Autor Tópico: Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff  (Lida 113758 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Euler1707

  • Nível 24
  • *
  • Mensagens: 1.044
  • Sexo: Masculino
  • não há texto pessoal
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2200 Online: 02 de Maio de 2016, 19:48:03 »
PUTZ...
O lindberg Farias está dizendo que o que está por traz do "Golpe" é o plano "ponte para o futuro" do Michel temer, que segundo ele, é um plano neoliberal que vai tirar os direitos dos trabalhadores, e blábláblá.
Ele está citando o NYT, dizendo que o jornal está dizendo que está havendo golpe...
Isso que ele falou foi tão bizarro, que teve um senador que perguntou à ele se o Michel Temer assassinou JFK.

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2201 Online: 02 de Maio de 2016, 20:09:57 »
O Temer vai conseguir o feito de tirar de FHC a culpa por tudo o que é ruim no Brasil.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth


Offline Euler1707

  • Nível 24
  • *
  • Mensagens: 1.044
  • Sexo: Masculino
  • não há texto pessoal
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2203 Online: 02 de Maio de 2016, 20:26:54 »
Acho que tenderá a "colar" menos, daqui por diante.
Nah, se achas que esse tipo de discurso acabou, saiba que ele (Lindberg) não deixou de criticar o "neo-liberalismo" do governo FHC, e disse ainda que o governo Temer vai fazer coisas como tirar o salário mínimo, tirar o décimo terceiro e blábláblá...

Offline 3libras

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.119
    • http://sidis.multiply.com
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2204 Online: 03 de Maio de 2016, 00:41:15 »
3libras, se ao invés do Senado a presidente fosse julgada por um 'júri' sorteado de 81 advogados, eu tenho certeza que seria condenada, visto que a OAB não só apoiou o pedido original de impeachment, como protocolou mais pedidos acrescentando outros crimes.

A OAB é o órgão máximo de representação dos "homens de leis", ou seja, das pessoas que mais têm qualificação técnica para julgar o caso.

Pois ela apoiou o impeachment, apesar das inúmeras acusações de ser "chapa branca" pró-governo.

Sim ddv, na minha opinião pessoal ela vai ser condenada até mesmo se for ao STF. porém não acho que ela foi julgada de forma honesta, e isso abre precedentes péssimos, pois não era consenso, a mesma açaõ a oab foi criticada por advogados .

Enfim, é um capitulo triste da nossa democracia, onde , na existência de impasse vai se atirar primeiro e perguntar depois.
If you don't live for something you'll die for nothing.

Rhyan

  • Visitante
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2205 Online: 03 de Maio de 2016, 01:07:27 »
O que a mídia diz que é: Temer vai privatizar tudo que for possível.

O que realmente é: Concessões e parcerias público-privada, ou seja, aquilo que o PT sempre fez durante os últimos 13 anos.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2206 Online: 03 de Maio de 2016, 06:58:06 »
3libras, se ao invés do Senado a presidente fosse julgada por um 'júri' sorteado de 81 advogados, eu tenho certeza que seria condenada, visto que a OAB não só apoiou o pedido original de impeachment, como protocolou mais pedidos acrescentando outros crimes.

A OAB é o órgão máximo de representação dos "homens de leis", ou seja, das pessoas que mais têm qualificação técnica para julgar o caso.

Pois ela apoiou o impeachment, apesar das inúmeras acusações de ser "chapa branca" pró-governo.

Sim ddv, na minha opinião pessoal ela vai ser condenada até mesmo se for ao STF. porém não acho que ela foi julgada de forma honesta, e isso abre precedentes péssimos, pois não era consenso, a mesma açaõ a oab foi criticada por advogados .

Enfim, é um capitulo triste da nossa democracia, onde , na existência de impasse vai se atirar primeiro e perguntar depois.

O precedente foi aberto com o impeachment de Fernando Collor de Melo, ou com a constituição mesmo, em última instância.



Uma série de notícias sobre a volta de Collor e o seu discurso de vítima, perseguição, e arbitrariedades:

Citar
[...]
No discurso de Collor, o grande vilão que não teve o nome pronunciado foi o deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), presidente da Câmara em 1992 e promotor dos céleres rituais que levaram à sua cassação. Ele denunciou a forma sistemática como as provas produzidas por sua defesa eram desqualificadas em todas as instâncias processuais do Congresso — ora na CPI do PC, ora na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara ou mesmo na Comissão do Impeachment do Senado — e ressaltou que a ampla defesa terminou por ocorrer no Supremo Tribunal Federal, onde foi absolvido.

Fernando Collor eivou de ironia alguns aliados que, ao serem convocados pelo microfone do plenário da Câmara para anunciar como votavam a licença de impeachment, invocavam as famílias e as mães ou filhos para dizer que votavam a favor da abertura do processo. “Aceitaram o papel que lhes coube na grande farsa da minha deposição”, disse o ex-presidente, para logo adiante ser ainda mais ferino: “Aquele foi um processo com inúmeros figurantes, muitos farsantes e poucos protagonistas” [...]

http://www.ptb.org.br/page=ConteudoPage&cod=3483


Offline Gabarito

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.594
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2207 Online: 04 de Maio de 2016, 08:33:42 »
Encontrei esse texto por aí.
Desespero nível HARD.

Citar
VAMOS A VERDADE DOS FATOS, SEM SUBTERFÚGIOS E HIPOCRISIAS: .Ninguém se importa com Dilma no PT.

Um comentário que circulou nos bastidores do seminário internacional da Aliança Progressista, que contou com a presença do ex-presidente neste 25 Abr, em São Paulo.

A fala de um dos membros do partido traduz parte do desespero: "ninguém se importa com a pessoa da presidente Dilma no PT. O problema para o partido será ficar sem a chave do cofre do contribuinte"

O comentário indica que o afastamento da presidente Dilma Rousseff representará um duro golpe para pelo menos 100 mil pessoas ligadas ao PT. A começar pelos membros do partido que ocupam cargos nos altos escalões da administração pública, em estatais e em repartições do governo espalhadas em todo o país.

São milhares de cargos com salários que podem ultrapassar a casa dos R$ 80 mil por mês. Esta gente toda está desesperada e revoltada com a inépcia de Dilma por ter permitido que a situação chegasse à este ponto.

Os políticos da esquerda que sempre orbitaram em torno do poder (vide Jandira Feghali, assim como outros integrantes do PCdoB e PSOL) também estão apavorados com a perda da influência política, já que se valem do prestígio da relação com o governo e do poder de liberar verbas e fazer indicações como forma de garantir a captação de recursos para suas campanhas e de seus protegidos.

Líderes de movimentos sociais também não estão nada satisfeitos com a perda certa dos recursos provenientes dos cofres públicos. Grupos como MST, MTST, CUT e UNE deixarão de receber generosas verbas federais imediatamente após a queda de Dilma. Todos passarão a contar apenas com os repasses feitos pelo PT.

O problema é que mesmo o PT ficará em maus lençóis com a queda de Dilma. Além de perder todo o poder e influência no governo central, algo que rende muito em termos financeiros, o partido também perderá os 10% que recebe de todos os ocupantes de cargos comissionados no governo.
O número de pessoas diretamente afetadas pelo afastamento de Dilma do governo pode chegar a mais de 100 mil pessoas. O partido perderá uma de suas mais importantes fontes de receitas.

A queda de Dilma ainda causará uma sequência devastadora de desdobramentos na vida de milhares de pessoas que integram o longo programa de aparelhamento do PT.
São mais de 13 anos acomodando aliados em milhares de postos espalhados em todo o país.
O desespero dessa gente nada tem a ver com a democracia, a constituição ou mesmo com alguma simpatia a Dilma Rousseff.

Não admira que seus simpatizantes sejam religiosos.
É um partido que exige dízimo de seus membros.
Não é difícil imaginar que rendam ao partido um "Amém" à Igreja do Santo PT.

Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2208 Online: 04 de Maio de 2016, 09:28:05 »
Encontrei esse texto por aí.
Desespero nível HARD.

Citar
VAMOS A VERDADE DOS FATOS, SEM SUBTERFÚGIOS E HIPOCRISIAS: .Ninguém se importa com Dilma no PT.

nstituição ou mesmo com alguma simpatia a Dilma Rousseff.

Não admira que seus simpatizantes sejam religiosos.
É um partido que exige dízimo de seus membros.
Não é difícil imaginar que rendam ao partido um "Amém" à Igreja do Santo PT.


Isso não tem a ver com serem religiosos, isso tem a ver com serem movidos a incentivos.  E parece que isso é o normal numa tal de espécie chamada Homo sapiens sapiens.





Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2209 Online: 04 de Maio de 2016, 09:32:11 »
Corrupção: questão de incentivos

Por Terracoeconomicojan 05, 20161
Você no Terraço | por Caio Augusto de Oliveira Rodrigues

 

Muito se fala no Brasil – e talvez mais hoje do que em outros tempos – que a corrupção é um problema tipicamente brasileiro. O ato de cometer ilícitos não é algo “da natureza do brasileiro”, mas sim do ser humano (afinal, como diria Mario Sergio Cortella: “a ocasião não faz o ladrão, apenas o identifica”). Entretanto, é preciso admitir que o Brasil e seu sistema político tenham certas condições que fazem com que exista uma maior “identificação de ladrões”, na média – em 2014 o nosso país ocupava a 69ª posição no Índice de Percepção da Corrupção [1].

Acredito que possam ser definidas como sendo razões da corrupção no Brasil – por mais ambicioso que pareça ser tentar definir algo tão complexo – as seguintes quatro:

Política é profissão: o sistema político brasileiro é representativo (o que significa que aqueles que se dispõem a estar nele estão necessariamente se dispondo a representar algum grupo), mas aqueles que estão lá para supostamente representar não são “parte de um todo”, mas sim “profissionais em política”; parece complicado, mas é simples: quase todos aqueles que estão lá “pela classe profissional X” estão, na verdade, por si mesmos lá posicionados e, no fim da contas, além de passarem a vida toda em mandatos políticos (e não exercendo profissões), acabam por “passar o cajado” para as próximas gerações – veja o caso dos Sarney, dos Barbalho, dos Richa, assim por diante: uma tradição desde a colonização do Brasil [2]; pessoalmente, acredito que a representatividade seja algo por um período, para que o cidadão possa realmente auxiliar um grupo específico – e não algo ad infinitum, com um propósito que mais parece profissão do que representação; no Brasil, política é profissão, e uma profissão de pouquíssimo apreço social [3] – tanto é que inclusive existe uma iniciativa no país que trata de tentar acabar com o chamado “político profissional”[4];

O desgosto do brasileiro com a política realiza uma certa seleção adversa: mesmo sendo uma nobre arte (segundo pensa o Papa Francisco, por exemplo) que é tão capaz de causar mudanças consideráveis na vida dos cidadãos quando bem exercida, devido à sua alcunha de “apenas atrair pessoas de má índole”, aqueles que mais se sentem preparados para representar algum grupo geralmente o fazem por meio de associações da sociedade civil, procurando não ter suas imagens vinculadas aos meios políticos, inclusive ressaltando que não está na política porque “sabe de seu próprio valor” ou “não quer enriquecer facilmente como os políticos fazem”; no fim das contas, em geral, mesmo aqueles que acabam direcionando-se para a política por realmente acreditarem que podem gerar efeitos positivos acabam desistindo após um ou dois mandatos (por pressão daqueles que participam de esquemas dos quais eles se recusam a participar, ou mesmo no caso de simplesmente discordar dos ilícitos que eventualmente vem a presenciar, por exemplo) e, após essa “peneira”, sobram aqueles que não se importam com a fama que a política tem – o que inclui os que trabalham corretamente e não cometem ilícitos e também aqueles que estampam os jornais em escândalos de corrupção;

Remuneração alta (direta e indireta, legal e ilegal) e baixa cobrança popular perto da quantidade de benefício que podem gerar (o que resulta em um considerável rent-seeking): já ia me esquecendo de um terceiro tipo a ser citado dentro de “pessoas que se direcionam para a política”: os que buscam o enriquecimento; estes são os políticos que recheiam os cadernos de jornais nos dias de hoje em incontáveis escândalos: não ligam para a má fama que a política tem e, ao entrarem no business, por perceberem que não há devido acompanhamento popular (exceto por observatórios de política, que costumam ser regionais) entram em qualquer esquema que forem convidados mesmo levando em consideração que já recebem como salário e benefícios um alto montante financeiro; isso ocorre muito provavelmente porque…

A relação custo-benefício beneficia a atuação criminosa: parece papo de economista, mas toda decisão a ser tomada – seja por uma pessoa física ou jurídica – nos faz pensar em alguma relação de custo-benefício, mesmo que instintivamente; no caso da política brasileira, o custo de se estar em um esquema de corrupção é relativamente baixo no tocante a punição (mesmo em tempos de Lava Jato, Zelotes e afins; como disse a The Economist [5], a justiça brasileira é estranha: trata os suspeitos de forma bastante severa e os culpados de maneira muito leniente), enquanto o benefício aparece como sendo um destaque; uma vez que os agentes são movidos por incentivos, presume-se que, sob essas condições, é possível imaginar que um indivíduo que esteja na política e tenha qualquer vontade de “descobrir-se ladrão” o faça sem menores problemas ou constrangimentos.
Admito novamente que é algo bastante ambicioso tentar abarcar os problemas de corrupção brasileira com apenas quatro razões interligadas, mas, ligando os pontos sobre os fatos que observamos na mídia acerca de todos estes escândalos que acompanhamos, é possível ir descobrindo cada um destes motivos como sendo responsáveis pela caótica situação (quando não acabamos vendo todos de uma só vez).

Com isso, concluo que há sim motivos de se investigarem crimes ocorridos por políticos no Brasil – e há que se punir severamente aqueles que forem comprovadamente pegos em escândalos ou mesmo na ocorrência do menor dos atos que venham a ferir a lei. Entretanto, se o trabalho da Polícia Federal, da Justiça e do Ministério Público não quiser virar um eterno “enxugar gelo”, é preciso mover constitucionalmente os incentivos que atualmente existem na política brasileira; faz sentido levar adiante a ideia de que políticos são representantes de um grupo e não “profissionais de representação” (o que provavelmente reduziria o status da política de “lugar de gente desonesta”), assim como também analisar “as caixinhas do gasto público” (citando Otaviano Canuto [6]) no tocante aos direcionamentos de recursos feitos pelos políticos e ainda trabalhar para tornar a punição sobre aqueles que cometem ilícitos mais severa (por exemplo tornando a corrupção um crime hediondo, como sugere o Ministério Público [7]). Pode parecer exagerado, mas não vejo um caminho diferente para tentar mudar a política no Brasil – até porque, se impeachment de presidente resolvesse toda essa situação, desde 1992 teríamos uma quantidade nula de problemas no cenário político brasileiro. * **

 

Caio Augusto de Oliveira Rodrigues

Graduando em Economia Empresarial e Controladoria (habilitação em Economia com ênfase em Políticas Públicas) na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto

Notas:


http://terracoeconomico.com.br/corrupcao-questao-de-incentivos



Offline Gabarito

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.594
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2210 Online: 04 de Maio de 2016, 16:46:27 »
Triste e deprimente espetáculo é o que se assiste.

Citar
Senta, o leão é manso
Dora Kramer
04 Maio 2016 | 06h 10

O PT é bom de grito, todo mundo sabe, é inegável essa competência. O ex-presidente Luiz Inácio da Silva, então, esbraveja como ninguém. Quesito no qual a presidente Dilma Rousseff tem se mostrado digna de graduação.

Mestre em ameaçar fazer e acontecer quando acuado pelas evidências, o grupo não tem tido o mesmo êxito - louve-se aos céus - no tocante à eficácia de suas (más) intenções. Muito provavelmente porque elas se chocam com a lei e contradizem a realidade. No mundo das palavras tudo é possível, já no mundo das ações há regras a serem obedecidas e circunstâncias a serem observadas.

Quando os habitantes de um universo tentam atuar no outro sem mudar instrumentos nem critérios, o resultado é o fracasso. Isso quando não incorrem na perda do senso de ridículo.

O PT iniciou essa travessia já na época do mensalão, quando tentou imprimir a seus correligionários condenados por crimes comuns pelo Supremo Tribunal Federal a aura de presos políticos e se dispôs a recorrer a cortes internacionais para rever a decisão e fazer crer a estrangeiros incautos que o STF era um tribunal de exceção. Nada aconteceu.

Anos antes de cumprir sentença por corrupção, José Dirceu havia deixado a Casa Civil anunciando que retomaria o mandato de deputado para “comandar”, do Congresso, o governo. Não conseguiu sequer terminar o discurso que fez da tribuna no dia da volta, tal a sorte de apartes contestadores por parte do plenário, que pouco tempo depois aprovaria sua cassação.

Transitado em julgado o processo, Lula anunciou que como ex-presidente dedicaria seu tempo e energia para provar que o mensalão não existiu. O desmonte da “farsa”, como se viu, era a farsa em si. Lula não provou nem tentou. Por impossibilidade fática, a tal da “narrativa” caiu no vazio.

Foi retomada com força total e acrescida de novas alegorias agora que o fim do ciclo do PT no poder se aproxima e se dá em cenário de triste espetáculo. A presidente da República prestando-se ao papel de revolucionária sem causa, transformando o Palácio do Planalto em trincheira de resistência imaginária, improvisando um governo de esquerda “fast-food”, com medidas destinadas a reunir as tropas militantes ao arrepio das contas públicas, cuja implosão já se encarregara de comandar.

O ex-presidente Lula, o habilidoso articulador político, desprovido do proverbial tirocínio, deixa São Bernardo para entrar no Palácio do Planalto como dono de uma jogada de excelência para sair dele prisioneiro da arapuca em que se transformou sua nomeação para ministro-chefe da Casa Civil.

De lá, seguiu para um quarto de hotel em Brasília, de onde comandaria a “virada” de votos na Câmara, evitando a admissibilidade do impeachment. Não levou uma nem duas, mas várias rasteiras dos “picaretas” que acreditava serem ainda seus súditos.

Nesse meio tempo, houve o anúncio de fogosa resistência. A militância iria para as ruas e nelas montariam barricadas pelas quais o impeachment não passaria. Passou e continua seu caminho, indiferente à denúncia internacional do “golpe” à qual nem o Itamaraty aderiu.

A solução quase final de recorrer à proposta de eleição direta já não conseguiu a concordância sequer dos aliados. Alguns deles por uma questão de bom senso, outros pela convicção de que isso daria a impressão de que a presidente estaria considerando seu afastamento inevitável. Como se houvesse a possibilidade de outro desfecho.

Mas, claro, é preciso resistir. Como? Com a mobilização das entidades que não terão mais verbas públicas para se mobilizar e a montagem de um bunker no Palácio da Alvorada, onde darão expediente Dilma, 15 assessores e os funcionários domésticos que atendem à residência oficial.

De onde, sentemo-nos que o leão é manso.

Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2211 Online: 04 de Maio de 2016, 17:00:42 »
O PT tá acabando. Pra mim isso é um blockbuster. :lol:
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2212 Online: 04 de Maio de 2016, 19:49:40 »
Sim ddv, na minha opinião pessoal ela vai ser condenada até mesmo se for ao STF.

Ok

Citação de: 3libras
porém não acho que ela foi julgada de forma honesta,

Eu acho que foi sim, na medida do possível para um parlamento.

Citar
e isso abre precedentes péssimos, pois não era consenso, a mesma açaõ a oab foi criticada por advogados .

Se todo projeto de lei, julgamento ou candidato necessitar de 'consenso' para ser implementado, nada seria feito. Sua exigência é absurda e surreal.

Citar
Enfim, é um capitulo triste da nossa democracia, onde , na existência de impasse vai se atirar primeiro e perguntar depois.

A tristeza fica por conta de termos um presidente tão podre e nefasto, não pelo ato de tirá-lo.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2213 Online: 04 de Maio de 2016, 19:54:51 »
Um recado aos petistas e simpatizantes do fórum:


1- Acabou a boquinha.

2- Tchau, querida!  :tchau:
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Johnny Cash

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.936
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2214 Online: 05 de Maio de 2016, 08:07:24 »

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2215 Online: 05 de Maio de 2016, 13:06:54 »
Citar
http://revistapiaui.estadao.com.br/questoes-da-politica/o-que-de-fato-divide-os-brasileiros-nao-e-o-impeachment/

[...]“A defesa do impeachment se dá na mesma proporção em todas as classes sociais. Mas as razões de cada grupo para pedi-lo são diametralmente opostas”, explica Renato Meirelles, presidente do instituto. “Os brasileiros estão bem menos divididos quanto ao impeachment do que sobre o que deve ser o futuro do país.” Segundo ele, a classe C está mais indignada com o encolhimento de benefícios como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Prouni e o Pronatec do que propriamente com a corrupção. “Para eles, a Dilma tem de sair porque não cumpriu os compromissos de campanha e não conseguiu ampliar esses benefícios.” Esse público, portanto, defende o Estado eficiente, mas provedor – que Meirelles chama de “estado vigoroso” –, enquanto nos estratos de maior renda ocorre justamente o oposto. “Os 20% mais ricos, em geral, querem um estado enxuto.” É aí que está o fosso ideológico que realmente importa, e é com esse tema que o país terá de lidar assim que o impasse do impeachment for resolvido. Como o Estado brasileiro está quebrado e o ajuste será inevitável, o embate fatalmente será traumático.

Na interpretação do presidente do Data Popular, o único fator capaz de atrair para os atos pró-impeachment o engajamento dos mais pobres seria um projeto ou um líder que representasse a promessa de melhoria no pós-Dilma. Mas não há sinal de algo do tipo no horizonte.  Em janeiro, o Data Popular perguntou a 3 500 pessoas de todas as classes sociais se conseguiriam dizer o nome de uma pessoa capaz de tirar o país da crise – 89% disseram que não seriam capazes.  Entre os 11% que apontaram algum nome, a maioria citou papa Francisco. Esses e outros dados que Meirelles apurou lhe dão a convicção de que o próximo presidente eleito no Brasil será alguém que nunca se candidatou.


The devil you don't know... :medo:








Citar
http://revistapiaui.estadao.com.br/materia/deu-chabu/

DEU CHABU
O impeachment na cidade mais pobre do país



[...]

Enquanto cozinhava espigas de milho para os parentes beliscarem durante a votação em Brasília, Piedade listou o que conseguiu realizar com os benefícios do governo Dilma. Pais de seis filhos, ela e o marido, Ivanilson, ganham 514 reais por mês de Bolsa Família. Como parte de sua alimentação deriva da pesca, ainda são agraciados pelo seguro-defeso – salário mínimo que recebem nos cinco meses de reprodução dos peixes, quando a atividade pesqueira é paralisada. Com o primeiro montante que economizou, o casal construiu um poço artesiano no quintal para não usar a água turva e de qualidade duvidosa do riozinho próximo – a mesma que, outrora bela, teria inspirado o nome do município. Depois, graças a nova poupança, os dois ergueram um pequeno banheiro com fossa na parte externa da casa e instalaram uma bomba para levar a água do poço até um chuveiro. Também reforçaram com cimento a base da moradia, que, construída às pressas, sem alicerce, começava a rachar. Só então se permitiram comprar uma geladeira, uma televisão e um ventilador. O próximo plano é fazer uma horta. “A agente de saúde falou que as crianças precisam comer salada”, explicou Piedade.

Da sala, Ivanilson arrematou, apreensivo: “Isso se a Dilma continuar…” Ele acariciava melancolicamente a cabeça de um dos filhos, que se lambuzava com meia melancia, quando uma moto estacionou à frente do casebre.

[...]


Offline Gabarito

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.594
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2216 Online: 05 de Maio de 2016, 13:47:17 »
Fim da era Cunha na presidência da Câmara.
Vai, agora, cuidar da sua defesa e desocupar a presidência da Câmara, onde não deve sentar quem tem boa quantidade de suspeitas como ele tinha.
O mesmo vale para Renan Calheiros. Que seja o próximo na mira do PGR (não boto fé, dado o seu histórico).

Citar
Teori suspende mandato de Eduardo Cunha

Não vai ter vigília na frente da casa do Cunha.
Não vai ter "coxinha" queimando pneu em estrada.
Não vai ter "Cunha, guerreiro do povo brasileiro".
Não vai ter ataque às instituições com o discurso de que "é golpe".
Não vai ter perfil com foto de apoio ao Cunha.

Essa é a diferença de quem vai às ruas defender bandido e de quem vai às ruas por um país melhor. ‪#‎TchauCunha‬

Offline Gabarito

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.594
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2217 Online: 05 de Maio de 2016, 13:50:20 »

Skorpios

  • Visitante
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2218 Online: 05 de Maio de 2016, 13:54:16 »
 ::)

Citar
'Golpe no Brasil é parte do projeto de recolonização da A. Latina', diz prêmio Nobel da Paz Pérez Esquivel

'Projeto tem alguns objetivos estratégicos: controle dos recursos naturais e, como já disse Michel Temer, a privatização das empresas estatais. Esse é o objetivo do golpe de Estado', afirma ativista argentino.

 “O que está acontecendo no Brasil tem a ver com o projeto de recolonização do continente. Esse projeto tem alguns objetivos estratégicos: o controle dos nossos recursos naturais e, como já disse Michel Temer, a privatização das empresas estatais. Esse é o objetivo do golpe de Estado”, afirma o arquiteto e ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel, Nobel da Paz em 1980, em entrevista ao site Sul21, para quem todo o processo é capitaneado pelos Estados Unidos.

Na última semana, ele precisou falar apenas um minuto no Senado brasileiro para sentir de perto a fúria da oposição que busca derrubar a presidente Dilma Rousseff. Após utilizar a palavra “golpe” para definir o que está acontecendo hoje no Brasil, a oposição exigiu do senador Paulo Paim (PT-RS), que presidia a sessão, a retirada da palavra dos anais da sessão, demanda que acabou atendida. “Não falei mais de um minuto. Eles me pediram para que eu fizesse uma saudação e eu expliquei por que estava aqui no Brasil, para apoiar a democracia, a continuidade constitucional e evitar a consumação de um golpe de Estado”, diz.

O argentino manifestou surpresa pelo fato de o processo — que ocorreu em Honduras, com a derrubada de Manuel Zelaya em 2009, e depois no Paraguai, contra o governo de Fernando Lugo em 2012 — estar ocorrendo Brasil. “É o mesmo procedimento dos ensaios realizados anteriormente: o uso massivo dos meios de comunicação para alimentar um processo de desprestígio por meio de uma série de acusações, a cumplicidade de alguns juízes, como é o exemplo de Sérgio Moro”, afirma o prêmio Nobel.

Como o senhor avalia a situação política que o Brasil vive hoje, em especial a tentativa de derrubada do governo da presidente Dilma Rousseff?

Pelo trabalho que realizo, sempre olho para a realidade de um país da América Latina sob a perspectiva de uma visão continental. Não há casualidades em tudo o que está acontecendo agora contra o governo de Dilma. Isso faz parte de um projeto de recolonização continental. Já houve experiências piloto no continente que devem ser lembradas. A metodologia é a mesma. O que aconteceu em Honduras, com a derrubada de Manuel Zelaya, e depois no Paraguai, contra o governo de Fernando Lugo, foram ensaios de golpes de Estado de um novo tipo. Golpes de Estado que não precisam dos Exércitos. Basta ter os meios de comunicação, alguns juízes e dirigentes políticos da oposição para provocar a desestabilização de um governo.

O que me assombra é que tenham escolhido o Brasil, um país líder no continente, para aplicar esse modelo de golpe. É o mesmo procedimento dos ensaios realizados anteriormente: o uso massivo dos meios de comunicação para alimentar um processo de desprestígio por meio de uma série de acusações, a cumplicidade de alguns juízes, como é o exemplo de Sérgio Moro, que chegou a vazar escutas telefônicas privadas envolvendo o ex-presidente Lula e a própria presidente da República. O que Dilma fez de errado, afinal, para justificar um impeachment? Ela utilizou procedimentos que outros governos anteriores também aplicaram e não sofreram nenhum tipo de sanção por isso. Contra Dilma, bastou isso para justificar um pedido de impeachment. Isso é, abertamente, um golpe de Estado brando. Há alguns dias, disse isso no Senado brasileiro e houve um escândalo. Não falei mais de um minuto…

E pediram para retirar a palavra “golpe” das atas do Senado relativas ao seu pronunciamento…

Sim. Eles me pediram para que eu fizesse uma saudação e eu expliquei por que estava aqui no Brasil, para apoiar a democracia, a continuidade constitucional e evitar a consumação de um golpe de Estado. Bastou isso para provocar uma situação conflitiva. Mas é preciso fazer uma leitura mais profunda sobre o que está acontecendo no Brasil. Essa leitura para além da superfície tem a ver com o projeto em curso de recolonização do continente. Esse projeto tem alguns objetivos estratégicos: o controle dos nossos recursos naturais e, como já disse Michel Temer, a privatização das empresas estatais. Esse é o objetivo do golpe de Estado. Caso ele se consume, o país terá um governo que não foi eleito pelo povo, que ficará marginalizado da ação democrática. Como ocorreu em Honduras e no Paraguai, isso terá como consequência uma forte repressão aos movimentos sociais. Essa é a lógica da imposição de uma política regressiva: provocar situações de conflitos sociais e usar a forma repressiva para conter esses conflitos. Já há uma lei antiterrorista aprovada pelo Congresso, como aconteceu em quase todos os países.

Há uma diferença entre o que está acontecendo no Brasil e o que vemos hoje na Argentina, onde a direita chegou ao governo por meio de eleições livres. Ganhou por muito pouco, mas ganhou e está legitimada pelo voto. Nos primeiros quatro meses de governo, Macri levantou impostos que eram cobrados de empresas mineradoras e de latifundiários, entre outras medidas. O Observatório Social da Universidade Católica argentina registrou que, neste período, o país já tem um milhão e quatrocentos mil de pobres a mais e cem mil desempregados a mais. Isso em quatro meses apenas.

Na sua avaliação, esse projeto de recolonização tem os Estados Unidos como centro de origem e de articulação?

Sim, é uma política dos Estados Unidos, que nunca abriu mão de seu objetivo de ter a América Latina como seu quintal. A política norte-americana nos golpes em Honduras e no Paraguai ficou muito clara. É preciso ter em mente que os Estados Unidos e também a Europa estão esgotando seus recursos e necessitam dos recursos naturais de nossos países, incluindo recursos minerais estratégicos e os recursos do Aquífero Guarani, uma das grandes reservas mundiais de água, um bem cada vez mais escasso. Então, não são pequenos os interesses dos Estados Unidos na região. Não é por outra razão que eles mantém bases militares na América Latina.

Se olharmos para a história recente da América Latina, houve outras tentativas de golpe de Estado no Equador, na Bolívia e na Venezuela que vive uma situação crítica, onde a posição ganhou o Parlamento e o governo de Nicolas Maduro está muito debilitado, com graves problemas econômicos, fundamentalmente causados pela queda do preço do petróleo, base da economia venezuelana. Então, as tentativas de golpe de Estado na América Latina não terminaram. Houve algumas muito violentas, com muitas mortes, como a que ocorreu no massacre de Pando, na Bolívia. No Equador, tivemos uma tentativa de golpe disfarçada de uma mobilização salarial da polícia. Era uma tentativa de golpe de Estado contra Rafael Correa. Esse é o panorama que temos hoje na região. Teríamos que falar ainda de Haiti, Guatemala, El Salvador e Honduras onde ocorreu uma repressão brutal, com mortes como a de Berta Cáceres, uma dirigente do povo Lenca com a qual trabalhamos em Honduras.

Voltando um pouco à situação da Argentina, nos primeiros meses do governo Macri houve também um aumento da repressão aos movimentos sociais e um dos principais símbolos disso foi a prisão de Milagro Sala. Qual é o cenário atual desse quadro de repressão e violação de direitos?

Milagro Sala é uma presa política. Ela foi presa por conta de um protesto social organizado por cooperativas e pelo grupo Tupac Amaru. Nós fomos visitá-la na prisão, na província de Jujuy, cerca de 1.500 quilômetros de Buenos Aires. Falamos também com o governador de Jujuy, Ruben Gerardo Morales. Após a prisão de Milagro Sala começaram a surgir uma série de outras acusações contra ela, envolvendo denúncias de corrupção e outras coisas. Mas ela foi condenada antes de ser julgada. Ela é uma presa política já há quatro meses e nós cobramos isso do governador. Houve também uma forte repressão policial em Buenos Aires e em outros lugares contra protestos de trabalhadores. O governo Macri vai avançando em suas políticas neoliberais. Até agora, não falou abertamente sobre isso, mas planeja a privatização de empresas do Estado.

Macri também está fazendo um acordo com os fundos abutres para o pagamento de uma dívida externa imoral e ilegítima. Aí temos um problema que vem dos governos anteriores que não fizeram uma auditoria para determinar o que é dívida legítima e o que não é. Agora, Macri necessita de recursos para enfrentar a situação do país e está tentando obter empréstimos com altas taxas de juro. Os orçamentos para educação e políticas sociais sofreram grandes cortes e as obras do Estado estão paralisadas. As universidades também sofreram um drástico corte orçamentário. De modo geral, elas têm recursos para pagar os salários do mês de junho e depois não se sabe como será.

Diante desse cenário de avanço conservador, qual é, na sua opinião, a capacidade de reação dos movimentos sociais e do movimento sindical na Argentina, no Brasil e em outros países da América Latina? Há força suficiente para resistir a esse projeto de recolonização?

Os movimentos sociais estão muito fragmentados e isso os coloca em uma forte situação de debilidade. Não há coesão ou força integradora entre eles. No caso da Argentina e de outros países da América Latina, a política de direitos humanos também enfrenta sérias dificuldades já há algum tempo. Esse projeto de recolonização terá um impacto negativo muito grande para a população, especialmente para os setores mais carentes. Há uma cláusula democrática dentro de organismos regionais como Mercosul e Unasul, que já foi aplicada ao Paraguai por ocasião do golpe contra Lugo. O Paraguai foi suspenso desses blocos regionais. Não sei se isso vai acontecer com o Brasil. Se, do golpe, surgir um governo Temer penso que ele terá o reconhecimento ao menos dos Estados Unidos e da Argentina. Na Argentina, o governo Macri está rechaçando os acordos regionais.

Aqui no Brasil, estamos assistindo à emergência de grupos de direita e mesmo de extrema direita, com traços fascistas, que contam inclusive com representação parlamentar como é o caso do deputado Bolsonaro que, recentemente, voltou a fazer apologia de torturadores. Esse fenômeno também está ocorrendo na Argentina ou em outros países da região? Até que ponto, essa emergência preocupa?

Na Argentina, isso não é muito evidente. Houve editoriais apoiando a ditadura, como o publicado pelo jornal La Nación no dia seguinte à posse de Macri, defendendo a libertação de militares condenados por crimes na ditadura. Há grupos de direita, mas, neste momento, como estão praticamente no governo, não se manifestam publicamente. Isso não significa que não existam. Aqui no Brasil me chama muito a atenção o fato de um deputado ter feito a defesa de um torturador. Isso é a apologia de um crime, um delito. Não sei como vão tratar isso, pois os deputados têm foro privilegiado. A questão importante é se haverá unidade dos movimentos sociais e populares para enfrentar essa situação.

O senhor acompanha a situação dos direitos humanos na América Latina há muitos anos. Após um ciclo de ditaduras houve um período de redemocratização e uma ascensão de governos de esquerda e progressistas na região. Agora, parece que estamos entrando mais uma vez em um período conservador com regressão no campo dos direitos. Parece que parcelas importantes das sociedades latino-americanas abrem mão muito facilmente de direitos. Como avalia a situação atual após um período em que ocorreram importantes avanços na área dos direitos humanos e sociais?

Neste último período, nós acompanhamos com preocupação a situação dos direitos humanos mesmo em governos democráticos. Há governos que não têm políticas repressivas, mas há como que uma base já institucionalizada. Em muitos países, as torturas em prisões e delegacias de polícia, por exemplo, continuam até o dia de hoje. Na Argentina, esse problema é tremendo. Nós fizemos um trabalho de monitoramento da situação em prisões e delegacias. No ano passado registramos mais de 100 mil casos de tortura em 50 instituições penitenciárias. Não são políticas de Estado, mas sim mecanismos e práticas que seguiram vivas nas forças de segurança e que seguem vigentes.

Os direitos humanos seguem sendo violados porque há impunidade jurídica. Quem viola os direitos humanos sempre é o Estado. Fora disso, há os delitos que devem ser enquadrados na legislação vigente. A situação dos direitos humanos, considerados em sua integralidade, é preocupante em muitos países. Não estou falando apenas de torturas ou mortes, mas também de problemas ambientais, dos agrotóxicos, do impacto das grandes mineradoras. Há casos como o do Chile, onde a lei antiterrorista foi aplicada contra o povo mapuche.

Direitos humanos e democracia são valores indivisíveis. Se os direitos humanos são violados, a democracia se debilita. Estamos trabalhando para tentar uma mudança de comportamento e de mentalidade, mas há muitas consciências armadas com práticas repressivas. Antes de vir ao Brasil, estivemos no México, país que tem mais desaparecidos que a Argentina na época da ditadura, com governos constitucionais. Em Cidade Juarez, até sairmos de lá, havia a marca de 1.500 mulheres assassinadas por feminicídios. Estamos falando da fronteira com os Estados Unidos. No estado de Guerrero, temos o caso dos 43 estudantes que desapareceram e sobre os quais não há notícia até hoje. Passou um ano e meio e não se sabe absolutamente nada do paradeiro de 43 estudantes. Não estamos falando de uma ditadura.

No México, nos reunimos com o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos e ele nos relatou as muitas dificuldades enfrentadas para avançar nas investigações sobre casos de violações de direitos naquele país. Há uma situação de terror muito grande. Tanto é assim que o governo dos Estados Unidos emitiu um comunicado recomendando aos turistas norte-americanos para que não viajem ao estado de Guerrero, em especial para Acapulco. Estivemos em Acapulco e os hotéis estão vazios. Claro que, no caso do México, penetrou com muita força o problema da droga, dos carteis do narcotráfico. Uma coisa que nós podemos comprovar na América Latina é que as guerras, hoje, são financiadas com a droga. Isso está acontecendo agora no Oriente Médio também. As guerras têm que ser financiadas de algum modo e estão sendo pelas drogas. Por isso, elas não vão desaparecer tão facilmente assim. O narcotráfico está desempenhando um papel sumamente importante hoje na economia das guerras.

Então, quando falamos da realidade da América Latina hoje supomos que todos os governos são democráticos, mas isso não é assim. Veja o caso da Colômbia também, onde agora está prestes a ser assinado um acordo de paz com as FARC [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia]. Mas o problema da Colômbia não se resume à relação entre as FARC e o governo de Santos. São quase 60 anos de guerrilha, mas também de narcotráfico, de grupos paramilitares e parapoliciais. O panorama do continente é muito complexo.

O senhor está pessimista em relação ao futuro?

Eu sempre digo que sou um pessimista esperançoso. Eu não penso que não há saída para todos esses problemas. Sempre há saídas e possibilidades de mudança, desde que o povo se una. Na América Latina, as esquerdas estão divididas. A direita tem dificuldades, mas não está dividida porque tem objetivos claros. Mas as esquerdas estão muito divididas na Argentina, no Brasil, em qualquer país. Assim, é difícil construir frentes que possam oferecer alternativas a essa situação da qual falamos. Se o golpe se consumar aqui no Brasil o que vai ocorrer com a população… Estamos aqui acompanhados de movimentos sociais e de grupos comprometidos com a defesa da democracia, mas qual é a força real que têm?

O que me preocupa, no caso do Brasil, são as possíveis repercussões em todo o continente e no mundo inteiro. O Brasil é um país líder, com uma presença importante não só na América Latina. Para mim, com tudo o que escutei nestes dias, me parece que o afastamento de Dilma já é praticamente um fato consumado, a não ser que, de última hora, a situação atual possa ser revertida. Mas não é para se desesperar. Sempre há possibilidades de mudanças. O fato é que os Estados Unidos seguem trabalhando pela recolonização da região pois necessitam dos recursos deste continente.

Já devastaram a África, que não é um continente pobre, mas é um continente empobrecido. A África tem grandes recursos que estão sendo explorados por grandes corporações. Eu participei de uma comissão de investigação sobre a África do Sul e a Namíbia. Durante os oito meses que durou a comissão creio que não dormi em função do que vi, os indicadores de pobreza, o saqueio sem piedade dos recursos destes países. Levamos o resultado dessa investigação à Assembleia Geral das Nações Unidas, onde foram aprovadas sanções que não foram cumpridas.

Offline Euler1707

  • Nível 24
  • *
  • Mensagens: 1.044
  • Sexo: Masculino
  • não há texto pessoal
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2219 Online: 05 de Maio de 2016, 14:02:17 »
::)

Citar
'Golpe no Brasil é parte do projeto de recolonização da A. Latina', diz prêmio Nobel da Paz Pérez Esquivel
Seria ele um ativista político ou ativista partidário?
E os idiotas caem feito patos nessa narrativa. Eu já vi uns três idiotas hoje com esse mesmo discurso.

Offline Gabarito

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.594
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2220 Online: 05 de Maio de 2016, 14:03:05 »
::)

Citar
'Golpe no Brasil é parte do projeto de recolonização da A. Latina', diz prêmio Nobel da Paz Pérez Esquivel



Citar
Nobel da Paz fala besteira no Senado e agride a democracia brasileira
Militante argentino revela que a história pode fazer de um lobo um cordeiro, mas não muda sua essência
28/04/2016 às 16:23

Alma golpista têm os petistas. Não são capazes de respeitar nem a instituição que lhes garante a legitimidade para falar e atuar, no Parlamento, como representantes do povo. Os petistas, eles sim, jamais aceitaram o resultado de eleições. A menos que as urnas se lhes mostrem favoráveis. Assim é em todas as esferas: municipal, estadual ou federal. Ou estão no comando ou optam pela sabotagem. E não foi diferente desta vez.

O arquiteto e escultor argentino Adolfo Pérez Esquivel, que se notabilizou por defender os direitos dos humanos de esquerda — inclusive o direito que estes teriam de matar inocentes —, está no Brasil. Veio se encontrar com Dilma Rousseff e foi convidado pelos petistas a falar no Senado Federal.

Disparou uma indignidade, que ofende também a Casa que o abrigou e agride a democracia brasileira. Disse:
“Venho aqui ao Brasil trazendo a solidariedade e o apoio de muita gente da América Latina e a minha pessoal [para] que se respeite a continuidade da Constituição e do direito do povo de viver em democracia (…). Creio que, neste momento, há grande dificuldades [advindas] de um possível golpe de estado. E já se utilizou esse mecanismo de funcionamento em outros países do continente, como Honduras e Paraguai”.

Esquivel está com 85 anos. Isso significa que um homem de 85 anos disse uma asneira consolidada, amadurecida pelo tempo.

Vamos ver como um esquerdista carnívoro entrou para a história como um vegetariano, embora não passe de um herbívoro.

Uma breve memória: Esquivel ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1980. Sempre foi um notório militante de esquerda, mas se escondeu sob a proteção vigarista de “militante da paz”. Aliás, essa costuma ser a pele de cordeiro a que os lobos recorrem com mais frequência.

O povo argentino viveu, entre 1976 e 1983, a mais sangrenta ditadura militar de sua história. Entre mortos nas masmorras e desaparecidos, contam-se 30 mil pessoas. Para se ter uma ideia da violência: os mortos e desaparecidos do regime militar brasileiro somam 424, embora a população do país vizinho seja praticamente um quinto da nossa.

Ou por outra: a brutalidade e a insanidade do regime militar argentino conferiu a Esquivel uma santidade ideológica que ele nunca teve. Diante daquele regime gorila, qualquer um que a ele se opusesse poderia reivindicar sua cota de heroísmo e santidade, tanto mais Esquivel, associado a uma grande rede de solidariedade de entidades esquerdistas. Já volto ao dito-cujo.

Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM, reagiu: “Não podemos ser surpreendidos com essas montagens, não foi por acaso que esse senhor veio aqui fazer esse pronunciamento. Isso é uma estratégia que esse plenário não admite. Essa situação é inaceitável. Nunca vi, com 22 anos de Congresso Nacional, as autoridades que nos visitam, sem ter o consentimento de todos os líderes, usarem o microfone para fazer pronunciamento”.

Até o petista Paulo Paim (RS), que presidia a sessão, concordou com a retirada da palavra “golpe”. “Em nenhum instante, o regimento autoriza que a sessão do Senado possa ser interrompida para conceder a palavra a um não senador”, lembrou Cássio Cunha Lima (PB), líder do PSDB.

Em suma, tratava-se de um golpe no Regimento e na própria instituição: “Entendo que isso cause urticária naqueles que são oposição”, afirmou cinicamente Humberto Costa (PE), líder do governo no Senado. Disse, por sua vez, o tucano Aloysio Nunes Ferreira (PSDB): “Esquivel entrou aqui iludido, não sabia das regras do regimento interno, expressou sua opinião. E eu lamento que ele tenha sido levado a isto por colegas nossos: foi uma esparrela que lhe montaram e submeteram o Pérez Esquivel a esse constrangimento”.

Será mesmo?
Não acredito na inocência de Esquivel. Este senhor é um defensor ferrenho da ditadura bolivariana da Venezuela. Quando o regime estava matando pessoas nas ruas, preferiu atacar os EUA. Quando Mauricio Macri foi eleito e aventou a hipótese de usar a “cláusula democrática” do Tratado do Mercosul para punir a Venezuela por suas agressões aos direitos humanos, o que fez o falso “bom velhinho”? Escreveu um carta esculhambando Macri e defendendo Nicolás Maduro.

Esquivel tem se calado sistematicamente sobre as óbvias violências praticadas pelos regimes bolivarianos da América Latina, mas não se constrangeu em enviar a Obama uma carta, pouco antes de sua viagem à Argentina, acusando os EUA de violar sistematicamente os direitos humanos.

Ganhou o Prêmio Nobel da Paz por defender os direitos humanos. A realidade demonstra que tal prêmio tem de ser cassado. Esquivel é um defensor dos direitos que teriam os humanos de esquerda de transgredir as leis, inclusive as democráticas.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2221 Online: 05 de Maio de 2016, 14:03:52 »
É impressionante a quantide de asneiras que este cavalheiro proferiu.
Foto USGS

Offline Gabarito

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.594
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2222 Online: 05 de Maio de 2016, 14:05:18 »

Citar
Teori suspende mandato de Eduardo Cunha

Não vai ter vigília na frente da casa do Cunha.
Não vai ter "coxinha" queimando pneu em estrada.
Não vai ter "Cunha, guerreiro do povo brasileiro".
Não vai ter ataque às instituições com o discurso de que "é golpe".
Não vai ter perfil com foto de apoio ao Cunha.

Essa é a diferença de quem vai às ruas defender bandido e de quem vai às ruas por um país melhor. ‪#‎TchauCunha‬




Qual vai ser a pauta do PT?
Cunha já caiu.
Golpe não há. Só impeachment.
 :)

Parece que eles ainda dizem que 'vai ter luta'.
Que seja com a PM.

Offline Gabarito

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.594
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2223 Online: 05 de Maio de 2016, 14:12:53 »
Vocês sabiam do verdadeiro Golpe?

Citar
Desarmando a bomba
Eliane Cantanhêde

05 maio 2016 | 12:10

A decisão do ministro Teori Zavascki de afastar o deputado Eduardo Cunha foi amadurecida durante a madrugada e teve o objetivo de desativar uma bomba preparada pelos ministros Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello que, segundo análises de juristas,  poderia implodir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a posse do vice Michel Temer.

Lewandowski e Mello puseram em votação hoje à tarde a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), de autoria da Rede de Sustentabilidade, que, além de pedir o afastamento de Eduardo Cunha, determinava simultaneamente, segundo interpretação de outros ministros, a anulação de todos os seus atos no cargo – e, por conseguinte, o acatamento do pedido de impeachment de Dilma.

Zavascki se irritou e outros ministros estranharam que Mello tenha aceitado relatar a ADPF da Rede, quando o natural seria que a enviasse para ele, que relata o caso Cunha desde dezembro. E as suspeitas pioraram quando Mello acertou com o presidente Lewandowski para suspender toda a pauta de hoje no plenário para se concentrar nessa ação.

Ao perceberem a manobra – ou “golpe”, segundo um deles – , ministros do Supremo se mobilizaram para neutralizar a aprovação da ADPF hoje à tarde pelo plenário. Decidindo o afastamento de Cunha com base no processo aberto pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, Zavascki esvazia horas antes a ação da Rede, que deixa de ter um “objeto”. Se Cunha não é mais deputado, não há como julgá-lo como tal.

O fato é que, com a proximidade do impeachment de Dilma, os nervos estão à flor da pele e o próprio Supremo está em pé de guerra. A sessão de hoje à tarde deve ser num nível máximo de tensão. Marco Aurélio Mello disse que “é preciso analisar” se o seu relatório sobre a ação da Rede está ou não prejudicado e tentou até brincar, dizendo do que Zavaski “poupou metade do seu trabalho”.

Dias intensos.
E muito tensos.

Offline Gabarito

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.594
  • Sexo: Masculino
Re:Movimento pelo Impeachment de Dilma Rousseff
« Resposta #2224 Online: 05 de Maio de 2016, 14:21:44 »
Citar
Liminar de Teori impediu golpe da REDE, de Marina Silva, contra o impeachment.

A REDE entrou com uma ADPF no supremo pedindo o afastamento de Cunha e a anulação de todos seus atos na presidência da Câmara, incluindo o impeachment. Marco Aurélio Mello e Lewandowski entraram no plano e marcaram para votar com urgência a ADPF hoje. Como Teori deu liminar afastando Cunha, a ADPF perdeu objeto.

http://politica.estadao.com.br/blogs/eliane-cantanhede/desarmando-a-bomba/



Pelo que entendi, Teori não aceitou que Marco Aurélio, tendo sido sorteado para a ADPF, não a tenha encaminhado para ele, o relator original.
Isso também causou estranheza entre os outros ministros.

Tem golpe sendo tramado para melar a Constituição que é o seguimento natural do processo de impeachment.
Todos alertas!

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!