Autor Tópico: Por que acertamos nossas previsões gerais  (Lida 5549 vezes)

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Rhyan

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Por que acertamos nossas previsões gerais
« Online: 09 de Fevereiro de 2015, 14:14:51 »
O que faz de alguém um bom economista - ou, por que acertamos nossas previsões gerais
por Equipe IMB, segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015


Foi apenas em meados de 2014, após dois trimestres consecutivos de PIB negativo, que toda a imprensa nacional começou a falar sobre os desarranjos da economia brasileira — àquela altura, visíveis até mesmo para os panfleteiros político-partidários — e sobre como aqueles desequilíbrios levariam a uma recessão no ano seguinte.

(Atualmente, todos os economistas já falam abertamente que o ano de 2015 será um ano perdido.)

O que poucos fizeram, no entanto, e este site se inclui nessa honrosa lista das "minorias ínfimas", foi detectar e explicar estes problemas quando a economia brasileira ainda estava "bombando", crescendo a 7,5% do PIB.

Uma coisa é gritar "recessão" somente após o IBGE trazer os dados negativos; outra coisa, bem diferente, é explicar como e por que haverá uma recessão enquanto o país ainda está vivenciando um crescimento chinês.

E foi isso o que fizemos ainda no longínquo ano de 2010.  Enquanto a economia brasileira crescia a chineses 7,5%, este site publicou este artigo explicando por que aquilo tudo era insustentável e mostrando por que a situação iria se reverter.  O artigo abordou, inclusive, os truques contábeis que já vinham sendo praticados desde àquela época, e que só em 2014 passaram a ser abertamente denunciados pela grande imprensa.

Um ano depois, já no terceiro trimestre de 2011, um novo artigo foi publicado prevendo uma ligeira recessão para 2012.  Em termos de PIB per capita, que é o que realmente interessa, a economia de fato ficou estagnada em 2012, mas o que realmente aconteceu é que a economia brasileira foi mantida animada por novas e crescentes doses de crédito estatal, que é um crédito totalmente imune à taxa de juros estipulada pelo Banco Central.

Este fenômeno do agigantamento do crédito estatal, sobre como ele traria um curto impulso à economia e faria um grande estrago nos balancetes dos bancos estatais foi esmiuçado neste artigo de 2012 e, um ano depois, neste de 2013.  Hoje, nossas previsões se confirmaram e o próprio governo já fala abertamente em recapitalizar a Caixa e o Banco do Brasil.

Também em 2012 publicamos este artigo abordando novamente, dentre outras coisas, a situação fiscal brasileira.  Naquela época, ainda eram poucos os economistas que alertavam para essas "pedaladas" no orçamento do governo.  Menor ainda era o número de economistas que alertavam sobre como isso iria terminar.

De novo em 2012, um novo artigo fazendo previsões para a economia brasileira, todas elas concretizadas, inclusive para o setor imobiliário.

Para completar, também em 2012, este artigo e este artigo já alertavam para o risco de problemas no setor elétrico em decorrência do intervencionismo populista do governo.

A partir de 2013, todos os desarranjos previstos já estavam explícitos.  Aos nossos articulistas restou apenas fazer uma narração em tempo real de como a vaca caminhava rumo ao brejo.

O esfacelamento do real foi narrado em tempo real aqui e aqui.  Os principais desmandos do governo Dilma, que iriam culminar na atual recessão econômica que vivenciamos, foram sintetizados aqui.  Os motivos da insatisfação da população com a situação do país, o que gerou os protestos de junho de 2013, foram explicados aqui e aqui.  Os motivos da aparentemente baixa taxa de desemprego foram explicados aqui e aqui

Até mesmo a inviabilidade do pré-sal foi prevista.  Em agosto de 2013, explicamos neste artigo que o desinteresse de grandes empresas no primeiro leilão de um campo do pré-sal indicava que, aos preços vigentes do petróleo, a operação era inviável.  Os atuais acontecimentos comprovam a previsão.

Toda a narrativa culminou com este artigo que traça um panorama completa da economia brasileira ao longo da última década, com este artigo que sintetiza os dez principais erros do governo Dilma, e com este artigo, que antecipava tudo de errado que seria feito pelo novo Ministro da Fazenda.

Guido Mantega

Embora hoje Guido Mantega seja uma figura execrada e ridicularizada, houve uma época em que ele era unanimidade.  Até mesmo os semanários antipetistas eram abertamente simpáticos ao ministro — que nunca enganou os articulistas deste site —, sempre lhe agraciando com uma cobertura positiva.

A paixão da imprensa por Guido Mantega — que sempre falava estultices sem ser questionado e sempre fazia previsões que se comprovavam demasiadamente otimistas sem ser cobrado por isso — foi primeiramente abordada aqui, no longínquo ano de 2010.

Seus atos totalitários — como a imposição de soviéticas tarifas de importação sobre automóveis, o aumento generalizado de todas as tarifas de importações sobre todos os produtos importados, a imposição de políticas de conteúdo nacional, a imposição de políticas de preços mínimos, a implantação de métodos à la Stasi de revista de passageiros em aeroportos — foram esmiuçados, denunciados e tiveram suas consequências previstas aqui, aqui, aqui e aqui, ao mesmo tempo em que ganhavam um passe livre de toda a imprensa.

Sua idiótica declaração de guerra à entrada de capital estrangeiro no Brasil foi aplaudida pela imprensa e veementemente denunciada por este site (aqui, aqui e aqui), pois sabíamos que isso geraria uma saída de dólares, uma desvalorização da moeda e uma consequente disparada da carestia.  Previsão efetivada.  De 2011 até hoje, o real foi uma das moedas que mais se desvalorizou no mundo.

E tudo isso foi feito por Mantega com a justificativa de "proteger a indústria".  A indústria, no entanto, foi o setor que mais sofreu sob o seu reinado, e o motivo disso — algo totalmente alheio ao conhecimento de Mantega — foi explicado aqui.

Foi só no início de 2014 que a imprensa finalmente acordou e começou a jogar duro com Guido Mantega.  Tarde demais.  Seus estragos já eram irreversíveis.

Cenário externo

Também no front externo tivemos acertos.

Este artigo de meados de 2009 explicava por que o tão comemorado "fim da recessão americana", reverberado por toda a imprensa, era uma falácia.  Um ano depois, em 2010, todos voltaram a falar que a recessão americana, na prática, ainda não havia acabado.

este artigo de setembro de 2011 explicava por que o Banco Central da Suíça não iria manter sua âncora cambial em relação ao euro por muito tempo.  Vários investidores estrangeiros e fundos de investimento acreditaram na declaração do BC suíço de que a âncora seria eterna.  Nós não.  Com a súbita flutuação do franco em janeiro deste ano, vários fundos e empresas — que acreditavam piamente na durabilidade da âncora — perderam dinheiro e quebraram.

Explicamos também, neste artigo, como ocorreu a recessão europeia e apresentamos os fatos que mostravam por que ela não acabaria tão cedo.  A realidade nos provou corretos.

E, de brinde, produzimos este artigo que explica em detalhes como se deu a implosão do sistema financeiro americano, naquela que talvez seja a narrativa mais completa disponível em língua portuguesa.

Qual o método?

Ao se fazer análises econômicas, é imperativo deixar paixões e preferências ideológicas de lado.  Para se ser sensato em economia, ideologias e preferências não podem ter voz nem vez.

Nesse sentido, foi memorável a participação do economista Luiz Carlos Mendonça de Barros no programa Entre Aspas, da Globo News.  "Mendonção", que se declarou keynesiano, se disse "depressivo" com o fato de que as políticas keynesianas aplicadas nos EUA não estarem funcionando para recuperar a economia.

Segundo ele:

Citar
Acho Krugman um sujeito inteligente, muito preparado, mas eu.... que bebo na mesma água que ele, keynesiana, esse negócio todo.... eu estou meio depressivo porque era pra funcionar!  Tudo que o Banco Central fez, tudo o que o Obama fez ... [era pra ter funcionado]...

Tal desespero é típico de quem passou a vida lendo panfletos ideológicos em vez de estudar a ciência econômica verdadeira; é típico de quem passou a vida estudando aquilo que governantes gostam de ouvir, e não aquilo que eles realmente deveriam fazer.  Caso tivesse se livrado de suas ideologias de juventude, Mendonção poderia estar vendo o mundo com mais clareza hoje, e não estaria tão perdido assim.

É por isso que nós do IMB sempre tentamos seguir à risca os dizeres do economista Robert Higgs, uma das melhores mentes da Escola Austríaca de economia.  Segundo ele:

Citar
A habilidade mais escassa entre os economistas (e entre aqueles que acreditam entender de questões econômicas) é o bom senso.

Muitos economistas claramente são muito preparados, no sentido de que são muito versados em matemática e são capazes de lidar facilmente com modelos matemáticos e econométricos extremamente complexos.

Mas esse tipo de habilidade técnica não necessariamente — e é lamentável dizer que normalmente é assim — fará você realmente entender como o mundo funciona.

Ter bom senso e bom discernimento sobre a realidade econômica depende muito mais de uma combinação desses três fatores:

1) dominar a teoria básica do funcionamento dos preços, ou seja, a teoria de como alterações nos incentivos e nos custos relativos afetam as ações dos indivíduos;

2) ter um conhecimento substancial da história econômica e do contexto institucional dentro do qual ocorreram as ações econômicas; e

3) ter aquele autocontrole que impede que caiamos de amores por aquilo que é meramente uma possibilidade (normalmente, um modelo sedutor, de apelo fácil, e totalmente errado) e ignoremos aquilo que é realmente factível.

Em outras palavras, a maioria dos economistas e supostos especialistas, não obstante sua clara destreza em relação às ciências exatas, não conseguem "sentir" como realmente uma economia funciona.  É como se eles fossem incapazes de enxergar além das minúcias numéricas e das tecnicalidades, jamais conseguindo apreciar como realmente ocorrem as interações econômicas no mundo real.  Muito menos conseguem compreender as magnitudes dos vários fatores que governam a ação humana de cada indivíduo, seja ele um consumidor, um empreendedor ou um investidor.

Ou, como disse o grande Frédéric Bastiat, o bom economista não é aquele que explica o que se vê, mas sim aquele que consegue também explicar o que não se vê.  Em suas imortais palavras:

Citar
Na esfera econômica, um ato, um hábito, uma instituição, uma lei não geram somente um efeito, mas uma série de efeitos.  Dentre esses, só o primeiro efeito é imediato.  Manifesta-se simultaneamente com a sua causa.  É visível.  Os outros só aparecem depois e não são visíveis.  Podemo-nos dar por felizes se conseguirmos prevê-los.

Entre um mau e um bom economista existe uma diferença: o primeiro se detém no efeito que se vê; já o outro leva em conta tanto o efeito que se vê quanto aqueles que se devem prever.

E essa diferença é enorme, pois o que acontece quase sempre é que, quando a consequência imediata é favorável, as consequências posteriores são funestas e vice-versa.  Daí se conclui que o mau economista, ao perseguir um pequeno benefício no presente, está gerando um grande mal no futuro.  Já o verdadeiro bom economista, ao perseguir um grande benefício no futuro, corre o risco de provocar um pequeno mal no presente.

De resto, o mesmo acontece no campo da saúde e da moral.  Frequentemente, quanto mais doce for o primeiro fruto de um hábito, tanto mais amargos serão os outros.  Testemunham isso, por exemplo, o vício, a preguiça, a prodigalidade.  Assim, quando um homem é atingido pelo efeito do que se vê e ainda não aprendeu a discernir os efeitos que não se veem, ele se entrega a hábitos maus, não somente por inclinação, mas por uma atitude deliberada.

Isso explica a evolução fatalmente dolorosa da humanidade.  A humanidade se caracteriza, em seus primórdios, pela presença da ignorância.  Logo, está limitada às consequências imediatas de seus primeiros atos, as únicas que, originalmente, consegue enxergar.  Só com o passar do tempo é que aprende a levar em conta as outras consequências.

Dois mestres bem diferentes lhe ensinam esta lição: a experiência e a previsão.  A experiência atua eficazmente, mas de modo brutal.  Mostra-nos todos os efeitos de um ato, fazendo-nos senti-los: por nos queimarmos, aprendemos que o fogo queima.  Seria bom se nos fosse possível substituir esse rude mestre por um mais delicado: a previdência.  Por isso, buscarei a seguir as consequências de alguns fenômenos econômicos, opondo às que são visíveis àquelas que não se veem.

Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2028

Rhyan

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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #1 Online: 09 de Fevereiro de 2015, 14:15:31 »
Se o Mises Brasil é um site de malucos panfletários, por que eles acertaram tanto?

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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #2 Online: 09 de Fevereiro de 2015, 23:53:29 »
Cara, todo esse ódio ao sistema de reserva fracionárias, dizendo que se cria "dinheiro do ar" e que isso na verdade apenas subtrai do valor total de dinheiro da economia o percentual que acabou de ser criado através de inflação (perda do valor da moeda).

Isso é obviamente errado, ao menos como uma lei geral, que é como vocês costumam pregar. Os EUA agora estão criando dinheiro (como sempre), sua moeda esta valorizando frente a todas as outras e o poder de compra aumentando de maneira absurda.

Eu acho que muito do que foi citado no texto faz sentido.  Mas vocês forçam a barra nessas leis de mercado que tanto acreditam. A coisa é bem mais complexa.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #3 Online: 09 de Fevereiro de 2015, 23:56:22 »
A única maneira disso não acontecer seria voltar ao padrão ouro. É isso que vocês querem?
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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #4 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 00:21:14 »
A única maneira disso não acontecer seria voltar ao padrão ouro. É isso que vocês querem?

Não existe metal suficiente para cobrir todo o dinheiro que circula hoje.
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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #5 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 00:25:24 »
A não ser que exista uma super-valorização da moeda. Mas ao final, a crítica era que o padrão ouro também era arbitrário "a nossa herança bárbara" e flutuava de acordo inclusive com a moeda que ele estava lastreando.

Ao final, o que dá o valor a moeda é principalmente uma coisa: A credibilidade do país e na economia.
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Rhyan

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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #6 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 02:11:51 »
Cara, todo esse ódio ao sistema de reserva fracionárias, dizendo que se cria "dinheiro do ar" e que isso na verdade apenas subtrai do valor total de dinheiro da economia o percentual que acabou de ser criado através de inflação (perda do valor da moeda).

Isso é obviamente errado, ao menos como uma lei geral, que é como vocês costumam pregar. Os EUA agora estão criando dinheiro (como sempre), sua moeda esta valorizando frente a todas as outras e o poder de compra aumentando de maneira absurda.

Eu acho que muito do que foi citado no texto faz sentido.  Mas vocês forçam a barra nessas leis de mercado que tanto acreditam. A coisa é bem mais complexa.

Os EUA aumentou a base monetária, os bancos não jogaram esse dinheiro todo na economia, por esse motivo não houve hiper inflação e não dá pra ter outra taxa básica de juros maior que essa.

A única maneira disso não acontecer seria voltar ao padrão ouro. É isso que vocês querem?

Sim, exatamente isso, padrão-ouro puro. (Exceto os hayekianos)

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=687
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=710
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1553

A única maneira disso não acontecer seria voltar ao padrão ouro. É isso que vocês querem?

Não existe metal suficiente para cobrir todo o dinheiro que circula hoje.

O lastro pode ser baixo. Isso não é um problema.

A não ser que exista uma super-valorização da moeda. Mas ao final, a crítica era que o padrão ouro também era arbitrário "a nossa herança bárbara" e flutuava de acordo inclusive com a moeda que ele estava lastreando.

Ao final, o que dá o valor a moeda é principalmente uma coisa: A credibilidade do país e na economia.

O que dá valor no longo prazo é não inflacionar. A moeda que gera credibilidade e boa economia, não o contrário.

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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #7 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 11:09:07 »
Não. A economia que gera credibilidade a moeda. Em pleno padrão ouro, o ouro poderia desvalorizar devido a falta de credibilidade da moeda que ele lastreava.

Sempre foi uma questão de confiança. Sempre.

O padrão ouro simplesmente sufoca a economia, atrelando o crescimento a um ativo sem valor prático algum (a tal da herança bárbara), enquanto a credibilidade da economia e do país sim são ativos mais reais.

Incrível como defensores do capitalismo e do livre mercado podem se atrelar a uma baboseira como o ouro, uma falácia desse tamanho. E por favor não me coloque trezentos links, argumente aqui.

Imagino o que seria da economia quando as empresas de internet, biotecnologia e tantas outras enfrentassem escassez de crédito por falta de um ... mineral.
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Offline Lorentz

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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #8 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 11:18:25 »
O Madiba iria se dar muito bem com esse novo usuário Bahadur. Pena que ele sumiu.
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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #9 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 11:21:00 »
[...]
Imagino o que seria da economia quando as empresas de internet, biotecnologia e tantas outras enfrentassem escassez de crédito por falta de um ... mineral.

É melhor chamar o ouro de 'elemento nativo' do que de mineral, porque esta palavra indica a associação de pelo menos dois elementos químicos distintos e o ouro não se liga, normalmente, a outros elementos químicos.
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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #10 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 11:21:41 »
O Madiba iria se dar muito bem com esse novo usuário Bahadur. Pena que ele sumiu.

Seria uma discussão interessante.  :hihi:
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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #11 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 11:22:05 »
O Madiba iria se dar muito bem com esse novo usuário Bahadur. Pena que ele sumiu.

Sinceramente não gostava do cara. Espero não encontrá-lo aqui no fórum  :lol:
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Offline Alucinado psicopata

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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #12 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 12:13:20 »
A única maneira disso não acontecer seria voltar ao padrão ouro. É isso que vocês querem?

Não existe metal suficiente para cobrir todo o dinheiro que circula hoje.

Negativo. Lastro é simplesmente uma garantia implícita, de modo que todo o dinheiro pode ser garantido por qualquer coisa rara o suficiente para ter valor. Você pode lastrear todo o dinheiro do mundo em um quilo de ouro.

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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #13 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 12:29:03 »
Não. A economia que gera credibilidade a moeda. Em pleno padrão ouro, o ouro poderia desvalorizar devido a falta de credibilidade da moeda que ele lastreava.

Sempre foi uma questão de confiança. Sempre.
Você está completamente errado. Se a relação é de LASTRO, o dinheiro é que tem seu valor determinado pelo ouro, não o contrário. E o ouro não tem o seu valor definido em território doméstico, mas sim no mercado internacional, logo, uma pressão monetária local não tem correlação com o valor do ouro.

O padrão ouro simplesmente sufoca a economia, atrelando o crescimento a um ativo sem valor prático algum (a tal da herança bárbara), enquanto a credibilidade da economia e do país sim são ativos mais reais.
O período pós Guerra Civil nos EUA foi o de maior crescimento econômico e produtivo nos EUA, com forte lastro em ouro e restrição de empréstimos. A Europa também se desenvolveu muito bem sob o regime de lastro metálico.

Incrível como defensores do capitalismo e do livre mercado podem se atrelar a uma baboseira como o ouro, uma falácia desse tamanho. E por favor não me coloque trezentos links, argumente aqui.

Imagino o que seria da economia quando as empresas de internet, biotecnologia e tantas outras enfrentassem escassez de crédito por falta de um ... mineral.
O problema de escassez de crédito causado pelo lastro é infinitamente menos danoso do que a escassez de crédito por falta de liquidez de mercado, além de ser bem menos pior do que financiar compras de bancos e empresas insolventes e bancar com o próprio dinheiro o prejuízo dos outros. É, ao menos, o que a história demonstra.

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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #14 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 13:31:14 »
A única maneira disso não acontecer seria voltar ao padrão ouro. É isso que vocês querem?
Não existe metal suficiente para cobrir todo o dinheiro que circula hoje.
Negativo.

Vejamos porquê...


Lastro é simplesmente uma garantia implícita, de modo que todo o dinheiro pode ser garantido por qualquer coisa rara o suficiente para ter valor.

Há várias 'coisas raras' mas que não são valoradas. Exemplo? Geodos contendo água juvenil.

Logo, o conceito de lastro tem de ser amplamente aceito por todos.


Você pode lastrear todo o dinheiro do mundo em um quilo de ouro.

Em tese sim, mas na prática isto se revelaria um absurdo porque o dinheiro circulante reflete, em certa medida, a riqueza criada e que se contrapõe ao fato de que se sabe que há muito mais ouro disponível do que apenas um quilograma.
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Offline Alucinado psicopata

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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #15 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 13:45:07 »
Lastro é simplesmente uma garantia implícita, de modo que todo o dinheiro pode ser garantido por qualquer coisa rara o suficiente para ter valor.

Há várias 'coisas raras' mas que não são valoradas. Exemplo? Geodos contendo água juvenil.

Logo, o conceito de lastro tem de ser amplamente aceito por todos.
Não são todas as coisas raras que têm valor, as as coisas raras que são raras o suficiente para ter valor.
Primeiro é raro, depois é valorado, de acordo com as expectativas dos compradores.

Você pode lastrear todo o dinheiro do mundo em um quilo de ouro.

Em tese sim, mas na prática isto se revelaria um absurdo porque o dinheiro circulante reflete, em certa medida, a riqueza criada e que se contrapõe ao fato de que se sabe que há muito mais ouro disponível do que apenas um quilograma.
A quantidade de dinheiro não reflete à produção de riqueza faz algum tempo. Os programas de arrocho e easing, os bail-outs e manipulações de mercado retiraram do dinheiro qualquer relação de confiança. O que tem acontecido na Suíça é um ótimo exemplo de como não há mais relação alguma entre a realidade e a emissão de moeda.

O que importa não é a quantidade de ouro existente, ou disponível, o que importa é a relação entre quantidade de metal por moeda emitida, é somente esta a relação que determina valor e volume.

Offline Moro

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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #16 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 14:30:56 »
Não. A economia que gera credibilidade a moeda. Em pleno padrão ouro, o ouro poderia desvalorizar devido a falta de credibilidade da moeda que ele lastreava.

Sempre foi uma questão de confiança. Sempre.
Você está completamente errado. Se a relação é de LASTRO, o dinheiro é que tem seu valor determinado pelo ouro, não o contrário. E o ouro não tem o seu valor definido em território doméstico, mas sim no mercado internacional, logo, uma pressão monetária local não tem correlação com o valor do ouro.


Não, não estou. Primeiro o lastro ou collateral tem seu valor marcado a mercado quanto todo e qualquer outro título. Uma mina imensa é encontrada em sorocaba? Pronto o Brasil vira uma potência ou o valor do ouro cai? .. poder demasiado é dado a países produtores que podem alterar a oferta e assim flutuar o valor do lastro?, em fim, ouro é simplesmente um petróleo sem utilidade que pode variar como qualquer outro collateral.

Existia inflação com ouro? SIM!! Porque? Porque a economia deixou de ser regulada de uma maneira eficiente. Mas como existe inflação com o gold backed money? Você escolhe o que interpretar. O ouro desvalorizou, a medida de paridade de moeda versus ouro foi alterada (sim advinha se pode criar moeda advinda do nada apenas mudando a paridade entre a moeda X e seu lastro em ouro, uau!! O governo ainda pode fazer isso) ou a economia está sendo má gerida(SIM SIM), ou uma mescla disso tudo.

A libra esterlina despencou no começo dos anos 30 porque não tinha lastro? Não, era gold backed money. E eles saíram do padrão ouro após isso.

Nada, nada, substitui a eficiência da economia e do estado na preservação da moeda. E o padrão ouro tem tantos problemas que nem precisaria dizer aqui.




O padrão ouro simplesmente sufoca a economia, atrelando o crescimento a um ativo sem valor prático algum (a tal da herança bárbara), enquanto a credibilidade da economia e do país sim são ativos mais reais.
O período pós Guerra Civil nos EUA foi o de maior crescimento econômico e produtivo nos EUA, com forte lastro em ouro e restrição de empréstimos. A Europa também se desenvolveu muito bem sob o regime de lastro metálico.

Cara, você não sabe como esse argumento é questionado. Esse período coincidentemente é o de maior alto grau de ganho de produtividade de toda a história!! Revolução Industrial, sabe né. O fato é que mais pessoas argumentam que o padrão ouro freou o desenvolvimento nessa fase por falta de crédito do que explicam o crescimento do período pelo padrão ouro.


Incrível como defensores do capitalismo e do livre mercado podem se atrelar a uma baboseira como o ouro, uma falácia desse tamanho. E por favor não me coloque trezentos links, argumente aqui.

Imagino o que seria da economia quando as empresas de internet, biotecnologia e tantas outras enfrentassem escassez de crédito por falta de um ... mineral.
O problema de escassez de crédito causado pelo lastro é infinitamente menos danoso do que a escassez de crédito por falta de liquidez de mercado, além de ser bem menos pior do que financiar compras de bancos e empresas insolventes e bancar com o próprio dinheiro o prejuízo dos outros. É, ao menos, o que a história demonstra.

Bom, uma coisa não está relacionada a outra. Isso não é um argumento. Bancos se tornam insolventes com o padrão ouro (veja alemanha e EUA na grande depressão). E você usar dinheiro público para fazer isso é uma má prática não importando como você efetua o lastro na sua economia.

http://www.encyclopedia.com/topic/Gold_standard.aspx

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It was a hazardous system, for if the principal nation's central bank was in trouble, so were all the depositor nations. In 1931 the gold standards of Austria, Germany, and Great Britain successively collapsed, the last dragging down several nations on the gold exchange standard with it. This was the beginning of the end of the gold standard in modern times. Many of the British, notably economist J. M. Keynes, alleged that both the decline in Great Britain's foreign trade and its labor difficulties in the late 1920s had been caused by the inflexibility of the gold standard, although it had served the nation well for the previous two centuries. Others argued that Britain's problems were traceable to its refusal to devalue the depreciated pound after the war or to obsolescence in major industries. In any event, Britain showed no strong desire to return to the gold standard.
« Última modificação: 10 de Fevereiro de 2015, 14:37:29 por Bahadur »
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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #17 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 15:37:44 »
Não, não estou. Primeiro o lastro ou collateral tem seu valor marcado a mercado quanto todo e qualquer outro título. Uma mina imensa é encontrada em sorocaba? Pronto o Brasil vira uma potência ou o valor do ouro cai? .. poder demasiado é dado a países produtores que podem alterar a oferta e assim flutuar o valor do lastro?, em fim, ouro é simplesmente um petróleo sem utilidade que pode variar como qualquer outro collateral.
O ouro variar em preço ou oferta não afeta o sistema. Não sendo o lastro um impeditivo para crescimento, se todos os produtores do mundo resolverem nunca mais exportarem seu ouro para quem o precisa, mesmo assim será mantida a confiança na moeda daqueles que têm poucas reservas. A alteração do preço do ouro, por exemplo de 1833 a 1970 foi mínima, o que não foi um problema para o crescimento da época.

http://www.nma.org/pdf/gold/his_gold_prices.pdf

Existia inflação com ouro? SIM!! Porque? Porque a economia deixou de ser regulada de uma maneira eficiente. Mas como existe inflação com o gold backed money? Você escolhe o que interpretar.
Afirmação sem valor algum à discussão. Para começar, informe o lugar e o período onde o fenômeno ocorreu.

O ouro desvalorizou, a medida de paridade de moeda versus ouro foi alterada (sim advinha se pode criar moeda advinda do nada apenas mudando a paridade entre a moeda X e seu lastro em ouro, uau!! O governo ainda pode fazer isso) ou a economia está sendo má gerida(SIM SIM), ou uma mescla disso tudo.
Não estou compreendendo essa ironia. Se a paridade foi alterada e houve inflação, certamente o fenômeno de excesso de dinheiro foi o causador da perda de poder de compra.

A libra esterlina despencou no começo dos anos 30 porque não tinha lastro? Não, era gold backed money. E eles saíram do padrão ouro após isso.

Nada, nada, substitui a eficiência da economia e do estado na preservação da moeda. E o padrão ouro tem tantos problemas que nem precisaria dizer aqui.
Lastro garante valor intrínseco à moeda, não garante valor de mercado. Mesmo que a moeda tenha uma relação de uma unidade monetária para uma tonelada de ouro, se as pessoas não querem utilizar a moeda pelo motivo que seja, ela não terá valor DE MERCADO, embora mantenha-se o valor intrínseco. O valor intrínseco não vem da relação com a moeda, vem da relação com o lastro.


O padrão ouro simplesmente sufoca a economia, atrelando o crescimento a um ativo sem valor prático algum (a tal da herança bárbara), enquanto a credibilidade da economia e do país sim são ativos mais reais.
O período pós Guerra Civil nos EUA foi o de maior crescimento econômico e produtivo nos EUA, com forte lastro em ouro e restrição de empréstimos. A Europa também se desenvolveu muito bem sob o regime de lastro metálico.

Cara, você não sabe como esse argumento é questionado. Esse período coincidentemente é o de maior alto grau de ganho de produtividade de toda a história!! Revolução Industrial, sabe né. O fato é que mais pessoas argumentam que o padrão ouro freou o desenvolvimento nessa fase por falta de crédito do que explicam o crescimento do período pelo padrão ouro.
"Mais pessoas"? Argumentum ad populum? Essas muitas pessoas consideram como a impossibilidade de iliquidez e insolvência bancária para a economia? Como elas lidam com o fato de que com o lastro o capitalista tem o valor do seu acúmulo de capital estável perante os outros bens, câmbio livre e possibilidade de fração?

O maior crescimento produtivo da história ocorreu durante o padrão ouro, os Estados tinham dívidas baixas, o endividamento era baixo e a capacidade do governo era limitada, além do preço da moeda seguir uma relação semelhante com a variação do preço do seu lastro.


Incrível como defensores do capitalismo e do livre mercado podem se atrelar a uma baboseira como o ouro, uma falácia desse tamanho. E por favor não me coloque trezentos links, argumente aqui.

Imagino o que seria da economia quando as empresas de internet, biotecnologia e tantas outras enfrentassem escassez de crédito por falta de um ... mineral.
O problema de escassez de crédito causado pelo lastro é infinitamente menos danoso do que a escassez de crédito por falta de liquidez de mercado, além de ser bem menos pior do que financiar compras de bancos e empresas insolventes e bancar com o próprio dinheiro o prejuízo dos outros. É, ao menos, o que a história demonstra.

Bom, uma coisa não está relacionada a outra. Isso não é um argumento. Bancos se tornam insolventes com o padrão ouro (veja alemanha e EUA na grande depressão). E você usar dinheiro público para fazer isso é uma má prática não importando como você efetua o lastro na sua economia.
Nenhum dos sistemas citados tinha um padrão como o defendido pelos austríacos pois se o BANCO se tornou INSOLVENTE é porque não GARANTIU o que PROMETEU pois não LASTREOU seus ATIVOS de maneira CORRETA.

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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #18 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 15:54:21 »
Sua última afirmação responde a sua pergunta, qual o caso e o período, e responde com o bom e velho escocês de verdade, não foi implementado da maneira correta.

Sabe o que ocorre? É que normalmente quem tem uma ideologia que prega que soluciona qualquer coisa nunca encontra nenhum caso onde ela foi bem implementada porque nada complexo na vida tem soluções definitivas. Economia muito menos.

O fato é que o padrão ouro, bem implementado ou não, colapsou em todo o mundo em momentos distintos depois de terem tentado implementá-lo por diversas vezes.

O preço do ouro pode sim afetar o sistema. De onde você tirou que não, apenas do fato do ouro não ter variado muito o valor?

O ouro tem o mesmo lastro que um título público de qualquer país. A confiança e a oferta e a demanda. Não há nada de especial com ele que garanta como magia poderes distintos de qualquer outro lastro.

Se eu aumento a oferta de ouro por alguma descoberta em meu país e a economia não possui os fundamentos para absorver e usar esses recursos, você teria uma nação com enorme poder de compra temporariamente e uma industria possivelmente destruída, como ocorre em muitos países produtores de petróleo. O ouro não te dá segurança alguma para nenhum fundamento que não possa ser substituído com vantagens por uma economia segura e competitiva. Nesse caso, a não existência do padrão ouro irá aumentar o progresso do país.
« Última modificação: 10 de Fevereiro de 2015, 15:58:01 por Bahadur »
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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #19 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 16:04:01 »
E outro ponto. O padrão ouro se foi porque ele nem de longe trouxe a estabilidade que em teoria traria, países que o adotaram sim enfrentaram hiperinflação (quer você julgue que esses países implementaram bem ou mal) e ainda não trouxe o dinamismo que a economia necessitava há 60 anos atrás, imagine hoje.

O padrão ouro é um caso de fracasso bem documentado. Centenas de tentativas, em diversos momentos, abandonados por todos. Não culpe os Illuminati.
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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #20 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 16:08:50 »
Não, não estou. Primeiro o lastro ou collateral tem seu valor marcado a mercado quanto todo e qualquer outro título. Uma mina imensa é encontrada em sorocaba? Pronto o Brasil vira uma potência ou o valor do ouro cai? .. poder demasiado é dado a países produtores que podem alterar a oferta e assim flutuar o valor do lastro?, em fim, ouro é simplesmente um petróleo sem utilidade que pode variar como qualquer outro collateral.
O ouro variar em preço ou oferta não afeta o sistema. Não sendo o lastro um impeditivo para crescimento, se todos os produtores do mundo resolverem nunca mais exportarem seu ouro para quem o precisa, mesmo assim será mantida a confiança na moeda daqueles que têm poucas reservas. A alteração do preço do ouro, por exemplo de 1833 a 1970 foi mínima, o que não foi um problema para o crescimento da época.

http://www.nma.org/pdf/gold/his_gold_prices.pdf

Respondido.


Existia inflação com ouro? SIM!! Porque? Porque a economia deixou de ser regulada de uma maneira eficiente. Mas como existe inflação com o gold backed money? Você escolhe o que interpretar.
Afirmação sem valor algum à discussão. Para começar, informe o lugar e o período onde o fenômeno ocorreu.

Respondido, quanto ao período e o lugar. E quanto ao valor, a inflação sob controle é um dos muitos super poderes atribuidos ao padrão ouro. Está errado.


O ouro desvalorizou, a medida de paridade de moeda versus ouro foi alterada (sim advinha se pode criar moeda advinda do nada apenas mudando a paridade entre a moeda X e seu lastro em ouro, uau!! O governo ainda pode fazer isso) ou a economia está sendo má gerida(SIM SIM), ou uma mescla disso tudo.
Não estou compreendendo essa ironia. Se a paridade foi alterada e houve inflação, certamente o fenômeno de excesso de dinheiro foi o causador da perda de poder de compra.

A libra esterlina despencou no começo dos anos 30 porque não tinha lastro? Não, era gold backed money. E eles saíram do padrão ouro após isso.

Nada, nada, substitui a eficiência da economia e do estado na preservação da moeda. E o padrão ouro tem tantos problemas que nem precisaria dizer aqui.
Lastro garante valor intrínseco à moeda, não garante valor de mercado. Mesmo que a moeda tenha uma relação de uma unidade monetária para uma tonelada de ouro, se as pessoas não querem utilizar a moeda pelo motivo que seja, ela não terá valor DE MERCADO, embora mantenha-se o valor intrínseco. O valor intrínseco não vem da relação com a moeda, vem da relação com o lastro.

Cara, você viu que você concordou com tudo o que escrevi com essa afirmação?

« Última modificação: 10 de Fevereiro de 2015, 16:38:12 por Bahadur »
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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #21 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 16:22:16 »


O padrão ouro simplesmente sufoca a economia, atrelando o crescimento a um ativo sem valor prático algum (a tal da herança bárbara), enquanto a credibilidade da economia e do país sim são ativos mais reais.
O período pós Guerra Civil nos EUA foi o de maior crescimento econômico e produtivo nos EUA, com forte lastro em ouro e restrição de empréstimos. A Europa também se desenvolveu muito bem sob o regime de lastro metálico.

Cara, você não sabe como esse argumento é questionado. Esse período coincidentemente é o de maior alto grau de ganho de produtividade de toda a história!! Revolução Industrial, sabe né. O fato é que mais pessoas argumentam que o padrão ouro freou o desenvolvimento nessa fase por falta de crédito do que explicam o crescimento do período pelo padrão ouro.
"Mais pessoas"? Argumentum ad populum? Essas muitas pessoas consideram como a impossibilidade de iliquidez e insolvência bancária para a economia? Como elas lidam com o fato de que com o lastro o capitalista tem o valor do seu acúmulo de capital estável perante os outros bens, câmbio livre e possibilidade de fração?

O maior crescimento produtivo da história ocorreu durante o padrão ouro, os Estados tinham dívidas baixas, o endividamento era baixo e a capacidade do governo era limitada, além do preço da moeda seguir uma relação semelhante com a variação do preço do seu lastro.

Não é ad populum. Na verdade é um cum hoc ergo propter hoc, utilizado por você.

Você por alguma circunstância ignora o fator revolução industrial para explicar o aumento de riqueza no mundo e o coloca na conta do padrão ouro, que já existiu antes e depois sem trazer o mesmo efeito? Isto é, você associa temporalmente os fatos e ainda por cima de maneira equivocada.

Carece de sentido.



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O problema de escassez de crédito causado pelo lastro é infinitamente menos danoso do que a escassez de crédito por falta de liquidez de mercado, além de ser bem menos pior do que financiar compras de bancos e empresas insolventes e bancar com o próprio dinheiro o prejuízo dos outros. É, ao menos, o que a história demonstra.

Bom, uma coisa não está relacionada a outra. Isso não é um argumento. Bancos se tornam insolventes com o padrão ouro (veja alemanha e EUA na grande depressão). E você usar dinheiro público para fazer isso é uma má prática não importando como você efetua o lastro na sua economia.
Nenhum dos sistemas citados tinha um padrão como o defendido pelos austríacos pois se o BANCO se tornou INSOLVENTE é porque não GARANTIU o que PROMETEU pois não LASTREOU seus ATIVOS de maneira CORRETA.


Como disse, falácia do escocês de verdade. E se conforte com a informação de que a mãe de todas as crises, com inflação, com resgate de bancos e toda a desgraça imaginada, ocorreu durante o padrão ouro.

Estou colocando a culpa no padrão ouro? Não, não cometeria essa falácia. Estou apenas tirando dele os super poderes que você julga que ele tem.

Ao final, o que interessa é a gestão da economia e do mercado.
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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #22 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 16:38:26 »
Imagino em plena utilização do padrão ouro, em um dos momentos de crise, alguém dizendo que queria comprar uma casa com o valor intrínseco da moeda. O cálculo poderia ser equivalente ao do mais valia, acho que V.I = M.V * M.Cˆ2
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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #23 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 20:07:47 »
Aproveitando...
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Países emergentes “pró-mercado” são mais bem sucedidos?

Porque China, Índia e Brasil são exemplos recentes de países que tiveram crescimento expressivo do PIB sem recorrer a medidas neoliberais

Nos últimos meses, Brasil e Índia anunciaram mudanças relevantes em suas políticas econômicas. Duas das maiores potências emergentes do mundo, os países têm adotado abordagem mais favorável ao mercado do que na década passada. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, tem implementado reformas liberais em tentativa de renovar a confiança do mercado, aumentando investimento externo direto no país. A nação asiática também afrouxou algumas restrições ao capital estrangeiro no setor de segurança, além de dar mais independência ao sistema bancário. Em dezembro, o governo brasileiro adotou regras mais rígidas para a obtenção do seguro-desemprego, com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, constantemente defendendo ajustes fiscais, controle de gastos públicos e suspensão de subsídios.

Se essas medidas levarão a maior crescimento econômico é questão para um futuro próximo. É possível argumentar, entretanto, que os resultados positivos registrados pelas economias em desenvolvimento de Brasil, China e Índia nas últimas três décadas são reflexo de políticas pouco ortodoxas e do fato destes países não adotarem medidas propriamente “pró-mercado” há algum tempo.

Um argumento comum entre simpatizantes da globalização é que durante os últimos 30 anos, o mundo registrou crescimento econômico graças a medidas neoliberais adotadas por diversos países. Em 2002, o Banco Mundial relacionou políticas favoráveis ao mercado, como maior engajamento em comércio e liberalização financeira, com níveis de crescimento mais elevados. No relatório Globalization, Growth and Poverty, a instituição analisou 92 países para medir seus níveis de globalização. Após considerar tarifas comerciais entre 1985 e 1997 e volumes de comércio em relação ao PIB entre 1975 e 1997, o banco concluiu: os três países tidos como “mais globalizados” tiveram uma média anual de crescimento de 5% no período, contra apenas 1,4% dos “menos globalizados”. Políticas neoliberais, sugeriu o relatório, foram positivas.

Esse parecer contribuiu para a visão de que os países emergentes mais bem sucedidos em décadas recentes têm sido “pró-globalização”, especialmente quando China e Índia são citados como exemplos. Esse entendimento, no entanto, pode ser enganoso. O sucesso de alguns destes países, especialmente China, Índia e Brasil, não está diretamente ligado a políticas neoliberais, mas ao forte controle do governo sobre a economia.

O relatório do Banco Mundial é, geralmente, usado para defender que políticas favoráveis ao mercado resultaram em crescimento econômico e redução da pobreza. No entanto, analisar participação do comércio no PIB pode não ser a forma mais eficiente de medir níveis de globalização, uma vez que o volume de comércio de um país não indica se este adotou medidas mais ou menos liberais. Logo, é possível a um Estado registrar participação elevada do comércio no PIB e, simultaneamente, ter uma economia fechada.

Conforme destacado por Ray Kiely, ex-diretor da Escola de Política da Queen Mary, Universidade de Londres, a relação diretamente proporcional entre grande participação do comércio no PIB e alto crescimento econômico também não é claro. Alguns dos países mais pobres do mundo possuem alta participação do comércio no PIB, mas isso não é necessariamente refletido em seu crescimento.

No período de 1997-98, comércio representou em média 43% do PIB dos 39 países mais pobres e menos desenvolvidos do mundo, participação que se assemelha à média global.  Eles deveriam, portanto, ter começado a sair da pobreza devido aos benefícios do comércio. Isso não ocorreu. Ainda que a maioria destes países tenha adotado medidas liberais, sua parcela na exportação global foi 47% menor entre 1980 e 1999. Além disso, considerando apenas comércio e políticas de investimento em 1997, os países mais globalizados tiveram tarifas médias (em torno de 35%) mais elevadas que nações consideradas menos globalizadas (cuja média foi de 20%). A maioria dos países menos desenvolvidos mantém mercados e regimes de comércio mais abertos que outros Estados emergentes e nações ricas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Isso, entretanto, não os tornou mais desenvolvidos.

Uma parte importante do sucesso de algumas das principais nações em desenvolvimento está relacionada às políticas de industrialização por substituição de importações iniciadas após 1945. Durante décadas, esses países protegeram setores de suas economias da competição externa para fortalecer a indústria nacional. Para muitos deles, a exportação de manufaturas se tornou importante a ponto de representar  70% de seu comércio exterior em 1990, contra 20% na década anterior.

Essa era uma estratégia comum até o ajuste neoliberal dos anos 1980. Esse contexto influenciou nas últimas décadas os níveis de crescimento de China e Índia, tidas como modelos de globalização. Segundo a visão neoliberal, após adotar medidas pró-mercado, as duas potências asiáticas aumentaram média de crescimento anual de 2,9% nos anos 1970 para 5% nos anos 1990. Ambas beneficiaram-se, de fato, do comércio global, mas o PIB aumentou antes das medidas de liberalização. Na Índia, poucas mudanças ocorreram nos níveis de crescimento pós-liberalização dos anos 1990. Além disso, ambos os países ainda são economias bem fechadas.

China e Índia realizam controle de capitais e adotam subsídios em diversos setores. Apesar de queda destas barreiras comerciais em décadas passadas, subsídios podem ser considerados ainda elevados: tarifas médias de importação na Índia eram de 59% no início dos anos 1990, tendo caído para 8,2% em 2009. Na China, elas passaram de 32,2% nos anos 1990 para 4,1% em 2011. Ainda assim, há distância considerável para países, como por exemplo o Peru, que possi  economia emergente associada ao liberalismo, tendo 2010 registrado tarifas de importação de 1,5%. Por outro lado, Canadá e Chile que também possuem barreiras comerciais baixas, não cresceram no ritmo chinês e indiano no mesmo período. Logo, pode-se afirmar que a abordagem liberal não foi a responsável pelo sucesso dos dois países asiáticos.

Desde os anos 1980, a China tem crescido a uma média anual de 7,15%, mas o fez por meio de políticas pouco ortodoxas. O país não liberalizou o seu comércio na maior parte dos produtos até que pudesse competir globalmente naquelas áreas. A transição para uma economia mista foi feita cuidadosamente com projetos pilotos, como as Zonas Econômicas Especiais nos anos 1980, que permitiram ao país “experimentar” com o capital estrangeiro. Isso indica que os países não precisam adotar políticas puramente liberais para se beneficiar do comércio global, conforme Robert H. Wade, professor de Política Econômica e Desenvolvimento na London School of Economics (LSE), argumenta.

Pelo contrário, esses Estados ainda são adeptos de medidas protecionistas. E até respondem por algumas delas na Organização Mundial do Comércio (OMC), na qual países membros podem reclamar de medidas desleais adotadas por outras nações. Em 2014, a China respondia por 31 queixas oficiais, sete delas relacionadas a dumping (geralmente, quando uma empresa cobra preço menor de um cliente estrangeiro e outro maior no mercado nacional para recuperar os custos da exportação, levando a competição injusta).

A Índia respondia a 22 moções, 10 delas sobre restrições a importações de produtos de agricultura e industriais, além de itens do setor têxtil. O Brasil, outra economia que cresceu em ritmo acelerado na década passada, respondia a 15 ações. Destas, quatro estavam relacionadas a subsídios oferecidos ao setor  automotivo, que em 2007 respondia por 5,4% do PIB do país. Motivo pelo qual o governo tende a conceder benefícios ao setor, afetando a competitividade de automóveis importados. Esses exemplos mostram como três das economias emergentes que mais crescem no mundo não são seguem tão à risca a globalização como pode parecer.

O sucesso chinês também está relacionado ao forte papel desempenhado por empresas estatais. Em 1996, essas companhias representavam 75% do emprego urbano no país. Em 2009, elas ainda respondiam por mais de 30% dos postos de trabalho nas grandes cidades e pela mesma proporção do PIB. Esses números questionam seriamente argumentos liberais em favor da privatização de empresas públicas.

Na China, o governo ainda controla o fluxo de capital estrangeiro, direcionando-o para áreas chaves aos objetivos de desenvolvimento do país, o que inclui a indústria de alta tecnologia. O papel do Estado na economia é uma das razões por trás do contínuo crescimento de China, Índia e Brasil. Na verdade, como a economista Ilene Grabel afirma, essa atuação pode ter trazido mais estabilidade a esses países. Isso porque o controle de capitais, por exemplo, permite favorecer tipos “desejáveis” de investimento, como os de longo prazo e produtivos.

Neste sentido, em alguns setores da economia o governo chinês obriga empresas estrangeiras a encontrarem um parceiro local para investir no país por meio de joint ventures. Essas parcerias possuem limite para o capital de propriedade externa. Tais mecanismos buscam trazer ao país investimentos que vão criar empregos e transferir tecnologia, duas das bases de qualquer economia de sucesso. O Brasil, neste contexto, frequentemente utiliza ferramentas semelhantes para afugentar especuladores financeiros. Entre 2009 e 2013, por exemplo, o governo taxou alguns tipos de investimento externo de curto prazo para proteger a economia brasileira.

Logo, é possível afirmar que o recente sucesso de China, Índia e Brasil, entre outras economias emergentes, não está inteiramente (ou de forma alguma) associado à adoção de políticas “pró-mercado”. Pelo contrário, está intrinsecamente relacionado a papel forte do Estado, medidas protecionistas, controle de capital estrangeiro, entre outras políticas não liberais. Neste sentido, os atuais governos de Brasil e Índia deveriam considerar o passado antes de proceder com suas reformas econômicas.

Gabriel Bonis
Mestre em Relações Internacionais pela Queen Mary, Universidade de Londres e jornalista. Especialista em migração forçada, direitos humanos e segurança internacional. / Holds a master in International Relations from Queen Mary, University of London. Journalist and specialist in forced migration, human rights and international security.
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

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Re:Por que acertamos nossas previsões gerais
« Resposta #24 Online: 10 de Fevereiro de 2015, 20:30:42 »
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Se essas medidas levarão a maior crescimento econômico é questão para um futuro próximo. É possível argumentar, entretanto, que os resultados positivos registrados pelas economias em desenvolvimento de Brasil, China e Índia nas últimas três décadas são reflexo de políticas pouco ortodoxas e do fato destes países não adotarem medidas propriamente “pró-mercado” há algum tempo.

Em que mundo esse sujeito vive?
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