O RA não está fazendo seu trabalho direito.
RA não está defendendo a Odebrecht ou Marcelo.
RA está defendendo o ritual da justiça, as regras do jogo, os direitos e garantias que todos nós gozamos (ou deveríamos), mesmo que quem esteja com a cabeça sob a espada sejam os adversários. Como ele já defendeu José Dirceu e Collor, mesmo já tendo sido processado por ambos.
RA defende as leis, pois os adversários passam, mas elas ficam.
Argumentos dele aqui.
Com isso, eu não defendo RA ou esse ou aquele.
Estou de olho também no cumprimento das leis e das regras, mesmo que eu tenha que defender petista, caso as regras sejam ignoradas na caça a eles.
Até a turma de Vaccari RA já defendeu:
[...]
“Ah, mas, com petista, você não quer nem saber; nem olha a lei.” Pois é… Infelizmente para os súditos da família barata, também isso é mentira. No dia 23 de abril, publiquei aqui um post com este título: “Fazer o quê? Estender prisão temporária da cunhada de Vaccari era um atropelo à lei”.
Quem acessar o post lerá:
“Aqui, no entanto, se diz tudo, mesmo com o risco de aborrecer até os que gostam do blog. O juiz Moro, os advogados todos e qualquer operador do direito sabem muito bem que mentir em juízo não é motivo para decretar a prisão temporária de ninguém. Pra começo de conversa, nem Marice nem ninguém são obrigados a se acusar. NOTEM: SE ELA MENTIU EM JUÍZO, COMETEU, SIM, UM DELITO. Mas cabe a pergunta: isso é justificativa para decretar prisão temporária? Resposta: não! “Ah, mas ela é cunhada do Vaccari… Merece ficar presa!” Ok. A gente pode achar isso. Mas é preciso ver se a lei também acha. Resposta para a dúvida: não acha.”
E Marice Corrêa de Lima é uma fina flor do petismo.
[...]
Reinaldo Azevedo continua firme na defesa das leis e do Estado Democrático de Direito.
Acima, ele defendeu a cunhada de João Vaccari Neto.
Abaixo, ele defende ninguém menos do que José Dirceu.
Eu também acho que somente fazendo uso dos instrumentos legais, da defesa intransigente dos dispositivos previamente pactuados contidos na legislação, se pode manter uma sociedade civilizada e justa, MESMO que do outro lado estejam os inimigos públicos.
Concordo com ele que a prisão preventiva de José Dirceu não está fundamentada no Código Penal. Não está se julgando o mérito da questão ainda.
MESMO que seja quem é, o "guerreiro do povo brasileiro", com toda a sua ficha de crimes de colarinho branco.
A prisão de Dirceu, o motivo alegado por Moro e a estupidez de Luís Fernando Veríssimo
05/08/2015 às 4:23
A delinquência intelectual que toma conta de… sedizentes intelectuais de esquerda não tem, creio, paralelo na história do país. E quem vai apanhar aqui é Luiz Fernando Veríssimo. Mas, antes, preciso fazer algumas considerações.
O juiz Sérgio Moro decretou a prisão preventiva de José Dirceu alegando o seguinte, prestem atenção:
“Em um contexto de criminalidade desenvolvida de forma habitual, profissional e sofisticada, não há como não reconhecer a presença de risco à ordem pública, a justificar a prisão preventiva para interromper o ciclo delitivo”.
Digo sem meias-palavras: acho, por tudo o que veio à luz, que Dirceu cometeu crimes. Que ele represente risco à ordem pública, bem, aí eu gostaria que alguém, sem recorrer já ao mérito — e, pois, à sentença —, me provasse. Acho relativamente fácil demonstrar por que o petista tem de ser condenado na hora do julgamento! A prisão preventiva, nesses termos, sabe qualquer pessoa que lida com o direito, é mais uma decisão de exceção.
O juiz vai adiante:
“O fato é que, se a corrupção é sistêmica e profunda, impõe-se a prisão preventiva para debelá-la, sob pena de agravamento progressivo do quadro criminoso. Se os custos do enfrentamento hoje são grandes, certamente serão maiores no futuro.”
Se as palavras fazem sentido, estamos diante da antecipação de uma sentença condenatória, que pode ser absolutamente legítima… na hora do julgamento! Por tudo o que veio à luz, tendo a endossá-la. Mas pergunto: é a esse propósito que serve a prisão preventiva? É o que está escrito no Artigo 312 do Código de Processo Penal?
Assim, não é difícil contestar a prisão preventiva de Dirceu. O PT, no entanto, covarde que é, resolveu ignorar o “companheiro”. A sua defesa ficou por conta desses que a imprensa costuma chamar “intelectuais”. Luis Fernando Veríssimo, um cronista só às vezes engraçado, entra nessa categoria. Disse o gigante:
“Pelo que o José Dirceu significa, mesmo que sua prisão não fosse politica, seria política”.
Entenderam? Veríssimo não quer nem entrar no mérito se o juiz Moro está certo ou errado, se existem ou não razões para se decretar a prisão preventiva de Dirceu. Para ele, alguns homens deveriam estar acima dessas vulgaridades. Afinal, como só estados totalitários fazem presos políticos e como a prisão do Zé seria sempre política, então o Zé, segundo o escritor, jamais deveria ser preso, pouco importa o que fizesse, nem que roubasse pirulito da Dilma…
É assim que as esquerdas entendem a Justiça: aos amigos tudo, menos a lei. Aos inimigos nada, nem a lei. Veríssimo acredita que a aristocracia de esquerda não pode ir para a cadeia, pouco importa o crime. Vejam os amigos que sobraram ao Zé…