mão-de-obra cubana.
Por vários motivos.
Essa contratação passa por cima do CFM e a prova de capacitação de médicos formados no exterior, o revalida, a qual eles não precisarão prestar. Portanto, não há como saber a qualidade dos médicos que virão. O critério se baseia somente no "a medicina de Cuba é maravilhosa, portanto, vamos trazer médicos cubanos".
Essa medida é eleitoreira.
Por ano se formam 16000 médicos no Brasil. Então não é importando 6000 que você vai resolver o problema. A questão não é a falta de médicos, como alardeia essa corja para justificar a entrada de estrangeiros. A questão é a má distribuição deles, um assunto complexo que passa desde a tendência natural dos formados de permanecer em grandes centros como a completa falta de assistência e estrutura nas tais regiões com falta de médico. Não há plano de carreira, não há condições de trabalho. Não há sequer garantia que, passando em um concurso para trabalhar nessas cidades você vá receber o que foi acordado.
Um outro ponto a ser levantado é essa visão vendida implicitamente que encara os médicos cubanos como sacerdotes em uma missão em oposição aos "mercenários" médicos brasileiros. Eles são tão humanos quanto qualquer outro médico e também preferem condições mais vantajosas de trabalho e crescimento profissional.
Ou seja, se vierem 6000 cubanos para trabalhar nessas regiões carentes, não dou 6 meses para os mesmos 6000 (talvez com exceção de um ou outro) terem burlado o acordo e irem parar nas grandes capitais. Ninguém fica onde nenhum médico quer ir. Os cubanos não são santos e com eles não vai ser diferente.
Dessa forma é uma medida que não garante qualidade de atendimento, não faz nem cócegas demanda por médicos nas regiões necessitadas, não atinge o verdadeiro problema e, por fim, simplesmente vai aumentar esse mesmo problema, que é o inchaço de médicos nos grandes centros em detrimento de regiões mais carentes.