Autor Tópico: Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona  (Lida 4009 vezes)

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Offline Moro

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #75 Online: 30 de Maio de 2015, 14:33:12 »
Eu falei que o tópico tava repetitivo.

Insistem nesse argumento "fulanos vão trabalhar de graça". Já expliquei mil vezes que há outras formas de lucrar, o mercado vai achar um jeito, e é obrigação do empreendedor achar um jeito de lucrar. O ponto central é que ideias não podem ser propriedades, isso não significa que exista todos os tipos de ideias como vacina pra aids, isso não invalida o fato que ideias não são escassas.

Mas não adianta muito argumentar aqui. Era da impressora 3D e o pessoal continua com essas ideias anti-tecnológicas de monopólio.
eu acho a mais valia menos ridícula
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #76 Online: 30 de Maio de 2015, 18:30:02 »
Eu falei que o tópico tava repetitivo.

Insistem nesse argumento "fulanos vão trabalhar de graça". Já expliquei mil vezes que há outras formas de lucrar, o mercado vai achar um jeito

É uma dessas coisas tão elementares que me deixam pasmo, como toda aquela "polêmica" recente sobre questionar fontes...


Sim, vai. Mas não é exatamente "o mercado" que vai dar um jeito, são os indivíduos que trabalham com isso.

Aqueles que antes tinham uma parcela signifcativa da renda com direitos autorais, deixam de ter.

Evidentemente isso implica em ter que fazer outra coisa para ter o mesmo rendimento no fim das contas.

Evidentemente é pouco promissor fazer mais criação que, está imediatamente desvalorizada e competindo com tudo que já foi criado pela humanidade, distribuído de graça.

O que fosse a fazer, teria que ser ou muito barato para competir com o grátis (ao mesmo tempo em que não será fonte de renda passiva com a qual antes contava), ou, mais raramente, com muita sorte, algo que o cliente veja como valendo um investimento muito maior, equivalente ao "buy out" -- apesar do cliente mesmo não ter o direito à exclusividade, que geralmente seria de seu interesse, o que tornaria a situação ainda mais rara.

Evidentemente, acabará sendo muito mais vantajoso na maior parte do tempo fazer alguma outra coisa qualquer para ganhar dinheiro, mesmo que não tenha nada a ver com criação.


É simplesmente a realidade. Autores ganham com direitos autorais. Sim, ganham com outras coisas, também, e poderiam ganhar mais com outras coisas. Mas na medida em que é menos lucrativo fazer a coisa A, menos da coisa A serão motivados a fazer.



"As pessoas vão/o mercado vai dar um jeito de lucrar" -- isso vale para qualquer forma arbitrária de lucro que se proponha abolir.

E até para lucro em geral, basta falar então de "o mundo vai ter um jeito de sobreviver, blablablá".

Digamos, "vamos proibir aluguel". E então, evidentemente, quem atualmente tem alguma renda com aluguel não vai querer fazer hospedagem ou empréstimos de caridade em vez disso. Vai vender essas propriedades, se não forem consideradas excedente indevido e expropriadas, e fazer outra coisa.



Citar
e é obrigação do empreendedor achar um jeito de lucrar.

É necessidade do indivíduo arranjar dinheiro para por o pão na mesa.

Não é necessário viver masoquisticamente fazendo a mesma coisa que sempre se fez se um empreendimento de repente se mostra menos lucrativo, pelo trabalho ter sido subitamente tremendamente desvalorizado, e competindo com tudo que se tornou arbitrariamente grátis, inclusive o próprio trabalho.




Citar
O ponto central é que ideias não podem ser propriedades,

Isso é comunismo intelectual, só uma ideologia, um valor pessoal. Comunistas completos dizem que não pode haver propriedades, em geral.


Citar
isso não significa que exista todos os tipos de ideias como vacina pra aids, isso não invalida o fato que ideias não são escassas.

Se idéias (idéias lucrativas) não fossem escassas, não haveria motivo para discussão. Cada um teria tantas idéias tão lucrativas tanto quanto qualquer outro. Não teria havido greve de autores, etc. Você escreveria um livro hoje e ele venderia tanto quanto um do Stephen King.

Mas claro que você sabe disso, que vai lucrar muito mais se vender algo que o Stephen King escreveu do que aquilo que você tiver que trabalhar para tentar criar.



Citar
Mas não adianta muito argumentar aqui. Era da impressora 3D e o pessoal continua com essas ideias anti-tecnológicas de monopólio.

Direitos sobre propriedade intelectual são uma tecnologia, e não conflitante com "impressora 3d" ou qualquer meio de reprodução em massa -- talvez as últimas até devendo ao incentivo de haver a defesa às propriedades intelectuais, já que é a forma como as coisas mais se deram no desenvolvimento tecnológico recente.

Novamente, o óbvio.

Offline Lorentz

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #77 Online: 30 de Maio de 2015, 19:34:24 »
Buck, o que você não entende é que o Mises deve ter um texto pronto refutando tudo o que você diz. E provavelmente envolve a Suécia.
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Offline Cientista

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #78 Online: 31 de Maio de 2015, 03:28:11 »
Ora, essas "obviedades" não são assim como algo que se possa admitir incontestemente sem discussões com a natureza embaralhadora enganadora caçoadora jogadora de dados icosaédricos. Assim como pedir evidências de que medo é uma característica humana não é tão absurdo quando se trata de avaliar os efeitos de punições que não são assim algo como loterias, em que o produto 'brutalidade assustadora da punição(/montante do prêmio)' x 'certeza da aplicação(/probabilidade de acertar)' não faz qualquer sentido.
Eu não entendi exatamente a última parte,
Talvez porque ajude olhar para a *última parte* da "última parte"..., que trata-se de exemplificação genérica:

Também é uma característica humana se dedicar a fazer algo de acordo com a perspectiva de recompensa cobrir o custo, o que, no que tange a criações intelectuais, na vasta maior parte do tempo será completamente inviabilizado sem as proteções atuais que existem às PIs.
Poste as suas evidências disso e aí conversamos.
Putz. Evidências de que não vale a pena trabalhar de graça para outros? É isso que você quer?
-- Todo mundo sabe que se o preço de uma aposta é 5 e o prêmio é 10 vale a pena jogar toda a semana para arriscar uma chance de 1 contra 50.000.000 e um petelequinho de levinho nazoreia garantido em 99,99% dos casos é mais efetivamente inibidor do criminoso do que uma certeza de 0,01% de passar por todos os suplícios mitológicos, multidantescos, tantalianos, prometeuianos, sisifianos e mais 20 extraordinárias ideias "abundantes por aí" do ULTRAMESTRE Cientista, tudo ao mesmo tempo.

...Conheceu, papudo!   hahahahahahahahahaha...


Conheceu, agora?!

Mas, se tudo mais falhar, é como o Cientista já te encaminhou bem na vida: debele tuas crenças (se conseguires) e a realidade toda se abrirá em clareza para ti!

mas, de qualquer forma,
Não entendeste, mas "mas, de qualquer forma"???    ...É...  assim, EU entendo (bem o que se passa)!

nunca coloquei em questão que medo fosse parte da natureza humana
Da "natureza" humana?... Bom... se é da "*natureza*", é inviolável, até por 'banditiose aguda'. Então... sim, colocaste sim.

Jáááá... o Cientista entende como típica característica funcional da máquina. Pode até estar ausente! Mas como distúrbio funcional, apenas, o que, normalmente, é raro, e não é o que se (deve) conta(r) fundamentalmente nas medidas.

-- o que os estudos não-mentais
"Estudos não mentais" é ótimo!...  Esse negócio de "estudos" humano-sociais SEMPRE é ótimo!

sobre o tema afirmam
"AFIRMAM", é?...  O "mostram" virou coisa para fracos? hahahahahahah...

são coisas como que as pessoas que seriam criminosas
Detalhes...   Ah, os detalhes! Detalhes tão "pequenos"... são coisas muito GRANDES pra não ver...

são mais amedrontadas pelas condições ruins de cadeia
Então, não são amedrontadas nem por cadeia ruim?!!!

Então, as propostas de melhorar (humanizar) os presídios são piores que contraproducentes?! (Ah... o Cientista já devia saber... hahahahahaha)

Então...?!

do que por pena de morte (ou penas mais graves em geral).
Que "penas mais graves em geral"?! Já encontraste aquele experimento que te solicitei?!!!

Muito provavelmente para até para mais crimes do que aqueles em que poderiam pegar pena de morte, se pegos, já não deve ser tão baixo o muito mais imediato risco de morrerem em algum momento durante a ação criminosa, e ainda assim isso não os impede.
Ficou bem confuso isso aí. Deixe ver se entendi... Seria que até por um "assaltinho" "sem maiores consequências", em que o sujeito não seria apenado com morte se pego, ele não se retém diante da possibilidade de um confronto em que pode ser morto?  ...Ih, fio... aí, abriste um lecão para descartar o medo como parte da "natureza humana", porque a esmagadora maioria dessas máquinas vive de emoções, aventuras e adrenalinas, prontas para correr riscos "desnecessários", SOB TUDO ISSO! Aí cria-se uma bela peia! Essas máquinas têm medo ou adoração por perigo?... Eu penso que os dois...   ...mas, ainda vejo que a "glória" de ir "going down in a blaze of glory" é muito estimulante. "Morrer em confronto com a puliça!" é uma coisa bem diferente da humilhação dolorosa de ser submetido (ao que, muitas vezes, fazem com vítimas) a, por exemplo, uma esfolação concomitante a uma avisceração com suporte médico à manutenção máxima do estado vivo, sendo filmado e transmitido para qualquer um ver o "másculo bandidão que enfrenta o mundo" sendo abatido como um bichinho indefeso. Daí o Cientista ter comentado naquele outro tópico porque o feroz Japão se rendeu: morrer com a chance de matar o oponente é uma coisa; ser exterminado por algo que assume um nível de divindade irada, outra bem diferente. Os japoneses certamente topavam confrontar a 'polícia americana' tiro a tiro, pau a pau...  até o último japonês. Mas ser abatido numa mesa executória?...  tsc tsc tsc...  sem emoção, não dá!   hahahahahahahah

Esse experimento (que o Cientista te res--solicita!), já foi feito no mundo atual (onde os "estudos" -- hahahahahahahah -- são realizados)?

Se não, não me venha com enrolações, meu jovem!

https://www.libertariannews.org/2014/02/14/cops-kill-more-americans-than-iraqi-or-afghan-insurgents/

tem algo como por volta de 50 execuções por ano, nos EUA, enquanto que mortos em ação policiais (não-policiais) somam algumas centenas.
Como o Cientista já disse, já entediado de tanto repetir e não ter qualquer retorno decente, morte pura e simples(mente) não é o amendrontador maior. É para explorar o ME-DO como ferramenta coibidora, não delirar que "morrer por morrer é igual a morrer".



Quando você tiver o experimento realizado, avise ao Cientista, OK?!


E em outro tópico, porque esse aqui é para outro assunto. Eu só tinha colocado a questão como um exemplo de chamada, nem como um off! Daqui a pouco, reclamam.

Rhyan

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #79 Online: 31 de Maio de 2015, 14:57:56 »
Falando em mais valia, essa ideia de propriedade intelectual/trabalhar de graça deve ser resquício da teoria do valor-trabalho.

Mises? Ele não disse nada sobre esse tema que eu saiba, nem Rothbard pensava assim.

Rhyan

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #80 Online: 31 de Maio de 2015, 15:35:59 »
Para os defensores da escassez artificial:

Eu tenho uma música em mp3, posso replicar ela quantos vezes for necessário, pode mandar copias para todas pessoas do mundo. Não sou o autor da música, mas ela deixou de ser escassa. Qual preço um bem não-escasso deve ter?

Se é crime copiar a música para outros, então estão agredindo meu direito de usar o meu computar, que é um bem escasso. Portanto, quem defende PIs está automaticamente agredindo a propriedade privada, tangível, que só existe porque existe escassez.

For dummies:


Offline Buckaroo Banzai

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #81 Online: 31 de Maio de 2015, 17:19:10 »
Falando em mais valia, essa ideia de propriedade intelectual/trabalhar de graça deve ser resquício da teoria do valor-trabalho.


Mises? Ele não disse nada sobre esse tema que eu saiba, nem Rothbard pensava assim.

Não, é decorrente apenas da "teoria" de que indivíduo incorre em custos de produção prevendo que o investimento lhe será lucrativo, ou deixa de fazê-lo, na medida em que deixa de ser lucrativo.

http://en.wikipedia.org/wiki/Profit_motive


Criar é menos lucrativo (e atrativo) na medida que  o custo de criação permanece essencialmente o mesmo, mas o produto pode ser reproduzido e distribuido infinitamente (oferta "infinita"), sem que isso incorra em lucro adicional ao criador, mesmo que represente a outros (venda de mídia ou streaming/anúncios sem pagar comissão a quem criou o produto).


E citando isso pela segunda vez:

Citação de: Ludwig Von Mises
Yet there is an exception to this general rule that monopoly prices benefit the seller and harm the buyer and infringe the supremacy of the consumers’ interests. If on a competitive market one of the complementary factors, namely f, needed for the production of the consumers’ good g, does not attain any price at all, although the production of f requires various expenditures and consumers are ready to pay for the consumers’ good g a price which makes its production profitable on a competitive market, the monopoly price for f becomes a necessary requirement for the production of g. It is this idea that people advance in favor of patent and copyright legislation. If inventors and authors were not is a position to make money by inventing and writing, they would be prevented from devoting their time to these activities and from defraying the costs involved. The public would not derive any advantage from the absence of monopoly prices for f. It would, on the contrary, miss the satisfaction it could derive from the acquisition of g.

https://mises.org/library/prices-part-3


Sem respeito aos direitos autorais, os criadores não vão morrer, vão apenas fazer outras coisas para viver na maior parte do tempo, já que o produto é vastamente desvalorizado com a oferta "infinita", e esse investimento por terceiros apenas mais raramente será valioso a outros pelo mesmo motivo.

Para os comunistas, isso na verdade é um avanço, na medida em que crêem que as criações seriam motivadas não por ganância capitalista, mas por amor sincero à arte ou como resposta às verdadeiras necessidades da subisistência (e não playboyzismo).



Para os defensores da escassez artificial:

Não é mais "artificial" do que a escassez gerada pela não-compartilhamento de suas propriedades, que você não usa todas ao mesmo tempo. E toda lei é artificial.



Citar
Eu tenho uma música em mp3, posso replicar ela quantos vezes for necessário, pode mandar copias para todas pessoas do mundo. Não sou o autor da música, mas ela deixou de ser escassa. Qual preço um bem não-escasso deve ter?

O preço resultante da violação dos direitos autorais tende a "zero", realmente.

Se as pessoas não respeitam aos contratos/acordos, em última instância elas pagam o quanto quiser pelas coisas.

Como se você vende um carro a alguém, que, de posse do carro, decide decide que não vai pagar o restante das prestações e dá o carro a alguém, então o preço do carro a quem recebeu dele foi zero, e a quem comprou de você, apenas a entrada.



Citar
Se é crime copiar a música para outros, então estão agredindo meu direito de usar o meu computar, que é um bem escasso.

Existem provisões como "fair use" e análogos, você pode copiar a música como backup pessoal. E de modo geral, embora estritamente indevido, poderia copiar a alguns outros sem que vá ser legalmente procurado -- algo meio como o crime de consumir bebida alcoólica sendo menor de idade, na falta de um comparativo melhor. O risco real está em compartilhamento em massa, especialmente com fins lucrativos, como fazem os sites de pirataria (ironicamente dependentes dos direitos autorais para viabilizarem seu negócio, também).


Também há agressão em impedir que outras pessoas compartilhem dos "seus" bens, mesmo que você não os esteja usando no momento, e que não sejam destruídos no uso por outro, podendo ser devolvidos a você quando precisar, ou, você podendo pegar emprestado de outra pessoa, alguma unidade similar.


Citar
Portanto, quem defende PIs está automaticamente agredindo a propriedade privada, tangível, que só existe porque existe escassez.

Quem ataca PIs está automaticamente atacando a validade dos acordos voluntários que supostamente seriam respeitados (por "palavra de homem" apenas?) no anarco-capitalismo e variantes.

A PI só está em suas mãos porque em algum momento houve esse acordo.

Desrespeito às PIs é desrespeito aos acordos voluntários que são colocados por filósofos libertários como base do direito.

O fim das PIs por decreto é a desvalorização da criação intelectual e destruição da maior parte do potencial de lucro, que é o incentivo em criar.





For dummies:



As pessoas já são livres para criar o que conseguirem criar e distribuírem livremente, ou cobrarem em uma parcela só de quem quiser pagar.

Alguns criadores "críticos" do direito autoral/propriedade intelectual apontam até mesmo que é vantajoso para eles individualmente que não sejam todos os autores/criadores/inventores que optem por licenças de distribuição livre, pois isso os torna mais "competitivos", mesmo que não obtenham lucro financeiro imediato até mesmo da maior parte das aquisições de sua criação.

Os críticos a PI deveriam não só honrar os acordos embutidos nas PIs que já adquiriram (especialmente os libertários/não comunistas-materiais), mas contribuir com esses criadores, nem que seja consumindo o que produzem e distribuindo de graça, ou mesmo reproduzindo e vendendo (sem precisar pagar comissão, se quiser), se a licença assim permitir.

Mas parece que não há tanto interesse nisso. Algo similar aos comunistas clássicos, que querem acabar com a propriedade privada dos outros, em vez de se juntarem em cooperativas comunistas voluntárias.


Rhyan

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #82 Online: 31 de Maio de 2015, 19:57:28 »
Não é mais "artificial" do que a escassez gerada pela não-compartilhamento de suas propriedades, que você não usa todas ao mesmo tempo. E toda lei é artificial.

pqp... a distribuição de bens (tangíveis) é capaz de eliminar a escassez?

Desisto de você.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #83 Online: 31 de Maio de 2015, 20:13:06 »
Sério. A distribuição/compartilhamento aumenta a disponibilidade/reduz a escassez relativa, por definição, mesmo que não reduza a escassez absoluta.

Desistência aceita.

Offline Moro

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #84 Online: 31 de Maio de 2015, 20:40:58 »
Não é mais "artificial" do que a escassez gerada pela não-compartilhamento de suas propriedades, que você não usa todas ao mesmo tempo. E toda lei é artificial.

pqp... a distribuição de bens (tangíveis) é capaz de eliminar a escassez?

Desisto de você.

Não tem nada a ver com a macro economia em primeiro lugar, ainda que essa vá também sentir os efeitos no médio prazo. O primeiro ponto é a pessoa ser roubada e escutar groselhas como "ele que encontre outra maneira de vender e ganhar dinheiro".

É demais.
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Offline Moro

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #85 Online: 31 de Maio de 2015, 20:45:13 »
Para os defensores da escassez artificial:

Eu tenho uma música em mp3, posso replicar ela quantos vezes for necessário, pode mandar copias para todas pessoas do mundo. Não sou o autor da música, mas ela deixou de ser escassa. Qual preço um bem não-escasso deve ter?

Se é crime copiar a música para outros, então estão agredindo meu direito de usar o meu computar, que é um bem escasso. Portanto, quem defende PIs está automaticamente agredindo a propriedade privada, tangível, que só existe porque existe escassez.

For dummies:



Não posso encontrar algo mais ridículo do que isso, talvez um demotivator com trabalhadores produzindo em máquinas hiper sofisticadas com o texto abaixo dizendo "Não importa quanto investiram nessa máquina e quanto ela aumenta a produtividade, todo o trabalho provem apenas do trabalhador"
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #86 Online: 31 de Maio de 2015, 21:09:36 »
Os críticos a PI deveriam não só honrar os acordos embutidos nas PIs que já adquiriram (especialmente os libertários/não comunistas-materiais), mas contribuir com esses criadores, nem que seja consumindo o que produzem e distribuindo de graça, ou mesmo reproduzindo e vendendo (sem precisar pagar comissão, se quiser), se a licença assim permitir.

Mas parece que não há tanto interesse nisso. Algo similar aos comunistas clássicos, que querem acabar com a propriedade privada dos outros, em vez de se juntarem em cooperativas comunistas voluntárias.


E não fazer isso, por extensão, não só fere ao acordo implícito nos direitos autorais, como também atrapalha a quem produz e tenta distribuir as coisas nos moldes de copyleft e similares, já que aumenta a concorrência destes com produções de investimento muito maior, pelo mesmo custo.


Citar
http://archive.wired.com/wired/archive/14.10/start.html?pg=6

The Best: Movies in the Public Domain

Don’t assume movies in the public domain are just too lousy to make renewing copyright worthwhile. That’s true of only 99.99 percent of them! Here are 10 worth downloading for your PSP or iPod. Find them at sites like PublicDomainTorrents.com or Archive.org.



Citar
http://en.wikipedia.org/wiki/Pioneer_One



Pioneer One is a 2010 American web series produced by Josh Bernhard and Bracey Smith.[1][2][3] It has been funded purely through donations, and is the first series created for and released on BitTorrent networks.[4][5][6][7][8]

[...]The series itself was released under a Creative Commons license and is distributed for free in collaboration with VODO, as with Bernhard's previous independent film The Lionshare, over the Internet including peer-to-peer networks.[11][12]

↑ No caso, é "attribute noncommercial share-alike", ou seja, podem distribuir, mas não vender. (Os que não tem "noncommercial" podem ser vendidos, e não precisa pagar royalties nem nada).

Primeira temporada de Pioneer One no youtube:

list=PLB3660316357A75BC





https://www.google.com.br/search?q="public+domain"|copyleft+movies|films

https://www.google.com.br/search?q="public+domain"|copyleft+music|songs



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https://soosck.wordpress.com/2010/11/04/20-open-source-movies-edit-redistribute-free/

20 Open Source Movies You Can Edit and Redistribute for Free


























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http://www.openculture.com/freemoviesonline

700 Free Movies Online: Great Classics, Indies, Noir, Westerns, etc.

Watch 700 movies free online. Includes classics, indies, film noir, documentaries and other films, created by some of our greatest actors, actresses and directors. The collection is divided into the following categories: Comedy & Drama; Film Noir, Horror & Hitchcock; Westerns (many with John Wayne); Silent Films; Documentaries, and Animation. We also have special collections of Oscar Winning Movies and Films by Andrei Tarkovsky and Charlie Chaplin.



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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #87 Online: 31 de Maio de 2015, 21:16:30 »
Camarada tá confundindo o bem, em si, que pode ser copiado infinitamente com o processo para criá-lo, que não pode ser reproduzido infinitamente.

Voltando ao plano terreno, uma ideia mantida para o dono é escassa (ou não copiável), enquanto a ideia que é veiculada ao público é por definição não escassa, dado que já foi transmitida e quem a recebe não pode mais se desfazer dela e se a reproduzir não irá degradar a original nem impedir seu uso.

Existe um problema de mira na discussão, que deveria ser pautada não sobre se ideias são escassas ou não, mas sobre o que de fato está sendo comercializado, que não são as ideias, mas na verdade é todo o processo criativo (e seu inerente resultado) que aí sim é escasso e portanto deve ter preço de acordo com o "proprietário". Quando um vende um carro, o que está sendo vendido vai além do veículo em si, tocando nas horas de desenvolvimento, fabricação e serviço prestado. Se outro pode observar um carro e copiá-lo e depois vendê-lo, o que está sendo roubado não é o veiculo em si, mesmo, mas sim as horas de trabalho do primeiro.

Como diria o mítico Dr. Enéas: meu deus, isso é básico!

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #88 Online: 31 de Maio de 2015, 21:20:13 »
Não é mais "artificial" do que a escassez gerada pela não-compartilhamento de suas propriedades, que você não usa todas ao mesmo tempo. E toda lei é artificial.

pqp... a distribuição de bens (tangíveis) é capaz de eliminar a escassez?

Desisto de você.

Não tem nada a ver com a macro economia em primeiro lugar, ainda que essa vá também sentir os efeitos no médio prazo. O primeiro ponto é a pessoa ser roubada e escutar groselhas como "ele que encontre outra maneira de vender e ganhar dinheiro".

É demais.

Camarada, é uma falácia capialista (capital-ismo = idolatria (ismo) ao capital) dizer que "expropriação" é roubo ("expropriação" entre aspas, dado que parte do princípio que a "propriedade" não é só um construto social). Pois a pessoa ainda irá poder utilizar dos recursos necessários, inclusive os que são "expropriados". Eles apenas são mais otimamente distribuídos, reduzindo a escassez relativa dos mesmos. Da mesma forma que você pode compartilhar músicas, filmes, e livros e beneficiar a um número inimaginável de pessoas através da tecnologia, a mesma tecnologia permite com que sua "conta bancária" seja acessada por uma inteligência central que aloca melhor a esses recursos (numa fase inicial), o que faz com que pessoas que estariam morrendo de fome, possam viver. Vivemos numa era de abundância. A fome no mundo não se dá por escassez absoluta, mas relativa, ou seja, má distribuição.

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Offline Moro

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #89 Online: 31 de Maio de 2015, 21:23:16 »
PQP.. fico pensando do que seria do gado, de quem iria comprar carne, para quanto o preço da carne iria para ricos e principalmente pobres.. mas quem escreveu isso deve ter todos os neurônios focados em sua ideologia.
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« Resposta #90 Online: 31 de Maio de 2015, 21:33:43 »
A carnivoria é uma prática capitalista desnecessária para o bem-estar social. Do tópico "continuaremos a comer carne?":

13- Todos os anos 400 toneladas de grãos alimentam animais de corte - assim os ricos do mundo podem comer carne. Ao mesmo tempo, 500 milhões de pessoas nos países pobres morrem de fome. A cada 6 segundos alguém morre de fome por que pessoas no Ocidente estão comendo carne. Cerca de 60 milhões de pessoas morrem de fome por ano. Todas essas vidas poderiam ser salvas, porque estas pessoas poderiam estar comendo os grãos usados para alimentar animais de corte se os norte-americanos comessem 10% a menos de carne.

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #91 Online: 31 de Maio de 2015, 21:54:20 »
PQP.. fico pensando do que seria do gado, de quem iria comprar carne, para quanto o preço da carne iria para ricos e principalmente pobres.. mas quem escreveu isso deve ter todos os neurônios focados em sua ideologia.

Se é que os possui...
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Offline Moro

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #92 Online: 31 de Maio de 2015, 22:18:54 »
A carnivoria é uma prática capitalista desnecessária para o bem-estar social. Do tópico "continuaremos a comer carne?":

13- Todos os anos 400 toneladas de grãos alimentam animais de corte - assim os ricos do mundo podem comer carne. Ao mesmo tempo, 500 milhões de pessoas nos países pobres morrem de fome. A cada 6 segundos alguém morre de fome por que pessoas no Ocidente estão comendo carne. Cerca de 60 milhões de pessoas morrem de fome por ano. Todas essas vidas poderiam ser salvas, porque estas pessoas poderiam estar comendo os grãos usados para alimentar animais de corte se os norte-americanos comessem 10% a menos de carne.
:olheira:
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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Cumpadi

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #93 Online: 31 de Maio de 2015, 22:20:25 »
Se outro pode observar um carro e copiá-lo e depois vendê-lo, o que está sendo roubado não é o veiculo em si, mesmo, mas sim as horas de trabalho do primeiro.

Então as horas de trabalho deixaram de existir para essa pessoa? Para copiar um carro é só olhar e pum, outro igual mais barato aparece na sua frente? Óbvio que não, para se "copiar" um carro, você vai precisar de tanto trabalho como quem criou o carro, e ainda vai estar perdendo uma oportunidade de fazer um carro melhor no processo.

Claro que uma patente para "carros" em geral vai ser MUITO mais destrutiva que uma patente para um Honda Civic. Uma patente para um Honda Civic dificilmente afetaria o mercado negativamente, não faz muito sentido copiar um Honda Civic, mas sim aprimorá-lo de alguma forma. No início as patentes eram mais específicas, atualmente tem virado mais brandas e destrutivas, daí o crescente problema.
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline Johnny Cash

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #94 Online: 01 de Junho de 2015, 11:40:22 »
Se outro pode observar um carro e copiá-lo e depois vendê-lo, o que está sendo roubado não é o veiculo em si, mesmo, mas sim as horas de trabalho do primeiro.

Então as horas de trabalho deixaram de existir para essa pessoa?

Boa pergunta, Parcão.

Mas eu acho que virtualmente sim, quando considera que essas horas realizadas por um só ente estão sendo utilizadas para mais de um, é como se elas estivessem se dividido quando considerado o potencial do investimento.

Para copiar um carro é só olhar e pum, outro igual mais barato aparece na sua frente? Óbvio que não, para se "copiar" um carro, você vai precisar de tanto trabalho como quem criou o carro, e ainda vai estar perdendo uma oportunidade de fazer um carro melhor no processo.

No no no...

Fazer cópias de carros, motores, versões de carros, aprimoramentos reais ou só penduricalhos pra reanimar vendas como acontecem em model years consomem absurdamente menos horas de engenharia do que em um desenvolvimento genuíno. Isso é básico.

A perda de oportunidade de melhoria existe, por causa de mil aspectos incluindo aí a "burrice" das pessoas envolvidas e que constituem a força criativa do mercado, o que até nos força a entender que nem tudo pode ser jogado no balaio da crença de que o mercado resolverá tudo.

Claro que uma patente para "carros" em geral vai ser MUITO mais destrutiva que uma patente para um Honda Civic. Uma patente para um Honda Civic dificilmente afetaria o mercado negativamente, não faz muito sentido copiar um Honda Civic, mas sim aprimorá-lo de alguma forma.

Concordo com a primeira parte, uma patente para carros em geral vai ser bem mais impactante do que a para um modelo específico.

A segunda é evidentemente incoerente com a realidade. Faz sentido copiar modelos atuais, incluindo o Civic, sem qualquer necessidade a priori de melhoria, tal como já acontece hoje em mercados desenvolvidos com um player copiando algum aspecto específico de modelo de concorrente, ou até mesmo como é recorrente na China e outros asiáticos, copiando modelos inteiros, pelo menos esteticamente, enquanto se joga no lixo as partes mecânicas e outras tecnologias.

No início as patentes eram mais específicas, atualmente tem virado mais brandas e destrutivas, daí o crescente problema.

Ok.

Offline Johnny Cash

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #95 Online: 01 de Junho de 2015, 12:06:32 »
Pergunta básica: se o empreendedor tem que se virar pra dar um jeito de lucrar, pq ele não pode pagar patente e dar um jeito de lucrar com/apesar de isso?

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #96 Online: 01 de Junho de 2015, 14:52:14 »
Se outro pode observar um carro e copiá-lo e depois vendê-lo, o que está sendo roubado não é o veiculo em si, mesmo, mas sim as horas de trabalho do primeiro.

Então as horas de trabalho deixaram de existir para essa pessoa?

Boa pergunta, Parcão.

Mas eu acho que virtualmente sim, quando considera que essas horas realizadas por um só ente estão sendo utilizadas para mais de um, é como se elas estivessem se dividido quando considerado o potencial do investimento.

Evidentemente há algum investimento em copiar aquilo que outras pessoas desenvolveram, mas isso ainda não faz do plágio uma prática ética. O plagiador tira de quem investiu mais para o desenvolvimento inicial a oportunidade de lucro com esse investimento, que geralmente será maior do que o de meramente copiar.

Será assim tão difícil se colocar na posição de quem tenha investido na criação de algo original, e perceber que, se for para depois ter outras pessoas pegando aquilo e lucrando em cima sem receber nada em troca, simplesmente não vale a pena? A menos, em alguns casos, que seja algo com um fim humanitário (mas não é um incentivo universal) ou alguma espécie de hobby, mas deixa de ser algo a que a pessoa pode se dedicar profissionalmente, e é sempre menor o incentivo para desenvolver isso.

Repasse o custo para um empreendedor que já tenha recursos para aplicação de alguma inovação tecnológica, e a coisa não fica muito diferente, a menos que possa ser desenvolvido como "trade secret", pois senão igualmente um concorrente pode simplesmente se beneficiar do seu investimento, contra você. (E a proteção a trade secret, por sua vez, seria apenas ameaça de demissão a quem vender a concorrentes, o que não sei se é lá essas coisas).

Daí a coisa só "dá serto" se adicionamos também mais papos comunistóides de colaboração universal em vez de competição capitalista.

PI é atraente a quem cria, e pronto. Então é assim que eles trabalham -- podendo optar não fazê-lo. Tire isso e você tira o que tinham como um pré-requisito para o seu trabalho, diminuindo as chances de que continuem nisso, ou que outros venham a se dedicar a isso. Se isso não fosse verdade, haveria uma maior parte dos criadores atuais não se utilizando de quaisquer proteções a PI sendo responsáveis pela maior parte da produção intelectual que se consome. Simples assim.

"Ah, mas no passado essas proteções não existiam". "Então foda-se. Vou vender cachorro-quente. Ninguém é obrigado a investir em algo que acha que poderá ser facilmente apropriado para o lucro alheio, sem receber nada em troca."

Rhyan

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #97 Online: 01 de Junho de 2015, 16:13:52 »
A Internet como anarquia: Downloads “ilegais” e legendas “não oficiais”
Publicado em 20 de junho de 2014 | por Adriel Santana


Não é segredo que a grande maioria das pessoas na internet fazem download de filmes e séries que assistem ou dos livros (ebooks) que leem. Por motivos diversos, no que tange especialmente as produções cinematográficas e séries de TV, muitos de nós somos levados a se utilizar dessa opção, porque de fato é a única que nos resta para não só as acompanharmos, como também assisti-las no menor espaço de tempo possível entre o seu lançamento no mercado de origem (notadamente os EUA e Inglaterra).

A grande questão envolvendo os downloads deve-se as leis de propriedade intelectual. Para muitos, as empresas de entretenimento, no caso específico os canais de TV, devem sua fortuna ao direito autoral, à marca registrada e à patente e não necessariamente a sua avaliação de negócios. Justamente por isso eles defendem a propriedade intelectual como se isso fosse a verdadeira força vital de seus negócios.

O problema dessa avaliação consiste em assumir que a proteção a ideias em nada difere da proteção à propriedade real. Um indício da falácia do direito autoral deveria estar óbvio para qualquer um que conhecesse produtos que recebem a alcunha legal de “domínio público”, o que significa apenas a ausência de proteção autoral. Primeiro de tudo é que esses produtos vendem e muito bem. O lucro, objetivo primordial de qualquer negócio, ainda existe e o crédito ainda é dado a quem é devido. Para ficar num caso concreto, pense, por exemplo, nos livros clássicos, encontrados hoje em qualquer biblioteca pública. Eles continuam a ser vendidos por editoras e geram bons resultados no comércio.

Antes de mais nada, é importante saber, como expôs a jornalista Fernanda Furquim em seu blog na VEJA num texto altamente didático, que no caso das séries de TV os proprietários dos programas são os produtores, que oferecem projetos aos canais. São eles que pagam pela produção do projeto e pelo direito exclusivo de exibição. Assim, se uma série faz sucesso e rende uma boa audiência, maior será o valor pago aos produtores; a fórmula se dá de maneira proporcional caso a audiência do programa seja baixa. Já o lucro dos canais concentra-se na venda de espaço para os comerciais, por isso a importância de uma boa audiência frente ao grupo social economicamente ativo do país (18 a 49 anos).

Consideremos a relação de negócios de um canal de TV qualquer com produtores de seriados. Estas pessoas investiram em um programa, venderam ao canal o projeto e patentearam o programa de modo que ninguém possa reproduzi-lo sem a permissão deles. Deste modo os produtores e o canal que exibe o programa possuem agora um monopólio sobre aquele produto. Isso é o suficiente para garantir o sucesso? Claro que não. Os produtores e o canal precisam fazer bons negócios, ou seja, eles precisam economizar na produção, inovar, distribuir e propagandear. Eles fazem todas essas coisas e assim seguem produzindo e exibindo sucessos um atrás do outro na TV.

Se fosse sugerido para estes produtores e a estes canais que deveríamos nos livrar das leis de propriedade intelectual, um sentimento de pânico os tomaria. A maioria iria afirmar que sem a proteção governamental seu negócio iria a falência. O problema aí é que uma pequena mudança que não ameaçaria a existência do negócio está sendo indiretamente considerada como sendo a própria força essencial do negócio. A revogação da legislação de propriedade intelectual não faria nada para retirar do negócio sua capacidade de criar, inovar, divulgar, negociar e distribuir.

A revogação da propriedade intelectual poderia criar um custo adicional para se fazer negócios, isto é, esforços para assegurar que os consumidores estejam informados sobre as diferenças entre o produto genuíno e suas reproduções. Este é um custo do negócio que todo empreendedor tem que arcar. Patentes e marcas registradas não têm feito nada para manter os copiadores de show, programas e séries de canais como a FOX, CBS e ABC fora do mercado. Mas também as reproduções não destruíram o negócio principal. Se fizeram alguma coisa, foi ter ajudado, já que, como foi dito certa feita, a cópia é a melhor forma de elogio.

E é justamente nesse momento que outra parte desse cenário dos downloads “ilegais” entra em ação: os “legenders”, nome dado àqueles que legendam gratuitamente filmes e séries e as distribuem em sites e fóruns para download.

Imagine, por alguns segundos, o que seria da maioria dos consumidores, notadamente que não dominam plenamente a língua inglesa, sem aqueles que legendam as séries e filmes que tanto amam e adoram. Pense como seria ter que aguardar semanas, para quem tem acesso a canais pagos, ou meses, para quem só tem TV aberta, para assistir aquela série pela qual você é fanático. Reflita o quão insano seria você ter que locar ou comprar um box de DVD ou Blu-ray de uma série do qual você não sabe se irá gostar, tendo que, por conseguinte, pagar um preço alto por isto.

Felizmente, a internet rompeu essas barreiras existentes até então e, graças aos “legenders”, podemos apreciar aquela série ou filme que nos pareceu interessante ou cuja trama nos fisgou. Por meio das legendas escritas por eles, a grande maioria daqueles que fazem downloads e que não possuem um conhecimento alto de inglês (língua oficial de 9 entre cada 10 séries do mercado principal) possui acesso às dezenas de seriados que são produzidos todos os anos, especialmente, pelos americanos e britânicos.

Eu, particularmente, não estou incluído mais nesse grupo, mas ainda lembro como é horrível ser dependente dos meios de comunicação nacionais, sem contar sua total falta de respeito com o telespectador: muitas vezes, por exemplo, boas séries são exibidas em horários nos quais apenas pessoas com insônia estariam com a TV ligada. Independente de tentativas esparsas de certos canais abertos de inserir séries em horários mais adequados, convenhamos: é muito melhor assistir àquela série de que tanto gostamos no áudio original, e não com dublagens que nos deixam muitas vezes com os cabelos em pé (situação mais que comum por aqui).

Posto isto, sou sim extremamente grato aos legenders. São eles que me permitiram rir muito quando Joey, de Friends, dizia “how you doin?”; ou quando Jack Bauer, ao atender o celular para falar com sua filha, soltava aquele “hello, sweetheart!”; ou até mesmo uma expressão tão comum como o “Oh Man!”, de Jake de Two And a Half Men. Ouvir no áudio original e ler a legenda simultânea é, para mim, muito mais divertido, atraente ou simplesmente interessante. Admito que essa é uma questão de gosto, só para deixar bem claro.

O que me interessa mesmo abordar aqui é o aspecto que eu trouxe à tona lá no início deste texto: só por meio dos downloads é que nós, maníacos por séries e filmes, podemos não só acompanhar com o mínimo de tempo possível o que é exibido lá fora, como também decidir se iremos ou não assistir àquela série ou filme. E, ao contrário do que as grandes produtoras pensam atualmente, isso é muito importante.

Acompanhe o seguinte raciocínio envolvendo os seriados:

Se você, que gosta de séries, resolve assisti uma série já cancelada, ou que é lançamento por lá (EUA e Europa), fazendo para isso um download, poderá poupar assim seu dinheiro e o trabalho que teria para locar ou, até mesmo em alguns casos, ter que comprar, algo que poderia eventualmente odiar. Se por acaso, ao fazer o download, você acaba gostando mesmo da série, tornando-se fã, é consequência mais que natural que você acabará consumindo todo tipo de material que for produzido e seja relacionado de qualquer forma a essa série. Além do mais, se eu sou um fã maníaco, por exemplo, de Friends, Supernatural, House ou CSI, por que não compraria os boxes da série se eu tiver condições financeiras? Portanto, haverá sim lucro posterior para as produtoras das séries que assistimos.

Outro ponto a se considerar é que, ao legendar material estrangeiro, nós temos acesso a um vasto material que abrange múltiplos gostos e temas, o que infelizmente não é a regra das produções nacionais. Mesmo quando as emissoras disponibilizam aquele conteúdo para a maior parte do público, como já afirmei antes, a negligência com esse material, pelos mais variados motivos, é tamanha que atrapalha quem resolve acompanhar uma série em canal aberto.

A era da Internet tem nos ensinado que é totalmente impossível impor propriedade intelectual. Isto é semelhante à tentativa de se banir o álcool ou o tabaco: não funciona. Tudo que este tipo de medida consegue é criar criminalidade onde na verdade não deveria haver nenhuma. Ao garantir direitos exclusivos sobre determinado produto para uma empresa, acaba-se prejudicando a competição ao invés de aumentá-la.

Um mundo sem marca registrada, direito autoral ou patentes seria o ideal. Este ainda seria um mundo com inovação – provavelmente com muito mais. E ainda teríamos lucros para os produtores e os canais. Por isso que acredito que a internet é hoje o maior exemplo do que um libertário considera como anarquia: uma grande rede voluntária de colaboração entre indivíduos para alcançar determinados fins sem serem incomodados. A realidade virtual deixa isso evidente para qualquer um, resta apenas pararmos de ignorá-la no mundo real.

Adriel Santana
Advogado no Rio de Janeiro. Formado em Direito pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), no estado da Bahia. Conselheiro e colaborador do Instituto Liberal, e articulista dos sites Liberzone e Spotniks. Colaborador, entre 2010 e 2012, do blog cultural Série Maníacos.

Fonte: http://www.libertarianismo.org//artigos/internet-anarquia-downloads-ilegais-legendas-nao-oficiais/

Rhyan

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #98 Online: 01 de Junho de 2015, 16:15:06 »
Fiquei com uma dúvida, você nunca fizeram nenhum download ilegal na vida? música, e-book, revista, série, filme, nada?

Offline Johnny Cash

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Re:Comissão Europeia: fechar sites de pirataria não funciona
« Resposta #99 Online: 01 de Junho de 2015, 16:19:24 »
Se outro pode observar um carro e copiá-lo e depois vendê-lo, o que está sendo roubado não é o veiculo em si, mesmo, mas sim as horas de trabalho do primeiro.

Então as horas de trabalho deixaram de existir para essa pessoa?

Boa pergunta, Parcão.

Mas eu acho que virtualmente sim, quando considera que essas horas realizadas por um só ente estão sendo utilizadas para mais de um, é como se elas estivessem se dividido quando considerado o potencial do investimento.

Evidentemente há algum investimento em copiar aquilo que outras pessoas desenvolveram, mas isso ainda não faz do plágio uma prática ética. O plagiador tira de quem investiu mais para o desenvolvimento inicial a oportunidade de lucro com esse investimento, que geralmente será maior do que o de meramente copiar.

Será assim tão difícil se colocar na posição de quem tenha investido na criação de algo original, e perceber que, se for para depois ter outras pessoas pegando aquilo e lucrando em cima sem receber nada em troca, simplesmente não vale a pena? A menos, em alguns casos, que seja algo com um fim humanitário (mas não é um incentivo universal) ou alguma espécie de hobby, mas deixa de ser algo a que a pessoa pode se dedicar profissionalmente, e é sempre menor o incentivo para desenvolver isso.
[...]

Uai, camarada, não entendi... eu entendo o dano no retorno do investimento (em cadeia) e acho que por uma perspectiva mais lógica isso deveria ser "coibido" através das PIs.

 

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