Tópico: Câmara aprova cotas para negros em concursos públicos

[Gaúcho]

As cotas sociais não dariam exatamente na mesma, dada a configuração racial da população mais pobre?

Não. Isso só seria verdade se todos os pobres do país fossem negros.

E mais, como controlar que brancos pobres não terão vantagens contra negros pobres?

Se ambos são pobres, nenhum tem vantagem sobre o outro. Pobre é pobre, independente da cor da pele.

E esse negócio de diminuir o nível do pessoal formado não parece taõ factível, já que para se formar a pessoa precisa passar nos exames do mesmo jeito. Existe um nível para se formar, e em geral ele não é baixo, principalmente em faculdades públicas.

É bem óbvio que existirá uma diferença entre aquele cara que se formou com notas máximas e aquele cara que se formou nas coxas, só estudando o suficiente para ficar na média. Existe um motivo para as notas escolares serem determinantes para um aluno cursar as melhores faculdades do mundo. Você não entra em Havard ou Yale com notas medianas, e é bem óbvio o porquê de eles quererem os melhores alunos.

[Barata Tenno]

Enem aponta diferenças entre alunos brancos e negros
Agência Estado12/08/201208h00



São Paulo - Recorte inédito de dados de desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 nas capitais do País, além de confirmar a distância entre as notas médias dos estudantes de colégios particulares e os de escolas públicas, revela o abismo que separa estudantes brancos e negros das duas redes.


Os números mostram que as notas tiradas pelos alunos brancos de escolas particulares no exame são, em média, 21% superiores às dos negros da rede pública - acima da diferença de 17% entre as notas gerais, independentemente da cor da pele, dos estudantes da rede privada e os da rede pública. O levantamento também aponta distorções entre os Estados. De acordo com especialistas, esse cenário é o reflexo da desigualdade social e também da diferença dos níveis de qualidade das redes estaduais.

Por sua vez, a nota média de negros que estudam em escola privada é 15% superior às dos negros da rede pública - próxima dos 17% entre todos os estudantes da rede particular e da rede pública. Embora em menor dimensão, a variação de desempenho entre negros e brancos dentro da escola pública também é desvantajosa para o primeiro grupo. Na média, os brancos têm médias 3% maiores que os negros. O fato de os negros terem rendimento menor do que os brancos, mesmo dentro da rede pública, tem explicações econômicas e pedagógicas, segundo a diretora do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.

Na questão econômica, segundo ela, a explicação é que "entre os pobres, os negros são os mais pobres". O lado pedagógico refletiria a baixa expectativa. "Em uma sala de aula, se uma criança negra começa a apresentar dificuldade, a professora desiste de ensiná-la muito mais rapidamente do que desistiria de um estudante branco." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2012/08/12/enem-aponta-diferencas-entre-alunos-brancos-e-negros.htm

[Gaúcho]

Interessante. Mas uma diferença de 3%, quando em condições iguais, não me parece justificar um sistema de cotas específico para essa parcela. Já 17%, entre estudantes da rede privada e pública, me parece mais grave.

[Barata Tenno]

Interessante. Mas uma diferença de 3%, quando em condições iguais, não me parece justificar um sistema de cotas específico para essa parcela. Já 17%, entre estudantes da rede privada e pública, me parece mais grave.

Concordo, mas também acho que 10% entre os estudantes universitários cotistas e não cotistas não serve como argumento pra justificar a contrariedade ao sistema de cotas. Ainda mais quando diploma não tem nota, num currículo, alguém formado com as melhores notas na USP tem o mesmo peso do cara que se formou com notas mínimas.

Outra, brancos pobres tem as vagas sociais, não estão perdendo nada, cotas raciais também exigem ter estudado em escola pública, negros ricos não entram nessa.

Quem perde é a classe média-alta.

[Skeptikós]

Justice - Discutindo ações afirmativas<a href="https://www.youtube.com/v/ATHvbqse8Fs" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/ATHvbqse8Fs</a>

Aula do curso de Harvard: Justice - Qual a coisa certa a fazer?

O professor Michael Sandel conta um caso judicial de 1996 em que uma mulher branca, Cheryl Hopwood, que não conseguiu vaga numa escola de Direito do Texas mesmo com notas mais altas do que as de alguns concorrentes que foram admitidos em virtude de cotas. Ela entrou na justiça com o argumento de que o programa de ações afirmativas da escola violava os seus direitos. Os estudantes discutem os prós e os contras da ação afirmativa. Será que devemos tentar corrigir as desigualdades das oportunidades escolares levando em conta a raça? Devemos procurar a compensação para injustiças históricas como escravidão e segregação? É válida a defesa da promoção da diversidade? Pode isto valer mais que o argumento de que os esforços e conquistas da estudante devem ter peso maior do que fatores que estão fora do controle dela e que são, portanto, arbitrários? Quando a missão declarada de uma universidade é aumentar a diversidade, negar a admissão de uma pessoa branca é uma violação de direitos?

Acho que este vídeo acima pode lançar uma nova perspectiva sobre o assunto em questão, ao meu ver, é uma ótima aula que vale a pena ser assistida.

Abraços!

[Fabrício]

Justice - Discutindo ações afirmativas<a href="https://www.youtube.com/v/ATHvbqse8Fs" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/ATHvbqse8Fs</a>

Aula do curso de Harvard: Justice - Qual a coisa certa a fazer?

O professor Michael Sandel conta um caso judicial de 1996 em que uma mulher branca, Cheryl Hopwood, que não conseguiu vaga numa escola de Direito do Texas mesmo com notas mais altas do que as de alguns concorrentes que foram admitidos em virtude de cotas. Ela entrou na justiça com o argumento de que o programa de ações afirmativas da escola violava os seus direitos. Os estudantes discutem os prós e os contras da ação afirmativa. Será que devemos tentar corrigir as desigualdades das oportunidades escolares levando em conta a raça? Devemos procurar a compensação para injustiças históricas como escravidão e segregação? É válida a defesa da promoção da diversidade? Pode isto valer mais que o argumento de que os esforços e conquistas da estudante devem ter peso maior do que fatores que estão fora do controle dela e que são, portanto, arbitrários? Quando a missão declarada de uma universidade é aumentar a diversidade, negar a admissão de uma pessoa branca é uma violação de direitos?

Acho que este vídeo acima pode lançar uma nova perspectiva sobre o assunto em questão, ao meu ver, é uma ótima aula que vale a pena ser assistida.

Abraços!

Esse cara é foda!! 

[Skeptikós]

Também acho, adorei este curso dele, assisti a todas as aulas. Recomendo a todos que façam o mesmo.

[Temma]

recomendo fortemente o livro dele "O que o dinheiro não compra", em que ele critica a submissão de todas as esferas da vida às regras de mercado, tão em voga entre os entusiastas do livre mercado.

[Fabrício]

recomendo fortemente o livro dele "O que o dinheiro não compra", em que ele critica a submissão de todas as esferas da vida às regras de mercado, tão em voga entre os entusiastas do livre mercado.

Não me parece ser o caso deste tópico. As críticas ou os fatores favoráveis às cotas são muito mais de cunho social do que "de mercado".

[Temma]

de fato, foi um off topic. é que me empolguei com os elogios ao Sandel 

[Skeptikós]

de fato, foi um off topic. é que me empolguei com os elogios ao Sandel 

Apesar de estar fora de tópico eu agradeço a sugestão. 

[Geotecton]

Suprema Corte dos EUA respalda o fim de critérios raciais em admissão de universidades do Michigan


Justiça garante ao estado direito de não aplicar políticas de ações afirmativas em instituições locais, apoiando decisão do eleitorado

Determinação também libera outros estados cujos eleitores decidam banir critérios raciais em suas universidades


MICHIGAN - A Suprema Corte dos EUA decidiu nesta terça-feira manter o banimento de ações afirmativas nas universidades estaduais do Michigan, determinando que os eleitores locais têm poder de decisão sobre o assunto. A definição, por 6 votos a 2, também remove empecilhos constitucionais também para estados que decidam por banir a aplicação de critérios raciais na adminissão de suas universidades, um movimento que começou na Califórnia em 1996.

Num referendo em 2006, 58% dos cidadãos de Michigan votaram pela proibição dos critérios raciais nos processos de seleção universitários. Em 2012, o Tribunal de Apelações de Cincinati anulou a votação alegando que a mesma violava a cláusula de proteção da igualdade da Constituição Federal.

Michigan é o oitavo estado americano a suprimir políticas de afirmação racial em suas faculdades. Falando em nome da maioria do Supremo, o juiz Anthony Kennedy disse que processos democráticos podem decidir sobre assuntos como esse. "Este caso não é sobre como o debate acerca de critérios raciais deve ser resolvido. É sobre quem deve resolvê-lo", disse Kennedy, segundo a agência de notícias AP.

O magistrado ressaltou que os eleitores haviam decidido por eliminar esses critérios raciais na admissão das universidades porque as consideram imprudentes. Kennedy disse que não há nenhum impeditivo na Constituição dos EUA, ou mesmo precedentes jurídicos, que pudessem conferir ao tribunal poder para anular o resultado de uma votação.

Em casos anteriores, incluindo um julgamento da Universidade do Texas, em junho, a Suprema Corte havia dito que as políticas de admissão por raça poderiam ser constitucionalmente permitidas nos estados que desejassem utilizá-las.

A juíza Sonia Sotomayor, que foi contrária à decisão do Supremo, disse que a corte virou as costas para decisões anteriores que proibiam os estados de eliminar remédios para a discriminação racial. Segundo ela, a Constiuição "não dá à maioria liberdade para retirar barreiras que protegem minorias raciais". Sotomayor citou ainda o declínio na parcela de estudantes negros e latinos em instituições como UCLA e Berkeley, ambas na Califórnia, onde a Proposição 209, aprovada em 1996, proibiu a aplicação de critérios de raça em suas universidades.

Fonte.

[Moro]

sempre passos e passos na nossa frente..

[Gabarito]

sempre passos e passos na nossa frente..

Ora, mas isso é o que se pode esperar.
Estamos andando para trás faz tempo. Lá também nos EUA, a Suprema Corte aprovou o financiamento privado de campanha no mês passado.
Aqui, a turma está trabalhando a todo vapor para aprovar o financiamento público de campanha. Como se já não bastasse tudo o que pagamos, vamos pagar agora campanhas política. Não é legal?

A corte americana caminhou no sentido contrário e derrubou os limites que havia para a contribuição individual a campanhas, segundo informa Adam Liptak, no New York Times. Foram estabelecidos em 1976 um limite de contribuição individual de US$ 46,8 mil a cada dois anos a todos os candidatos federais e outro de US$ 74,6 mil a comitês de partidos. O limite para um indivíduo doar para um candidato em particular segue sendo de US$ 2,6 mil.

Com esse financiamento público no nosso país tropical, além de extorquir ainda mais o cidadão, o caixa dois vai ser a alegria da galera.
E os partidos com maior bancada serão os maiores beneficiados.
Será que o PT não quer aumentar a boquinha?

[Rocky Joe]

Seguindo sua lógica (isto é, que eles andaram um passo a frete proibindo ações afirmativas), Madiba, eles não estariam um passo atrás de nós quando criaram ações afirmativas?

[Moro]

não, porque depois criamos as ações afirmativas. Pior do que errar é errar vendo os erros dos outros.

[Rocky Joe]

E nossa decisão viaja no tempo para que estejamos sempre um passo atrás deles?

Eh.

[Geotecton]

Seguindo sua lógica (isto é, que eles andaram um passo a frete proibindo ações afirmativas), Madiba, eles não estariam um passo atrás de nós quando criaram ações afirmativas?

Eles estão na nossa frente por causa da aplicação do princípio federalista e da atuação da Suprema Corte.

[Moro]

E nossa decisão viaja no tempo para que estejamos sempre um passo atrás deles?

Eh.

Não, quando um país está adiantado, ele costuma passar pelas bobagens e pelos acertos antes. Por exemplo, fomos o último país (salvo engano) a abolir a escravidão. Os outros países a aboliram antes, apesar de terem cometido o mesmo crime. (ação afirmativa não é crime, apenas contextualizando o exemplo)

[Barata Tenno]

sempre passos e passos na nossa frente..

Nem sempre, liberais estão reclamando muito dessa composição do supremo, dizendo que são muito conservadores e alinhados com lobbystas e o Tea Party. Enquanto o Brasil tomou a decisão certa de proibir financiamento de campanha por empresas, lá o supremo permitiu, valores ilimitados dando a grandes empresas tem direitos de cidadãos mas não os mesmos deveres.

[Rocky Joe]

Seguindo sua lógica (isto é, que eles andaram um passo a frete proibindo ações afirmativas), Madiba, eles não estariam um passo atrás de nós quando criaram ações afirmativas?

Eles estão na nossa frente por causa da aplicação do princípio federalista e da atuação da Suprema Corte.

É, isso é legal.

Não, quando um país está adiantado, ele costuma passar pelas bobagens e pelos acertos antes. Por exemplo, fomos o último país (salvo engano) a abolir a escravidão. Os outros países a aboliram antes, apesar de terem cometido o mesmo crime. (ação afirmativa não é crime, apenas contextualizando o exemplo)

Por não estar em Michigan e não saber o contexto não sei dizer se foi uma 'bobagem' ou não.

[Moro]

sempre passos e passos na nossa frente..

Nem sempre, liberais estão reclamando muito dessa composição do supremo, dizendo que são muito conservadores e alinhados com lobbystas e o Tea Party. Enquanto o Brasil tomou a decisão certa de proibir financiamento de campanha por empresas, lá o supremo permitiu, valores ilimitados dando a grandes empresas tem direitos de cidadãos mas não os mesmos deveres.

não sou contra o financiamento de campanhas por empresas. Mas realmente, o "sempre" na nossa frente é exagerado, foi apenas uma expressão de admiração. Troco por "frequentemente" na nossa frente.

[Barata Tenno]

sempre passos e passos na nossa frente..

Nem sempre, liberais estão reclamando muito dessa composição do supremo, dizendo que são muito conservadores e alinhados com lobbystas e o Tea Party. Enquanto o Brasil tomou a decisão certa de proibir financiamento de campanha por empresas, lá o supremo permitiu, valores ilimitados dando a grandes empresas tem direitos de cidadãos mas não os mesmos deveres.

não sou contra o financiamento de campanhas por empresas. Mas realmente, o "sempre" na nossa frente é exagerado, foi apenas uma expressão de admiração. Troco por "frequentemente" na nossa frente.

Como assim não é contra o financiamento de campanha por empresas?　Voce é a favor de empresas comprando candidatos?

[Geotecton]

sempre passos e passos na nossa frente..

Nem sempre, liberais estão reclamando muito dessa composição do supremo, dizendo que são muito conservadores e alinhados com lobbystas e o Tea Party. Enquanto o Brasil tomou a decisão certa de proibir financiamento de campanha por empresas, lá o supremo permitiu, valores ilimitados dando a grandes empresas tem direitos de cidadãos mas não os mesmos deveres.

No meu entender, a liberação total para as empresas é correto desde que as doações sejam registradas.

Eu acrescento que estes registros deveriam ser disponibilizados para toda a população.

[Moro]

sempre passos e passos na nossa frente..

Nem sempre, liberais estão reclamando muito dessa composição do supremo, dizendo que são muito conservadores e alinhados com lobbystas e o Tea Party. Enquanto o Brasil tomou a decisão certa de proibir financiamento de campanha por empresas, lá o supremo permitiu, valores ilimitados dando a grandes empresas tem direitos de cidadãos mas não os mesmos deveres.

não sou contra o financiamento de campanhas por empresas. Mas realmente, o "sempre" na nossa frente é exagerado, foi apenas uma expressão de admiração. Troco por "frequentemente" na nossa frente.

Como assim não é contra o financiamento de campanha por empresas?　Voce é a favor de empresas comprando candidatos?

Não acho que seja comprar, as empresas podem doar para as plataformas que lhe caem melhor,  assim como eu poderia doar para o candidato que mas me apraz.

A questão do deputado ser comprado por esse dinheiro tem muito mais a ver com o caráter do deputado do que a liberação da doação.

O problema é que não consigo deixar de ver as empreiteiras torrando os tubos com candidatos, só que agora por baixo do pano, fazendo com que a probabilidade de comprar o deputado seja muito maior, já que aceitaram fazer tudo de maneira escusa.