Autor Tópico: Os limites da economia de mercado  (Lida 5203 vezes)

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Offline DDV

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Os limites da economia de mercado
« Online: 23 de Outubro de 2015, 22:47:13 »
Que o mercado é a forma mais eficiente e eficaz de "gerir" a economia, todos concordam. Isso é ponto pacífico.

Embora seja a melhor forma conhecida de "gerir" a economia em 99% dos casos, existem situações (1%) onde o mercado sozinho é insuficiente para gerar resultados que a maioria considere satisfatórios.

São situações-limite, onde alguns ou todos os pressupostos para que exista uma economia de mercado inexistem. Quais seriam esses pressupostos?


1- Uma autoridade que aplique leis defendendo a liberdade individual, a propriedade e o respeito aos contratos.

2- Que os produtos ou serviços oferecidos tenham oferta flexível* e demanda com uma elasticidade mínima razoável**.

3- Que não existam cartéis, trustes e monopólios excessivos.




Essas são as 3 condições que viabilizam a existência de uma economia de mercado funcional. Não quero dizer que a economia de mercado deixaria completamente de existir se as condições acima não forem satisfeitas, mas sim que provavelmente deixe de ser a forma predominante de economia, especialmente com relação à condição 1.


*Oferta flexível: produtos ou serviços cuja oferta possa ser aumentada ou reduzida com relativa facilidade. Exemplo de oferta flexível: roupas. Exemplo de oferta não-flexível: mão-de-obra humana.

**Elasticidade da demanda: produtos ou serviços cuja demanda possa ser, com razoável facilidade, reduzida frente ao aumento de preços, ou aumentada frente à redução de preços. Exemplo de demanda elástica: chocolate. Exemplo de demanda inelástica: serviços médicos.


As 3 condições acima são situações que exigem a atuação de uma autoridade (estado), em maior ou menor grau, de diversas formas.
   
« Última modificação: 23 de Outubro de 2015, 22:49:27 por DDV »
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Jurubeba

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #1 Online: 23 de Outubro de 2015, 23:13:31 »
Mais uma vez, o doidinho responde  :hihi: (não tudo).

PS: eu tenho usado muito os vídeos do canal do youtube Idéias Radicais por serem curtos, com uma linguagem fácil e rápida e por comunicar objetivamente as ideias.

<a href="https://www.youtube.com/v/QXq_4TsrjSM" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/QXq_4TsrjSM</a>

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Offline Sergiomgbr

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #2 Online: 23 de Outubro de 2015, 23:30:01 »
Mais uma vez, o doidinho responde  :hihi: (não tudo).

PS: eu tenho usado muito os vídeos do canal do youtube Idéias Radicais por serem curtos, com uma linguagem fácil e rápida e por comunicar objetivamente as ideias.

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Vai ter que pagar royalties...
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Offline DDV

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #3 Online: 23 de Outubro de 2015, 23:30:15 »
O Procon tem poder para fazer algo em favor de um consumidor lesado, o ReclameAqui é apenas informativo (serve no máximo como prevenção).

Empresas e negociantes com má reputação não conseguirão fazer mais negócios e lucrarem, mas os prejuízos causados não podem ser remediados sem uma autoridade com poder para fazê-lo, e nada impede que empresas e negociantes picaretas mudem de nome e continuem cometendo estelionato como se nada tivesse acontecido.
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Offline Jurubeba

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #4 Online: 24 de Outubro de 2015, 00:12:57 »
O Procon tem poder para fazer algo em favor de um consumidor lesado, o ReclameAqui é apenas informativo (serve no máximo como prevenção).

Empresas e negociantes com má reputação não conseguirão fazer mais negócios e lucrarem, mas os prejuízos causados não podem ser remediados sem uma autoridade com poder para fazê-lo, e nada impede que empresas e negociantes picaretas mudem de nome e continuem cometendo estelionato como se nada tivesse acontecido.
Mas isso acontece o tempo todo atualmente. Para burlar o Estado, os picaretas inventaram os laranjas.

Os prejuízos causados por uma reputação destruída por má qualidade na prestação de serviços podem fazer com que a empresa seja obrigada a fechar as portas. A menos que ao empreendedor seja um detalhe irrisório ir de prejuízo em prejuízo abrindo e fechando empresas, que ao se manterem na mesma prática anterior irão falir, não vejo como não haver elevação da qualidade para sobreviver. Existem muitos casos de acordos particulares, sem intermediação do estado, motivados por empresas que não querem ver sua reputação na lama. Claro que outras se antecipam para evitar o rigor da lei, mas sendo a lei tão rápida quanto um bicho preguiça, muitos até esperam ela chegar.

Ademais, considero que é justamente por existir instâncias estatais que irão exigir reparação que muitas empresas não se mobilizam. A burocracia estatal causa uma demora no processo de resolução de conflitos que dá tempo à empresa de, além de se defender, lucrar até a punição. Contam com isso. O mercado age muito mais rápido.

No caso brasileiro, a mania de nossa sociedade em ver no estado a solução para tudo, produz uma massa de consumidores que só sabem recorrer ao governo para a soluça de problemas. Não conseguem, por exemplo, imaginar que uma campanha de exposição negativa de uma marca causa mais dano do que qualquer processo judicial. Não conseguimos pensar fora da caixa do o Estado resolve.

Não sei se consegui comunicar meu ponto. Pode ser o adiantado da hora. O sono tá batendo.

Se o tema crescer, tentarei melhorar meus argumentos amanhã  :umm:

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Offline Geotecton

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #5 Online: 24 de Outubro de 2015, 00:22:59 »
O Procon tem poder para fazer algo em favor de um consumidor lesado, o ReclameAqui é apenas informativo (serve no máximo como prevenção).
[...]

Sim. E não.

Até hoje não vi o Procon 'encher o saco' de empresas estatais ou de economia mista no mesmo grau que fazem com empresas privadas.
Foto USGS

Offline MarceliNNNN

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #6 Online: 24 de Outubro de 2015, 02:19:08 »
O Procon tem poder para fazer algo em favor de um consumidor lesado, o ReclameAqui é apenas informativo (serve no máximo como prevenção).

Empresas e negociantes com má reputação não conseguirão fazer mais negócios e lucrarem, mas os prejuízos causados não podem ser remediados sem uma autoridade com poder para fazê-lo, e nada impede que empresas e negociantes picaretas mudem de nome e continuem cometendo estelionato como se nada tivesse acontecido.
Mas no ReclameAqui, muitas empresas resolvem os problemas do cliente também, como o Procon faz. É só você ir no site que você verá as empresas respondendo os clientes e sanando seus problemas.

Offline Lorentz

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #7 Online: 24 de Outubro de 2015, 11:48:31 »
Mais uma vez, o doidinho responde  :hihi: (não tudo).

PS: eu tenho usado muito os vídeos do canal do youtube Idéias Radicais por serem curtos, com uma linguagem fácil e rápida e por comunicar objetivamente as ideias.

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Viciei nos vídeos desse cara. Ele lembra o Daniel Fraga, mas consegue explicar as coisas, enquanto o Fraga só fala que o político é ladrão e que impostos é roubo, sem contextualizar. Aí fica parecendo um fanaticozinho qualquer.
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Offline Jurubeba

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #8 Online: 24 de Outubro de 2015, 13:00:53 »
Viciei nos vídeos desse cara. Ele lembra o Daniel Fraga, mas consegue explicar as coisas, enquanto o Fraga só fala que o político é ladrão e que impostos é roubo, sem contextualizar. Aí fica parecendo um fanaticozinho qualquer.
Pois é. Tenho aprendido muito com o estilo dele. E um dos videos que mexeu comigo depois de uma troca de ideias aqui no CC foi esse abaixo. Revi meus conceitos.

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Offline Fabrício

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #9 Online: 24 de Outubro de 2015, 13:58:06 »
O doidinho é bom.  :ok:
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Offline Jurubeba

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #10 Online: 24 de Outubro de 2015, 14:00:02 »

Offline Pasteur

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #11 Online: 24 de Outubro de 2015, 14:05:05 »
Desculpe aí meus colegas anarcocapitalistas, Jurubeba, Libertário, Marcelinn, parcus, azazel, eu sei que vocês tem as melhores das intenções, mas esse vídeo é pra vocês enxergarem que apesar de muitas ideias boas, há muito de fantasioso nesse mundo anarquista:

<a href="https://www.youtube.com/v/chvn3XLH06w#t=1479" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/chvn3XLH06w#t=1479</a>


Offline Jurubeba

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #12 Online: 24 de Outubro de 2015, 14:38:09 »
Desculpe aí meus colegas anarcocapitalistas, Jurubeba, Libertário, Marcelinn, parcus, azazel, eu sei que vocês tem as melhores das intenções, mas esse vídeo é pra vocês enxergarem que apesar de muitas ideias boas, há muito de fantasioso nesse mundo anarquista:

(vídeo retirado para não criar confusão)
Como eu já vi esse vídeo, vou colocar dois videos resposta que desmontam os fracos argumentos do bom divulgador científico e total desconhecedor sobre anarcocapitalismo aí de cima. Um do doidinho e outro do Fraga. (Você acha que eu só escuto um lado? Mesmo antes de ver as refutações, eu já tinha achado esse vídeo aí muito fraco)

Detalhe: esse vídeo do Iure e o do Fraga é de 2012. O do doidinho é desse ano.

<a href="https://www.youtube.com/v/38jk780ppxU" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/38jk780ppxU</a>

<a href="https://www.youtube.com/v/GnkBpKF8rII" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/GnkBpKF8rII</a>

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« Última modificação: 24 de Outubro de 2015, 14:40:42 por Jurubeba »

Offline Lorentz

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #13 Online: 24 de Outubro de 2015, 14:51:38 »
Desculpe aí meus colegas anarcocapitalistas, Jurubeba, Libertário, Marcelinn, parcus, azazel, eu sei que vocês tem as melhores das intenções, mas esse vídeo é pra vocês enxergarem que apesar de muitas ideias boas, há muito de fantasioso nesse mundo anarquista:

<a href="https://www.youtube.com/v/chvn3XLH06w#t=1479" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/chvn3XLH06w#t=1479</a>



Isso não significa que o Estado seja bom. Se países menos burocráticos com economias mais livres são mais ricos e com mais qualidade de vida, então os anarquistas esticam esta ideia até a extinção do Estado, que supostamente seria o modelo ótimo. Mas não temos como saber. Mas temos como saber que Estado burocrático demais gera problemas, pois exemplos não faltam.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #14 Online: 24 de Outubro de 2015, 16:05:56 »
Ademais, considero que é justamente por existir instâncias estatais que irão exigir reparação que muitas empresas não se mobilizam. A burocracia estatal causa uma demora no processo de resolução de conflitos que dá tempo à empresa de, além de se defender, lucrar até a punição. Contam com isso. O mercado age muito mais rápido.

Diversas vezes essas coisas teóricas são afirmadas como se fossem fatos. Seria, no caso? Haveria casos famosos de restituição e mudança política empresarial sem intervenção estatal?

Acho que na maior parte do tempo o que ocorre são coisas como uma pessoa compra uma coisa meio estragada, reclama, e dão dez unidades boas como desculpas.

Mas não acho que seja algo que funciona de maneira mais abrangente, as empresas se corrigindo de forma mais espontânea.


https://en.wikipedia.org/wiki/Hinkley_groundwater_contamination


Toda vez que alguem fala na auto regulamentação das empresas eu lembro do caso da montadora que sabia de um erro de produção que mataria muitas pessoas, mas que não fizeram recall porque saia mais barato pagar a indenização das pessoas que morressem. A empresa não faliu, as pessoas não pararam de comprar.... Cade a auto regulamentação?



Coisas como campanhas anti-fumo e bebida também provavelmente requerem imposição estatal. Se dependesse dos produtores, nada faria mal (como seria saudável), e nem o bebassemprecommoderação estava nos comerciais.












Mas... prevendo algo quase inevitavelmente presente em qualquer linha geral de respostas... sim, o estado realmente não é perfeito, longe disso, e pode até mesmo fazer as coisas se tornarem piores do que seriam (como com "guerra às drogas"). Ambos são imperfeitos, mas o estado parece ainda ser o mais efetivo aliado/instrumento quando há conflitos de interesse entre a sociedade em geral e alguém/algo bem posicionado no mercado. É como uma "arma": tem mesmo muitos dos problemas que os desarmamentistas apontam, mas é difícil negar que pode ser sim também um fator chave na defesa, seja individual, ou pública. O "desgovernamento" é também meio como o desarmamento: está se abrindo mão do "poder público", não efetivamente impondo um equilíbrio de poderes na sociedade. Talvez dê para encaixar aí também analogia de que o estado poderia de qualquer forma ser mais enxuto... mas não me ocorre nada agora.

Offline Jurubeba

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #15 Online: 24 de Outubro de 2015, 16:39:07 »
Falar de anarquia já coloca seu defensor em desvantagem. Isso porque, diferentemente do socialismo, que foi tentado e fracassou, não se tem referência na era moderna de uma sociedade anarquista (nos moldes anarcocapitalistas) para apresentar quaisquer evidências empíricas.

Vários exemplos colocados como fracasso do livre mercado possuem erros lógicos claros pelo simples fato de estarmos lidando com situações de dentro do estado, com a mão do estado envolvida. Acho que não dá para desconsiderar o intervencionismo nessa equação. (Não entendo muito sobre falácias mas acho que isso se chama espantalho).

Considerar que o estado parece ainda ser o mais efetivo aliado/instrumento quando há conflitos de interesse entre a sociedade em geral e alguém/algo bem posicionado no mercado é a reação lógica para qualquer um. Quem já teve experiência diferente? Quem já recorreu a outra instância (que não existe) para resolver seus conflitos? Imagino que, ao menos aqui, ninguém. Como afirmar com tanta certeza isso se não há a experiência anarquista?

Poderão falar que é só teoria e que é utopia. No entanto, tudo o que temos hoje é fruto de idéias de pessoas que pensaram em soluções que não existiam e que, para muitos (principalmente os que não os compreendiam) era loucura impraticável. O tempo cuidou de desmistificar isso infinitas vezes. No entanto, sem a adesão de várias pessoas, as coisas não caminham. Por isso sou tão insistente  :hihi:

A utopia do Estado é vivida na prática: todas as promessas e teorias não se realizam, mas não temos alternativas.

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Offline Jurubeba

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #16 Online: 24 de Outubro de 2015, 16:55:42 »
Complementando em relação às imagens, você lembra do mercado e se esquece da ciência. Será que se a ciência não indicasse os males desses produtos o estado faria alguma coisa? E se não existisse o estado e a ciência demonstrasse os males do mesmo jeito, será que os consumidores continuariam consumindo? Será que as pessoas seriam tão estúpidas de se deixarem enganar pelo marketing e ignorar a saúde?

Em contraponto às imagens com referência ao mercado vou apresentar uma em referência ao Estado, que tem a mesma lógica:



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Offline Jack Carver

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #17 Online: 24 de Outubro de 2015, 17:28:12 »
De vez em quando gasto um tempinho assistindo aos vídeos que abordam os dois lados( Anarcocapitalismo e "Estatismo" ).O carinha acima tem melhor habilidade de persuasão que o Dâniel.
Um outro maluco, mas que faz contra-pontos às ideias anarcocapitalistas, é o 'impaciente' Merlin da Trevas.  :D

<a href="https://www.youtube.com/v/LSzlr-yH-Fc" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/LSzlr-yH-Fc</a>

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« Última modificação: 24 de Outubro de 2015, 17:47:56 por Jack Carver »
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Lorentz

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #18 Online: 24 de Outubro de 2015, 17:35:21 »
O maior problema dos anarquistas é o de utilizar exemplos de países com um excelente Estado (justo, pequeno e funcional) e que também possuem uma economia livre, para dizer que o Estado piora as coisas. Se o país é bom e não é anárquico, então não é o Estado, oras. É o intervencionismo, o político, o preguiçoso, sei lá.
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Offline Jurubeba

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #19 Online: 24 de Outubro de 2015, 18:03:12 »
O maior problema dos anarquistas é o de utilizar exemplos de países com um excelente Estado (justo, pequeno e funcional) e que também possuem uma economia livre, para dizer que o Estado piora as coisas. Se o país é bom e não é anárquico, então não é o Estado, oras. É o intervencionismo, o político, o preguiçoso, sei lá.
Mas a questão é essa: quando se fala em anarquismo as pessoas só se limitam a imaginar como seria isso amanhã, numa ruptura improvável e impossível de acontecer. Não acontecerá sem uma longa caminhada, que passa pelo Estado Mínimo (Minarquismo) e vai até onde seja possível. Eu até coloquei aqui no CC (noutro tópico) esse ARTIGO onde, dentre outras coisas, lemos:

Citar
As críticas dos conservadores e dos minarquistas-libertários ao anarquismo, baseando-se em argumentos como "não vai funcionar" ou "não é prático", são apenas confusas.  Anarquistas não (necessariamente) predizem que a anarquia será implementada — eu, por exemplo, não acredito que seráMas isso não significa que o estado seja justificável.

Aproveitando que citei o artigo acima, quero deixar aqui o trecho final do mesmo, para uma reflexão:

Citar
Parece-me que os libertários clássicos (os minarquistas) cometeram um erro terrível.  Eles selecionaram a mais importante das instituições — a saber, a proteção dos nossos direitos — e deram-na ao monopolista.  Creio que, se fosse possível, seria preferível ter um governo que cuidasse de coisas como entretenimento e banheiros ao invés de um governo que se ocupasse de funções "ligeiramente" mais importantes, como segurança e justiça.

Em última instância, o estado não pode ser reformado e nem é do interesse do sistema político fazer tal coisa.  De fato, nada menos do que a abolição de todas as políticas estatistas — e do estado em si — é aceitável para o libertário radical.  Se o governo não serve para ser meu zelador ou educador, ele também não serve para ser minha polícia, meu juiz, meu júri, presidente, promotor ou legislador.

É hora de os libertários tomarem uma posição. Você é a favor da agressão, ou contra?

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Offline Sergiomgbr

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #20 Online: 24 de Outubro de 2015, 18:05:52 »
Não existe nem nunca existirá anarquismo por que não existe nem nunca existirá consenso sobre as demandas numa sociedade. E como não existe nem semi gravidez nem semi anarquismo, "anarquismo" é canoa furada.
« Última modificação: 24 de Outubro de 2015, 18:10:46 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #21 Online: 24 de Outubro de 2015, 18:25:27 »
Não existe nem nunca existirá anarquismo por que não existe nem nunca existirá consenso sobre as demandas numa sociedade. E como não existe nem semi gravidez nem semi anarquismo, "anarquismo" é canoa furada.
Eu diria que ainda não existiu. Dizer que nunca existirá é uma extrapolação que você não tem como confirmar.

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #22 Online: 24 de Outubro de 2015, 18:26:30 »
Citar
Parece-me que os libertários clássicos (os minarquistas) cometeram um erro terrível.  Eles selecionaram a mais importante das instituições — a saber, a proteção dos nossos direitos — e deram-na ao monopolista.  Creio que, se fosse possível, seria preferível ter um governo que cuidasse de coisas como entretenimento e banheiros ao invés de um governo que se ocupasse de funções "ligeiramente" mais importantes, como segurança e justiça.

Pois é, essas coisas mais importantes é melhor serem deixadas nas mãos dos mais fortes. "Discorda? Exponha, talvez eu reconsidere. Mas não venha fazer panelaço porque o chumbo vai varar suas panelas."

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #23 Online: 24 de Outubro de 2015, 18:30:01 »
Citar
Parece-me que os libertários clássicos (os minarquistas) cometeram um erro terrível.  Eles selecionaram a mais importante das instituições — a saber, a proteção dos nossos direitos — e deram-na ao monopolista.  Creio que, se fosse possível, seria preferível ter um governo que cuidasse de coisas como entretenimento e banheiros ao invés de um governo que se ocupasse de funções "ligeiramente" mais importantes, como segurança e justiça.

Pois é, essas coisas mais importantes é melhor serem deixadas nas mãos dos mais fortes. "Discorda? Exponha, talvez eu reconsidere. Mas não venha fazer panelaço porque o chumbo vai varar suas panelas."
Mas aí não é questão de melhor serem deixadas nas mãos dos mais fortes. Somos obrigados a deixar nessas mãos.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Os limites da economia de mercado
« Resposta #24 Online: 24 de Outubro de 2015, 19:11:08 »
Citar
Parece-me que os libertários clássicos (os minarquistas) cometeram um erro terrível.  Eles selecionaram a mais importante das instituições — a saber, a proteção dos nossos direitos — e deram-na ao monopolista.  Creio que, se fosse possível, seria preferível ter um governo que cuidasse de coisas como entretenimento e banheiros ao invés de um governo que se ocupasse de funções "ligeiramente" mais importantes, como segurança e justiça.

Pois é, essas coisas mais importantes é melhor serem deixadas nas mãos dos mais fortes. "Discorda? Exponha, talvez eu reconsidere. Mas não venha fazer panelaço porque o chumbo vai varar suas panelas."
Mas aí não é questão de melhor serem deixadas nas mãos dos mais fortes. Somos obrigados a deixar nessas mãos.

Sempre seremos, é inevitável, a menos que se seja o mais forte. Apenas calha dos estados serem na maior parte do tempo o ente mais forte, exceto nas situações de falha de estado, muitas vezes rotuladas como anarquia.










Falar de anarquia já coloca seu defensor em desvantagem. Isso porque, diferentemente do socialismo, que foi tentado e fracassou, não se tem referência na era moderna de uma sociedade anarquista (nos moldes anarcocapitalistas) para apresentar quaisquer evidências empíricas.

Vários exemplos colocados como fracasso do livre mercado possuem erros lógicos claros pelo simples fato de estarmos lidando com situações de dentro do estado, com a mão do estado envolvida. Acho que não dá para desconsiderar o intervencionismo nessa equação. (Não entendo muito sobre falácias mas acho que isso se chama espantalho).

Bem, tirando as situações de anarquia prática que os anarquistas não querem ver rotuladas como anarquia, só conhecemos mercados livres dentro do estado (e parcialmente possibilitado por eles), então, toda falha de mercado será também parcialmente falha de estado, uma vez que este não é "onipotente". Mas isso tem praticamente a mesma relevância de dizer que é uma "falha da biologia humana" e defender o trans-humanismo como verdadeira solução.

É extremamente mais falacioso, difícil de crer que alguns realmente fazem, tentar jogar a coisa toda só para falha do estado -- isso tem exatamente a mesma "lógica" de dizer que, qualquer segurança pública, estatal ou privada, por nunca ser 100% perfeita, é a culpada dos crimes que apenas falha em evitar.  Ora, sem a segurança, só se tem os "criminosos" e as pessoas para se defender por si sós; o mesmo ocorre sem o estado, só sobram aqueles que responsáveis pelo que o estado não pôde evitar, sem o estado para ao menos tentar. Esse ad hoc de tentar colocar tudo como "culpa do estado" não cola mais do que "culpa da física".

O estado deve sim levar a culpa por ineficiência aquém do que seria razoável esperar, ou crimes diretamente perpetrados. Mas começa a beirar a insanidade dizer que é pior a sociedade se organizar de forma não-comercial para tentar evitar e amenizar problemas decorrentes de conflitos de interesse e etc, que é a "essência" do estado.


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Considerar que o estado parece ainda ser o mais efetivo aliado/instrumento quando há conflitos de interesse entre a sociedade em geral e alguém/algo bem posicionado no mercado é a reação lógica para qualquer um. Quem já teve experiência diferente? Quem já recorreu a outra instância (que não existe) para resolver seus conflitos? Imagino que, ao menos aqui, ninguém. Como afirmar com tanta certeza isso se não há a experiência anarquista?

Alternativas empíricas há, como a gangue dominante, em territórios dominados por gangues, por falha/ausência de estado. Mas aí estas se tornam o estado de fato, e tem-se todos os mesmos problemas e mais alguns, com o adicional desse "governo" não ser algo com os mesmos "ideais", a mesma função teórica de servir à sociedade.



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Poderão falar que é só teoria e que é utopia. No entanto, tudo o que temos hoje é fruto de idéias de pessoas que pensaram em soluções que não existiam e que, para muitos (principalmente os que não os compreendiam) era loucura impraticável. O tempo cuidou de desmistificar isso infinitas vezes. No entanto, sem a adesão de várias pessoas, as coisas não caminham. Por isso sou tão insistente  :hihi:

A utopia do Estado é vivida na prática: todas as promessas e teorias não se realizam, mas não temos alternativas.

Saudações

O estado não é uma "utopia". É só como se fosse uma mega-empresa (ou mega-gangue) que, em sua "declaração de missão" tem algo como "uma organização sem fins lucrativos, que visa garantir com que os direitos de um acabem onde comecem os direitos dos outros, preservando assim a liberdade do mercado/sociedade".

Como qualquer empreendimento humano sempre foi e será, é falho, e assim precisa ser constantemente policiado, ajustado, modificado. E parece algo problemático de simplesmente se deixar de tentar fazer, ficar só por conta da boa vontade de quem quer que tenha mais poder em qualquer situação.

Ainda que, na prática, já seja o que ocorre, pois é algo inevitável, tautológico. Só calha do maior poder ser o estado, que por sorte, tem uma "declaração de missão" nessas linhas, e é visto como legítimo por aceitação popular.

 

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