Conforme o Waldo fala no audio apresentado, várias reportagens foram feitas sobre o tema e numa das que se seguiram, em 21 de março 1964, a revista publicou um repto aos médicos que atestaram o fenômeno, sendo que ali se encontravam a convite do Waldo. Eis o texto publicado:
Nossos leitores, que têm acompanhado a série de reportagens que vimos publicando sôbre os chamados “fenômenos de materialização de espíritos” em Uberaba, podem testemunhar a seriedade com que tratamos o assunto. Tivemos, em tudo o que aqui foi escrito, a intenção de transmitir ao leitor uma informação o mais possível completa sôbre os fatos. Não desejamos, em nenhum momento, pôr em dúvida a convicção religiosa de quem quer que fôsse. Procuramos, isso sim, comprovar uma farsa. Agora, numa demonstração definitiva da isenção de ânimo que nos move, “O Cruzeiro” lança um repto de honra à equipe de médicos que afirma ter realizado sessões de materialização de espíritos na cidade de Uberaba, Minas Gerais.
REPTADORA – A revista “O Cruzeiro”, com sede na cidade do Rio de Janeiro, Estado da Guanabara, à Rua do Livramento, 189.
REPTADOS – Os 19 médicos a seguir mencionados:
1 – Dr. Adroaldo Modesto Gil; 2 – Dr. Eurípedes Tahan Vieira; 3 – Dr. Elias Barbosa; 4 – Dr. José Hortêncio de Medeiros Sobrinho; 5 – Dr. Elias Boianain; 6 – Dr. Oswaldo Castro; 7 – Dr. Gil Perche de Menezes; 8 – Dr. Alberto Calvo; 9 – Dr. José Américo Junqueira de Matos; 10 – Dr. Sebastião Mello; 11 – Dr. Ismael Ferreira de Resende; 12 – Dr. Milton Skaff; 13 – Dr. Adelror Alves de Gouveia; 14 – Dr. Cleomar Borges de Oliveira; 15 – Dr. Armando Valente do Couto; 16 – Dr. Flávio Pinheiro; 17 – Dr. Mário da Silva; 18 – Dr. Antônio Ferreira da Silva: 19 – Dr. Waldo Vieira.
TERMOS DO REPTO
CONSIDERANDO:
a) que os reptados afirmam, categoricamente, que observaram e comprovaram “materializações de espíritos”, fenômeno a que chamam “ectoplasmia”, em experimentações por eles realizadas na cidade de Uberaba (“A aceitação do fenômeno da materialização é problema equacionado para a equipe, havendo provas de autenticidade que ainda não foram divulgadas…” – Réplica à revista “O Cruzeiro”, Considerações Finais, ítem 4);
b) que os reptados afirmam, categoricamente, que na noite de 3 de janeiro de 1964, em presença dos Repórteres e Fotógrafos José Franco, Mário de Moraes, Nilo de Oliveira, Henri Ballot, Jorge Audi, José Nicolau, todos da revista “O Cruzeiro” e a serviço desta, ocorreu o dito fenômeno, com a “materialização” das entidades Irmã Josefa e Dr. Veloso, naquela cidade de Uberaba, no consultório do Dr. Waldo Vieira;
c) que os reptados afirmam, em Réplica dirigida a “O Cruzeiro”, que os repórteres da Revista, acima mencionados, falsearam os fatos, incorreram em contradições, agiram de má-fé;
d) que os reptados afirmam, na citada Réplica, que a própria Revista retocou fotos para exagerar semelhanças entre a “entidade materializada” e a sensitiva Otília Diogo (embora, ao mesmo tempo, aleguem que essas semelhanças são comuns em tais fenômenos).
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Waldo abandonou o Movimento Espírita em circunstâncias estranhas e somente os mais próximos as conhecem.
Mas dá para se ter uma noção. Enquanto os 19 médicos presentes e até os repórteres confirmaram a autenticidade do fenômeno (ver a primeira reportagem da série, janeiro 1964) ele, no vídeo diz que foi fraude da médium. Como ninguém denunciou na hora? Por que os médicos atestaram favoravelmente? Foram para pesquisar e se deixaram enganar com tanta facilidade?
Um detalhe para quem nunca viu uma materialização: o ectoplasma que sai dos orifícios naturais do médium é vibrante e coleia quase como uma serpente. De forma nenhuma se confunde com uma gaze. Isto, através de uma foto não pode ser percebido e gera dúvidas, realmente.
Ressalto apenas que Waldo, embora médium, não era tão confiável; vaidoso e interesseiro. Ficou rico com os institutos que criou ao deixar o MovEspírita.