Autor Tópico: A neo-direita brasileira  (Lida 8981 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #125 Online: 13 de Maio de 2015, 15:21:40 »
[...]
Por favor, me explique matematicamente como um sistema baseado em competição funciona melhor que um baseado em cooperação. http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_jogos

Onde, exatamente em seu link, há a demonstração matemática de que a cooperação suplanta a competição?

E quais foram as condicionantes/premissas adotadas?

E de que "sistema" está se falando? Como tal "sistema" e as supostas alternativas de "competição versus cooperação" são análogas a algo existente no mundo real, relevante ao que é discutido?

No que concerne ao mundo real, quem impede as pessoas de cooperarem, em vez de competirem?

Empregados em uma empresa, não cooperam, diga-se de passagem?

O que se quer, que todas empresas "concorrentes" num ramo passem a cooperar umas com as outras? Como se daria essa cooperação, e quais seriam os resultados previstos disso? Há exemplos não imaginários? (Cartel?)

Acho que seriam espécie de grupos de pessoas que se juntariam e trabalhariam para fornecer à sociedade algum produto/serviço sem "roupagem de mercadoria", ou seja, a troco de nada, em nome do bem e progresso comum.

Acho que se compara à caridade feita por igrejas, por exemplo, só que com acesso a recursos ilimitados.

Acho que as coisas imaginadas são infinitamente mais mirabolantes, precisando um governo mundial de repente parar tudo e organizar esse novo modo revolucionário de ser, seja lá qual exatamente for. Sem testes voluntários em menor escala, já que se "mostrariam ineficientes por não terem recursos em escala global." :erm:

Se não der certo, deve-se precisar dos recursos de Marte, provavelmente.

Offline Galthaar

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #126 Online: 13 de Maio de 2015, 15:23:56 »
Pessoal, vocês me inundaram de perguntas. Ainda bem que elas são semelhantes, mas precisarei de algum tempo para elaborar/demonstrar as respostas que pedem de forma que pelo menos incentive o aprofundamento e que não pareça mágica/religião. Esta era a minha intenção de qualquer forma. É o que dá cutucar o vespeiro.
"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

Moishe Postone, Tempo, trabalho e dominação social

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #127 Online: 13 de Maio de 2015, 15:27:27 »
[...]
Por favor, me explique matematicamente como um sistema baseado em competição funciona melhor que um baseado em cooperação. http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_jogos

Onde, exatamente em seu link, há a demonstração matemática de que a cooperação suplanta a competição?

E quais foram as condicionantes/premissas adotadas?

E de que "sistema" está se falando? Como tal "sistema" e as supostas alternativas de "competição versus cooperação" são análogas a algo existente no mundo real, relevante ao que é discutido?

No que concerne ao mundo real, quem impede as pessoas de cooperarem, em vez de competirem?

Empregados em uma empresa, não cooperam, diga-se de passagem?

O que se quer, que todas empresas "concorrentes" num ramo passem a cooperar umas com as outras? Como se daria essa cooperação, e quais seriam os resultados previstos disso? Há exemplos não imaginários? (Cartel?)

As empresas que competem usam serviços e componentes de outras empresas, de maneira cooperativa.

O iPhone pode ter sido todo projetado do zero, assim como um Galaxy, mas na hora de fabricar, geralmente usam as mesmas fábricas. O Android é compartilhado por vários aparelhos de empresas diferentes. Os processadores da maioria dos eletrônicos são produzidos pelas mesmas empresas. Raramente alguém cria tudo do zero.

A competição estimula a empresa a produzir produtos melhores, mais baratos e mais úteis, usando de maneira compartilhada o conhecimento, a ciência e os serviços disponíveis. Não sei como alguém pode ver isso como ruim.


Escravidão nessas fábricas, as pessoas usarem TV, celulares, e computadores para ficarem por dentro do que a família Kardashan está fazendo, tudo isso ocorrendo paralelamente a criminalidade e violência desenfreadas, e à miséria esmagadora por todo o mundo, e concentrada em bolsões esquecidos pelo neo-neoliberalismo neo-direitista globalizacionista. Nada isso ocorreria no meu sistema ideal, onde todos viveriam bem, fazendo o que bem quisessem, sem alienação, sem opressão, sem espetáculos fúteis. Todos cooperando de maneira otimizada e ecologicamente sustentável.

Offline Johnny Cash

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #128 Online: 13 de Maio de 2015, 15:31:49 »
Até me faz chegar a novas perguntas de ordem prática.

Camarada Galthaar, considerando um país igual ao Brasil como background geográfico apenas, quantos indivíduos seriam necessários enquanto mínimo para se ter a escala correta?

E considerando que todos disponham de acesso a recurso de todo tipo (inclusive humanos e pessoais) e ilimitadamente, pq ainda trabalhar? Não entendo o que mais ainda deveria ser desenvolvido ou alcançado, ou até mesmo pq. A vida seria só um continuum repetido.

Offline Johnny Cash

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #129 Online: 13 de Maio de 2015, 15:34:08 »
Pessoal, vocês me inundaram de perguntas. Ainda bem que elas são semelhantes, mas precisarei de algum tempo para elaborar/demonstrar as respostas que pedem de forma que pelo menos incentive o aprofundamento e que não pareça mágica/religião. Esta era a minha intenção de qualquer forma. É o que dá cutucar o vespeiro.

 :ok: bacana.

Offline Lorentz

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #130 Online: 13 de Maio de 2015, 15:44:59 »
Escravidão nessas fábricas, as pessoas usarem TV, celulares, e computadores para ficarem por dentro do que a família Kardashan está fazendo, tudo isso ocorrendo paralelamente a criminalidade e violência desenfreadas, e à miséria esmagadora por todo o mundo, e concentrada em bolsões esquecidos pelo neo-neoliberalismo neo-direitista globalizacionista. Nada isso ocorreria no meu sistema ideal, onde todos viveriam bem, fazendo o que bem quisessem, sem alienação, sem opressão, sem espetáculos fúteis. Todos cooperando de maneira otimizada e ecologicamente sustentável.

Desde que a China produza tudo o que precisamos.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #131 Online: 13 de Maio de 2015, 16:05:28 »
Existem quilombos aqui no Brasil onde os moradores trabalham em comunidade para manter a subsistência. Mas eles possuem energia elétrica, internet e medicamentos vem de fora, do mundo capitalista. Aí é fácil.

E não deveria ser visto como "empecilho" ou "desvantagem" supondo que esse meio de vida é melhor, o mais apropriado, eficiente.

As trocas comerciais com o "mundo exterior" são apenas um análogo ao "extrativismo" e desenvolvimento tecnológico/estrutural que teriam que fazer do zero, se essa filosofia de vida tivesse precedido a economia de mercado que gerou tudo isso. E incalculavelmente mais conveniente/eficiente do que foi para a origem histórica dessas coisas (e que seria para fazer novamente tudo "do zero"). Os "meios de produção" não vieram trazidos em aviões de carga como presentes dos deuses.

Mesmo a subisistência em si já pode ser uma ineficiência nesse sentido. Simplesmente pode ser, e provavemlente é o caso, que seja mais barato comprar alimentos da maligna agroindústria.

Só que isso deve ser um tipo de "alienação" ou alguma outra coisa demoníaca, o correto seria plantar a sementinha para colher a plantinha, e fazer outra atividade para uma pessoa te dar algo que você troca por plantinha no m--, isso é terrível e em última instância culmina no colapso da sociedade.


Mas na medida em que o "sistema de cooperação" se mostra mais eficiente, ele iria lucrar mais do que os de competição, e poderia então ir comprando todos os meios de produção e tudo mais.


Offline Lorentz

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #132 Online: 13 de Maio de 2015, 17:17:58 »
Não tem problema em trocar com o mundo exterior. O problema é criticar o que o mundo exterior produz ao mesmo tempo em que depende do que ele produz.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #133 Online: 13 de Maio de 2015, 17:40:23 »
Mas pode criticar como o mundo exterior produz enquanto obtém isso, por ainda não ter meios próprios de fazer o mesmo.

Mas como a colaboração é mais eficiente, logo essas comunidades só comprarão coisas de empresas que tem todos aqueles compromissos com o meio ambiente, crianças, e com os empregados, talvez até absorvendo-as. [/faz-de-conta]

Offline Geotecton

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #134 Online: 13 de Maio de 2015, 17:50:11 »
[...]
Por favor, me explique matematicamente como um sistema baseado em competição funciona melhor que um baseado em cooperação. http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_jogos

Onde, exatamente em seu link, há a demonstração matemática de que a cooperação suplanta a competição?

E quais foram as condicionantes/premissas adotadas?

No link dele, nada, mas há uma postagem anterior dele (../forum/topic=29113.50.html#msg848643) que contém as premissas e o cálculo. Muda-se os termos e a coisa se esvai, conforme fiz no post supra.

Estou sem tempo agora. Mais tarde eu olharei com cuidado a postagem, mesmo porque foi um tipo de resposta dada para mim.

 :o Pardon por ter me intrometido então.

Não há o porquê de pedir desculpa.

O fato é que eu agradeço a sua observação porque não lembrava da postagem do Galthaar.
Foto USGS

Offline Lorentz

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #135 Online: 13 de Maio de 2015, 21:12:41 »
Mas pode criticar como o mundo exterior produz enquanto obtém isso, por ainda não ter meios próprios de fazer o mesmo.

Mas como a colaboração é mais eficiente, logo essas comunidades só comprarão coisas de empresas que tem todos aqueles compromissos com o meio ambiente, crianças, e com os empregados, talvez até absorvendo-as. [/faz-de-conta]

Aliás, no governo PT, o Brasil tem colaborado bastante com os governos populistas de esquerda da América Latina. Pena que avançamos ao contrário.
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Offline Sergiomgbr

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #136 Online: 14 de Maio de 2015, 01:16:15 »
Talvez um dia todos vivamos 100% imersos numa realidade virtual como a do filme "matrix", onde qualquer um possa "ser"/simular ser o que quiser, quando quiser, independente do que quer que seja, sem qualquer repercussão negativa para outros e etc e tal.

Ninguém deveria ser obrigado a ser ou fazer algo específico para que tenha mais acesso aos recursos para viver com qualidade.
Isso é uma impossibilidade óbvia já, de partida inclusive geográfica, melhor dizendo, biológica! Para ver uma coisa você é obrigado a abrir os olhos, para sentar você é obrigado a flexionar os joelhos, para comer você tem que abrir a boca, para hagar(com alguma humanidade) tem que ir até a privada e se tiver outro lá, tem que esperar e se o outro demorar, dependendo da sua urgência tem que providenciar umas folhas de jornal e escolher um cantinho discreto e talz. Para trabalhar tem que pegar o onz ou então ir a pé ou de carro ou de trem? fazendo escolhas sempre nem sempre as que gostaria, tem que tolerar, tem que postergar tem que negar ou aceitar coisas, a despeito de que desejasse que fosse de outro modo, e a coisa vai se nessa toada o tempo todo. Ninguém deveria ser ou fazer o que não quisesse é uma incongruência existencial.

Você tirou do contexto. Não se trata de não fazer nada absolutamente do que não se quer, pois não existe liberdade absoluta, de uma forma ou de outra vai ter que seguir alguma regra, nem que sejam as leis da natureza. A questão em foco é que ninguém deveria ser obrigado a se dedicar ao que não gosta ou que não quer para poder garantir sua sobrevivência e qualidade de vida, tendo em vista que já existem meios pra isto, além de ser algo mais lógico, que produziria mais liberdade individual e que reduziria significativamente a pobreza, desigualdade e os problemas vindos delas.
Até acredito que já existam meios para isso, e não estou me referindo a uma Lâmpada de Aladim, e sim ao binômio trabalho-cooperação, mas isso é uma utopia.
Quando você diz esse negócio de "acredito"...    ...    ...

O Cientista não acredita. E não vê que "existam meios para isso. Muito o contrário.
Ora, mi capitan, se da noite pro dia todo mundo aceitasse, por exemplo, fazer esterelização do sistema reprodutivo e começasse a acatar ordens de bons planejadores sociais certamente a pobreza já diminuiria fortemente. Ou discordas?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Cientista

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #137 Online: 14 de Maio de 2015, 01:49:12 »
Talvez um dia todos vivamos 100% imersos numa realidade virtual como a do filme "matrix", onde qualquer um possa "ser"/simular ser o que quiser, quando quiser, independente do que quer que seja, sem qualquer repercussão negativa para outros e etc e tal.

Ninguém deveria ser obrigado a ser ou fazer algo específico para que tenha mais acesso aos recursos para viver com qualidade.
Isso é uma impossibilidade óbvia já, de partida inclusive geográfica, melhor dizendo, biológica! Para ver uma coisa você é obrigado a abrir os olhos, para sentar você é obrigado a flexionar os joelhos, para comer você tem que abrir a boca, para hagar(com alguma humanidade) tem que ir até a privada e se tiver outro lá, tem que esperar e se o outro demorar, dependendo da sua urgência tem que providenciar umas folhas de jornal e escolher um cantinho discreto e talz. Para trabalhar tem que pegar o onz ou então ir a pé ou de carro ou de trem? fazendo escolhas sempre nem sempre as que gostaria, tem que tolerar, tem que postergar tem que negar ou aceitar coisas, a despeito de que desejasse que fosse de outro modo, e a coisa vai se nessa toada o tempo todo. Ninguém deveria ser ou fazer o que não quisesse é uma incongruência existencial.

Você tirou do contexto. Não se trata de não fazer nada absolutamente do que não se quer, pois não existe liberdade absoluta, de uma forma ou de outra vai ter que seguir alguma regra, nem que sejam as leis da natureza. A questão em foco é que ninguém deveria ser obrigado a se dedicar ao que não gosta ou que não quer para poder garantir sua sobrevivência e qualidade de vida, tendo em vista que já existem meios pra isto, além de ser algo mais lógico, que produziria mais liberdade individual e que reduziria significativamente a pobreza, desigualdade e os problemas vindos delas.
Até acredito que já existam meios para isso, e não estou me referindo a uma Lâmpada de Aladim, e sim ao binômio trabalho-cooperação, mas isso é uma utopia.
Quando você diz esse negócio de "acredito"...    ...    ...

O Cientista não acredita. E não vê que "existam meios para isso. Muito o contrário.
Ora, mi capitan, se da noite pro dia todo mundo aceitasse, por exemplo, fazer esterelização do sistema reprodutivo e começasse a acatar ordens de bons planejadores sociais certamente a pobreza já diminuiria fortemente. Ou discordas?
("Todo mundo"??? Mais aí seria o "paraíso terrestre sem humanos"!!!  hahahahahhahaha)

"Acatar ordens de bons planejadores sociais" já não inclui a suspensão reprodutiva dos financeiramente autoinsuficientes?

Difícil "concordar" com isso. Um sistema de máquinas como as humanas interagindo 'socialmente' demanda a existência de 'pobres', logo de 'pobreza'. Um princípio de 'armazenamento cíclico' pode dar conta de uma "redução da pobreza" só aparente, se no ciclo seguinte a carga for drasticamente reduzida. Claro que, se 90% da humanidade desaparecesse agora, os 10% restantes sendo da camada mais pobre, esses últimos experimentariam o 'consumo' dos "espólios". Porém, apenas por algum tempo calculável. A pobreza total e completa só não seria o novo fim de mais um ciclo último porque, muito esperavelmente, surgiriam em meio aos pobres indivíduos capazes de gerar riqueza novamente, por pura deriva natural de habilidades dessas máquinas. Desde que, é claro, uma "esterilização" aplicada não fosse, no mínimo, total!

É bastante complexo, mi chefian.

Offline Sergiomgbr

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #138 Online: 14 de Maio de 2015, 02:01:50 »
Talvez um dia todos vivamos 100% imersos numa realidade virtual como a do filme "matrix", onde qualquer um possa "ser"/simular ser o que quiser, quando quiser, independente do que quer que seja, sem qualquer repercussão negativa para outros e etc e tal.

Ninguém deveria ser obrigado a ser ou fazer algo específico para que tenha mais acesso aos recursos para viver com qualidade.
Isso é uma impossibilidade óbvia já, de partida inclusive geográfica, melhor dizendo, biológica! Para ver uma coisa você é obrigado a abrir os olhos, para sentar você é obrigado a flexionar os joelhos, para comer você tem que abrir a boca, para hagar(com alguma humanidade) tem que ir até a privada e se tiver outro lá, tem que esperar e se o outro demorar, dependendo da sua urgência tem que providenciar umas folhas de jornal e escolher um cantinho discreto e talz. Para trabalhar tem que pegar o onz ou então ir a pé ou de carro ou de trem? fazendo escolhas sempre nem sempre as que gostaria, tem que tolerar, tem que postergar tem que negar ou aceitar coisas, a despeito de que desejasse que fosse de outro modo, e a coisa vai se nessa toada o tempo todo. Ninguém deveria ser ou fazer o que não quisesse é uma incongruência existencial.

Você tirou do contexto. Não se trata de não fazer nada absolutamente do que não se quer, pois não existe liberdade absoluta, de uma forma ou de outra vai ter que seguir alguma regra, nem que sejam as leis da natureza. A questão em foco é que ninguém deveria ser obrigado a se dedicar ao que não gosta ou que não quer para poder garantir sua sobrevivência e qualidade de vida, tendo em vista que já existem meios pra isto, além de ser algo mais lógico, que produziria mais liberdade individual e que reduziria significativamente a pobreza, desigualdade e os problemas vindos delas.
Até acredito que já existam meios para isso, e não estou me referindo a uma Lâmpada de Aladim, e sim ao binômio trabalho-cooperação, mas isso é uma utopia.
Quando você diz esse negócio de "acredito"...    ...    ...

O Cientista não acredita. E não vê que "existam meios para isso. Muito o contrário.
Ora, mi capitan, se da noite pro dia todo mundo aceitasse, por exemplo, fazer esterelização do sistema reprodutivo e começasse a acatar ordens de bons planejadores sociais certamente a pobreza já diminuiria fortemente. Ou discordas?
("Todo mundo"??? Mais aí seria o "paraíso terrestre sem humanos"!!!  hahahahahhahaha)

"Acatar ordens de bons planejadores sociais" já não inclui a suspensão reprodutiva dos financeiramente autoinsuficientes?
Ué, mas foi primeiro esterelizar, depois acatar, etc..

Difícil "concordar" com isso. Um sistema de máquinas como as humanas interagindo 'socialmente' demanda a existência de 'pobres', logo de 'pobreza'. Um princípio de 'armazenamento cíclico' pode dar conta de uma "redução da pobreza" só aparente, se no ciclo seguinte a carga for drasticamente reduzida. Claro que, se 90% da humanidade desaparecesse agora, os 10% restantes sendo da camada mais pobre, esses últimos experimentariam o 'consumo' dos "espólios". Porém, apenas por algum tempo calculável. A pobreza total e completa só não seria o novo fim de mais um ciclo último porque, muito esperavelmente, surgiriam em meio aos pobres indivíduos capazes de gerar riqueza novamente, por pura deriva natural de habilidades dessas máquinas. Desde que, é claro, uma "esterilização" aplicada não fosse, no mínimo, total!

É bastante complexo, mi chefian.
E quem disse que era fácil?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Cientista

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #139 Online: 14 de Maio de 2015, 02:12:46 »
Talvez um dia todos vivamos 100% imersos numa realidade virtual como a do filme "matrix", onde qualquer um possa "ser"/simular ser o que quiser, quando quiser, independente do que quer que seja, sem qualquer repercussão negativa para outros e etc e tal.

Ninguém deveria ser obrigado a ser ou fazer algo específico para que tenha mais acesso aos recursos para viver com qualidade.
Isso é uma impossibilidade óbvia já, de partida inclusive geográfica, melhor dizendo, biológica! Para ver uma coisa você é obrigado a abrir os olhos, para sentar você é obrigado a flexionar os joelhos, para comer você tem que abrir a boca, para hagar(com alguma humanidade) tem que ir até a privada e se tiver outro lá, tem que esperar e se o outro demorar, dependendo da sua urgência tem que providenciar umas folhas de jornal e escolher um cantinho discreto e talz. Para trabalhar tem que pegar o onz ou então ir a pé ou de carro ou de trem? fazendo escolhas sempre nem sempre as que gostaria, tem que tolerar, tem que postergar tem que negar ou aceitar coisas, a despeito de que desejasse que fosse de outro modo, e a coisa vai se nessa toada o tempo todo. Ninguém deveria ser ou fazer o que não quisesse é uma incongruência existencial.

Você tirou do contexto. Não se trata de não fazer nada absolutamente do que não se quer, pois não existe liberdade absoluta, de uma forma ou de outra vai ter que seguir alguma regra, nem que sejam as leis da natureza. A questão em foco é que ninguém deveria ser obrigado a se dedicar ao que não gosta ou que não quer para poder garantir sua sobrevivência e qualidade de vida, tendo em vista que já existem meios pra isto, além de ser algo mais lógico, que produziria mais liberdade individual e que reduziria significativamente a pobreza, desigualdade e os problemas vindos delas.
Até acredito que já existam meios para isso, e não estou me referindo a uma Lâmpada de Aladim, e sim ao binômio trabalho-cooperação, mas isso é uma utopia.
Quando você diz esse negócio de "acredito"...    ...    ...

O Cientista não acredita. E não vê que "existam meios para isso. Muito o contrário.
Ora, mi capitan, se da noite pro dia todo mundo aceitasse, por exemplo, fazer esterelização do sistema reprodutivo e começasse a acatar ordens de bons planejadores sociais certamente a pobreza já diminuiria fortemente. Ou discordas?
("Todo mundo"??? Mais aí seria o "paraíso terrestre sem humanos"!!!  hahahahahhahaha)

"Acatar ordens de bons planejadores sociais" já não inclui a suspensão reprodutiva dos financeiramente autoinsuficientes?
Ué, mas foi primeiro esterelizar, depois acatar, etc..
Mas o "esterilizar primeiro" foi a partir de que "da noite pro dia todo mundo aceitasse". "Acatasse"?... de quem?

Difícil "concordar" com isso. Um sistema de máquinas como as humanas interagindo 'socialmente' demanda a existência de 'pobres', logo de 'pobreza'. Um princípio de 'armazenamento cíclico' pode dar conta de uma "redução da pobreza" só aparente, se no ciclo seguinte a carga for drasticamente reduzida. Claro que, se 90% da humanidade desaparecesse agora, os 10% restantes sendo da camada mais pobre, esses últimos experimentariam o 'consumo' dos "espólios". Porém, apenas por algum tempo calculável. A pobreza total e completa só não seria o novo fim de mais um ciclo último porque, muito esperavelmente, surgiriam em meio aos pobres indivíduos capazes de gerar riqueza novamente, por pura deriva natural de habilidades dessas máquinas. Desde que, é claro, uma "esterilização" aplicada não fosse, no mínimo, total!

É bastante complexo, mi chefian.
E quem disse que era fácil?
O SUPER Cientista que não foi...

Offline Cientista

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #140 Online: 14 de Maio de 2015, 02:17:29 »
Os geradores de riqueza são os minimamente capazes de estabelecer a carga que podem suportar sem ocorrência de (um) 'efeito apendicial'. São os que podem determinar proficuamente quem e quanta prole pode gerar. Se a reprodução for uma liberdade plena e irrestrita nas mãos de meritoriamente incapazes de gerar riqueza, encontra-se o "drama da pobreza".

Offline Sergiomgbr

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #141 Online: 14 de Maio de 2015, 02:28:58 »
Talvez um dia todos vivamos 100% imersos numa realidade virtual como a do filme "matrix", onde qualquer um possa "ser"/simular ser o que quiser, quando quiser, independente do que quer que seja, sem qualquer repercussão negativa para outros e etc e tal.

Ninguém deveria ser obrigado a ser ou fazer algo específico para que tenha mais acesso aos recursos para viver com qualidade.
Isso é uma impossibilidade óbvia já, de partida inclusive geográfica, melhor dizendo, biológica! Para ver uma coisa você é obrigado a abrir os olhos, para sentar você é obrigado a flexionar os joelhos, para comer você tem que abrir a boca, para hagar(com alguma humanidade) tem que ir até a privada e se tiver outro lá, tem que esperar e se o outro demorar, dependendo da sua urgência tem que providenciar umas folhas de jornal e escolher um cantinho discreto e talz. Para trabalhar tem que pegar o onz ou então ir a pé ou de carro ou de trem? fazendo escolhas sempre nem sempre as que gostaria, tem que tolerar, tem que postergar tem que negar ou aceitar coisas, a despeito de que desejasse que fosse de outro modo, e a coisa vai se nessa toada o tempo todo. Ninguém deveria ser ou fazer o que não quisesse é uma incongruência existencial.

Você tirou do contexto. Não se trata de não fazer nada absolutamente do que não se quer, pois não existe liberdade absoluta, de uma forma ou de outra vai ter que seguir alguma regra, nem que sejam as leis da natureza. A questão em foco é que ninguém deveria ser obrigado a se dedicar ao que não gosta ou que não quer para poder garantir sua sobrevivência e qualidade de vida, tendo em vista que já existem meios pra isto, além de ser algo mais lógico, que produziria mais liberdade individual e que reduziria significativamente a pobreza, desigualdade e os problemas vindos delas.
Até acredito que já existam meios para isso, e não estou me referindo a uma Lâmpada de Aladim, e sim ao binômio trabalho-cooperação, mas isso é uma utopia.
Quando você diz esse negócio de "acredito"...    ...    ...

O Cientista não acredita. E não vê que "existam meios para isso. Muito o contrário.
Ora, mi capitan, se da noite pro dia todo mundo aceitasse, por exemplo, fazer esterelização do sistema reprodutivo e começasse a acatar ordens de bons planejadores sociais certamente a pobreza já diminuiria fortemente. Ou discordas?
("Todo mundo"??? Mais aí seria o "paraíso terrestre sem humanos"!!!  hahahahahhahaha)

"Acatar ordens de bons planejadores sociais" já não inclui a suspensão reprodutiva dos financeiramente autoinsuficientes?
Ué, mas foi primeiro esterelizar, depois acatar, etc..
Mas o "esterilizar primeiro" foi a partir de que "da noite pro dia todo mundo aceitasse". "Acatasse"?... de quem?

Que tal um lampejo de consciência suprema?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Cientista

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #142 Online: 14 de Maio de 2015, 03:19:15 »
Talvez um dia todos vivamos 100% imersos numa realidade virtual como a do filme "matrix", onde qualquer um possa "ser"/simular ser o que quiser, quando quiser, independente do que quer que seja, sem qualquer repercussão negativa para outros e etc e tal.

Ninguém deveria ser obrigado a ser ou fazer algo específico para que tenha mais acesso aos recursos para viver com qualidade.
Isso é uma impossibilidade óbvia já, de partida inclusive geográfica, melhor dizendo, biológica! Para ver uma coisa você é obrigado a abrir os olhos, para sentar você é obrigado a flexionar os joelhos, para comer você tem que abrir a boca, para hagar(com alguma humanidade) tem que ir até a privada e se tiver outro lá, tem que esperar e se o outro demorar, dependendo da sua urgência tem que providenciar umas folhas de jornal e escolher um cantinho discreto e talz. Para trabalhar tem que pegar o onz ou então ir a pé ou de carro ou de trem? fazendo escolhas sempre nem sempre as que gostaria, tem que tolerar, tem que postergar tem que negar ou aceitar coisas, a despeito de que desejasse que fosse de outro modo, e a coisa vai se nessa toada o tempo todo. Ninguém deveria ser ou fazer o que não quisesse é uma incongruência existencial.

Você tirou do contexto. Não se trata de não fazer nada absolutamente do que não se quer, pois não existe liberdade absoluta, de uma forma ou de outra vai ter que seguir alguma regra, nem que sejam as leis da natureza. A questão em foco é que ninguém deveria ser obrigado a se dedicar ao que não gosta ou que não quer para poder garantir sua sobrevivência e qualidade de vida, tendo em vista que já existem meios pra isto, além de ser algo mais lógico, que produziria mais liberdade individual e que reduziria significativamente a pobreza, desigualdade e os problemas vindos delas.
Até acredito que já existam meios para isso, e não estou me referindo a uma Lâmpada de Aladim, e sim ao binômio trabalho-cooperação, mas isso é uma utopia.
Quando você diz esse negócio de "acredito"...    ...    ...

O Cientista não acredita. E não vê que "existam meios para isso. Muito o contrário.
Ora, mi capitan, se da noite pro dia todo mundo aceitasse, por exemplo, fazer esterelização do sistema reprodutivo e começasse a acatar ordens de bons planejadores sociais certamente a pobreza já diminuiria fortemente. Ou discordas?
("Todo mundo"??? Mais aí seria o "paraíso terrestre sem humanos"!!!  hahahahahhahaha)

"Acatar ordens de bons planejadores sociais" já não inclui a suspensão reprodutiva dos financeiramente autoinsuficientes?
Ué, mas foi primeiro esterelizar, depois acatar, etc..
Mas o "esterilizar primeiro" foi a partir de que "da noite pro dia todo mundo aceitasse". "Acatasse"?... de quem?

Que tal um lampejo de consciência suprema?
(Vou entender como não uma "sugestão", que não faria qualquer sentido direcionado ao portentoso Cientista que já uma consciência suprema em fluxo contínuo. Então...)

Tipo assim... a do SUPER Cientista    ...ou de um deus?...(bom, não há diferença prática)

Não..., não...  sem chance...      hahahahhahahahahah

Offline Sergiomgbr

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #143 Online: 14 de Maio de 2015, 08:06:27 »
Talvez um dia todos vivamos 100% imersos numa realidade virtual como a do filme "matrix", onde qualquer um possa "ser"/simular ser o que quiser, quando quiser, independente do que quer que seja, sem qualquer repercussão negativa para outros e etc e tal.

Ninguém deveria ser obrigado a ser ou fazer algo específico para que tenha mais acesso aos recursos para viver com qualidade.
Isso é uma impossibilidade óbvia já, de partida inclusive geográfica, melhor dizendo, biológica! Para ver uma coisa você é obrigado a abrir os olhos, para sentar você é obrigado a flexionar os joelhos, para comer você tem que abrir a boca, para hagar(com alguma humanidade) tem que ir até a privada e se tiver outro lá, tem que esperar e se o outro demorar, dependendo da sua urgência tem que providenciar umas folhas de jornal e escolher um cantinho discreto e talz. Para trabalhar tem que pegar o onz ou então ir a pé ou de carro ou de trem? fazendo escolhas sempre nem sempre as que gostaria, tem que tolerar, tem que postergar tem que negar ou aceitar coisas, a despeito de que desejasse que fosse de outro modo, e a coisa vai se nessa toada o tempo todo. Ninguém deveria ser ou fazer o que não quisesse é uma incongruência existencial.

Você tirou do contexto. Não se trata de não fazer nada absolutamente do que não se quer, pois não existe liberdade absoluta, de uma forma ou de outra vai ter que seguir alguma regra, nem que sejam as leis da natureza. A questão em foco é que ninguém deveria ser obrigado a se dedicar ao que não gosta ou que não quer para poder garantir sua sobrevivência e qualidade de vida, tendo em vista que já existem meios pra isto, além de ser algo mais lógico, que produziria mais liberdade individual e que reduziria significativamente a pobreza, desigualdade e os problemas vindos delas.
Até acredito que já existam meios para isso, e não estou me referindo a uma Lâmpada de Aladim, e sim ao binômio trabalho-cooperação, mas isso é uma utopia.
Quando você diz esse negócio de "acredito"...    ...    ...

O Cientista não acredita. E não vê que "existam meios para isso. Muito o contrário.
Ora, mi capitan, se da noite pro dia todo mundo aceitasse, por exemplo, fazer esterelização do sistema reprodutivo e começasse a acatar ordens de bons planejadores sociais certamente a pobreza já diminuiria fortemente. Ou discordas?
("Todo mundo"??? Mais aí seria o "paraíso terrestre sem humanos"!!!  hahahahahhahaha)

"Acatar ordens de bons planejadores sociais" já não inclui a suspensão reprodutiva dos financeiramente autoinsuficientes?
Ué, mas foi primeiro esterelizar, depois acatar, etc..
Mas o "esterilizar primeiro" foi a partir de que "da noite pro dia todo mundo aceitasse". "Acatasse"?... de quem?

Que tal um lampejo de consciência suprema?
(Vou entender como não uma "sugestão", que não faria qualquer sentido direcionado ao portentoso Cientista que já uma consciência suprema em fluxo contínuo. Então...)

Tipo assim... a do SUPER Cientista    ...ou de um deus?...(bom, não há diferença prática)

Não..., não...  sem chance...      hahahahhahahahahah
Meus homenzinhos não podem ter um pouquinho de lirismo?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #144 Online: 19 de Maio de 2016, 05:26:47 »

Direita tenta renascer, mas falta militância, afirmam especialistas

Pedro Ladeira - 03.mar.16/Folhapress   

GALERIA DA SEMANA - MAR.03 - QUINTA-FEIRA, 17.mar/2016 - BRASILIA, DF, BRASIL, 17-03-2016: Manifestantes contra o governo da presidenta Dilma, protestam em frente ao Palacio do Planalto apos a posse de Lula como ministro da Casa Civil. Movimento MBL projeta a frase "Fora Dilma" no Palacio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)


THAIS BILENKY
DE SÃO PAULO

16/05/2016  02h00

Com o distanciamento da esquerda do governo Michel Temer (PMDB), o setor conservador do país calibra um "renascimento", mas esbarra na falta de respaldo acadêmico e em uma militância pouco consistente, de acordo com pesquisadores.

Desde as manifestações de 2013, apontam, setores começaram a perder a vergonha de ser de direita, um sentimento herdado da ditadura militar. No entanto, essa nova feição ideológica da sociedade civil não se reflete nas forças políticas tradicionais nem na produção intelectual do país.

O brasilianista Timothy Power, da Universidade de Oxford (Inglaterra), observa que movimentos que articulam manifestações de oposição à presidente afastada Dilma Rousseff foram galvanizados pelas redes sociais. Mas a ascensão não foi acompanhada de maior representatividade partidária, o que inclusive serviu de incentivo para que fossem às ruas.

"A gente vê que eles ostentam muita força de mídia, mas carecem de densidade", afirma. "Você não pode comparar o MBL (Movimento Brasil Livre) com a CUT (Central Única dos Trabalhadores), que tem capilaridade, a nível local e nacional, e opera 24 horas por dia, sete dias por semana, o ano inteiro. Não é o tipo de movimento como o Vem Pra Rua, que é nada mais que um site que define data e local de mobilizações."

Power identifica essa tendência como um "neoconservadorismo popular" que prega o liberalismo clássico.

O cientista político Fernando Limongi os considera "radicais de direita, sem muitos pendores democráticos". O professor titular da USP minimiza sua abrangência.

"Não acho que esse grupo esteja em sintonia com as ruas, o que quer que sejam as ruas. Todos os grupos reivindicam o papel de representantes autorizados e legítimos da vontade do verdadeiro povo ou ruas. O MBL é um deles. Não é o único. Mas ninguém sabe qual é a vontade das ruas, nem mesmo se elas são 'liberais'", diz Limongi.

O MBL confia na consistência de sua atuação. Anunciou nesta semana que lançará candidatos nas eleições municipais deste ano sob diferentes legendas.

ACADEMIA

Também na esfera intelectual, aponta-se sub-representação da direta.

"Não vejo posição conservadora estruturada na academia", diz José Álvaro Moisés, diretor do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP. "Por definição, a perspectiva de mundo da academia é crítica e por isso é mais comum ter contingentes [de estudiosos] situados muito mais na esquerda ou no centro-esquerda", justifica.

A "hegemonia da esquerda" na academia se deve à presença ainda marcante do trauma com o regime militar, sugere Power, de Oxford.

"Muita gente ainda associa a direita com tortura e gorilas da repressão. A nova direita tem de se distanciar desse legado, o que fica difícil quando você tem pessoas como [o deputado federal] Jair Bolsonaro [PP-RJ], com discurso pró-ditadura no Congresso", disse o americano.

ESPECTRO POLÍTICO

Acenos de Temer com setores conservadores, como a entrega de áreas sociais a partidos críticos à gestão petista, além da ausência de mulheres e negros no primeiro escalão, recolocaram a esquerda na oposição.

"Se o PT for colocado na esquerda, então o governo Temer representa uma movimentação clara à direita. Tem um viés conservador e direitista", diz Limongi. "Se vai implementar essa agenda, são outros 500 mil réis."

Na interpretação de Moisés, a Presidência interina se situa bem ao centro. "Interessante que o ministério tem gente que integrou o governo Fernando Henrique Cardoso e o governo Lula e também gente do PMDB que não esteve em nenhuma das gestões. A meu juízo, é tipicamente uma situação de centro."

Power enxerga a volta da correlação de forças dos anos 1990, a coalizão reformista de centro-direita de FHC. "Mas a diferença é que FHC tinha muito mais conteúdo programático. Não vejo agenda proativa de Temer, mas uma defensiva para ficar no poder", opina.


http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/05/1771615-direita-tenta-renascer-mas-falta-militancia-afirmam-especialistas.shtml
« Última modificação: 19 de Maio de 2016, 05:43:02 por JJ »

Offline Euler1707

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #145 Online: 19 de Maio de 2016, 11:34:40 »
"radicais de direita, sem muitos pendores democráticos", para definir grupos liberais. A esquerda radical esteve hegemônica por tanto tempo aqui, que para eles, até o PSDB é de direita. Pois é, Só acho que essa "desesquidazação" da população brasileira fará bem à todos, pois vai equilibrar mais a balança, e quem sabe, os radicais que estavam no poder, e que eram de esquerda, não voltem mais ao poder.
« Última modificação: 19 de Maio de 2016, 11:38:39 por Euler1707 »

Offline JJ

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #146 Online: 19 de Maio de 2016, 12:09:13 »
"radicais de direita, sem muitos pendores democráticos", para definir grupos liberais. A esquerda radical esteve hegemônica por tanto tempo aqui, que para eles, até o PSDB é de direita. Pois é, Só acho que essa "desesquidazação" da população brasileira fará bem à todos, pois vai equilibrar mais a balança, e quem sabe, os radicais que estavam no poder, e que eram de esquerda, não voltem mais ao poder.


Com relação a radicais de direita, creio que ele se referiu a pessoas como os simpatizantes do Bolsonaro e o próprio Bolsonaro.  Um cara claramente autoritário e anti democrático.



Offline Euler1707

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #147 Online: 19 de Maio de 2016, 12:28:30 »
"radicais de direita, sem muitos pendores democráticos", para definir grupos liberais. A esquerda radical esteve hegemônica por tanto tempo aqui, que para eles, até o PSDB é de direita. Pois é, Só acho que essa "desesquidazação" da população brasileira fará bem à todos, pois vai equilibrar mais a balança, e quem sabe, os radicais que estavam no poder, e que eram de esquerda, não voltem mais ao poder.


Com relação a radicais de direita, creio que ele se referiu a pessoas como os simpatizantes do Bolsonaro e o próprio Bolsonaro.  Um cara claramente autoritário e anti democrático.
Talvez tenha sido um desentendimento meu, principalmente devido à sequência:
Citar
O cientista político Fernando Limongi os considera "radicais de direita, sem muitos pendores democráticos". O professor titular da USP minimiza sua abrangência.

"Não acho que esse grupo esteja em sintonia com as ruas, o que quer que sejam as ruas. Todos os grupos reivindicam o papel de representantes autorizados e legítimos da vontade do verdadeiro povo ou ruas. O MBL é um deles. Não é o único. Mas ninguém sabe qual é a vontade das ruas, nem mesmo se elas são 'liberais'", diz Limongi.
Se essa não é a interpretação correta (de que os movimentos que foram às ruas eram "
"radicais de direita, sem muitos pendores democráticos"), eu não sei qual seria.
« Última modificação: 19 de Maio de 2016, 13:23:08 por Euler1707 »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #148 Online: 19 de Maio de 2016, 13:15:01 »
Achei ainda mais impressionante o trecho seguinte:

Citar
É a direita que se recusa a dialogar ou a ouvir contrapontos. É a direita que, quando percebe que alguém de quem discorda vai se manifestar, opta por insultos ou por cobrir os ouvidos e emitir "lálálás" em forma de panelaços. É uma direita que se acredita dona da razão absoluta e- mais importante - dona da verdadeira moral e de uma integridade que a esquerda jamais conseguiria ter.

Se bobear achamos por aí citação de discurso de petista de alto escalão dizendo com todas as letras "temos a verdadeira moral e uma integridade que a direita jamais conseguirá ter".

“Não existe viva alma mais honesta do que eu” - L. I. L. S.



Offline Gauss

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Re:A neo-direita brasileira
« Resposta #149 Online: 19 de Maio de 2016, 15:05:09 »
Não considero liberais como de direita. No máximo uma centro-direita. Quando eu ouço a palavra direitista me vêm um conservador na cabeça. Tipo Olavo de Carvalho, Ted Cruz, Trump, Bolsonaro. Muito longe de um Macri por exemplo, que a esquerda insiste em chamar de conservador, mas não é.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

 

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