Me parece não ser isso que esta acontecendo no Brasil, provavelmente a motivação da criação de cotas assim seja a premissa de os negros ainda serem considerados representantes de uma classe de minoria social, por ainda serem vítimas ocasionais de preconceito e discriminação, e de não terem as mesmas oportunidades e condições que os brancos geralmente possuem.
Na verdade acho que é mais uma mistura de patrulhamento politicamente correto, incompetência do governo, demagogia, populismo barato, moda, falta de planejamento, legisladores ineptos, etc.
A outra possibilidade é que somos um país onde há discriminação, e, mais do que sermos cuidadosos e esperarmos séculos até a renda de cada grupo estar em pé de igualdade, é uma forma de agilizarmos o processo e criarmos ambientes onde haja maior diversidade. Ações afirmativas não são "populismo barato", não são nada "do PT", ou "de governos esquerdistas da América do Sul". Os EUA tem, por exemplo. Eu estou há um tempo para procurar estudos sobre e pensar mais a respeito, mas, cê sabe como é. Por hora, eu apoio por gut feeling, e minha própria experiência cotidiana de como a renda está mal distribuída (andar de trem no Rio é sempre triste) e as experiências de preconceito vividas no cotidiano.
Rocky Joe, no caso brasileiro, parecem populismo barato sim. Ações afirmativas podem ser positivas em outros países, mas do jeito que tem sido feitas no Brasil, são na maioria dos casos pura demagogia. Cria-se cotas, faz-se de conta que o problema foi resolvido.
Concursos públicos deveriam ser uma oportunidade igual para todos. Uma das exigências de um concurso público é a formação. Por que um branco, negro ou amarelo deveriam ser privilegiados em um concurso, se a princípio eles tem a mesma formação?
E quem disse que possuem a mesma formação?
O sistema de meritocracia não é 100% justo, pois os participantes partem na corrida ao sucesso com condições diferentes, aquele que nasce numa familha rica e branca, possui não só mais oportunidades do que negros e pobres devido ao que o dinheiro pode comprar, mas também recebe mais estimulos positivos devido a sua cor, (sabemos que ainda existe discriminação e preconceito racial no brasil), os bracos não sofrem discriminação ou preconceito por sua cor, os negro ainda sofrem, mesmo que em número reduzido se comparado a cinquenta anos atrás.
Neste caso, as chances de um branco auto-confiante devido aos estimulos positivos que recebem em relação a sua cor e com mais capacidade intelectual devido ao ensino superior que obteve por poder pagar, o colocaram em vantagem se comparado a um negro pobre. E as cotas estão ai para nivelar estas oportundiades e direitos para todos de conseguirem alcançar o sucesso mais igualmente apesar das diferenças.
O critério é outro problema. No Brasil existe muito racismo, inegável, mas se é para fazer cotas, que seja por critérios econômicos e não raciais.
Mas é graças ao racismo que existem cotas baseadas em critérios raciais. Assim como também existem por critérios econômicos devido a distribuição desigual da riqueza.
Não vejo motivo para que um branco pobre tenha menos motivos para entrar em um emprego público do que um negro pobre.
O branco pobre sofre por não possuir os mesmos recursos econômicos para lhe colocar em pé de igualdade com um branco rico, mas um negro pobre sofre não só por ser pobre, mas também por ser negro e por isso existem leis que o protegem mais, com o objetivo de atenuar esta desigualdade, que no negro pobre é ainda maior que no branco pobre.
Ok, a maioria dos pobres no Brasil é de pardos e negros, mas um critério social seria muito mais racional que um critério racial.
Pelo que eu saiba existem cotas para pobres, assim como existem para negros.
Abraços!