Não duvido, mas como exatamente? A minha impressão é de ser mais comumente uma fobia ingênua/equivocada porém sincera/"honesta" de tecnologias. Talvez com alguma graninha vindo de anunciantes de alimentos orgânicos, terapias de energias de cristais aqui e ali, talvez palestras e livros, mas com tudo isso sendo muito mais nas linhas de algo sem um charlatanismo ou impostura deliberada, diferentemente da parte industrial, onde se teria alguns que pensam "tudo bem se eleve os riscos de N% da população desenvolver alguma doença devido a isso, se eu for lucrar mais; não é como se fossem todas morrer". Talvez algo ainda mais racionalizado, eufemizado, para lidar com uma dissonância cognitiva que deve ser maior do que a das pessoas "do outro lado".
Há mais razão para a sociedade ficar alerta com os ruralistas do que com os naturebas.
Estamos falando de um grupo que se aproveitou de um momento de fragilidade política do Temer para fazer chantagem e obriga-lo a rever a legislação sobre trabalho escravo.
Só isso: um grupo político que é capaz de se mobilizar pelo interesse por trabalho escravo.
Não vamos esperar muita consciência dessa gente no uso de defensivos agrícolas.
Pessoalmente considero os problemas ambientais da maior importância. Em São Paulo, centro industrial e com a maior densidade populacional do país, falta água e já se sabe que esta é uma situação que veio para ficar. Não foi uma crise eventual.
Em Goiânia e Brasília, nos últimos anos, também houve racionamento de água. De 2012 até 2017 vimos a pior seca no sertão nordestino em 100 anos.
A irresponsabilidade ambiental vai cobrar um preço muito caro que pode atingir duramente até os gananciosos que promovem esta irresponsabilidade. Existem estudos indicando que a floresta amazônica é fundamental para regular o regime de chuvas justamente na região agrícola mais produtiva do país, onde estão, por exemplo, as imensas culturas de soja.
O Homem, por ganância, muitas vezes sacrifica a própria galinha dos ovos de ouro.