Autor Tópico: Governo Temer/Pós Dilma  (Lida 89758 vezes)

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Offline Gaúcho

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1225 Online: 24 de Março de 2017, 11:48:30 »
Nem esquerda, nem direita. A única opção que faz sentido é o liberalismo. Qualquer outra posição que não vise diminuir ao máximo o estado e suas burocracias está errada em sua essência.

É radicalizar e fantasiar tanto quanto achar o Estado deve controlar tudo.

Vou fantasiar em Singapura ou na Austrália. Você fantasia em Cuba ou Venezuela. Ficamos todos satisfeitos.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Fabrício

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1226 Online: 24 de Março de 2017, 13:08:05 »
Citação de: Juca
Os esquerdistas incham o Estado e mamam nas testas do governo.

Até nas testas????  :susto:

Meu deus, onde isso vai parar?  :hihi:
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Offline Lorentz

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1227 Online: 24 de Março de 2017, 13:13:25 »
Citação de: Juca
Os esquerdistas incham o Estado e mamam nas testas do governo.

Até nas testas????  :susto:

Meu deus, onde isso vai parar?  :hihi:

Ah, ele trapaceou.
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Offline Gaúcho

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1228 Online: 24 de Março de 2017, 13:16:46 »
Esqueça, Shadow. O Juca é imune às críticas. Ele acha que conter gastos é ruim pros mais pobres e que país bom é país que gasta e imprime dinheiro.

E os gastos foram contidos? Com o que se mais gasta existe algum plano de contenção? Não vi nenhum.

Você sabe que o teto dos gastos não afeta os gastos com o social, pois o teto é determinado sobre os gastos totais. É totalmente possível tirar dinheiro de áreas menos importantes e colocar nas mais importantes. Isso é uma boa ferramenta para forçar uma melhor gestão.
Depende de quem determina que áreas são mais importantes. Por exemplo, agora mesmo, militares e servidores púlbicos estaduais e municiapis são mais importantes que o resto da população na reforma da previdência. Eu desconfio por exemplo que qualquer recurso em áreas sociais a mais será visto por direitistas como uma despesa desnecessária.

Não. A culpa não é dos direitistas.

É de esquerdistas como você.

Agora mesmo militares, servidores púlbicos estaduais e municipais TEM MAIS INFLUÊNCIA no estado do que o resto da população.

E isto ocorre por causa da safadeza deles e dos estatólatras, cultuadores de 'mais estado'.

<Modo _Juca_ ON> "-Oh, mais ad hominem....estou horrorizado. Me dê argumentos!" <Modo _Juca_ OFF>

Você pode não ser o Agnóstico, mas vai ter o mesmo destino dele se não parar com as provocações e gracinhas. Aviso formal da moderação.
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Offline Fabrício

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1229 Online: 24 de Março de 2017, 13:17:07 »
Citação de: Juca
Os esquerdistas incham o Estado e mamam nas testas do governo.

Até nas testas????  :susto:

Meu deus, onde isso vai parar?  :hihi:

Ah, ele trapaceou.

Se ferrou, manézão. Nunca confie em um esquerdista...  :lol:
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Offline Shadow

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1230 Online: 24 de Março de 2017, 13:57:14 »
Esqueça, Shadow. O Juca é imune às críticas. Ele acha que conter gastos é ruim pros mais pobres e que país bom é país que gasta e imprime dinheiro.

E os gastos foram contidos? Com o que se mais gasta existe algum plano de contenção? Não vi nenhum.

Você sabe que o teto dos gastos não afeta os gastos com o social, pois o teto é determinado sobre os gastos totais. É totalmente possível tirar dinheiro de áreas menos importantes e colocar nas mais importantes. Isso é uma boa ferramenta para forçar uma melhor gestão.
Depende de quem determina que áreas são mais importantes. Por exemplo, agora mesmo, militares e servidores púlbicos estaduais e municiapis são mais importantes que o resto da população na reforma da previdência. Eu desconfio por exemplo que qualquer recurso em áreas sociais a mais será visto por direitistas como uma despesa desnecessária.

Não. A culpa não é dos direitistas.

É de esquerdistas como você.

Agora mesmo militares, servidores púlbicos estaduais e municipais TEM MAIS INFLUÊNCIA no estado do que o resto da população.

E isto ocorre por causa da safadeza deles e dos estatólatras, cultuadores de 'mais estado'.

<Modo _Juca_ ON> "-Oh, mais ad hominem....estou horrorizado. Me dê argumentos!" <Modo _Juca_ OFF>

Você pode não ser o Agnóstico, mas vai ter o mesmo destino dele se não parar com as provocações e gracinhas. Aviso formal da moderação.

Como convidado aqui sequer me passa pela cabeça discutir atos da moderação. Aceito e acatado.

Entretanto, cabe dizer que como vítima dos criminosos defendidos abertamente aqui pelo forista em questão, que apenas responde a todo e qualquer confrontação a suas ideias escudando-se atrás da acusação de "ad hominem" gostaria de ver a mesma severidade aplicada.
"Who knows what evil lurks in the hearts of men? The Shadow knows..."

Offline _Juca_

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1231 Online: 24 de Março de 2017, 15:25:47 »
Citação de: Juca
Os esquerdistas incham o Estado e mamam nas testas do governo.

Até nas testas????  :susto:

Meu deus, onde isso vai parar?  :hihi:

Ah, ele trapaceou.

Se ferrou, manézão. Nunca confie em um esquerdista...  :lol:

 :twisted:

Offline DDV

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1232 Online: 24 de Março de 2017, 15:34:12 »
Shadow, tome cuidado e fique esperto. Juca é chave-de-banimentos. 
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Shadow

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1233 Online: 24 de Março de 2017, 15:39:05 »
Shadow, tome cuidado e fique esperto. Juca é chave-de-banimentos.

Como eu disse não discuto atos da moderação. Sou um convidado que frequenta gratuitamente esse espaço. Cabe a ela julgar que está certo ou errado.
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Offline _Juca_

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1234 Online: 24 de Março de 2017, 15:54:13 »
Shadow, tome cuidado e fique esperto. Juca é chave-de-banimentos. 

Explica isso aí. Eu bani algum forista?

Offline Geotecton

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1235 Online: 24 de Março de 2017, 16:09:25 »
Cavalheiros

Não mencionarei nomes. Desta vez.

Peço a todos que evitem ilações sobre outros foristas.

Quaisquer queixas, formalizem-nas perante a Moderação.
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Offline Pregador

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1236 Online: 24 de Março de 2017, 19:37:50 »
Temer está conseguindo fazer com que eu passe a pactuar com várias ideias esquerdistas...

O que exatamente? O fato de ser 'mole' e deixar vários grupos privilegiados de fora da reforma? De voltar atrás e fazer concessões a apaniguados do estado?

Isso também. Acho a reforma da previdência bem injusta com os trabalhadores privados, principalmente com os mais pobres. Detalhe que ele são os que menos ferram com a previdência. Li um estudo econômico que diz que não temos um bom nível de poupança porquanto as regras previdenciárias são generosas. Isso pode até ser em parte verdade para que. tem um alto salário, mas quem recebe beneficio de um salário mínimo nunca teve a chance de poupar. No Brasil não se tem bom nível de poupança porque a renda é horrível.

Não é correto também afrouxar para os trabalhadores rurais que causam um rombo enorme, pois praticamente não contribuem nada. Acredito que 70%, no mínimo, desses benefícios são fraudados.

Também acredito que a terceirização sem limites vai causar grande estrago a médio prazo. Aos poucos as empresas, mesmo as pequenas, vão começar a exigir que emoregado criei um MEI e farão um contrato entre empresas. Essa pejotização não vai ter salvaguarda nenhuma, pois a responsabilidade subsidiária será inócua.

Os profissionais altamente qualificados continuaram CLT, pois tem poder de barganha, sua mão de obra é preciosa. Mas o trabalhador comum não. A terceirização vai afetar os mais pobres.

O teto da forma como foi aprovado também, conforme o tempo passar, digamos daqui a 10 anos, vai estrangular o orçamento e, como sempre foi na nossa história, os cortes serão feitos na área social e não em oitras coisas.

Essa história de lista fechada na eleição também é uma insanidade.


Pelo visto a reforma tributária também vai resultar em aumento da carga tributária.

Somos um país pobre ainda, com uma distribuição de renda horroroza. A lógica do Estado mínimo não é a mais adequada por enquanto. Não podemos nos comparar com os EUA. Primeiro é preciso melhorar a distribuição de renda e os índices sociais, daí sim dá para pensar em mudar o modelo de Estado deixando ele menor.

"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline DDV

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1237 Online: 24 de Março de 2017, 20:26:06 »
Entendo e concordo com quase tudo o que você disse, Pregador, mas eu acredito que os ganhos de competitividade para a economia e a sobrevivência do sistema previdenciário, com menores rombos a serem cobertos pelo orçamento, trarão maiores vantagens que no final superarão esses problemas.

Até o Plano Real gerou efeitos desagradáveis no início.

Temer defende a lista fechada?? Absurdo. Achava que era só coisa dos bolivarianos. Essa idéia de lista fechada deveria ser banida da arena política em países democráticos.
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Offline DDV

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1238 Online: 24 de Março de 2017, 20:26:46 »
Se O PIB crescer 6% ao ano, tudo ficará lindo.   :)
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1239 Online: 24 de Março de 2017, 21:28:02 »

Somos um país pobre ainda, com uma distribuição de renda horroroza. A lógica do Estado mínimo não é a mais adequada por enquanto. Não podemos nos comparar com os EUA. Primeiro é preciso melhorar a distribuição de renda e os índices sociais, daí sim dá para pensar em mudar o modelo de Estado deixando ele menor.


Por que assume que um Estado inchado teria a tendência a melhorar a distribuição de renda e índices sociais?

O mais próximo de concordar que consigo é supor haver altas chances de que reduções no estado não serão onde deveriam ser. Mas não há qualquer garantia de que, sem ter um estado enxuto como meta, se conseguirá preservar ou ampliar o fundamental em troca da manutenção das oligarquias. Ou que se terá melhores chances disso do que tentando a outra rota.



Também acho que há uma inversão de seqüências históricas aí. Os EUA não são "estado mínimo", provavelmente a maior parte dos melhores países não são. Não é que eles começaram grandes e se reduziram, mas começaram pequenos e puderam crescer.

Skorpios

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1240 Online: 25 de Março de 2017, 13:15:42 »
O texto a seguir não tem nada a ver com o tópico, mas estou com preguiça de procurar um tópico mais adequado.
No entanto, é um verdadeira joia. Dá-nos uma lição de história do Brasil com uma conclusão surpreendente.

Citar
Onde está o povo soberano?

Quando Tomé de Souza desembarcou na Bahia, em 1549, munido do seu famoso Regimento do Governo, e flanqueado de um ouvidor-mor, um provedor-mor, clero e soldados, a organização político-administrativa do Brasil, como país unitário, principiou a existir. Tudo fora minuciosamente preparado e assentado, em oposição à autonomia descentralizadora das capitanias hereditárias. Notava-se apenas, como disse um historiador, uma ligeira ausência: não havia povo. A população indígena, estimada na época em um milhão e meio de almas, não constituía, obviamente, o povo do novel Estado; tampouco o formavam os 1.200 funcionários – civis, religiosos e militares – que acompanharam o Governador Geral. Ou seja, tivemos Estado antes de ter povo.

Em vão procuramos o povo, nos principais acontecimentos de nossa História. Ele teima em permanecer em silêncio, como se fosse privado de palavra. É assim mesmo que o Padre Antônio Vieira, nosso maior orador sacro, o descreve no sermão da visitação de Nossa Senhora, pregado por ocasião da chegada à Bahia do Marquês de Montalvão, Vice-Rei do Brasil, em junho de 1640: “Bem sabem os que sabem a língua latina, que esta palavra, infans, infante, quer dizer o que não fala. Neste estado estava o menino Batista, quando a Senhora o visitou, e neste permaneceu o Brasil muitos anos, que foi, a meu ver, a maior ocasião de seus males. Como o doente não pode falar, toda a outra conjectura dificulta muito a medicina. (...) O pior acidente que teve o Brasil em sua enfermidade foi o tolher-se-lhe a fala: muitas vezes se quis queixar justamente, muitas vezes quis pedir o remédio de seus males, mas sempre lhe afogou as palavras na garganta, ou o respeito, ou a violência; e se alguma vez chegou algum gemido aos ouvidos de quem o devera remediar, chegaram também as vozes do poder, e venceram os clamores da razão”.

Dessa advertência, porém, pouco cuidaram os governantes. Um século após, um outro Vice-Rei, o Marquês do Lavradio, no relatório deixado a seu sucessor, aconselhava-o, tranquilamente, a “não fazer caso algum das murmurações do povo”.

Nossa independência, que paradoxalmente não foi o resultado de uma revolta do povo brasileiro contra o rei de Portugal, mas, ao contrário, do povo português contra o rei no Brasil, não suscitou o menor entusiasmo popular. Um observador judicioso, como Saint-Hilaire, que passou vários anos viajando pelo Brasil, pôde testemunhar: “A massa do povo ficou indiferente a tudo, parecendo perguntar como o burro da fábula: - Não terei a vida toda de carregar a sela de montagem?”

A mesma cena, com personagens diferentes, é repetida 67 anos depois, na Proclamação da República. “O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava“, lê-se na carta, tantas vezes citada, de Aristides Lobo a um amigo. “Muitos acreditavam sinceramente estar vendo uma parada. Era um fenômeno digno de ver-se”.

Seria ousado pretender ter havido posteriormente alguma alteração de monta nesse quadro tradicional. A única mudança, talvez, foi o temor de que o povo, algum dia, embora carregando a sela de montagem, venha a tomar o freio nos dentes. A própria Revolução de 1930, por muitos reconhecida como data marcante de nossa evolução político-social, foi desencadeado sob o slogan do então Presidente de Minas, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada: “Façamos a revolução antes que o povo a faça”.

A tradição do patronato político – “quem pode manda; obedece quem tem juízo” – continua a existir com todo o vigor. Contra ela, de pouco vale proclamar enfaticamente, em todas as Constituições que se sucederam a partir de 1934, que “todo o poder emana do povo e em seu nome será exercido”.

Para entender a causa dessa permanente alienação do povo em nossa organização política, é preciso se dar conta de que esta última sempre foi dúplice, nos dois sentidos da palavra: dobrada e dissimulada.

Tal duplicidade surgiu no Brasil desde o início da colonização portuguesa. O direito oficial, as Ordenações do Reino de Portugal, provinha da metrópole. Tratava-se, portanto, de regras importadas, totalmente estranhas ao meio brasileiro. A tais regras devia-se apenas respeito, mas não necessariamente obediência, à semelhança da máxima difundida em toda a América Espanhola: “as Ordenações del-Rei, Nosso Senhor, devem ser acatadas, mas não precisam ser cumpridas”.

Na verdade, se ninguém contestava durante o Brasil Colônia que o poder oficial pertencia a Sua Majestade, o rei de Portugal, ninguém tampouco ignorava que o poder efetivo não era por ele exercido, mas sim por dois grupos estreitamente associados entre si: o dos senhores de engenho e grandes fazendeiros, de um lado, e o dos principais administradores públicos vindos de Portugal, de outro lado. Sem dúvida, os componentes dessa associação, ou melhor, dessa sociedade mercantil, foram mudando no correr dos séculos. Na atual fase de capitalismo financeiro, os potentados econômicos privados não se localizam mais no setor industrial, como no século passado. São os bancos transnacionais.

Mas a sociedade lucrativa permaneceu inalterada até hoje. Seu patrimônio é constituído pelos recursos públicos arrecadados do povo e pelas propinas tradicionalmente recebidas pelos agentes de governo. Eis por que a corrupção é uma doença que vigora endemicamente em nosso país há 5 séculos.

Mas qual a razão da crise política que estamos agora sofrendo? Houve alguma mudança no esquema oligárquico tradicional? Mudança propriamente não houve, mas sim um início abortado de transformação política, que encheu de temor os dois componentes da nossa oligarquia. Pela primeira vez, desde a Independência, um Chefe de Estado, eleito pelo povo (e não escolhido em nome dele pelos oligarcas), um homem de origem proletária e operário de profissão, encerrou dois mandatos presidenciais com 80% da aprovação popular.

Em consequência, a partir daí, a nossa oligarquia não pensou em outra coisa, senão em montar e pôr em execução, com apoio de fiéis amigos de Tio Sam (políticos, magistrados, membros do Ministério Público e agentes policiais), um esquema completo para impedir a eleição de Lula em 2018.

O desfecho final não tarda. Seu anúncio não virá de Brasília, mas de Curitiba.

* Fábio Konder Comparato é advogado, escritor e jurista brasileiro. Professor Emérito da Faculdade de Direito da USP, onde foi professor.

Offline JJ

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1241 Online: 25 de Março de 2017, 13:34:40 »
O texto a seguir não tem nada a ver com o tópico, mas estou com preguiça de procurar um tópico mais adequado.
No entanto, é um verdadeira joia. Dá-nos uma lição de história do Brasil com uma conclusão surpreendente.

Citar
Onde está o povo soberano?

Quando Tomé de Souza desembarcou na Bahia, em 1549, munido do seu famoso Regimento do Governo, e flanqueado de um ouvidor-mor, um provedor-mor, clero e soldados, a organização político-administrativa do Brasil, como país unitário, principiou a existir. Tudo fora minuciosamente preparado e assentado, em oposição à autonomia descentralizadora das capitanias hereditárias. Notava-se apenas, como disse um historiador, uma ligeira ausência: não havia povo. A população indígena, estimada na época em um milhão e meio de almas, não constituía, obviamente, o povo do novel Estado; tampouco o formavam os 1.200 funcionários – civis, religiosos e militares – que acompanharam o Governador Geral. Ou seja, tivemos Estado antes de ter povo.

[...]
Mas qual a razão da crise política que estamos agora sofrendo? Houve alguma mudança no esquema oligárquico tradicional? Mudança propriamente não houve, mas sim um início abortado de transformação política, que encheu de temor os dois componentes da nossa oligarquia. Pela primeira vez, desde a Independência, um Chefe de Estado, eleito pelo povo (e não escolhido em nome dele pelos oligarcas), um homem de origem proletária e operário de profissão, encerrou dois mandatos presidenciais com 80% da aprovação popular.

Em consequência, a partir daí, a nossa oligarquia não pensou em outra coisa, senão em montar e pôr em execução, com apoio de fiéis amigos de Tio Sam (políticos, magistrados, membros do Ministério Público e agentes policiais), um esquema completo para impedir a eleição de Lula em 2018.

O desfecho final não tarda. Seu anúncio não virá de Brasília, mas de Curitiba.

* Fábio Konder Comparato é advogado, escritor e jurista brasileiro. Professor Emérito da Faculdade de Direito da USP, onde foi professor.


O texto foi muito bom até chegar na parte final em que ele falou do...Lula.  :no:

Ah, tenha dó.  A esquerda brasileira tem que esquecer desse cara. 





Offline DDV

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1242 Online: 25 de Março de 2017, 14:08:49 »
O texto é de um mortadela.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline JJ

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1243 Online: 26 de Março de 2017, 14:39:19 »

Também acho que há uma inversão de seqüências históricas aí. Os EUA não são "estado mínimo", provavelmente a maior parte dos melhores países não são.



Você foi excessivamente cauteloso na estimativa sobre  a  quantidade de melhores países serem Estado mínimo.  Pelo que eu saiba nem Hong Kong (que sequer é Estado independente)   pode ser classificado como Estado mínimo. 

EUA, Inglaterra, França , Alemanha, Canadá, Austrália e países escandinavos, nenhum deles é Estado mínimo, muito pelo contrário, todos eles tem Estados grandes .

Os defensores de Estado mínimo estão orfãos de bons exemplos.   :D





Offline Gaúcho

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1244 Online: 29 de Março de 2017, 10:47:55 »
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MPE pede cassação de Temer e inelegibilidade de Dilma
Se os ministros do TSE seguirem o entendimento da PGE - ou seja, cassarem Temer, mas o deixarem elegível -, ele poderia concorrer numa eleição indireta


MICHEL TEMER E DILMA ROUSSEFF: CHAPA EM JULGAMENTO (FOTO: LULA MARQUES/AGÊNCIA PT)

O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a cassação do presidente Michel Temer (PMDB) e a inelegibilidade da presidente cassada Dilma Rousseff (PT), segundo fontes que acompanham as investigações. A manifestação da Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), mantida sob sigilo, foi encaminhada na noite desta terça-feira (28) ao TSE.

O julgamento da ação que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014 foi marcado para começar na manhã da próxima terça-feira. O TSE dedicará quatro sessões da semana que vem - duas extraordinárias e duas ordinárias - para se debruçar sobre o caso, que poderá levar à cassação de Temer e à convocação de eleições indiretas.

Se os ministros do TSE seguirem o entendimento da PGE - ou seja, cassarem Temer, mas o deixarem elegível -, ele poderia concorrer numa eleição indireta. Procurada pela reportagem, a defesa de Temer informou que só se manifestará sobre o parecer no julgamento. A defesa de Dilma não se manifestou.

O parecer foi assinado pelo vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, que atua na Corte Eleitoral por delegação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Dino é um dos pré-candidatos à sucessão de Janot, que tem mandato previsto para acabar em setembro. Para assumir o posto, no entanto, ele precisará ser escolhido pela categoria em lista tríplice e depois indicado por Temer para a vaga.

Dino já sofre resistências no Congresso à sua indicação por ser irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), opositor do núcleo do PMDB no Estado.

No ano passado, um parecer do Ministério Público Eleitoral recomendou que fosse rejeitado o pedido da defesa de Temer para separar sua responsabilidade em relação à da ex-presidente Dilma Rousseff no processo. Na época, Dino afirmou que "o abuso de poder aproveita a chapa em sua totalidade, beneficiando a um só tempo o titular e o vice".

Em outro parecer, o MPE indicou a existência de "fortes traços de fraude e desvio de recursos" ao analisar as informações colhidas com a quebra do sigilo bancário das gráficas Red Seg Gráfica, Focal e Gráfica VTPB, contratadas pela chapa Dilma-Temer.

A ação que investiga última disputa presidencial foi proposta em 2014 pelo PSDB, partido derrotado nas urnas pela chapa encabeçada pelo PT. Nas alegações finais entregues ao TSE nos últimos dias, o PSDB isentou o presidente Michel Temer de responsabilidade.

http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2017/03/epoca-negocios-mpe-pede-cassacao-de-temer-e-inelegibilidade-de-dilma.html

Apesar de ver com simpatia a saída do Temer, não me agrada eleição indireta. Me parece menos arriscado ir levando com o Temer até 2018.
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Offline _Juca_

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1245 Online: 04 de Abril de 2017, 16:14:34 »
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,tse-da-mais-prazo-para-defesas-e-adia-julgamento-de-chapa-dilma-temer,70001726043

O mais hilariante de tudo é o PSDB defendendo que Temer termine o mandato, quando foram eles mesmos que entraram com a ação. O PSDB pode acabar com o próprio governo que participa. Não vai acontecer é claro, vão postergar até 2019, mas que seria a maior piada política de todos os tempos, isso seria.  :histeria:

Offline Johnny Cash

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1246 Online: 04 de Abril de 2017, 16:52:05 »
Eu tenho que aproveitar todos os momentos em que eu posso concordar com o _Juca_, e esse é um deles.

Não que eu ache fosse a "maior piada política de todos os tempos". Mas ia ser barra pesada.

Offline Geotecton

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1247 Online: 04 de Abril de 2017, 17:01:29 »
Eu já discordo.

A maior piada política (afronta, na verdade) é ler o 'fdp de nove dedos' se autointitular o mais honesto deste país.
Foto USGS

Offline Johnny Cash

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1248 Online: 04 de Abril de 2017, 17:05:15 »
O Temer ter sido eleito por petistas e depois segundo petistas ter parecido vindo do espaço sideral também é uma piada concorrente ao pódio.

Offline _Juca_

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1249 Online: 04 de Abril de 2017, 17:10:03 »
O Temer ter sido eleito por petistas e depois segundo petistas ter parecido vindo do espaço sideral também é uma piada concorrente ao pódio.

Agora o filho não é de ninguém, né?  :)

 

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