Autor Tópico: Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)  (Lida 7840 vezes)

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Offline Thomas_Blum

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Boa noite pessoal. Antes de mais nada, eu sei que já existem alguns tópicos sobre a conscienciologia e sei que em geral ela é mal vista aqui, ou melhor, tratada como só mais uma bobagem pseudocientífica. Porém, gostaria de questionar algumas coisas que ainda estão desorganizadas em minha mente, a respeito de alguns fatos vivenciados.

vou dar um resumo da ópera.

Apesar de jovem (28 anos) já tive o prazer de vivenciar uma porção de experiências alternativas ao modus operandi da sociedade padrão, mas diferente de uma parcela de vocês que vejo serem ativa no forum, meu conhecimento científico, meu linguajar técnico e minha experiência com o ceticismo é bastante limitada.
Passei de um ateu burro (aquele que em nada acredita ou melhor, jura que nada existe) para psiconauta na adolescência, ou seja, aquele que navega pela própria mente buscando expansão da consciência. Nessa fase de desenvolvimento pessoal e intelectual fiz uso e estudo de inúmeras plantas enteógenas: Cactus San Pedro e Peyote, Cogumelos Amanita e psylocibe Cubensis, cannabis, argyreia nervosa, datura stramonium, ayahuasca, salvia divinorum e assim por diante. Sempre tive métodos rigorosos de estudar tais plantas e seus efeitos, inevitavelmente comecei a duvidar da realidade. Não sei quantos de vocês já lidaram com plantas psicotrópicas mas isso não vem ao caso aqui, se tais experiências tem algo de positivo ou real. O fato é que isso me tirou do ateismo estúpido e me pôs direto num contexto de espiritualidade mistica de extrema força, estudei yoga, crudivorismo, prana, oriente, etc... Tudo isso que vcs já devem ter lido e achado uma bobagem.
Por mim, o tempo passou, não vi mais necessidade do uso de tais plantas para desenvolvimento pessoal e emocional e segui buscando o que poderia me ajudar mais na construção e expansão de minha pessoa. E no final das contas é isso que sempre procurei. Nunca fui muito encucado com essa questão de ciência, mas sim na ideia de evoluir como ser humano, tornar-se alguém sábio, profundo, que compreenda a si mesmo e faça o melhor possível pelos outros. E tenho que dizer, esse caminho ajudou muito. Só por isso, já digo que a espiritualidade tem sim sua importância e merece sim o respeito de ser uma fase evolutiva no processo pessoal psicológico de transformação e expansão e da maturidade.
Em determinado momento conheci a Conscienciologia, e por muito tempo ela me pareceu ser o que havia mais de ponta em termos de crescimento evolutivo pessoal. E que fique claro que quando falo evolutivo é no conceito espiritualista mesmo (de desgarrar-se de modos de agir e pensar negativos, mais baixos e tensos, de ser alguém mais racional e consciente, com uma empatia eficaz e assertiva, etc...) Dentro da Conscienciologia tive inúmeras fases de aprendizado e percepção e inclusive um "catálogo" de experiências que superavam largamente as experiências psicodélicas da época das plantas enteógenas. Hoje, por inúmeros fatores (mas principalmente por começar a estudar a ideia científica e a necessidade de comprovações, e também ter contato com dissidentes da conscienciologia que mostraram o "outro lado" da moeda) eu posso me considerar também um dissidente. Não caibo mais lá dentro e muito, talvez 99% do que chamam de Paradigma Consciencial, não faz mais sentido para mim. É engraçado por que a pouco tempo atrás fazia todo sentido e via o lado de cá, o lado do mundo normal como gente ignorante e cega, que não percebia inúmeras coisas, fenômenos, experiências, etc. Mas na verdade, não é bem assim, não é mesmo?

Ok, agora o meu questionamento é o seguinte. Supondo que de fato os principais pilares da conscienciologia sejam falsos e ilusórios, tais quais: a existência de multiplas dimensões, sendo a mais importante e ativa, a dimensão extrafísica (e esta por sua vez possui camadas) e nesta estão as consciências extrafísicas (no caso, os mortos, ou os projetados, ou os que vão nascer, ou os seres mais evoluidos, etc), também a existência de amparador (uma consciência que lhe auxilia, ou seja, um outro termo para anjo da guarda porém posto de uma forma menos folclórica e romantizada, e sim com niveis de maturidade e também dificuldades, tais como você), a existência de assediadores (consciência extrafísica patológica que inconsciente acaba lhe prejudicando), vidas em série (reencarnação e os mecanismos de renascimento e evolução vida pós vida). Posso dizer que ainda assim, mesmo questionando, duvidando e não se iludindo em teorias, atualmente estou participando de um curso (o ultimo curso inclusive que quero participar) e toda aula termina com meia hora de "práticas energéticas", são técnicas variadas para aprender a "dominar" as energias.
Volto a afirmar. Não estou mais ludibriado. Mesmo depois de tanto tempo "amando e estudando a conscienciologia, depois que estudei o lado de cá com mais atenção e dedicação, foi como tirar uma venda dos olhos, e vocês bem sabem que tentar se iludir de volta não é facil.
Vivenciei nesta nova fase de percepção inúmeras experiências anormais e que ainda não tenho muita compreensão. Vou dar alguns exemplos:

-O grupo sentado em cadeiras em circulo tinham um professor no centro "epicentrando" a prática energética e dois professores auxiliares atrás de nós. O foco era alcançar um nível de serenidade e calmaria mental intenso, de total desligamento. Inicialmente faz-se uma mobilização das supostas energias através do corpo, dos pés a cabeça para alcançar o que eles chamam de Estado Vibracional, mas o interessante veio depois, depois inclusive da calmaria plena, muito intensa que poderia ser alcançada com uma meditação "comum" bem feita. Nesse momento final, quando o professor fala para voltarmos a atenção ao corpo e finalizar o exercício, tive um "flash" e vi perfeitamente,  minha filha (que hoje tem 11 meses) com aproximadamente 4 anos ou 5, com cabelo comprido, brincando com uma outra menina na sala de minha casa e eu "em primeira pessoa" observando e ela me entregando um brinquedo. Só isso. Até aí tudo bem. Um devaneio, um coisa normal do cérebro, não sei o nome dessas imagens aleatórias que formamos. Apesar que essa não foi aleatória. Foi como um micro corte de um momento da vida, semelhante a estes micro-flashes: Na hora que finalizou o flash, o professor acendeu a luz, o outro que estava atrás de mim (e que é considerado o com maior parapsiquismo) tocou no meu ombro e disse: -Agora chegue em casa e compartilhe com sua filha isso que você viu...

...

Eu fiquei sem saber como agir.

É isso. Considero possível ser uma coincidência, uma probabilidade de acerto aleatório. Mas ele estava seguro de si ao dizer isso, e depois confirmou com algum relato, esta percepção que eu tive. Dizendo que foi uma "precognição" que eu ganhei de presente, pra compreender que isso é algo treinável e que todos podem ter.

Existem vários outros fenômenos, acho que irei deixar para relatar os próximos conforme o tópico andar.

Obs. Desculpem o tamanho do texto!  :vergonha: Foi necessário! Estou empolgado por encontrar um novo grupo de "estudos e pesquisa" que sejam no final das contas mais "evoluidos", aproveitando o próprio conceito de evolução que a conscienciologia propõe. :)

Offline Gigaview

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #1 Online: 15 de Junho de 2016, 01:42:42 »
 :quevedo: Mágicos mentalistas fazem coisas ainda mais surpreendentes, a diferença é que eles fazem nos palcos. Fazer truques de mentalismo em um ambiente desse pode ser um caso de polícia. Sugiro que na próxima vez você fique atento à aplicação de técnicas de leitura quente/fria antes do início do experimento prestando atenção nas informações que você passa para outras pessoas, insistência no uso de palavras, imagens, sons ou símbolos no ambiente que possam sugerir escolhas ("forçadas") por parte dos instrutores e outros apelos sugestivos. Leia mais sobre mágica mentalista e largue essa cachaça.
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Offline Alquimista

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo?
« Resposta #2 Online: 15 de Junho de 2016, 02:33:48 »
O Giga tá certo, Thomas.

Esses truques de leitura fria, sugestão, ilusão da ''livre escolha'' e adivinhação são usados (e abusados) há muito no antro espírita (e suas vertentes).
Qualquer bom mentalista que se aprofunde na área aprende como é feito o efeito. Cuidado para que os ''mais espertos'' não te façam cair na armadilha da autoilusão. Siga o conselho e pesquise; questione.
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Offline Alquimista

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Re: Como abordar e compreender o parapsiquismo?
« Resposta #3 Online: 15 de Junho de 2016, 05:49:12 »
-O grupo sentado em cadeiras em circulo tinham um professor no centro "epicentrando" a prática energética e dois professores auxiliares atrás de nós. O foco era alcançar um nível de serenidade e calmaria mental intenso, de total desligamento. Inicialmente faz-se uma mobilização das supostas energias através do corpo, dos pés a cabeça para alcançar o que eles chamam de Estado Vibracional, mas o interessante veio depois, depois inclusive da calmaria plena, muito intensa que poderia ser alcançada com uma meditação "comum" bem feita. Nesse momento final, quando o professor fala para voltarmos a atenção ao corpo e finalizar o exercício, tive um "flash" e vi perfeitamente,  minha filha (que hoje tem 11 meses) com aproximadamente 4 anos ou 5, com cabelo comprido, brincando com uma outra menina na sala de minha casa e eu "em primeira pessoa" observando e ela me entregando um brinquedo. Só isso. Até aí tudo bem. Um devaneio, um coisa normal do cérebro, não sei o nome dessas imagens aleatórias que formamos. Apesar que essa não foi aleatória. Foi como um micro corte de um momento da vida, semelhante a estes micro-flashes: Na hora que finalizou o flash, o professor acendeu a luz, o outro que estava atrás de mim (e que é considerado o com maior parapsiquismo) tocou no meu ombro e disse: -Agora chegue em casa e compartilhe com sua filha isso que você viu...

...

Eu fiquei sem saber como agir.

É isso. Considero possível ser uma coincidência, uma probabilidade de acerto aleatório. Mas ele estava seguro de si ao dizer isso, e depois confirmou com algum relato, esta percepção que eu tive. Dizendo que foi uma "precognição" que eu ganhei de presente, pra compreender que isso é algo treinável e que todos podem ter.

Thomas_Blum, por favor, poderia detalhar mais detalhadamente essa sessão?
_Quantas pessoas (fora você) estavam sentadas em círculo?
_Palavras e orientações proferidas pelos professores durante o decurso da sessão?
_Algum aviso/alerta prévio de algo ou ''experiência'' que poderia ocorrer durante o decurso da sessão?
_Sabe se, além de você, os outros alunos presentes também eram pais?
_Alguém ali sabia da informação que você tinha uma filha? (Numa pré-entrevista ou talvez num bate-papo informal, por exemplo.)
_Houve alguma dinâmica, tipo um exercício ou ''aquecimento'', que você se lembre anterior à sessão?
_Etc.

Além de você, houve outra "precognição" com mais algum aluno? Outros ''flashs''? Ou você foi o único a quem um dos professores pôs a mão no ombro e ''leu sua mente''? Lembra se este mesmo professor falou algo antes disso?
« Última modificação: 15 de Junho de 2016, 06:50:11 por Alquimista »
"O Alquimista é o supremo alquimista alfa e o ômega das transmutações aurintelectofilosofais."

Skorpios

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #4 Online: 15 de Junho de 2016, 08:34:03 »
Bem vindo ao clube, Thomas_Blum. Se quiser, passe no tópico de apresentação e deixe-nos saber algo mais sobre você.

Offline Thomas_Blum

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #5 Online: 15 de Junho de 2016, 22:01:59 »
:quevedo: Mágicos mentalistas fazem coisas ainda mais surpreendentes, a diferença é que eles fazem nos palcos. Fazer truques de mentalismo em um ambiente desse pode ser um caso de polícia. Sugiro que na próxima vez você fique atento à aplicação de técnicas de leitura quente/fria antes do início do experimento prestando atenção nas informações que você passa para outras pessoas, insistência no uso de palavras, imagens, sons ou símbolos no ambiente que possam sugerir escolhas ("forçadas") por parte dos instrutores e outros apelos sugestivos. Leia mais sobre mágica mentalista e largue essa cachaça.

Giga e Alquimista, obrigado por responder! Vou pesquisar mais sobre mágica mentalista sim!

O que posso dizer é que não são demonstrações aleatórias, o curso é longo então naturalmente os professores tem conhecimento básico sobre nossa vida pessoal. Então sim, ele sabia que eu tenho uma filha, não foi uma aleatoriedade completa, mas ao mesmo tempo, não é uma coisa que ele fosse falar do nada, ou talvez fosse não é mesmo? O fato é que acertou. Pode ser sim que foi coincidência e isso acaba alimentando a ilusão neles inclusive, ao meu ver.

Só que preciso deixar claro uma coisa, como disse, estudei Conscienciologia um bom tempo e conheci muita gente dedicada a isso. Não acredito que seja um charlatanismo proposital exatamente. Não vejo uma intenção de convencimento, e sim vejo que eles estão plenamente convencidos. É como se existisse um padrão de comportamento que permeia os "conscienciólogos" onde este paradigma faz sentido sem muito esforço, uma camada de espiritas insatisfeitos com a falta de pesquisa na área, no aprofundamento. Eu vejo como muito saudável a ideia original do Waldo em estudar a consciência (ou o self, já que consciência tem outro sentido na ciência) e a projeção fora do corpo. É uma área que precisa ser estudada, para afinal concluir-se com mais gabarito se é ilusória ou não. Porém acabou perdida numa confusão de logias (mais de 500 logias, por exemplo: banheirologia, assediologia, pensenologia, serenologia, tanatologia, etc). Mas em resumo, tais professores e voluntários dedicam-se a fundo a tais experimentos e cursos, doam-se em nome da hipótese de evolução e melhora pessoal e percebe-se uma satisfação crescente em alguns. Penso que estejam mergulhados nesse grande placebo grupal. A conscienciologia tem um termo que é o "Holopensene" o pen-s-ene (pensamento, sentimento, energia) do todo (holo). Em resumo é a identidade que permeia tal situação ou lugar. Posso aproveitar o próprio termo para dizer que o holopensene da conscienciologia é forte o suficiente para cega-los do mundo externo e faze-los crer com muita força em seu próprio paradigma que, quando visto de dentro parece avançadíssimo. Não acredito que existam ali pessoas descrentes de seus fenômenos praticando um mentalismo racionalizado.

Offline Thomas_Blum

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #6 Online: 15 de Junho de 2016, 22:17:26 »
Responderei os questionamentos do Alquimista juntamente com alguns outros fatos e fenômenos já presenciados por mim.

Este curso é composto por mais ou menos quinze alunos e três professores. Eles se revezam nas aulas, um epicentra a aula enquanto os outros dão suporte (tanto de ideias quanto de energia (supostamente)). Os alunos ficam em cadeiras nesse semi circulo por ser um meio melhor de interagir e conversar e também de visualizar a aula. Na hora das práticas apagam-se as luzes. Os comandos dados pelo professor baseiam-se sempre em simples comandos técnicos de movimentação de energia, não estimulam-se ideias específicas ou pensamentos e tal.

Quanto a estas práticas. O exercício mais básico sempre praticado é a MBE (movimentação básica de energia)
Consiste em mobilizar a hipotética bio-energia pelo corpo através do corpo energético, limpando os chacras e ativando o campo. O fato é que sim, depois de um bom tempo de tentativa você sente a suposta energia movimentando-se no seu corpo (acredito que existam experimentos onde você imagina uma aranha andando e realmente vai senti-la né?). Mas posso afirmar que, em épocas anteriores ao conhecimento das práticas energéticas, com o uso de substâncias alteradoras da consciência (sempre plantas, nunca sintéticas) tive algumas experiências que deram-me exatamente a mesma sensação de um scaner de energia subindo e descendo pelo corpo, só que sem o meu controle. Depois que comecei a praticar, acabei percebendo se tratar do mesmo fenômeno... o que me dizem sobre isso?

A busca maior dessa MBE é alcançar o que eles chamam de Estado Vibracional, que é onde essa energia em movimento espalha-se e potencializa-se pelo corpo causando uma espécie de homeostase energética, uma ampliação do campo. Este fenômeno não é da conscienciologia, ele é estudado a muito tempo por várias linhas misticas e começou a tornar-se mais "sério" através das pesquisas de Robert Monroe, e também Muldon. Novamente comparo explicando, já alcancei estados semelhantes em dois momentos "fora" e antes da conscienciologia, uma vez utilizando um velho software chamado I-doser (alguém lembra?) que dizia simular estados alterados através de ondas sonoras (alfa, beta, etc). O ruido branco causava um relaxamento intenso e então iniciavam-se algumas experiências diferentes. E outras vezes foram durante a noite, no que até então eu considerava uma "volta" ao corpo ou uma pré-saída. Despertava totalmente lúcido no meio da noite, sem devaneios de sonho ou nada parecido percebendo o corpo intensamente energizado, profundamente elétrico e um som "VRRRRR" na cabeça. Depois de alguns segundos ia diminuindo.

Quem tiver paciência e interesse, vale a pena pesquisar a versão da conscienciologia a respeito do Estado Vibracional:

Durante estas práticas no grupo, inúmeros pequenos fenômenos são presenciados, alguns relatos batem com outros no grupo, mas em geral são experiências bastante pessoais.

Como eu disse, ainda estou no meio do processo de descontrução dessa mitologia conscienciológica, mas de tudo que aprendi lá, a única coisa que ainda não consigo descartar como possível é essa interação com a energia e alguns dos fenômenos não explicáveis.

Offline Alquimista

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo?
« Resposta #7 Online: 16 de Junho de 2016, 01:01:55 »
Thomas, a meu ver, sua experiência não tem nada de estranho e inexplicável não. É bem simples, na verdade.
Todos sabiam que você tinha uma filha, e não tem nada de ''precognição'' imagina-la aos 4 ou 5 anos com cabelos compridos lhe entregando um brinquedo, pois é bastante óbvio que isso irá, de fato, acontecer. Então não vá cair no autoengano de daqui a 4 anos ver a sua filha com cabelos grandes lhe entregar um brinquedo e pensar: ''putz! Tive uma visão disso há 4 anos atrás'', ok? Pois é extremamente provável que é justamente o que irá ocorrer.

Isso me remete ao Efeito Forer, muito usado na Leitura Fria, que são aquelas afirmações vagas e genéricas que servem para qualquer pessoa, mas que aplicadas num contexto soam como se fossem exclusivamente pessoais.
Lembro de um Mentalista que uma vez se apresentou num programa dominical do SBT (o Alquimista viu isso pelo youtube; não pense que ele perde tempo com programas bestas da TV). Na época, fazia pouco que a Hebe havia falecido. Então o Mentalista selecionou um espectador para propor um efeito de ''leitura de pensamento'' e propôs um contexto (correto) que era a de que o espectador pensasse numa pessoa famosa que havia falecido recentemente. Ora, estando eles no SBT, quem você acha que o espectador logo de cara pensaria??? Na Hebe, é claro. (Na verdade, a maioria esmagadora ali pensou na Hebe, só não pensam no ''porquê'' de terem pensado nela.) Quando o Mentalista revelou que ''sabia'' a todo momento que a pessoa pensaria na Hebe (através de um gimmick, ou algo assim), o espectador ficou embasbacado e aterrorizado, para dizer o mínimo. Isso aí, caro Thomas, é conhecido como Leitura Fria.   

Como aplicar este método na sua experiência? É bem simples...
Sabendo do fato que você tinha uma menina recém nascida (que hoje está com 11 meses ((((tirando os 9 que esteve no útero)))) ), qualquer bom leitor saberia que em tal situação essa criança exigiria de você todas as atenções e todo o cuidado (seria o centro do seu mundo). Não seria difícil para ele, aliás, seria deveras fácil, fazer uma ''previsão'', na verdade um chute (bem longe de ser um tiro no escuro), de que você experimentaria algo (seja lá o que esse algo for) relacionado a sua filha. Porque provavelmente, considerando o contexto, você só estaria pensando nela (e cheio de expectativas e preocupações em relação a seu futuro ((((é bem parecido com o efeito da Hebe Camargo)))) ).
Resumindo, pouco importa ou seja lá o for que você tivesse experimentado, basta saber que tem bastante (mas bastante mesmo) chances de ter ligação com sua criança.
Daí, juntando o seu ''flash'' consideravelmente vago e genérico (menina crescida com cabelos grandes lhe entregando um brinquedo) com o chute certeiro do seu professor, a experiência paranormal enganosa será quase que certamente um sucesso. (Chutes de Leitura Fria, quando bem aplicadas no contexto correto, tem probabilidade quase 0 de darem errado.)
« Última modificação: 16 de Junho de 2016, 01:53:15 por Alquimista »
"O Alquimista é o supremo alquimista alfa e o ômega das transmutações aurintelectofilosofais."

Offline Alquimista

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo?
« Resposta #8 Online: 16 de Junho de 2016, 01:49:57 »
Outro exemplo bem elucidativo:

Após alguns dias, decidi incorporar um novo elemento de mentalismo a meus shows: o tempo atmosférico no momento exato do nascimento.
Assim, após responder o dia da semana em que a pessoa nasceu, eu perguntava: ''A que horas você nasceu?"
Independentemente da resposta, eu dizia: ''pancadas de chuva.''
A resposta funcionava por dois motivos. O primeiro é bem simples: a maioria das pessoas não faz ideia do tempo atmosférico no momento do seu nascimento. Assim, qualquer resposta a impressionaria.
O segundo motivo é mais interessante. Apesar de ter sido selecionada por mim previamente, a escolha por essa resposta não foi aleatória. Na verdade, ''pancadas de chuva'' era uma resposta tautológica. Ou seja, era uma resposta que seria aceita como verdadeira sempre, independentemente de ter chovido ou não. Caso a pessoa tivesse certeza de que o clima era de sol, eu poderia argumentar: ''Claro que houve sol após as pancadas de chuva.'' Em contrapartida, se a pessoa tivesse certeza de que houve chuva no dia do seu nascimento, ela também ficaria impressionada. lembra-se do efeito Fox Mulder? As pessoas querem acreditar, ainda que você seja impreciso.

Em 2010, tive a oportunidade de realizar um espetáculo de memória para mil pessoas na cidade de Imperatriz (MA). Durante a apresentação do calendário, decidi realizar mais uma vez a adivinhação meteorológica. Após apresentar duas datas, uma jovem se aproximou do palco e me desafiou:
_Eu tenho certeza do tempo no dia do meu nascimento.
Admito: não esperava que aquilo acontecesse. No entanto, era a chance que eu tinha para consolidar minha carreira como mentalista. Assim, me direcionei à menina e respondi:
_Sem problemas, pode vir até o palco. Falarei o dia da semana da sua data de nascimento e o tempo atmosférico.
Nesse momento, a plateia ficou apreensiva: afinal, seria mesmo verdade a adivinhação? Rapidamente, a garota subiu no palco e disse:
_Nasci no dia 10 de março de 1979.
_Você nasceu em um sábado - respondi. *
_Sim, eu nasci em um sábado. No entanto, quero saber: como estava o tempo na data do meu nascimento?
Fechei meus olhos e, fazendo ar de compenetrado, respondi:
_No dia de seu nascimento, a cidade de Imperatriz teve uma chuva fortíssima. Aliás, muito me admira que sua mãe tenha conseguido chegar a tempo no hospital.     
Após ouvir minha resposta, a jovem começou a chorar e disse:
_Minha mãe me disse que eu quase nasci dentro do carro, devido à inundação.
O público foi ao delírio! Aproveitei o momento e perguntei:
_Mais algum cético deseja testar minha habilidade?
Obviamente, ninguém se manifestou, e pude continuar meu show de mentalismo e memória.

Você deve estar se perguntando, como eu sabia da chuva? Ora, não é comum as pessoas terem tanta certeza acerca do tempo no momento exato de seu nascimento. Dessa maneira, essa certeza viria de alguma história inusitada envolvendo o dia do nascimento da garota. Assim, imaginei que teria chovido muito: a chuva costuma ser protagonista de imprevistos.


Relato de Alberto Dell'Isola extraído do seu livro Mentes Fantásticas.

*Existi um algoritmo algébrico para executar tal façanha.
     
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Offline Thomas_Blum

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo?
« Resposta #9 Online: 17 de Junho de 2016, 21:15:51 »
Outro exemplo bem elucidativo:

Após alguns dias, decidi incorporar um novo elemento de mentalismo a meus shows: o tempo atmosférico no momento exato do nascimento.
Assim, após responder o dia da semana em que a pessoa nasceu, eu perguntava: ''A que horas você nasceu?"
Independentemente da resposta, eu dizia: ''pancadas de chuva.''
A resposta funcionava por dois motivos. O primeiro é bem simples: a maioria das pessoas não faz ideia do tempo atmosférico no momento do seu nascimento. Assim, qualquer resposta a impressionaria.
O segundo motivo é mais interessante. Apesar de ter sido selecionada por mim previamente, a escolha por essa resposta não foi aleatória. Na verdade, ''pancadas de chuva'' era uma resposta tautológica. Ou seja, era uma resposta que seria aceita como verdadeira sempre, independentemente de ter chovido ou não. Caso a pessoa tivesse certeza de que o clima era de sol, eu poderia argumentar: ''Claro que houve sol após as pancadas de chuva.'' Em contrapartida, se a pessoa tivesse certeza de que houve chuva no dia do seu nascimento, ela também ficaria impressionada. lembra-se do efeito Fox Mulder? As pessoas querem acreditar, ainda que você seja impreciso.

Em 2010, tive a oportunidade de realizar um espetáculo de memória para mil pessoas na cidade de Imperatriz (MA). Durante a apresentação do calendário, decidi realizar mais uma vez a adivinhação meteorológica. Após apresentar duas datas, uma jovem se aproximou do palco e me desafiou:
_Eu tenho certeza do tempo no dia do meu nascimento.
Admito: não esperava que aquilo acontecesse. No entanto, era a chance que eu tinha para consolidar minha carreira como mentalista. Assim, me direcionei à menina e respondi:
_Sem problemas, pode vir até o palco. Falarei o dia da semana da sua data de nascimento e o tempo atmosférico.
Nesse momento, a plateia ficou apreensiva: afinal, seria mesmo verdade a adivinhação? Rapidamente, a garota subiu no palco e disse:
_Nasci no dia 10 de março de 1979.
_Você nasceu em um sábado - respondi. *
_Sim, eu nasci em um sábado. No entanto, quero saber: como estava o tempo na data do meu nascimento?
Fechei meus olhos e, fazendo ar de compenetrado, respondi:
_No dia de seu nascimento, a cidade de Imperatriz teve uma chuva fortíssima. Aliás, muito me admira que sua mãe tenha conseguido chegar a tempo no hospital.     
Após ouvir minha resposta, a jovem começou a chorar e disse:
_Minha mãe me disse que eu quase nasci dentro do carro, devido à inundação.
O público foi ao delírio! Aproveitei o momento e perguntei:
_Mais algum cético deseja testar minha habilidade?
Obviamente, ninguém se manifestou, e pude continuar meu show de mentalismo e memória.

Você deve estar se perguntando, como eu sabia da chuva? Ora, não é comum as pessoas terem tanta certeza acerca do tempo no momento exato de seu nascimento. Dessa maneira, essa certeza viria de alguma história inusitada envolvendo o dia do nascimento da garota. Assim, imaginei que teria chovido muito: a chuva costuma ser protagonista de imprevistos.


Relato de Alberto Dell'Isola extraído do seu livro Mentes Fantásticas.

*Existi um algoritmo algébrico para executar tal façanha.
   

Alquimista, obrigado por seus comentários, foi bastante claro e preciso concordar com tudo. Observando agora, de forma desapaixonada (vulgo: "O eu quero acreditar") posso compreender onde quer chegar com esses exemplos e imagino que sim, exista muito desse could reading envolvido. Mas como eu disse, imagino que para uma grande maioria dos membros ativos da cosncienciologia, isso tudo está inconsciente e subliminar. Todos ali demonstram paixão e dedicação pelo que estudam e "acreditam". Por que mais alguém que tem uma vida corrida iria dedicar os fins de semana para viajar para outra cidade dar um curso sobre "parapsiquismo" sem ganhar um centavo? Eles levam muito a sério essa ideia de só utilizar o voluntariado na instituição. Eles acreditam que esse meio de suar a camisa doando-se ao instituto, se tornando professor e voluntário é um meio de acelerar a evolução. Não duvido que isso enriqueça o arcabouço de vivências culturais variadas, mas, novamente, quanto disso não é apenas ilusório, já que 99% da conscienciologia foca no extrafísico. O outro 1% é referente ao estudo aplicado ao que quer que seja, a leitura exaustiva, a auto pesquisa, a erudição... Tudo isso eles incentivam, mas não é o foco principal.

Outra coisa que não comentei é a respeito do "Princípio da descrença", alguém aí poderia enriquecer o tema sobre se existe algo semelhante em outras linhas doutrinárias? O princípio da descrença tem como base a seguinte frase:
"-Não acredite em nada, tenha suas próprias experiências."
Ou seja, não acredite nos livros, nos professores, em qualquer coisa, mas experimente por conta própria, se fizer sentido pra você e ver que é real, então beleza!

Não sei. Eu acho complicado isso, não me parece um meio realmente honesto de propor algo científico, exatamente por que é um papo meio falaciosos. Me lembra algo de ilusionismo mesmo. Se não me engano vi num documentário da Cientologia que também constava algo do gênero na primeira págino do livro Dianética, o primeiro escrito pelo Hubbard.

Offline Gigaview

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #10 Online: 17 de Junho de 2016, 21:53:42 »
-Não acredite em nada, principalmente em suas próprias experiências.

Todas essas seitas, cultos, etc...  usam o autoengano dos seus seguidores. Desconfie de si mesmo.
« Última modificação: 17 de Junho de 2016, 21:57:53 por Gigaview »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Pedro Reis

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #11 Online: 19 de Junho de 2016, 02:38:56 »
Meu caro Thomas, assim como você tenho na minha vida uma lista extensa de eventos e experiências que não sei explicar.

Mas para mim fica desse jeito,  enquanto não souber apenas digo que não sei, e pronto.

Agora, eu acho pobre essa postura do cara que pensa que ser cético é "varrer para debaixo do tapete" tudo que ele não sabe explicar.

Tipo, alguém diz que avistou, na chácara do tio, uma nave do tamanho do Maracanã, e que tinha luzes brilhantes piscando em toda volta. E de repente pousou bem no quintal da casa, e baixaram uma rampa, e desceram pela rampa homenzinhos verdes. E tinham antenas na cabeça. Aí o seu interlocutor cético simplesmente lhe explica: " Ah, o que você viu foi um balão metereológico! "

Se você não for se melindrar com a minha honestidade, eu consideraria primeiro a hipótese de você estar apenas mentindo. Inventando toda esta história sobre o flash com a sua filha... Porque seria bastante mais provável do coincidência ou leitura fria.

Se pudermos descartar a hipótese de falso relato então podemos pensar em uma coincidência improvável, e há uma explicação até bastante razoável para que meras coincidências extremamente improváveis estejam alimentando fortuitamente muitas crenças esotéricas por aí.

O raciocínio é mais ou menos o seguinte: suponha que uma pessoa tenha um sonho e aquilo que se passou no sonho venha a acontecer de modo quase exato. Não um evento corriqueiro, mas algo muito improvável. É natural que esta pessoa acredite ter tido um sonho premonitório, mas esse pode não ser o caso. Todos os dias ( ou noites ) 7 bilhões de pessoas sonham nesse mundo, e naturalmente a maioria destes sonhos não se realizam e nós nunca ouvimos falar destes sonhos que parecem ser apenas sonhos mesmo. Porém com bilhões de chances por dia, não se torna tão impossível que, por puro acaso, alguém sonhe com a morte do artista que de fato morre no dia seguinte. E ainda morre do jeito que o sujeito sonhou.

Ninguém vai convencer a este cara que ele não teve uma premonição. É como se o ganhador da mega sena acumulada não soubesse que o seu bilhete não foi a única aposta. Nesse caso ele jamais pensaria em acaso. Mas se ele sabe que dezenas de milhões de jogos foram feitos, então ele se considera um sortudo mas não vê nada de sobrenatural nisto.

Eu pergunto: quantas pessoas, naquela sessão, tiveram uma experiência parapsíquica? E nas outras sessões? Isto sempre acontece? Acontece com todos?

Porque se nada de extraordinário houvesse lhe acontecido nós não estaríamos lendo o seu relato. Por outro lado, todos os dias, milhões de pessoas por aí frequentam sessões de energização, encontros de conscienciologia, e mil coisas que o valham... Porém parece que não estão acontecendo milhões de fenômenos extraordinários corriqueiramente. Compreende? Quando e se nada acontece não vira um caso, ninguém fica sabendo.

No entanto, sendo verdadeiro e fidedigno o seu relato, ( e isto só você pode saber ), se torna um pouco forçado descartar a ocorrência de algum fenômeno com a hipótese de leitura fria e coisas que tais.

E este é o maior problema para se estudar os fenômenos parapsíquicos cientificamente, se estes existirem. Porque as experiências não são independentemente reprodutíveis, e para a Ciência nenhum relato tem valor como evidência. Por mais testemunhas, por mais convincente que pareça.

Agora, eu vou lhe contar um caso, que, se você for uma pessoa de bom senso deve considerar que eu vou estar apenas inventando.

Um tio meu foi estudar na Colômbia, ainda muito jovem. E por conta de uma desavença com meu avô ficou muitos anos por lá, mesmo depois de terminada a universidade. Durante todo o tempo em que esteve fora jamais voltou ao Brasil e se comunicava esporadicamente com a mãe e os irmãos por carta.

Um dia minha vó recebeu uma carta em que ele relatava ter tido um sonho curioso, com um parente já de certa idade, onde esta pessoa era vista no alto de uma escada iluminada. Por algum motivo o sonho o deixou muito impressionado e ele mandou a carta, e quando esta foi enviada esta pessoa estava viva mas quando a carta chegou o homem havia falecido.

Coincidência?

Talvez. Porèm muitos anos depois, sem nunca ter voltado ao Brasil, ele teve exatamente o mesmíssimo sonho com um primo que quando ele viu pela última vez era um garoto, mas no sonho já aparecia como um rapaz, e a figura deste rapaz ele descreveu na carta. As pessoas acharam que a descrição batia exatamente com o rapaz que esse menino havia se tornado.

Mas isso não é o impressionante. O impressionante é que quando a carta foi enviada o rapaz estava vivo, mas quando chegou ele já estava morto. E foi uma morte estúpida, totalmente imprevista. Ele foi morto pelo próprio irmão em um acidente.

E mais: não era um sonho frequente. Meu tio só teve este sonho estas duas vezes na vida!

Coincidência?

Eu vi esta segunda carta porque a minha vó guardou, e sei que portanto de fato isso aconteceu.

Mas para qualquer outro isso não passa de um relato. Os outros não podem ter a mesma certeza.


Offline Alquimista

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo?
« Resposta #12 Online: 20 de Junho de 2016, 18:14:36 »
Muito bom o seu texto, querido Pedro.

Quanto ao seu tio, não tem nada de mais. Uma hora isso acontece com alguém. Também tenho um tio (um baita de um sortudo fdp!!!) que ganhou duas vezes na loteria. É a mesma coisa!
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Offline FZapp

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #13 Online: 20 de Junho de 2016, 19:49:39 »
Boa noite pessoal. Antes de mais nada, eu sei que já existem alguns tópicos sobre a conscienciologia e sei que em geral ela é mal vista aqui, ou melhor, tratada como só mais uma bobagem pseudocientífica.

A conscienciologia não é mais uma bobagem pseudocientífica, é uma pseudociência bastante elaborada, mas algo como um plágio paralelo ao espiritismo.

Mas você não deve confiar na minha palavra e sim na sua pesquisa.

Mas você já tem o componente mais importante: você está se questionando e tenta ver a conscienciologia pela ciência. Eu sugiro que continue nessa trilha.

Citação de: Thomas_Blum
Porém, gostaria de questionar algumas coisas que ainda estão desorganizadas em minha mente, a respeito de alguns fatos vivenciados.

Bravo por isso !

Citação de: Thomas_Blum
(...)
-O grupo sentado em cadeiras em circulo tinham um professor no centro "epicentrando"
(...)
Eu fiquei sem saber como agir.

Evidências pessoais são muito fortes e carregadas com as nossas emoções. Espero que perceba que elas não muito fracas como evidências sobre alguma coisa.

Citação de: Thomas_Blum
É isso. Considero possível ser uma coincidência, uma probabilidade de acerto aleatório. Mas ele estava seguro de si ao dizer isso, e depois confirmou com algum relato, esta percepção que eu tive. Dizendo que foi uma "precognição" que eu ganhei de presente, pra compreender que isso é algo treinável e que todos podem ter.
(...)

Foi leitura fria. Muito provavelmente você deu as dicas, inclusive até susurrando o nome de sua filha, e não percebeu.

--
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de esto naides nos responde;
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Offline Thomas_Blum

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #14 Online: 21 de Junho de 2016, 01:28:42 »
Meu caro Thomas, assim como você tenho na minha vida uma lista extensa de eventos e experiências que não sei explicar.

Mas para mim fica desse jeito,  enquanto não souber apenas digo que não sei, e pronto.

Agora, eu acho pobre essa postura do cara que pensa que ser cético é "varrer para debaixo do tapete" tudo que ele não sabe explicar.

Tipo, alguém diz que avistou, na chácara do tio, uma nave do tamanho do Maracanã, e que tinha luzes brilhantes piscando em toda volta. E de repente pousou bem no quintal da casa, e baixaram uma rampa, e desceram pela rampa homenzinhos verdes. E tinham antenas na cabeça. Aí o seu interlocutor cético simplesmente lhe explica: " Ah, o que você viu foi um balão metereológico! "


Pedro, obrigado pela sua valiosa percepção. Achei extremamente lúcido de sua parte inclusive propor que possa ter sido apenas invenção de minha parte. Mas aproveito para deixar claro que não é.

Concordo plenamente com o fato de que não podemos banalizar qualquer experiência dando as respostas prontas mais comuns (só por que são mais comumente corretas). Essa questão da probabilidade/coincidência é extremamente intrigante, e eu poderia dar alguns exemplos mais, mas já foi bastante analisado e me serviu bem para compreender como vocês raciocinam sobre isso. Inclusive por coincidência (ou não  :oba:) hoje mesmo estava pensando no Julio do Mamonas Assassinas e o seu sonho "premonitório" com a queda do avião, no dia da queda.

FZapp, compreendo essa questão da leitura fria e aprendi bastante com isso, não conhecia antes do forum e realmente considero muito provável que seja utilizada pelo pessoal nesse tipo de prática. Mas ainda persisto em dizer, considero que mesmo para eles, esse processo de leitura fria é no mínimo inconsciente ou subliminar, dado que acreditam cegamente no parapsiquismo. Não sei em que proporção, mas penso que pouca coisa ali é feita por interesses egocentricos de fama ou de coisa do gênero, tem mais a ver com uma cultura grupal de religiosidade e merecimento disfarçado de ciência.


Agora queria aproveitar para demonstrar outro pequeno fato que "sem querer" descobri, a respeito de tais fenômenos.

Uma das práticas feitas na conscienciologia é o de  "Clarividência Facial", onde um professor no centro do grupo senta-se, com as luzes baixas, na penumbra e os alunos em volta com a visão semi cerrada observam o rosto deste, com foco na testa ou nariz, sem movimentos bruscos, apenas observando sua face. Inúmeros efeitos visuais acontecem ali. Dá-se o ênfase na ideia de que você está vendo rostos de consciências extrafísicas (desencarnadas) que se mostram através da energia do professor. De fato observa-se muita coisa e as vezes, por coincidência e influências subliminares, os relatos entre os alunos batem, sobre o que foi visto. Mas um fato comum entre todos é, em alguns momentos perceber o rosto do professor desaparecer completamente. Vê-se a roupa, observa-s o fundo, mas a cabeça some! Uau! Que incrível.
E novamente, em mais um momento de sincronia/coincidência adorável, eu pesquisando sobre "Design Inteligente" encontrei um argumento de refutação que diz que, um criador de design inteligente não teria motivos para errar. Tal como por exemplo: O ponto cego de nosso olho.
Por acaso fui pesquisar o tal ponto cego, que até então eu só tinha ouvido falar. E achei esse ótimo video mostrando na prática o que é o tal ponto cego.


Perfeito! É exatamente o que era vivenciado, sem a necessidade do x. Provavelmente a sala na penumbra, o olho semi fechado e a visão estática resolviam o problema.

É comum os alunos se questionarem sobre a cabeça desaparecer, mas jamais ouvi qualquer explicação mesmo que "espiritual" sobre isso. Fica só na ideia de que é um fenômeno parapsiquico mesmo.


Offline Thomas_Blum

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #15 Online: 21 de Junho de 2016, 01:29:31 »
Não sei fazer o video abrir no próprio tópico.  :vergonha:

Offline Gigaview

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #16 Online: 21 de Junho de 2016, 02:10:51 »
Existe uma versão dessa prática dentre os experimentos rosacruzes em que a pessoa se olha no espelho à luz de velas para "ver" como era sua aparência em encarnações passadas. Leia sobre pareidolia e entenda como é possível "ver" qualquer coisa, desde auras até o boitatá de rabo amarelo.

Esses "instrutores" em geral não são impostores, são apenas burrinhos e ignorantes que repetem "ensinamentos" sem o menor juízo crítico apesar de uma aparente inteligência e sabedoria. Eles são programados. A diferença é que os impostores sabem que são programados e se valem da hipocrisia para enganar intencionalmente seus seguidores.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

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Offline Gigaview

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #17 Online: 21 de Junho de 2016, 02:11:26 »
Não sei fazer o video abrir no próprio tópico.  :vergonha:

Procure na área de testes.
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Offline Spencer

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #18 Online: 21 de Junho de 2016, 07:04:40 »
Thomas, no seu relato, em dado momento vc diz que no grupo existe uma "camada de espíritas, que busca comprovação pela ciência"... mais ou menos isso.
Também, alguém disse que a Conscienciologia é uma, como que, aproximação do Espiritismo.
Pelos fundamentos e postulados da Conscienciologia, afora a ênfase em forças, energia e vibrações, diria que ela é um rascunho da DE, ou o inverso.
Posso estar enganado por não ser um conhecedor da Conscienciologia, mas pelo o que vc relatou a grande diferença entre as duas está, não no objetivo, que é a evolução do homem, mas no método.
Para a DE essa evolução  é alcançada pelas vias do aprimoramento dentro da moral cristã, ao longo das encarnações, com todas as consequências que este esforço significa.
Me pareceu que seguindo uma linha paralela a Conscienciologia confere exacerbada ênfase ao desenvolvimento da consciência pelas vias da meditação e da harmonização de forças e energias.
Esta diferença, talvez não tanto significativa, de vez que o aprimoramento da auto consciência induz o aprimoramento moral, mas a questão, Deus, não ficou claramente exposta. Pode esclarecer, por favor?

Offline Gigaview

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #19 Online: 21 de Junho de 2016, 08:28:21 »
Santa inocência.
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Offline Spencer

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Offline Thomas_Blum

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #21 Online: 21 de Junho de 2016, 11:56:27 »
Gigaview, não conhecia a Pareidolia (conhecia o fenômeno mas não o termo correto), já marquei aqui para pesquisar melhor.


Thomas, no seu relato, em dado momento vc diz que no grupo existe uma "camada de espíritas, que busca comprovação pela ciência"... mais ou menos isso.
Também, alguém disse que a Conscienciologia é uma, como que, aproximação do Espiritismo.
Pelos fundamentos e postulados da Conscienciologia, afora a ênfase em forças, energia e vibrações, diria que ela é um rascunho da DE, ou o inverso.
Posso estar enganado por não ser um conhecedor da Conscienciologia, mas pelo o que vc relatou a grande diferença entre as duas está, não no objetivo, que é a evolução do homem, mas no método.
Para a DE essa evolução  é alcançada pelas vias do aprimoramento dentro da moral cristã, ao longo das encarnações, com todas as consequências que este esforço significa.
Me pareceu que seguindo uma linha paralela a Conscienciologia confere exacerbada ênfase ao desenvolvimento da consciência pelas vias da meditação e da harmonização de forças e energias.
Esta diferença, talvez não tanto significativa, de vez que o aprimoramento da auto consciência induz o aprimoramento moral, mas a questão, Deus, não ficou claramente exposta. Pode esclarecer, por favor?

De fato é muito semelhante, Spencer. Eu até chamava a Conscienciologia de Espiritismo 2.0, eles utilizam-se das bases da multidimensionalidade e da ética espirita, porém descartando completamente (com repúdio e as vezes até com uma certa violência) qualquer relação com a ideia religiosa cristã. Consideram Jesus só mais um tentando evoluir e que não devemos dar bola para nada que tenha um contexto romantizado e dramático. Preza pela razão?!
Quanto a Deus, eles consideram se tratar de algo fora do nosso alcance de pesquisa, logo, não perdem tempo tentando compreender. Chamam de primo pensene. Ou pensene primário. O pensene é (Pensamento - Sentimento - Energia). Já que tudo que nós fabricamos bem através do nosso pensamento, do sentimento aplicado para faze-lo e da energia utilizada. Possivelmente algo nos criou, porém está longe de qualquer concepção menos arraigada em cultura e sociedade e contextos religiosos. Eu por exemplo gosto muito, muito mais da ideia da realidade simulada (matrix).

Mas assim, isso é o que eles pensam. Hoje, eu já não sei ao certo o que eu penso.

Offline homemcinza

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #22 Online: 21 de Junho de 2016, 14:33:49 »
Citar
Consideram Jesus só mais um tentando evoluir e que não devemos dar bola para nada que tenha um contexto romantizado e dramático.

a não ser que seja algo da Conscienciologia claro



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Offline Gigaview

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #23 Online: 21 de Junho de 2016, 22:01:59 »
Santa inocência.
:?:

A Conscienciologia pretende ser a parte científica do espiritismo, mantendo essencialmente as mesmas besteiras kardecistas sob uma nova terminologia pseudocientífica extremamente criativa. São portanto farinha do mesmo saco.

Waldo Vieira, criador da conscienciologia, foi médium parceiro de Chico Xavier durante muitos anos em Uberaba. Na foto abaixo, aparece como envolvido na famosa fraude da materialização da Irmã Josefa que também teve a cumplicidade do "santo" Chico Xavier.










Mais informações no link abaixo.

http://obraspsicografadas.org/2010/resgaste-histrico-revista-o-cruzeiro-de-27101970/
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

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Offline homemcinza

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Re:Como abordar e compreender o parapsiquismo? (primeiro tópico + conscienciologia)
« Resposta #24 Online: 21 de Junho de 2016, 22:53:40 »
Figuraça! Nada modesto! Marketeiro!

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Revista: Como Waldo Vieira se apresentaria para alguém?
Waldo: Pessoalmente me apresento como sendo um bufão. Bufão do rei é aquele que fala a verdade. Sou o clown, o palhaço da corte, faço piada, falo palavra de impacto no processo da comunicação. Você vê que tenho facilidade de expor as coisas e dizer tudo. Fui convidado quatro vezes na minha vida, desde quando tinha 34 anos até há pouco tempo, quando tinha mais de 70, para ser ator. Três vezes era em Hollywood e outra em Miami. Convite feito a mim devido ao meu “tipo”. Eu criei um tipo, mas foi tudo estudado com técnicos em Hollywood. Então, isso de ter barba branca, roupa branca, foi tudo de caso pensado. Porque com isso a pessoa me vê uma vez e não esquece mais de mim, pois sou diferente. Agora, por exemplo, nessa época, sou o Papai Noel. Eu vou ao shopping, a meninada toda vem atrás de mim. Eles pensam que eu estou de férias [risos]. Esse processo de atuar, interpretar, eu tenho facilidade para isso. Mas agora não dá para eu ser artista. Arte é besteira, o negócio é ciência. Arte é um processo instintual, poder de bicho, animal. É aquilo que nós chamamos de pré-humano. Nós temos que andar para o discernimento, a lógica, a racionalidade, isso é ciência. Tudo meu é preto no branco, baseado em fatos. Não forçamos a barra com ninguém. O processo do princípio da descrença, que é o mais sério, você não vai ver isso em universidade nenhuma. Dá até medo quando se fala nesse princípio, mas ele é a motivação da maioria das pessoas que vem para cá. Não fazemos a cabeça de ninguém, não nos interessa isso. É a pessoa que vai decidir por ela, e damos as técnicas, o modo de ser, a maneira de fazer. Isso, sim, nós expomos.

http://100fronteiras.com/materia/papo-serio-com-waldo-vieira
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