Ela disse que é necessário ao libertarianismo fazer algumas concessões temporárias, como alguns (bem poucos) programas sociais, e disse que tanto a esquerda quanto a direita traíram os ideais que pregavam quando chegaram ao poder na AL, por isso é necessário uma terceira via que junte a liberdade econômica pregada pela direita com a liberdade social pregada pela esquerda. Ela identifica o libertarianismo como essa terceira via.
Eu também me alinho a essa terceira via.
Infelizmente há pouco espaço para discuti-la com isenção, dado que a turma com mais ódio ao estado, direitistas e uma miríade de outros, a chamará de socialismo ou comunismo. Enquanto o pessoal mais ELA, petistas em geral e similares a darão o título de Neoliberalismo, PSDB, anti-povo ou de Olavetes.
Ainda é muito problemático pro discutidor de política aqui no tupiquinistão entender que não existem somente duas pontas no espectro político, e o curioso é que mesmo aqueles que não se encaixam numa das duas fictícias pontas mais tradicionais não conseguem enxergar isso tão bem. Sobretudo quando há a noção de que é mais fácil atribuir ao oponente um título do qual ele não gosta, meio erroneamente, do que continuar debatendo "na raça" pra provocar o crescimento mútuo.
Basicamente gosto de pensar que se tem um eixo vertical com a representação do estado, em que quanto mais pro alto, menor a presença dele, enquanto quanto mais pra baixo, maior a intervencionisse. E se tem também um horizontal, em que quanto mais para a direita, mais conservador e para a esquerda mais... mais... "progressista" (esse termo é terrível), no sentido do rompimento com os valores correntes da sociedade. No meio teriamos a maior parte da classe política profissional brasileira, que pode representar absolutamente o que for, desde que sirva aos próprios propósitos.