Ok, vou tentar ser um pouco mais claro... Digo que não acredito numa pessoalidade ou numa consciência individualidade primária porque, segundo me consta, toda consciência, sem exceção, parte de uma origem impessoal, torna-se pessoal (desenvolvendo sua individualidade) mas depois não perde esta individualidade, ela apenas fica mais dissolvida, melhor dizendo, ela não se desfaz, ela apenas se torna cada vez mais capaz de se identificar com o todo, não se desfazendo em momento algum. Inteligência, vontade, sentimento, etc, como disse, seriam resultado de padrões imateriais. No caso do ser humano, há a participação do cérebro, mas apenas como um meio (ponte) entre consciência e matéria. Mas não significa que a consciência seja feita de partículas, pois como disse, ela seria feita de padrões diferentes da matéria, assim, matéria têm partículas, espírito, não.
A consciência seria organizada de maneira diferente da matéria que é organizada pelas partículas. E em consequência disso, as leis que regem a consciência seriam diferentes, por exemplo, de gravidade, eletromagnetismo, etc. Porque estas leis são resultado da interação das partículas, mas como consciência é diferente, não se aplicaria a estas leis. Mas mesmo assim, tanto matéria e consciência teriam uma origem em comum, algo em comum que as forma, transcendendo a matéria e consciência em si. Uma mesma essência funcional, mas que origina padrões diferenciados, porém, essencialmente... a mesma origem!
Se Deus fosse uma exceção às demais consciências, não seria mais consciência, e sim outra coisa... Não seria espírito. As religiões dizem que Deus é espírito, já tenho motivos para discordar desta premissa.
O espírito seriam padrões numa forma individualizada que interage com os padrões que formam as partículas, e esta interação estaria mais concentrada nas células nervosas, ambiente mais oportuno para a interação com a dimensão material. Já a consciência numa forma mais geral, digo, não individualizada, teria mais dificuldade de interagir diretamente com a matéria, é por isso que a pessoalidade individual existe, para que esta consciência universal, como um todo... evolua?
Não, não sou formado na área da computação (graduação). Mas sou formado em biomedicina.
Que mais posso dizer? A meu ver, a Fonte, o mecanismo primário, seria o terceiro elemento que falta para essa dicotomia entre matéria e espírito. Isto é, o elemento que dá origem à consciência e matéria. Ou seja, a meu ver não existe só consciência e matéria. Mas algo mais, diferente destes dois, algo que não é matéria e mutável mas que também não é pessoal ou evolui. A Fonte em si não evoluiria, ela apenas, por algum processo desconhecido (mas funcional), daria origem aos padrões da matéria e consciência. Nada criou este mecanismo, ele sempre existiu.
Pode ser que os padrões desta fonte sejam mais elaborados que os da consciência e matéria. Mas ainda assim, a Fonte não agiria nem como consciência e nem como matéria, mas sim mais como um gerador e mantenedor dos dois.
A Fonte estaria por toda parte (vácuo quântico?), a consciência cósmica (o todo espiritual), assim como todos os planos materiais e astrais (cada plano teria uma versão material e antimaterial ou virtual, onde estariam os desencarnados). A Fonte pode até ter padrões mais complexos que a consciência e matéria somadas, dando origem a estes dois, mas não significa que ela tenha que ser uma consciência, porque não algo que transcenda isso, a idéia de uma mente? Assim, acho que Deus não é nem matéria e nem mente, mas algo que vai além desta noção, algo mais robusto, essencial.
Pois acho que não existe consciência perfeita, já que ela sempre evolui, assim como a matéria se transforma. Pois se Deus, como consciência que evolui imperfeita, como poderia manter toda essa vastidão existencial? Seria instável.
Se Deus fosse perfeito, como consciência, não poderia evoluir. Fosse assim, não haveria a necessidade de existir seres individuais que necessitam evoluir para sei lá o que no final das contas, tendo em mente que esse deus aí seria o conjunto de consciências. Assim, Deus não pode ser nem consciência e nem matéria, mas algo que transcenda as imperfeições destes dois. E mais, tudo teria origem numa mesma essência irredutível. Esta essência se somaria em si formando padrões mais complexos. O padrão mais complexo e primário de todos é esta Fonte. E como produto disso, matéria e consciência.
A idéia é bem simples. Tanto matéria, consciência e deus tem que ser feito de algo primário, essencial. Senão, não existiria, não funcionaria. Por exemplo, como o corpo humano poderia existir se não fosse feito de nada? Da mesma forma Deus. Como pode existir se isso não é feito de algo mais essencial, que forma isso? Esqueci de dizer... Esta essência que tanto falo chamo de ordem-caos (baseada na teoria do caos). Ela em si é perfeita, porque possui uma parte voltada para a harmonia (organização, estruturação, espaço) e outra parte voltada à desarmonia (movimento, funcionalidade, tempo). E a partir daí, o surgimento de padrões cada vez mais elaborados, terminando por formar tudo o que existe.
A Fonte seria mais como um semi-tempo do que não-tempo, talvez. Porque ela em si, apesar de não ter uma cronologia linear (passado e futuro), possui movimento próprio em si mesma, em seus padrões que funcionam. Pode ser que na verdade a fonte não tenha espaço ou tempo, mas quem sabe hipertempo e hiperespaço? A Fonte só não seria linear e tridimensional, da forma como percebemos o mundo.
Com isso, teoricamente, teria dissecado a matéria, consciência e deus em termos de essência.
Quanto ao que criou esta Fonte, ela, vamos dizer assim, simplesmente é, não foi e nem será. Caso contrário, tudo teria origem em algo infinitamente anterior ou então num nada que não existe porque nada produz, por isso, deve haver algum mecanismo primário que existe ao acaso (Deus seria o acaso primário formado por padrões robustos e essenciais). Vamos dizer que a Fonte não tem passado ou futuro, pois transcende o tempo, assim como talvez o hiperespaço. Ela seria, na verdade, o Eterno Presente, um tempo fechado em si mesmo, sem continuidade, sem cronologia linear, que dá apenas voltas em si mesmo infinitamente. Já o produto disso (matéria e consciência), vivem numa sequência temporal de fatos ou probabilidades.
A Fonte é atemporal (ou semi-temporal) e não-local. A consciência é temporal e não-local. A matéria é temporal e local.
Talvez isto ajuda a entender melhor o meu raciocínio mecânico-espiritualista. Chamo de Naturalismo Transcendente. Assim, nesta minha metafísica, estou introduzindo um terceiro elemento necessário além da matéria e espírito e além disso algo em comum que forma estes três elementos, algo que os conecta essencialmente, funcionalmente.