Eu creio que hajam provas suficientes para sustentar a condenação do Lula nos casos julgados pelo ex juiz Sérgio Moro, e não creio que hajam provas de que a intenção dele fosse condenar o ex presidente antes mesmo dessas provas terem sido reunidas. No entanto, as conversas vazadas mostram que ele acelerou o processo dando dicas de como proceder para a promotoria, e isso afeta sim a credibilidade dele pois não é uma atitude insenta e independente, algo esperado de um juiz.
Como "lavajatista moderado" (admito falhas e críticas) eu acho meio bizarra essa posição.
Isso chamado aí de "isenção" seria na prática "fechar os olhos e dar maior brecha para a impunidade." É uma "falta de isenção" que tem um "viés" a favor da verdade dos fatos, versus omissão favorável ao réu. É fundamentalmente diferente de isenção no sentido de não incriminar falsamente, algo com o qual certamente alguns tentam confundir. Modesto Carvalhosa faz argumentos nesse sentido com maior embasamento e mais juridiquês.
Não é algo tão grotesco como tentar dar a alcunha de "farsa jato," mas quando falam de "ficou claro que Moro tinha intenções políticas," eu penso, "nossa, realmente, terríveis intenções políticas, revertendo o padrão de lerdeza da justiça brasileira a fim de se impedir que um eventual condenado por corrupção e lavagem de dinheiro (no mínimo) se elegesse presidente, se safando disso por mais tempo, talvez para sempre."
Passa a impressão de que implicitamente "corrupção e lavagem de dinheiro" é algo mais trivial do que comprar ou vender muamba, "você não vai impedir o cara de ser presidente porque comprou um celular no Paraguai."
Porque duvido que se ouviria a mesma crítica de "intenções políticas" se o mesmo tivesse ocorrido de forma que acabasse por impedir a eleição de um vereador, prefeito, ou outro, por estupro e/ou homicídio.