Spencer, o assunto é interessante e a conversa pode ser boa.
Mas como Derfel já falou, você está confundindo alguns conceitos.
Existe um diâmetro de universo observável, o limite dos nossos instrumentos ou, como colocou Johnny Cash, o ponto máximo de onde a luz poderia chegar de volta até nós, vencendo a dilatação do próprio universo. Mas isso não quer dizer que seja o limite do universo. De novo: não tem abismo lá na ponta final. E nós não estamos no centro.
Definitivamente não estamos no centro, e embora não haja um abismo no final, há uma fronteira que se expande tal como o exemplo da superfície da bola de sabão, tão citado nos sites de cosmologia.
Outra coisa: horizonte de eventos é uma característica de Buracos Negros. Olha a salada aí, quem quer uma folha de alface?
Gente!!!!! que queisso? Eu posso usar uma expressão que tem um significado relacionado ao estudo dos Buracos Negros, em qualquer outra situação, desde que o significado seja equivalente. No caso, falava da possibilidade de as galáxias permanecerem indefinidamente se afastando umas das outras (denomina-se expansão volumétrica) e enquanto permanecesse a sequencia de fatos inter-relacionados com esta expansão, poderia se prever um certo resultado... horizonte de eventos. Você restringe os resultados previstos para certos acontecimentos (eventos),
circunscrevendo-os a uma determinada condição prevista (horizonte).
Vc deve estar pensando; mas que cara teimoso
E quem disse que a singularidade do Big Bang estava imensa num grande espaço vazio?
Estaria onde?
Pense. Não existia a matéria e o ponto onde se inicia todo o processo não é infinito, mas sim limitado. Até aí deu? Se aquele local não tem dimensões infinitas algo está alêm de suas dimensões, para as quais alguns atribuem o comprimento de Planck.
O espaço intergalático nada mais é do que o espaço comum, esse que conhecemos, e que separa as galáxias. De fato, ele se estica e vai se expandindo, como dando "crias" a novos espaços. E isso não exige que haja necessidade de um espaço externo para acomodar o inchamento do universo, porque o próprio universo se estica e vai seguindo. Nem posso dizer que se estica internamente porque não existe lado de fora.
Acho que neste ponto está a nossa diferença de conceitos; lembra do exemplo que dei de se aumentar o espaço entre algumas cadeiras de uma sala? Não se mexe no espaço, isto é impossível; arrastamos as cadeiras. para se afastar as cadeiras umas das outras há que haver espaço em torno delas. É assim que as galáxias se movimentam no espaço. Afastam-se umas das outras ocupando a cada momento um espaço que antes não estava ocupado.
Dois automóveis em competição num circuito delimitado. O mais rápido aumenta o espaço entre ele e o mais lento, mas diminui o espaço até a linha de chegada, não importando quão distante esta esteja.
Gabarito, os cosmólogos se servem de fórmulas e teorias, mas nós precisamos de usar imagens e intuição. Eu imagino uma curta história do Universo com a analogia do balão ou da bolha de sabão, da seguinte forma.
Num determinado lugar havia um pouco de água e sabão... mais nada. Por uma razão desconhecida forma-se uma bolha que por efeito do ar (suponhamos assim) que lhe é introduzido começa a se expandir. Os pontos da superf. da bolha se afastam uns dos outros e há uma expansão volumétrica, com uma forma esferoidal. Na medida em que se expande, o filme, ou seja a espessura da bolha vai se raleando...
significa o afastamento das galaxias diminuindo a densidade da matéria e o resfriamento do Universo. Toda a matéria neste Universo estava contida na bolha de sabão... o átomo primordial.
Este é o meu conceito e da mesma forma que muitos pensam como eu, outros discordam. Somente penso que a Navalha de Occan é o instrumento melhor para fazer tender a opinião, para um lado ou outro.
Os Multiversos são ainda fruto da imaginação (e alguns cálculos ousados e heterodoxos da física teórica), mas não se pode descartar de pronto essa possível realidade.
Caso existam, haverá algo mais a separar os Multiversos e não creio que seria o espaço que conhecemos, mas algum outro meio, um éter, uma matéria escura, um algo ainda não sabido.
Pelo que li, milênios nos separam do dia em que se terá energia/tecnologia para se chegar a alguma prova disso.
Concordo. Mas veja; se dependermos de equações e pesquisas, admitir-se os Multiversos levará centenas de anos, mas usando a razão, ao se imaginar um espaço cósmico homogêneo e isotrópico, as singularidades serão muitas, cada uma criando seu pp Universo.
Para que não haja mais salada nesse jantar, sugiro que você leia mais sobre Grupo Local, cluster de galáxias, Horizonte de Eventos, Cone de Luz, Paradoxo da Relatividade Especial, Universo Observável, Energia Escura, Desvio para o Vermelho e outros conceitos relacionados.
Sou capaz de discorrer horas, sobre os termos acima,
exceto as bobagens teóricas, como, cones de Luz (reunião espírita?), Paradoxo da Relatividade Especial, ou dos gêmeos... bobagem sem tamanho. Observe que o envelhecimento se dá em termos de medida de tempo, usando-se um transporte que se move à velocidade próxima da luz. Mas não há envelhecimento biológico, só cronométrico, teórico.
Para quem gosta... relatividade é prato cheio.