Autor Tópico: Em defesa da terceirização  (Lida 4679 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Rhyan

  • Visitante
Em defesa da terceirização
« Online: 11 de Abril de 2015, 14:44:58 »
Em defesa da terceirização
por Bernardo Santoro, quinta-feira, 9 de abril de 2015


Nota do IMB

O texto-base do projeto de lei que amplia a terceirização no Brasil, embora longe de ser o ideal, representa um avanço em termos de liberdade empreendedorial, trazendo uma extremamente necessária flexibilização da nossa atualmente rígida legislação trabalhista.  No mínimo, ele poderá retirar milhões de trabalhadores que hoje têm de recorrer à informalidade, oferecendo-lhes salários maiores.

Atualmente, as empresas só podem terceirizar serviços considerados como atividades-meio — limpeza e segurança de edifícios, por exemplo.  Já pela proposta aprovada ontem na Câmara (o projeto ainda tem de ser votado pelo Senado), a terceirização de atividades-fim também se torna permitida.  Isso faria com que, por exemplo, um hospital possa contratar médicos de outra empresa privada, sem formar vínculo empregatício.

Embora não haja vínculo empregatício — o que representa uma considerável flexibilização da legislação trabalhista, deixando o Brasil um pouquinho mais perto dos países de primeiro mundo (como a Dinamarca, que, para espanto dos progressistas, tem a quinta legislação trabalhista mais liberal do mundo) —, a empresa que recorrer à terceirização continua sujeita às obrigações trabalhistas, tributárias e previdenciárias da contratação.  E é sua obrigação fiscalizar o pagamento dessas obrigações. Se não o fizer, poderá ser responsabilizada conjuntamente com a companhia contratada.

Adicionalmente, se a empresa contratada não fizer os pagamentos acordados com os trabalhadores, a empresa contratante terá de segurar parte do pagamento mensal para assegurar o cumprimento desses direitos.

Por fim, o projeto de lei estabelece ainda que a empresa contratante não pode proibir nem impor condições para a contratação de empregados pela contratada. Se isso ocorrer, haverá multas para as duas.

Ou seja, o projeto está longe de ser perfeito, mas é um (pequeno) passo na direção correta.  Um ponto curioso, aliás, é que o projeto prevê que o setor estatal possa contratar terceirizados sem ter de recorrer a concursos públicos.  Isso está deixando os concurseiros profissionais em polvorosa...

Por último, um adendo para evitar confusão e perguntas desnecessárias: o jornalista Reinaldo Azevedo fez muito barulho ontem dizendo que o ministro da Fazenda Joaquim Levy resolveu fazer graça e inseriu várias "emendas confiscatórias" no projeto, as quais serão apreciadas na semana que vem.  Em uma dessas emendas, o governo quer tributar em 15%, por meio do IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), as empresas que trabalham sob o regime de lucro presumido.  Embora seja lamentável, vale ressaltar que, ao contrário do que deu a entender o jornalista, todas as medidas citadas já existem hoje para empresas prestadoras de serviço conforme a Lei 10833/2003 e a RIR/1999.  Ou seja, o PL 4330 não está criando nenhuma novidade nesse quesito.  Está apenas mantendo algo ruim, que já existia há muito tempo.  Deve ser criticado, é claro, mas não é correto dizer que a estrovenga confiscatória está sendo criada agora.

No texto a seguir, Bernardo Santoro aprofunda como as terceirizações, que implicam mais liberdade para a legislação trabalhista, significam necessariamente mais liberdade econômica.

_____________________________________________

É particularmente assustador pensar que até hoje a terceirização é um assunto obscuro na nossa ultrapassada legislação trabalhista.

O projeto de lei 4330/2004 prevê a contratação de serviços terceirizados de empresas para qualquer atividade e não estabelece limites ao tipo de serviço que pode ser alvo de terceirização. Além disso, prevê a forma de contratação tanto para empresas privadas como públicas.

Houve quem entendesse que a terceirização irá quebrar o vínculo entre empregadores e empregados, e isso se transformou na grande reclamação das entidades sindicais.  Mas não procede.  A terceirização só é economicamente viável para o que se chama "atividade-meio" de uma empresa, e não sua "atividade-fim".

Exemplifico.

A atividade-fim da escola é o ensino. Portanto, seu material humano básico é o professor. Terceirizar os professores a princípio é economicamente inviável, pois se existisse uma empresa prestadora de serviço de professores, seria mais interessante para essa empresa que ela própria prestasse o serviço, já que ela é a possuidora do principal conhecimento.

Já atividades-meio da escola, como limpeza e segurança, que não são o cerne da atividade empresarial, mas que servem de apoio para o objeto principal, possuem viabilidade de terceirização.

A economia ensina que a especialização de mão-de-obra e o livre comércio entre agentes especializados aumentam a riqueza geral dos envolvidos e a produção social, pois cada agente especializado em um serviço produz muito mais do que produziria caso ele tivesse de fazer várias coisas diferentes ao mesmo tempo.

Portanto, se a escola fosse se especializar não somente em ensinar, mas também em serviços de limpeza, manutenção e segurança, seus custos seriam muito maiores.  É aí que entra a terceirização de atividades-meio.

E essa terceirização acaba por beneficiar a todos, inclusive aos terceirizados, pois esses empregados também irão consumir produtos e serviços de empresas que terceirizaram suas atividades-meio e, consequentemente, baratearam seus produtos. (Nota do IMB: ou, na realidade brasileira, aumentaram seus preços com menos intensidade).

Outro argumento das entidades sindicais contra o projeto é a teoria de que a terceirização prejudicará a todos os brasileiros, pois irá acabar com direitos trabalhistas em benefício de empresários que terão custos baixos.

Em primeiro lugar, não é verdade que a terceirização irá realmente acabar com direitos trabalhistas. Isso é uma mentira. Os direitos trabalhistas serão todos mantidos, mas os empregados estarão vinculados à empresa prestadora de serviço (a terceirizada). O que ocorre hoje é que há uma disfunção no direito trabalhista que diz que empregados terceirizados podem cobrar seus créditos trabalhistas da empresa contratante do serviço.

Desnecessário dizer que a prática atual rompe com toda e qualquer lógica comercial. Como é que alguém pode ser obrigado a pagar por um débito trabalhista de um empregado que não é seu? E não é mesmo, pois, no caso do exemplo acima, se a escola vier a falir, o empregado continua vinculado ao prestador de serviço de limpeza, e será prontamente deslocado para outra empresa que vier a contratar o serviço junto ao seu patrão.

É uma lição básica e clássica do Direito o fato de que uma pessoa só pode ser obrigada a pagar por uma obrigação sua. Hoje em dia, infelizmente, esse novo Direito distorce isso, criando uma série de situações em que alguém é obrigado a pagar pelo prejuízo causado por outras pessoas.

E a realidade, aliás, é que o projeto de lei também é levemente intervencionista nesse caso, pois seu artigo 10 diz que, durante a prestação do serviço, a empresa contratante fica responsável, subsidiariamente, pelos créditos trabalhistas do empregado. Se o contratado, por exemplo, for um profissional da atividade-fim com empresa própria, ele pode requerer a equiparação com relação de trabalho na justiça. Ou seja, o projeto de regulamentação da terceirização é até tímido.

O mais curioso é que o estado, que se diz tão "socialmente justo e consciente", se auto-isenta dessa lei. De acordo com a lei de licitações (art. 71), o estado não responde por dívidas trabalhistas de empresas terceirizadas que lhe prestam serviços. Para o estado, a isenção; para o empresário, o rigor da lei. Por quê?

E deixemos bem claro a principal falha de argumentação das entidades contrárias à terceirização. De acordo com um folheto da CUT, a terceirização foi feita para "baratear a produção". Ora, se a produção de produtos e serviços está sendo barateada, então isso é bom para a sociedade e principalmente para os pobres.  Serão mais produtos e serviços acessíveis para quem tem menos poder aquisitivo.

Por fim, nem merecia ser citado esse argumento, por tão absurdo que é, mas lá vai: a esquerda defende que a terceirização pode esconder uma relação de escravidão.

Mas o que garante que em serviços não-terceirizados não haja escravidão também? Isso simplesmente não é parâmetro válido de discussão, pois escravidão é ilegal em qualquer situação de trabalho, direta ou terceirizada.  Está inclusive na constituição, a qual está acima de qualquer lei brasileira.

Em suma, esse projeto, embora não seja o ideal, é bom para o Brasil e para os brasileiros. De fato, é a melhor reforma de liberalização da legislação trabalhista já feita neste país. Se o Congresso aprovar esse projeto de lei, estará fazendo história e sedimentando uma real mudança de mentalidade do poder legislativo nacional.



[Nota do IMB: A questão é simples: quanto maior a liberdade de contrato, melhor para o competente que quer fornecer sua mão-de-obra e pior para o encostado que quer a segurança dos vínculos empregaticios. Só isso.
Se tal liberdade de contrato será ruim para alguns? Certamente. Sempre há quem perde (os mais incompetentes) quando alguma forma de protecionismo é abolida. E sempre há quem ganha (normalmente, os mais competentes).

O empregado competente não será substituído por um terceirizado incompetente e inexperiente. Quem acredita que isso irá acontecer está, na prática, dizendo que empreendedores são ingênuos e gostam de tomar prejuízos (nada é mais prejudicial do que um funcionário ruim).

Funcionário que gera valor não é dispensado — por mais caro que ele seja — em troca de funcionário ruim e inexperiente. O real temor gerado por essa lei é que haverá bons profissionais querendo ofertar seus serviços sem vínculos empregatícios, e isso representará um risco para os ruins que usufruem esses vínculos.]

Bernardo Santoro é Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2071

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #1 Online: 11 de Abril de 2015, 15:07:32 »
Terceirização (Os Simpsons)

<a href="https://www.youtube.com/v/_54_u2_d0bo" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/_54_u2_d0bo</a>

 :histeria: :histeria:
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #2 Online: 11 de Abril de 2015, 16:45:04 »
Nada contra terceirização, mas esses argumentos nas linhas de que "a empresa sempre fará o melhor produto possível a fim de lucrar mais, e não ser eliminada pelos competidores" são um sonho. Quem dera.

Offline MarceliNNNN

  • Nível 16
  • *
  • Mensagens: 436
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #3 Online: 12 de Abril de 2015, 13:59:23 »
Pelo que ando lendo algumas coisas precisam ser alteradas no texto da PL, mas sou a favor da terceirização. Leio muitas mentiras por aí. Já fui terceirizado e o único lado negativo é que eu recebia um pouco menos que os empregados contratados diretos.

Rhyan

  • Visitante
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #4 Online: 12 de Abril de 2015, 14:31:29 »
Nada contra terceirização, mas esses argumentos nas linhas de que "a empresa sempre fará o melhor produto possível a fim de lucrar mais, e não ser eliminada pelos competidores" são um sonho. Quem dera.

O nome disso é "microeconomia", e sim, é verdade.

Rhyan

  • Visitante
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #5 Online: 12 de Abril de 2015, 14:32:56 »

Offline MarceliNNNN

  • Nível 16
  • *
  • Mensagens: 436
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #6 Online: 12 de Abril de 2015, 14:39:07 »
Está aí o melhor motivo pra ser favorável à terceirização:
https://www.facebook.com/pt.brasil/photos/pb.105821366170914.-2207520000.1428859935./818236628262714/?type=3&theater

Os concursos de Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista podem acabar, mas os que não são regidos pela CLT, provavelmente não irão acabar.

Rhyan

  • Visitante
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #7 Online: 12 de Abril de 2015, 14:45:08 »
A piada sobre o assunto é: Petistas são contra a terceirização, mas terceirizaram médicos cubanos.

Offline Jack Carver

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.198
  • Sexo: Masculino
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #8 Online: 12 de Abril de 2015, 14:50:46 »
Os concursos de Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista podem acabar, mas os que não são regidos pela CLT, provavelmente não irão acabar.
sintetizando...
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Fernando Silva

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 7.503
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #9 Online: 13 de Abril de 2015, 09:32:29 »
Citar
Mais segurança e emprego

TEMA EM DISCUSSÃO: A regulamentação do trabalho terceirizado
 
A aprovação do texto-base da chamada Lei da Terceirização, na Câmara, semana passada, destravou uma discussão de quase duas décadas relacionada à modernização da esclerosada legislação trabalhista brasileira.

Mas também fez elevar as críticas vindas de setores do sindicalismo à lei, vista por eles como instrumento da “precarização” das condições de trabalho. Trata-se, na verdade, do oposto. Pois é a falta de uma regulação moderna desse tipo de contrato trabalhista que abre espaço para o mau empregador explorar a força de trabalho de quem necessita de emprego.

No pano de fundo do debate está a arraigada cultura brasileira que requer leis para tudo. Em alguns países importantes não há legislação trabalhista, por exemplo. Vale o acordo entre as partes, com interveniência ou não de sindicatos. Há, inclusive, quem não queira se sindicalizar.

A Lei da Terceirização vem colocar ordem num mercado que existe há muito tempo. Apesar de todo o dirigismo e intervencionismo da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a vida real de uma economia de mercado, mesmo que a economia brasileira ainda seja muito fechada, induziu a terceirização em incontáveis atividades. A lógica incontornável da busca pelos ganhos de produtividade, por meio da redução de custos, induz as empresas a encontrar formas mais eficientes de produzir. E, no Brasil, com o incentivo dos pesados encargos trabalhistas, uma série de funções periféricas começou a ser executada por contratados junto a terceiros. Assim como no mundo.

O avanço das cadeias multirregionais de produção transferiu para terceiros até a elaboração e montagem de partes vitais de veículos, aviões, computadores etc. Sempre motivado pela busca incessante da eficiência (mais qualidade e menores custos). Não há sindicato que possa barrar esse processo. E quando os custos aumentam de forma irreversível, a empresa vai embora. Eis o exemplo do esvaziamento da cidade americana de Detroit, outrora símbolo mundial da indústria automobilística. A pressão sindical esparramou montadoras pelos Estados Unidos.

A nova lei supera a questão bizantina da “atividade-fim” e da “atividade-meio” — na primeira, seria vetada a terceirização —, em sintonia com a realidade. E estabelece firmes garantias aos direitos dos terceirizados. Uma delas é que a empresa contratante não só é obrigada a fiscalizar a contratada, como também se torna responsável perante a Justiça trabalhista pelos direitos dos contratados. É prevista, ainda, a criação de um fundo durante o período do contrato de terceirização, para ser usado no pagamento de dívidas trabalhistas para com os terceirizados. Inexiste, portanto, “precarização”.

Outro aspecto crucial é que a eliminação ou redução drástica do risco trabalhista na contratação de terceirizados será forte indutor à abertura de postos de trabalho por empresas de aluguel de mão de obra. A herança varguista representada pela CLT sofre a erosão do tempo.
http://oglobo.globo.com/opiniao/mais-seguranca-emprego-15841213#ixzz3XBgHeORh

Rhyan

  • Visitante
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #10 Online: 13 de Abril de 2015, 17:45:48 »
A CUT tá em pânico de perder privilégios monopolistas.

Offline Daniel_1993

  • Nível 12
  • *
  • Mensagens: 247
  • Sexo: Masculino
  • Sou ex-socialista
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #11 Online: 17 de Abril de 2015, 11:27:55 »
Documentário: "Terceirizado, um trabalhador brasileiro"


<a href="https://www.youtube.com/v/iu5Xhu82fzc" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/iu5Xhu82fzc</a>
“You will never be happy if you continue to search for what happiness consists of. You will never live if you are looking for the meaning of life.”
― Albert Camus

“The way to love anything is to realize that it may be lost.”
― G.K. Chesterton

“The first duty of a man is to think for himself”
― José Martí

Não sou mais um marxista-stalinista: ../forum/topic=30157.0.html

Rhyan

  • Visitante
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #12 Online: 17 de Abril de 2015, 15:13:16 »
Essa é liberdade neoliberal tucana?

Falando nisso, o PSDB ajudou muito o PT fazendo uma emenda que desautoriza o setor público de terceirizar. Não sei o que seria menos pior no caso.

Rhyan

  • Visitante
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #13 Online: 17 de Abril de 2015, 15:21:08 »
Citar
A respeito da fragilidade do caso contra o PL 4330/04 (PL da terceirização)

O tema da semana foi o PL 4330/04, aquele que regulamenta a terceirização. Não sou da área de economia do trabalho, mas por estudar crescimento econômico acabo acompanhando a literatura de economia do trabalho. A bem da verdade devo confessar que não foi na literatura de economia do trabalho que me apoiei para afirmar que o PL 4330/04 é bom para a economia brasileira, minha afirmação tem por base a literatura de crescimento econômico. Não são poucos os pesquisadores que dedicam tempo a estudar crescimento econômico do Brasil que concordam que o excesso de burocracia e restrições legais são um dos maiores entraves para que o Brasil volte a crescer. Ao oferecer novas alternativas de arranjos trabalhistas o PL 4330/04 ajuda a reduzir restrições a acordos voluntários em um mercado crítico como o mercado de trabalho.

A princípio não levei em conta questões jurídicas ou se a terceirização era instrumento eficiente de gestão o que tem implicações no quão útil a lei será. Não levei em conta questões jurídicas porque é quase impossível para um leigo (ou mesmo para um advogado que não milite em causas trabalhistas) avaliar o impacto jurídico de medidas que afetam as relações de trabalho no Brasil. É um emaranhado tão grande de leis e exceções, de jurisprudências de brechas legais e coisas do tipo que entendi por bem que seria melhor não entrar na questão, afinal estava discutindo o assunto na internet e não escrevendo um artigo científico ou mesmo um relatório técnico sobre impactos da terceirização. Não entrei em questões de gestão por motivos diferentes (não sou administrador, mas não teria dificuldades em conversar sobre o tema com alguns dos vários administradores que lecionam no departamento de administração da UnB), se a terceirização não for boa para a firma entendo que a firma não será afetada pelo PL 4330/04, afinal o PL não obriga ninguém a terceirizar, apenas oferece a opção.

Como assunto cresceu mais do que imaginei acabei por procurar opiniões de quem entende de direito e de quem entende de administração. Encontrei várias, sugiro ao leitor uma entrevista com o advogado Sérgio Schwartsman (link aqui) e um post no FB do administrador de empresas Stephen Kanitz com a discussão que segue o post (link aqui). Caso o leitor queira outras opiniões é só buscar na internet, existem várias. Mas não é para defender a terceirização que estou fazendo este post, nem mesmo é para criticar. Faço o post para chamar atenção da pobreza do caso contra a terceirização.

O número mágico que está na internet é que terceirizados ganham 25% menos do que trabalhadores que são contratados diretamente pela empresa. Tal número pode ser encontrado em várias reportagens na imprensa, em posts de blogs e no FB e em vídeos que circulam pela internet. Por exemplo, o site UOL afirma “Salário médio dos terceirizados em 2013: R$ 1.776,78 (25% menor que os R$ 2.361,15 dos contratados diretamente)” (link aqui). A Carta Capital diz: “O salário de trabalhadores terceirizados é 24% menor do que o dos empregados formais, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).” (link aqui). O blog Viomundo afirma: “Segundo o documento, em dezembro de 2013, os trabalhadores terceirizados recebiam 24,7% a menos do que os contratados diretos...” (link aqui). O Estadão cita um número diferente (talvez por algum ajuste nas horas) mas aponta a CUT como fonte na chamada que anuncia: “Terceirizados ganham 27,1% a menos que contratados diretamente, diz CUT.” (link aqui).

Provocado em uma conversa no FB decidi procurar o estudo da CUT e descobrir de onde veio o número. O estudo se chama “Terceirização de Desenvolvimento: uma conta que não fecha” (link aqui). A tabela com o número que está sendo usado para criticar o PL 4330/04 é a Tabela 2 que está na página 14 e que eu reproduzo abaixo:



Reparem na fragilidade do número. De início me preocupou que o estudo não controlasse por atividade desempenhada pelo trabalhador. Como atualmente a terceirização só é permitida para atividades meio e é razoável supor que atividades meio ganhem menos que atividades fins independente da forma de contrato eu desconfiei do número. Imagine um hospital, o leitor ficará surpreso em saber que um médico (atividade fim) ganha mais que um servente (atividade meio)? O leitor ficará surpreso em saber que em uma universidade os professores (atividade fim) ganham mais que o porteiro (atividade meio)? Imagino que não. Pois dizer que terceirizados ganham menos que contratados direitos sem controlar por atividade exercida é praticamente o mesmo que dizer que médicos ganham mais que serventes ou professores ganham mais que porteiros. Mas o estudo é ainda mais frágil. Repare que a tabela fala de “Setores Tipicamente terceirizados” e “Setores Tipicamente contratantes”. O que significa isto? Significa que sequer o estudo da CUT está considerando o salário dos trabalhadores terceirizados, o estudo considera o salário dos setores que são classificados como setores tipicamente setorizados.

Grosso modo o que o estudo da CUT está dizendo é que em setores onde terceirização é comum o salário é menor. Quais são estes setores? Procurei um anexo onde estivessem listados quais são os setores tipicamente terceirizados, mas não encontrei. Porém, considerando que a lei apenas permite a terceirização de atividades meio, é bem plausível supor que tais setores são os que atividade meio tem mais peso. Desta forma o que estudo está dizendo é que setores onde atividades meio sujeitas à terceirização são preponderantes pagam salários menores. Tais setores, segundo os números da CUT e do DIEESE, equivalem a 26,8% dos setores (pg.13). Não é quase como dizer que porteiros ganham menos que médicos, é dizer que porteiros ganham menos que médicos.

Se ainda resta alguma dúvida da fragilidade do estudo considere a Tabela 7 (pg.19) nela é dito que 22,7% dos profissionais contratados diretamente tem nível superior, dos terceirizados apenas 8,7% tem nível superior. Não ficaria surpreso se a diferença na educação explicasse boa parte na diferença de salário, o estudo da CUT sugere que não e justifica a alegação dizendo que: “Se observarmos apenas o ensino médio completo, o número de trabalhadores em setores tipicamente terceirizados e tipicamente contratantes é praticamente o mesmo: 46%.”. Ao focar no ensino médio e “esquecer” a diferença no pessoal com superior completo o estudo da CUT parece ignorar que a distribuição de renda no Brasil não é exatamente igualitária e, por isso, é preciso considerar o que acontece na ponta superior. Uma leitura dura do texto da CUT diria que o texto afirma que serventes ganham menos e tem menos capital humano do que médicos porque serventes são terceirizados e médicos não. A mesma leitura diria que a CUT afirma que vigilantes estão mais sujeitos a acidentes de trabalho do que professores porque são terceirizados. Parece absurdo? É absurdo. Mas é este estudo que jornais e blogs estão usando para criticar a terceirização. Peguei pesado com o estudo? Peguei, mas dado o uso que está sendo feito é necessário pegar pesado, ademais, a leitura dura que fiz é mais próxima da realidade que a leitura que estão apresentando do estudo da CUT.

A bem da verdade o texto da CUT trata das atividades no Capítulo 3. Terei sido precipitado ao criticar o estudo? Deveria minha crítica ter sido dirigida apenas a jornalistas e blogueiros que escreveram seus textos antes de chegar ao terceiro capítulo? Não. A análise por atividades não trata da atividade executada pelo empregado como deveria tratar, a análise diz respeito a atividade das firmas. O primeiro exemplo é da Volkswagen. Trata de um caso onde existem terceirizados de primeira linha (moduladores) e terceirizados de segunda linha (vigilantes, alimentação, construção civil, transporte de cargas, etc.). O que diz o estudo da CUT:

Citar
“O modelo de salários e benefícios dos cerca de 3.000 trabalhadores da Volkswagen e modulistas garante certa homogeneidade. Todos são enquadrados como metalúrgicos, portanto, representados pelo mesmo Sindicato; têm os mesmos Acordos (inclusive Participação nos Lucros e Resultados, PLR) e Convenção Coletiva; têm uma mesma Comissão de Fábrica eleita por todos e que negocia as mesmas condições para todos; e têm uma única estrutura de cargos e salários negociada com o Sindicato e Comissão de Fábrica - no entanto, evidentemente as funções e salários são diferenciados, particularmente entre trabalhadores na Volkswagen e nas modulistas.
Já os demais 1.500 trabalhadores terceiros são enquadrados em várias outras categorias (vigilantes, alimentação, construção civil, transporte de cargas, etc.), cada um com “seu” sindicato respectivo, seus acordos e convenções coletivas, bastante inferiores aos do Consórcio Modular em que estão inseridos.”

Perceberam? O próprio estudo reconhece que existem terceirizados que possuem melhores condições de trabalho que outros. O que os diferenciam? No texto aprendemos que são diferenciados por sindicatos e por atividades que desempenham. Qual das duas diferenças deve ser mais importante para explicar a diferença de salários? Está em dúvida? Pense comigo, médicos ganham mais que serventes por estarem em sindicatos diferentes ou pelas funções que exercem? Bingo!

A coisa não melhora até aparecer o caso da Usiminas na Tabela 12 (pg.46). Segundo a tabela, que ao contrário das outras não tem fonte, empregados terceirizados em função de limpeza na Usiminas ganham 66% do que ganham os contratados diretamente no mesmo setor. É praticamente o único dado relevante para a crítica ao PL 4330/04 que o estudo apresenta, finalmente é considerada a mesma atividade na mesma empresa. Porém como saber se não é uma característica da Usiminas? A Usiminas era uma empresa estatal que foi privatizada em 1991, é possível que o pessoal de limpeza que ganhe R$ 1.200,00 contra os R$ 800,00 dos terceirizados sejam remanescentes da época em que a empresa era estatal. Mais que possível eu diria que é provável. Por que uma empresa que terceiriza um setor manteria empregados contratados no setor? Talvez por exercerem cargos de chefia (o que por si explica a diferença) ou talvez por contratos que impedem ou tornam muito cara a demissão. Infelizmente os autores do estudo da CUT não deram muitas informações sobre o exemplo e não é possível avaliar o que está acontecendo. A parte final do capítulo dedicado a atividades é dedicada ao setor público. Creio que é o setor onde os argumentos de perdas de direitos e pioras nas condições de trabalho sejam mais adequados, é bem provável que o setor público, inclusive administrações do PT e PCdoB (partidos que votaram contra o PL 4330/04) usem da lei para driblar o regime jurídico que rege os servidores públicos. Não creio que alguém acredite que a ganancia dos empresários, a guerra de classes ou o capitalismo selvagem possam ser culpados pelo uso que gestores públicos farão da nova lei.

Se alguém ainda tem dúvidas da fragilidade do estudo da CUT que olhe as referências bibliográficas. Toda a vasta literatura de economia do trabalho no Brasil e no exterior é solenemente ignorada. Se estou ofendido por a CUT ter ignorado os economistas? Não. Estou incomodado que a CUT não tenha consultado nenhum artigo publicado fora do Brasil e também não tenha consultado estudos publicados em periódicos científicos no Brasil. O projeto ficou onze anos na fila para ser votado, a CUT é uma central sindical grande e rica, que em todo este tempo a CUT não tenha preparado um estudo robusto sobre o tema mostra o pouco interesse da central sindical em fomentar um debate rico a respeito de um tema que afeta diretamente vários trabalhadores. Fica difícil espantar o pensamento que a CUT quer mesmo é fazer barulho para evitar a mudança no jogo de poder e na arrecadação dos sindicatos que o PL 4330/04 trará caso seja transformado em lei.


Fonte: http://rgellery.blogspot.com.br/2015/04/a-respeito-da-fragilidade-do-caso.html

Offline Criaturo

  • Nível 36
  • *
  • Mensagens: 3.292
  • Sexo: Masculino
  • "sinto logo existo"
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #14 Online: 20 de Abril de 2015, 19:31:31 »
Essa é liberdade neoliberal tucana?

Falando nisso, o PSDB ajudou muito o PT fazendo uma emenda que desautoriza o setor público de terceirizar. Não sei o que seria menos pior no caso.

muito bla..bla ...bla .. tentando vender o peixe da terceirização, então vou resumir o que ela representa:

Maior lucro para os empresários.
instabilidade para trabalhadores.
perda de benefícios.
redução de salários.
recessão!

conheço algumas estatais de economia mista onde atividade do meio, ja são terceirizadas e na pratica o que acontece:

salario muito baixo, contratos de baixa duração, muitas empresas de terceirização alegam falência para dar calotes nos pais de famílias que ficam meses desempregados até que a estatal consiga contratar outra terceirizada , ou seja se o próprio governo não consegue fazer valer os direitos dos seus trabalhadores terceirizados, que capacidade terá para impor respeito aos direitos trabalhistas dos terceirizados ?

Vejo a terceirização como mais um golpe de empresários querendo aumentar seu lucros de forma imoral, é para isso que elegem e mantem seus políticos no poder.

a tática é simples toda vez que vão dar algum golpe politico, criam um peixe como argumento, do tipo :

"vale a pena voce consumidor pagar por embalagens bio degradáveis, em quanto nós os empresários continuaremos vendendo nosso produtos com embalagens prejudiciais ao meio ambiente"
"vale apena pagar inspeção veicular de carros modernos menos poluente, enquanto  nós empresários criarmos empresas muito rentosas  "
Assim aposto que ja temos muitos políticos abrindo empresas de terceirização e contratos com estatais não irão faltar, nem corrupção é para isso mesmo que esta sendo criado a terceirização.
Terceirizado não é gente e sim um quase escravo, quando penso que este políticos  ja nos jogaram no fundo do poço eles veem e me surpreende nos mandando afundar nossas próprias covas e acreditem muitos se oferecem como voluntários.




imagine como seria um policial contratado, desqualificado, mal remunerado e descompromissado por empregos temporários, tipo seguranças de casas noturnas.
será que continuaria arriscando suas vidas para defender a sociedade ou a situaação ficaria assim: "finja que esta trabalhando e  fingirei que estou te pagando", mais ou menos como ja acontece com medico que atendem a convênios tabelados , a consulta sai tão baratinha quanto rápida.
Não conheço nenhum segurança de banco terceirizado bem remunerado e amparado por suas empresas terceirizadas.
« Última modificação: 20 de Abril de 2015, 19:33:49 por Criaturo »
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #15 Online: 20 de Abril de 2015, 19:42:23 »
Terceirizado não é gente e sim um quase escravo, quando penso que este políticos  ja nos jogaram no fundo do poço eles veem e me surpreende nos mandando afundar nossas próprias covas e acreditem muitos se oferecem como voluntários.

O problema é que todo mundo compara o terceirizado com o empregado cheio de benefícios. É óbvio que para o trabalhador é melhor o último. Mas entre ser terceirizado ou desempregado, o que é melhor? E quantas empresas aguentam pagar tudo o que o governo exige para o assalariado? E de que adianta repassar os custos para as empresas se elas simplesmente repassarão os custos para o consumidor, tornando nossos produtos mais caros e menos competitivos?
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Criaturo

  • Nível 36
  • *
  • Mensagens: 3.292
  • Sexo: Masculino
  • "sinto logo existo"
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #16 Online: 20 de Abril de 2015, 20:03:10 »
Terceirizado não é gente e sim um quase escravo, quando penso que este políticos  ja nos jogaram no fundo do poço eles veem e me surpreende nos mandando afundar nossas próprias covas e acreditem muitos se oferecem como voluntários.

O problema é que todo mundo compara o terceirizado com o empregado cheio de benefícios. É óbvio que para o trabalhador é melhor o último.
sim e para  empresários é mais econômico o primeiro.

Citar
Mas entre ser terceirizado ou desempregado, o que é melhor? E quantas empresas aguentam pagar tudo o que o governo exige para o assalariado?
da mesma forma que nós trabalhadores também aguentamos, a pagar todos os impostos que o governo joga nas nossas costas.

Citar
E de que adianta repassar os custos para as empresas se elas simplesmente repassarão os custos para o consumidor, tornando nossos produtos mais caros e menos competitivos?
tipo produção de carros ?
pois é uma das maiores fonte de empregos bem remunerados e de impostos diretos e indiretos .

empresários não são coitados precisando de ajuda do governo, eles enriquecem portanto não tem do que se queixar e não adianta querer mais dando menos! isto é imoral!
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #17 Online: 20 de Abril de 2015, 20:08:11 »
Terceirizado não é gente e sim um quase escravo, quando penso que este políticos  ja nos jogaram no fundo do poço eles veem e me surpreende nos mandando afundar nossas próprias covas e acreditem muitos se oferecem como voluntários.

O problema é que todo mundo compara o terceirizado com o empregado cheio de benefícios. É óbvio que para o trabalhador é melhor o último.
sim e para  empresários é mais econômico o primeiro.

Citar
Mas entre ser terceirizado ou desempregado, o que é melhor? E quantas empresas aguentam pagar tudo o que o governo exige para o assalariado?
da mesma forma que nós trabalhadores também aguentamos, a pagar todos os impostos que o governo joga nas nossas costas.

Citar
E de que adianta repassar os custos para as empresas se elas simplesmente repassarão os custos para o consumidor, tornando nossos produtos mais caros e menos competitivos?
tipo produção de carros ?
pois é uma das maiores fonte de empregos bem remunerados e de impostos diretos e indiretos .

empresários não são coitados precisando de ajuda do governo, eles enriquecem portanto não tem do que se queixar e não adianta querer mais dando menos! isto é imoral!

Imoral?

Vindo de alguém que tem amplas garantias formais?

E você já parou um instante para pensar que mais de 70% das empresas são de porte micro ou pequena?

Não, é claro que não, afinal de contas é mais conveniente escrever anacronismos do que pesquisar sobre o assunto.
Foto USGS

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #18 Online: 20 de Abril de 2015, 20:28:31 »
A solução é todos os "empregados" passarem a se ver e atuar como "micro empresários individuais", pronto, aí eles desfrutam de todas as regalias dos empresários!!!!!!!!!!11111111

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #19 Online: 20 de Abril de 2015, 20:35:47 »
empresários não são coitados precisando de ajuda do governo, eles enriquecem portanto não tem do que se queixar e não adianta querer mais dando menos! isto é imoral!

Na empresa onde trabalho desenvolvemos um software de BI e existem cerca de 10 funcionários. Um dos funcionários que trabalha no suporte foi demitido para cortar custos, porque a receita da empresa diminuiu no início do ano. O chefe mencionou que faz 3 meses que ele não retira seu pró-labore. Ele trabalha cerca de 10-12 horas por dia, e até nas férias e viagens ele aproveita para vender o produto e visitar clientes. Eu estou com medo de perder o emprego também.

Essa ideia de que todas as empresas são grandes e que os sócios são extremamente ricos, que abusam dos funcionários não faz mais parte da realidade.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Arcanjo Lúcifer

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 22.730
  • Sexo: Masculino
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #20 Online: 20 de Abril de 2015, 21:08:30 »
Citar
Essa ideia de que todas as empresas são grandes e que os sócios são extremamente ricos, que abusam dos funcionários não faz mais parte da realidade.

Não estava participando do tópico, mas meu ponto de vista já que eu tive uma pequena marcenaria há uns anos atrás:

Terceirização é uma opção boa.

Micro empresa nem sempre tem um tipo de serviço constante que justifique a contratação de mão de obra permanente, com terceirização seria possível contratar os serviços temporários de alguma empresa com um quadro fixo de funcionários que poderia prestar serviços a várias empresas simultaneamente.

O problema desse pessoal de sindicato é que raciocina em termos de "indústria automobilística" com 10.000 funcionários e esquece o cara do mercadinho de esquina que poderia dar empregos formal para dez pessoas.

E esquecem que existem 10.000 mercadinhos dando empregos só na cidade de SP.




Offline Criaturo

  • Nível 36
  • *
  • Mensagens: 3.292
  • Sexo: Masculino
  • "sinto logo existo"
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #21 Online: 20 de Abril de 2015, 21:09:59 »
Terceirizado não é gente e sim um quase escravo, quando penso que este políticos  ja nos jogaram no fundo do poço eles veem e me surpreende nos mandando afundar nossas próprias covas e acreditem muitos se oferecem como voluntários.

O problema é que todo mundo compara o terceirizado com o empregado cheio de benefícios. É óbvio que para o trabalhador é melhor o último.
sim e para  empresários é mais econômico o primeiro.

Citar
Mas entre ser terceirizado ou desempregado, o que é melhor? E quantas empresas aguentam pagar tudo o que o governo exige para o assalariado?
da mesma forma que nós trabalhadores também aguentamos, a pagar todos os impostos que o governo joga nas nossas costas.

Citar
E de que adianta repassar os custos para as empresas se elas simplesmente repassarão os custos para o consumidor, tornando nossos produtos mais caros e menos competitivos?
tipo produção de carros ?
pois é uma das maiores fonte de empregos bem remunerados e de impostos diretos e indiretos .

empresários não são coitados precisando de ajuda do governo, eles enriquecem portanto não tem do que se queixar e não adianta querer mais dando menos! isto é imoral!

Imoral?

Vindo de alguém que tem amplas garantias formais?

E você já parou um instante para pensar que mais de 70% das empresas são de porte micro ou pequena?

Não, é claro que não, afinal de contas é mais conveniente escrever anacronismos do que pesquisar sobre o assunto.

mão de obra especializada exige  melhor salário, trabalha quem sabe, paga quem pode.
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Offline Criaturo

  • Nível 36
  • *
  • Mensagens: 3.292
  • Sexo: Masculino
  • "sinto logo existo"
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #22 Online: 20 de Abril de 2015, 21:12:07 »
A solução é todos os "empregados" passarem a se ver e atuar como "micro empresários individuais", pronto, aí eles desfrutam de todas as regalias dos empresários!!!!!!!!!!11111111
brasileiros ja fazem isto no EUA eles aprenderam a terceirizar escravizando os  brasileiros novatos!
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Offline Criaturo

  • Nível 36
  • *
  • Mensagens: 3.292
  • Sexo: Masculino
  • "sinto logo existo"
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #23 Online: 20 de Abril de 2015, 21:14:47 »
empresários não são coitados precisando de ajuda do governo, eles enriquecem portanto não tem do que se queixar e não adianta querer mais dando menos! isto é imoral!

Na empresa onde trabalho desenvolvemos um software de BI e existem cerca de 10 funcionários. Um dos funcionários que trabalha no suporte foi demitido para cortar custos, porque a receita da empresa diminuiu no início do ano. O chefe mencionou que faz 3 meses que ele não retira seu pró-labore. Ele trabalha cerca de 10-12 horas por dia, e até nas férias e viagens ele aproveita para vender o produto e visitar clientes. Eu estou com medo de perder o emprego também.
Essa ideia de que todas as empresas são grandes e que os sócios são extremamente ricos, que abusam dos funcionários não faz mais parte da realidade.
digamos que os encargos deveriam ser proporcional aos ganhos, em cooperativas dividem se ganhos e perdas
imagine voce terceirizado, contratos de baixa duração por empresas duvidosas com pouco comprometimento empregatício, que a qualquer momento poderá cancelar seu contrato alegando falência, veja os funcionários terceirizados que prestavam serviços as petroleiras do RJ, milhares de desempregados .
« Última modificação: 20 de Abril de 2015, 21:26:38 por Criaturo »
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Offline Criaturo

  • Nível 36
  • *
  • Mensagens: 3.292
  • Sexo: Masculino
  • "sinto logo existo"
Re:Em defesa da terceirização
« Resposta #24 Online: 20 de Abril de 2015, 21:21:47 »
Citar
Essa ideia de que todas as empresas são grandes e que os sócios são extremamente ricos, que abusam dos funcionários não faz mais parte da realidade.

Não estava participando do tópico, mas meu ponto de vista já que eu tive uma pequena marcenaria há uns anos atrás:

Terceirização é uma opção boa.

Micro empresa nem sempre tem um tipo de serviço constante que justifique a contratação de mão de obra permanente, com terceirização seria possível contratar os serviços temporários de alguma empresa com um quadro fixo de funcionários que poderia prestar serviços a várias empresas simultaneamente.

O problema desse pessoal de sindicato é que raciocina em termos de "indústria automobilística" com 10.000 funcionários e esquece o cara do mercadinho de esquina que poderia dar empregos formal para dez pessoas.

E esquecem que existem 10.000 mercadinhos dando empregos só na cidade de SP.
nas épocas de consumo pascoa e natal é comum a contratação de serviços temporários,  contratar profissionais autônomos cabe a eles definirem o custo da sua mão de obra x sobrevivência digna.
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!