Olá,
Vi muitos franceses saltando a catraca no metrô de Paris - vi franceses conseguindo passar em dupla naquela "porta" que substitui a catraca em algumas estações.
Já vi madrilenho furando fila (aliás, já vi francês fazendo isso também).
Já fui enrolado por taxista em Roma e vítima de golpe em Florença.
Já compareci a compromisso de trabalho em véspera de feriadão e o alemão que tinha marcado a reunião me deu o bolo porque ficou com vontade de ficar em casa.
Bandido, safado, espertinho, tem por toda parte. Não é privilégio nosso. Não existe gene do jeitinho.
Temos, porém, que reconhecer que a falta de profissionalismo e eficiência no policiamento, e existência de uma legislação bizantina, de um judiciário lento, da valorização do individualismo hedonista ajudam a manter a impressão que o fiofó do cachorro é por aqui.
Mas, repito, não se trata de um problema do povo mas da história e das instituições - e, como tal, tem solução. Infelizmente, lenta, como toda transformação institucional e civilizacional relevante.
Sou otimista. Cada vez mais exige-se qualidade e eficiência dos serviços públicos e das instituições. Nos próximos 50 anos, se não houver nenhum desvio nesse caminho, creio que as coisas estarão melhores.

Há, claro, fatores culturais, mas que precisam ser pesados ao lado dos institucionais. No que se refere a cultura, já leram o capítulo "o homem cordial" do Sérgio Buarque de Holanda? Tá no livro "Raízes do Brasil".