E quem disse que possuem a mesma formação?
Skeptikós, o tópico é sobre cotas em concursos públicos, não em universidades. Vamos pegar um exemplo de um concurso que por acaso pretendo fazer, o do MAPA (Ministério da Agricultura). Para concorrer a uma das vagas que eu vou concorrer, é preciso ser engenheiro agrônomo. Todos os concorrentes terão que ser formados em agronomia. Daí é onde eu concluo que todos os candidatos, brancos, negros, pardos e amarelos terão a mesma formação, ou seja, terão que ser agrônomos. Não nego que os negros e/ou pobres terão tido muito mais dificuldade para entrar na faculdade, mas agora, para o concurso, todos estarão em pé de igualdade quanto à sua formação. Não é a mesma coisa das cotas na entrada das universidades.
O sistema de meritocracia não é 100% justo, pois os participantes partem na corrida ao sucesso com condições diferentes, aquele que nasce numa familha rica e branca, possui não só mais oportunidades do que negros e pobres devido ao que o dinheiro pode comprar, mas também recebe mais estimulos positivos devido a sua cor, (sabemos que ainda existe discriminação e preconceito racial no brasil), os bracos não sofrem discriminação ou preconceito por sua cor, os negro ainda sofrem, mesmo que em número reduzido se comparado a cinquenta anos atrás.
Concordo, mas uma vez formados, os candidatos estarão nivelados. Talvez os negros e pobres até tenham mais vantagem, pois tendem a estudar com mais afinco do que pessoas mais ricas que tem a família para ajudar.
Neste caso, as chances de um branco auto-confiante devido aos estimulos positivos que recebem em relação a sua cor e com mais capacidade intelectual devido ao ensino superior que obteve por poder pagar, o colocaram em vantagem se comparado a um negro pobre. E as cotas estão ai para nivelar estas oportundiades e direitos para todos de conseguirem alcançar o sucesso mais igualmente apesar das diferenças.
Novamente, isso pode ser verdade antes de entrar na faculdade, mas não depois de formados, em um concurso público.
O branco pobre sofre por não possuir os mesmos recursos econômicos para lhe colocar em pé de igualdade com um branco rico, mas um negro pobre sofre não só por ser pobre, mas também por ser negro e por isso existem leis que o protegem mais, com o objetivo de atenuar esta desigualdade, que no negro pobre é ainda maior que no branco pobre.
E quem sofre mais, um branco pobre ou um negro rico? Se a questão é falta de oportunidades de estudo, um branco pobre tem menos chances do que um negro rico. Claro, a pior situação possível é a do negro pobre, não nego. Mas se a cota for social, favorecerá os pobres, independente de sua cor, o que é mais racional.
Pelo que eu saiba existem cotas para pobres, assim como existem para negros.
Do jeito que a coisa vai em um futuro próximo existirão cotas até para anões, usuários de drogas, extraterrestres, homossexuais, etc, etc. E o ensino no Brasil vai continuar a mesma bosta ou piorar bastante.
Não sou contra as cotas em princípio, acho útil e válido como uma solução paliativa até que o verdadeiro problema (a péssima educação brasileira - nem estou falando de concurso público neste parágrafo) seja solucionado. Mas, do jeito que as coisas são no Brasil, as cotas vão ser uma faz de conta da resolução do problema, e a educação pública será sempre essa merda que é. Aí criaremos uma "elite" negra, que conseguirá acessar o ensino superior através das cotas, e penalizaremos os negros pobres que mesmo com as cotas não conseguirem entrar, os brancos pobres, e também os brancos e negros de classe média que lutam com grande dificuldade para pagar escola particular para os filhos e depois são tratados como se fossem milionário privilegiados nos vestibulares e agora até em concursos públicos.