Autor Tópico: Discussão sobre PEC 241  (Lida 11837 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Lakatos

  • Nível 35
  • *
  • Mensagens: 3.071
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #125 Online: 26 de Outubro de 2016, 11:25:18 »
No comércio-livre do bem-estar-social indivíduos que não tenham vontade de aderir aos modelos de ações filantrópicas propostos e não se engajarem em nenhuma alternativa credenciada ficam fora da rede de cobertura de ajuda emergencial e são boicotados de diversas formas. Seus serviços/produtos/ofertas são colocados atrás de concorrentes participantes da rede de solidariedade voluntária, e as ofertas feitas a eles (também sendo clientes preferenciais) são acrescidas de uma taxa punitiva justificada pelo caroneirismo inerente a esse comportamento.

No caso de pessoas físicas, eu acho improvável que ocorra esse tipo de boicote, já que, a não ser que a pessoa torne de conhecimento público todas as suas ações de caridade, o que é visto com maus olhos por muitas pessoas, é quase impossível separar os filantropos dos demais.

No caso de empresas, também tem o problema de a filantropia ser quase sempre feita como parte de ações de marketing, o que gera o efeito de os recursos serem direcionados prioritariamente a ações com maior possibilidade de atrair atenção positiva, e não às ações mais necessárias para as pessoas em situação de vulnerabilidade.

Fora que usar o marketing da filantropia como argumento de venda dá certo apenas em um número específico de setores do mercado. Para boa parte dos produtos e serviços, a diferença de preço resultante tornará os produtos e serviços menos competitivos em relação aos concorrentes "não-filantropos". Na verdade, pouquíssima gente aceita pagar 50 centavos a mais em um saco de farinha apenas porque a empresa doa uma porcentagem da produção para as famílias do interior do Piauí.

Em resumo, concordo com o que você disse depois. Filantropia privada até tem muitos casos de sucesso e certas vantagens em relação à assistência pública, mas não tem potencial para alcançar a mesma escala de cobertura.

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #126 Online: 26 de Outubro de 2016, 11:25:41 »
Se o empregador não precisasse pagar o valor de dois funcionários por um, o desemprego cairia rapidamente.

Mas assim você mata um emprego em Brasília. E quem decide está lá.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #127 Online: 26 de Outubro de 2016, 12:10:48 »
Mas então fica a pergunta: por que a bolsa-família, e não a filantropia privada, foi a maior responsável pela redução efetiva da miséria nos últimos tempos?

Lembro de um estudo do IPEA que concluiu que a extinção da Cofins tiraria mais pessoas da miséria do que o Bolsa-Família.

Não lembro qual é e se é exagero. Mas é certo que com uma carga tributária pesadíssima como a atual, sobra pouco para fomentar a renda individual pelas vias normais (emprego, investimento, empreendedorismo) e muito menos para filantropia.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #128 Online: 26 de Outubro de 2016, 14:18:57 »
Mas então fica a pergunta: por que a bolsa-família, e não a filantropia privada, foi a maior responsável pela redução efetiva da miséria nos últimos tempos?
Talvez seja por que o Estado obriga as pessoas a darem dinheiro para ele? Querendo ou não, impostos diminuem e muito a filantropia privada.

Qualquer pagamento por qualquer coisa faria isso em algum grau, não só pagamentos ao estado.

Acho que uma maneira mais específica de frasear o mesmo problema talvez enquadrasse o estado apenas como monopólio, além de acrescentar "venda casada" ao monopolista.

Mas... enquanto para pobreza em si acho que o que mais deve afetar são impostos sobre empregos e consumo, mas ao mesmo tempo é complicado afirmar se esses ou quaisquer outros estão tirando aquilo que, supostamente, de outra forma seria destinado a filantropia, em vez de apenas acrescido aos lucros.

Acho que só se poderia afirmar isso sem ter base em "pura esperança" se encontrando alguma correlação geral entre menor carga tributária e maior investimento em filantropia. O que acho que pode não ser o caso mesmo que a redução na carga tributária tenha mesmo essa tendência, por correlações incidentais, como, talvez, regiões com menor carga tributária comumente já precisarem menos de filantropia, até pela relação causal mais direta aqui.







Mas então fica a pergunta: por que a bolsa-família, e não a filantropia privada, foi a maior responsável pela redução efetiva da miséria nos últimos tempos?

Lembro de um estudo do IPEA que concluiu que a extinção da Cofins tiraria mais pessoas da miséria do que o Bolsa-Família.

Não lembro qual é e se é exagero. Mas é certo que com uma carga tributária pesadíssima como a atual, sobra pouco para fomentar a renda individual pelas vias normais (emprego, investimento, empreendedorismo) e muito menos para filantropia.



Mas nesses cálculos eles levavam em consideração o fim do que o Cofins financia? :hein:

Que explicação poderia haver? Na redistribuição "vaza" tanto nos intermediários que ela chega menos a quem deveria chegar do que os ganhos praticamente colaterais de não haver o Cofins?

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #129 Online: 26 de Outubro de 2016, 14:55:39 »
Mas nesses cálculos eles levavam em consideração o fim do que o Cofins financia? :hein:

Que explicação poderia haver? Na redistribuição "vaza" tanto nos intermediários que ela chega menos a quem deveria chegar do que os ganhos praticamente colaterais de não haver o Cofins?

É algo por aí.

Redução de custos geraria mais empregos, e a redução dos preços aumentaria a renda real das pessoas.

Não sei detalhes porque não li o estudo.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Gauss

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.232
  • Sexo: Masculino
  • A Lua cheia não levanta-se a Noroeste
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #130 Online: 26 de Outubro de 2016, 15:30:48 »
O Guga(Kuerten, o tenista) tem vários projetos filantrópicos e agora está sendo perseguido por problemas no imposto de renda. Pessoas que cultivam projetos como ele faz nem deveriam pagar impostos.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #131 Online: 26 de Outubro de 2016, 15:31:55 »
Mas nesses cálculos eles levavam em consideração o fim do que o Cofins financia? :hein:

Que explicação poderia haver? Na redistribuição "vaza" tanto nos intermediários que ela chega menos a quem deveria chegar do que os ganhos praticamente colaterais de não haver o Cofins?

É algo por aí.

Redução de custos geraria mais empregos, e a redução dos preços aumentaria a renda real das pessoas.

Não sei detalhes porque não li o estudo.



Ouvi mais ou menos recentemente num trecho de podcast esquerdóide (acho que era comentário colateral, não o foco), que, apesar de ter havido desonerações que se esperariam que fossem reduzir o desemprego, não se viu isso. Acho que isso pode ter a ver tanto com outros problemas de intervenção na economia anteriores, como "inércia" do empreendedor em apenas preferir usar isso para aumentar o caixa, mas talvez, de qualquer forma, seja exemplo de que essas coisas podem não ser também tão benéficas mesmo quando o estado deixa de fazer aquilo que não deveria fazer. O que eu penso ser mais sinal de que deve-se continuar deixando de fazer por mais tempo do que se precipitar em voltar a fazer logo que aparentemente não dá certo, imediatamente.



No comércio-livre do bem-estar-social indivíduos que não tenham vontade de aderir aos modelos de ações filantrópicas propostos e não se engajarem em nenhuma alternativa credenciada ficam fora da rede de cobertura de ajuda emergencial e são boicotados de diversas formas. Seus serviços/produtos/ofertas são colocados atrás de concorrentes participantes da rede de solidariedade voluntária, e as ofertas feitas a eles (também sendo clientes preferenciais) são acrescidas de uma taxa punitiva justificada pelo caroneirismo inerente a esse comportamento.

No caso de pessoas físicas, eu acho improvável que ocorra esse tipo de boicote, já que, a não ser que a pessoa torne de conhecimento público todas as suas ações de caridade, o que é visto com maus olhos por muitas pessoas, é quase impossível separar os filantropos dos demais.

No caso de empresas, também tem o problema de a filantropia ser quase sempre feita como parte de ações de marketing, o que gera o efeito de os recursos serem direcionados prioritariamente a ações com maior possibilidade de atrair atenção positiva, e não às ações mais necessárias para as pessoas em situação de vulnerabilidade.

Fora que usar o marketing da filantropia como argumento de venda dá certo apenas em um número específico de setores do mercado. Para boa parte dos produtos e serviços, a diferença de preço resultante tornará os produtos e serviços menos competitivos em relação aos concorrentes "não-filantropos". Na verdade, pouquíssima gente aceita pagar 50 centavos a mais em um saco de farinha apenas porque a empresa doa uma porcentagem da produção para as famílias do interior do Piauí.

Em resumo, concordo com o que você disse depois. Filantropia privada até tem muitos casos de sucesso e certas vantagens em relação à assistência pública, mas não tem potencial para alcançar a mesma escala de cobertura.

Eu estava já fazendo uma série de assunções mais otimistas sobre esse cenário anarco-capitalistóide das coisas, onde as pessoas teriam maior engajamento político quanto ao que as empresas fazem, tal como é comum e politicamente correto se cobrar quanto ao governo.

Mas num nível maior tinha também mencionado algo mais significativo do que boicote individual, um "boicote" por todos os negócios regionais àqueles que não contribuem às práticas filantrópicas credenciadas. Efetivamente sanções, tentando fazer ficar mais caro não contribuir do que contribuir.

Mas mesmo fora desses cenários idealizados e, até onde sei, mais hipotéticos/fantasiados, acho que em alguns casos a filantropia atinge mais pessoas do que ações estatais, não sendo tanto um elemento de marketing, como Bill Gates na África, que deve ter salvado mais vidas do que muitas ações governamentais com o mesmo investimento, chuto.

(Comparação talvez um pouco injusta em alguns casos, já que, fora os casos de corrupção, talvez os estados já estejam penando para manter outros serviços básicos, ou, em terminologia que talvez soe pretensiosamente técnica mas me parece apenas sucinta, a correlação custo/benefício dos investimentos em infra-estrutura deve ter umas não-linearidades que favorecem o desempenho superio de investimentos filantrópicos como esses)

Offline Entropia

  • Nível 22
  • *
  • Mensagens: 845
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #132 Online: 26 de Outubro de 2016, 18:19:20 »
Facepalm

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/10/26/comissao-da-camara-aprova-reajuste-para-servidores-da-pf-e-outras-categorias.htm

Citar
Comissão Especial da Câmara aprovou na manhã desta quarta-feira (26) projeto que prevê reajuste para os servidores da Polícia Federal e outras categorias. Caso não haja recurso, a proposta segue direto para discussão e votação no Senado. Categorias envolvidas nas discussões têm defendido o nome da senadora Ana Amélia (PP-RS) para ser a relatora do texto.

Os reajustes chegam a 37%, em alguns casos, e serão pagos em três parcelas até 2019. De acordo com o projeto encaminhado ao Congresso, no último dia 26 de julho, o impacto previsto nos cofres da União com os reajustes é da ordem de R$ 2 bilhões em 2017, de R$ 548 milhões em 2018 e de R$ 546 milhões, em 2019.

Offline Jack Carver

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.198
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #133 Online: 26 de Outubro de 2016, 21:50:30 »
"Vamos aprovar logo o aumento deles, como sinal de cordialidade. Talvez eles fiquem desestimulados a realizar operações contra nós". "Nada como dinheiro na mão não resolva".
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Entropia

  • Nível 22
  • *
  • Mensagens: 845
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #134 Online: 26 de Outubro de 2016, 22:38:11 »
Já me convenci que esse governo é só trolha corporativista com outra cor. Nao sei porque fiquei com esperancas. Vez ou outra acerta como foi essa pec, embora já tenha arregado em vários quesitos, mas acertar até a Dilma acertou em pequenas coisas. Resta esperar pra que nao faca uma besteira tao grande quanto a que ela fez.

Rhyan

  • Visitante
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #135 Online: 29 de Outubro de 2016, 14:45:08 »
Era esse artigo que eu tava procurando pra colocar aqui neste tópico:

De que adianta “direitos garantidos” na lei se o Estado não tem dinheiro para cumpri-los?
http://mercadopopular.org/2016/05/de-que-adianta-ter-direitos-se-o-estado-nao-tem-dinheiro-para-cumpri-los/

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #136 Online: 10 de Novembro de 2016, 15:41:08 »
<a href="https://www.youtube.com/v/hsgJRdCYKLw" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/hsgJRdCYKLw</a>

Citar
Dr. Drauzio Varella, médico, Mansueto Almeida, secretário de acompanhamento econômico do governo nacional, David Uip, secretário de saúde do estado de São Paulo, conversam com Carlos Eduardo Gonçalves, economista do Por Quê? sobre a PEC 241 e seus efeitos no campo da saúde.


Não vi ainda, mas certamente é muito melhor que esses vídeos que postam por aí desses novos punditubers todos, com enunciados como "sabe o que eu penso disso?"


Olhando por cima, a partir das previsões na barra de navegação, não tem gráficos nem nada, só os caras falando, então acho que pode baixar só o audio tocar e só ouvir, sem medo de estar perdendo qualquer coisa além da cara deles.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #137 Online: 10 de Novembro de 2016, 16:09:24 »
Era esse artigo que eu tava procurando pra colocar aqui neste tópico:

De que adianta “direitos garantidos” na lei se o Estado não tem dinheiro para cumpri-los?
http://mercadopopular.org/2016/05/de-que-adianta-ter-direitos-se-o-estado-nao-tem-dinheiro-para-cumpri-los/

Há muito tempo que eu avalio que o tema "direitos crescentes", nada mais é que um discurso e um engodo daqueles que vivem no e do Estado, para poderem se locupletar cada vez mais dos recursos da população, em especial do setor produtivo privado.
Foto USGS

Offline Arcanjo Lúcifer

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 22.730
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #138 Online: 12 de Novembro de 2016, 17:39:04 »
http://www.portalweb7.com/2016/11/milicianos-leva-faixa-em-homenagem-hugo.html

Milicianos  do msts levam faixa em homenagem a Hugo Chávez em protesto, ou seja, a turma do quanto pior melhor não está satisfeita em arrebentar apenas a Venezuela.

Offline Agnoscetico

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.417
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #139 Online: 28 de Novembro de 2016, 12:27:17 »

Fico na desconfiança que essa PEC com essa historia de cortar gasto por 20 anos é alarmismo pra não se in vestir em educação e saúde. Parece conspiração (não tô afirmando, só suspeitando) coisa pra deixar a bolsa de valores cair no prejuízo só pra justificar essas medidas e deixar parecer que o que o PT deixou um rombo irreparável por 2 décadas.

Curioso como mesmo nessa crise que muita gente gosta de propagar, coisas como essa acontecem (parece que essa crise não crise assim):

http://veja.abril.com.br/economia/crise-milionarios-brasil

Em meio à crise, número de milionários cresce no Brasil
País possui 172.000 pessoas com mais de 1 milhão de dólares na conta, segundo relatório do banco Credit Suisse

Mesmo em meio à crise econômica, o número de milionários brasileiros continua a crescer. Neste ano, o país ganhou mais 10.000 novos milionários, de acordo com o Global Wealth Report 2016, relatório anual sobre fortunas elaborado pelo banco Credit Suisse. No total, o país possui 172.000 pessoas com mais de 1 milhão de dólares (3,35 milhões de reais) na conta.

Segundo o banco suíço, o país vive uma desigualdade relativamente elevada. Ao mesmo tempo em que possui 172.000 milionários e 245.000 adultos entre a camada que representa 1% da riqueza mundial, o país tem 24 milhões de pessoas com uma renda inferior a 249 dólares por ano (ou 834,15 reais).

Entre as grandes economias, a brasileira viu a renda média de seu trabalhador cair a um terço do que era em 2011. “Ainda que o patrimônio tenha continuado a aumentar na moeda local, esses ganhos são em grande parte inflacionários”, diz o relatório. “Dados anteriores mostraram que a média da renda de uma família triplicou entre 2000 e 2011, saindo de 8.000 dólares por adulto para 27.100 dólares.”

O relatório mostra ainda que 36% do patrimônio de famílias brasileiras são ativos financeiros. “Muitos brasileiros mantêm uma relação especial com ativos imobiliários, especialmente em forma de terra, como uma proteção contra futura inflação”, diz o estudo.

A dívida de famílias se manteve estável, passando de 19% de seu patrimônio em 2015 para 18% este ano. Na avaliação do banco, isso pode “refletir uma maior cautela diante do aumento de incertezas que o país atravessa”.

Atualmente, o mundo possui 32,9 milhões de milionários, um incremento de 596.000 em relação a 2015. O país que registrou o maior aumento no número de milionários neste ano foi o Japão, que ganhou 738.000 milionários, atingindo 2,8 milhões de cidadãos. Nos Estados Unidos, país que tem mais milionários ( o total é de 13,5 milhões), o número aumentou em 283.000.





Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #140 Online: 28 de Novembro de 2016, 12:41:47 »
Temos que analisar quantos milionários o país ganhou antes da recessão e quantos foram agora, para comparar os números.

Podemos tranquilamente dizer também que o índice de alfabetização e expectativa de vida também aumentaram nesses anos. Então poderíamos concluir que não é necessário aumentar o orçamento para educação e saúde.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline MarceliNNNN

  • Nível 16
  • *
  • Mensagens: 436
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #141 Online: 28 de Novembro de 2016, 12:46:36 »

Fico na desconfiança que essa PEC com essa historia de cortar gasto por 20 anos é alarmismo pra não se in vestir em educação e saúde. Parece conspiração (não tô afirmando, só suspeitando) coisa pra deixar a bolsa de valores cair no prejuízo só pra justificar essas medidas e deixar parecer que o que o PT deixou um rombo irreparável por 2 décadas.

Curioso como mesmo nessa crise que muita gente gosta de propagar, coisas como essa acontecem (parece que essa crise não crise assim):

http://veja.abril.com.br/economia/crise-milionarios-brasil

Em meio à crise, número de milionários cresce no Brasil
País possui 172.000 pessoas com mais de 1 milhão de dólares na conta, segundo relatório do banco Credit Suisse

Mesmo em meio à crise econômica, o número de milionários brasileiros continua a crescer. Neste ano, o país ganhou mais 10.000 novos milionários, de acordo com o Global Wealth Report 2016, relatório anual sobre fortunas elaborado pelo banco Credit Suisse. No total, o país possui 172.000 pessoas com mais de 1 milhão de dólares (3,35 milhões de reais) na conta.

Segundo o banco suíço, o país vive uma desigualdade relativamente elevada. Ao mesmo tempo em que possui 172.000 milionários e 245.000 adultos entre a camada que representa 1% da riqueza mundial, o país tem 24 milhões de pessoas com uma renda inferior a 249 dólares por ano (ou 834,15 reais).

Entre as grandes economias, a brasileira viu a renda média de seu trabalhador cair a um terço do que era em 2011. “Ainda que o patrimônio tenha continuado a aumentar na moeda local, esses ganhos são em grande parte inflacionários”, diz o relatório. “Dados anteriores mostraram que a média da renda de uma família triplicou entre 2000 e 2011, saindo de 8.000 dólares por adulto para 27.100 dólares.”

O relatório mostra ainda que 36% do patrimônio de famílias brasileiras são ativos financeiros. “Muitos brasileiros mantêm uma relação especial com ativos imobiliários, especialmente em forma de terra, como uma proteção contra futura inflação”, diz o estudo.

A dívida de famílias se manteve estável, passando de 19% de seu patrimônio em 2015 para 18% este ano. Na avaliação do banco, isso pode “refletir uma maior cautela diante do aumento de incertezas que o país atravessa”.

Atualmente, o mundo possui 32,9 milhões de milionários, um incremento de 596.000 em relação a 2015. O país que registrou o maior aumento no número de milionários neste ano foi o Japão, que ganhou 738.000 milionários, atingindo 2,8 milhões de cidadãos. Nos Estados Unidos, país que tem mais milionários ( o total é de 13,5 milhões), o número aumentou em 283.000.
Normal isso. Quem tem uma boa educação financeira, lucra em época de vacas gordas e magras. O problema é que os pobres ficam cada vez mais pobres em épocas de vacas magras e isso não é culpa dos ricos, e sim de políticos que ajudam a deteriorar a economia do país.

E quem te disse que não poderá ter investimentos em educação e saúde?

Offline Agnoscetico

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.417
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #142 Online: 28 de Novembro de 2016, 13:19:17 »
E quem te disse que não poderá ter investimentos em educação e saúde?

Não eu que afirmo, mas afirmam que com PEC vai haver cortes em investimentos do governo em saúde e educação. Se isso é notícia falsa ou inexata, alguém poderia explicar isso melhor.

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #143 Online: 28 de Novembro de 2016, 14:14:21 »
Vai haver um aumento inicial no orçamento para saúde e educação. Após isso, só haverá mais aumentos conforme a inflação ou se o governo cortar de outras áreas.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline AlienígenA

  • Nível 34
  • *
  • Mensagens: 2.800
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #144 Online: 28 de Novembro de 2016, 19:10:59 »
E quem te disse que não poderá ter investimentos em educação e saúde?

Não eu que afirmo, mas afirmam que com PEC vai haver cortes em investimentos do governo em saúde e educação. Se isso é notícia falsa ou inexata, alguém poderia explicar isso melhor.

É possível que haja cortes, sim. Na educação e saúde, inclusive, no médio prazo. Para o país funcionar minimamente terá, necessariamente, que haver melhor gestão dos gastos e talvez não baste. Outras soluções podem ter que ser pensadas nos próximos anos. O objetivo da PEC, junto com outras reformas, porque sozinha também não resolve o problema, é frear o crescimento da dívida pública sem promover o aumento de impostos nesse período de recessão, agravando o problema e, consequentemente, aumentar a credibilidade interna e externamente, para a retomada do crescimento. A situação do país se deteriorou, muito em razão da irresponsabilidade dos governos anteriores, principalmente, o último. Não existem soluções fáceis. A escolha no momento é entre o ruim e o muito pior, sendo o muito pior algo semelhante ao que ocorre na Venezuela ou no Rio de Janeiro, por exemplo, em escala nacional. A casa está caindo. O atual governo propõe que você peque um empréstimo a longo prazo, corte gastos e trabalhe mais para consertar, enquanto a oposição (que contribuiu para o atual estado das coisas) propõe que você deixe a casa cair. É mais ou menos isso. :/


Rhyan

  • Visitante
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #146 Online: 28 de Novembro de 2016, 21:18:30 »
Li a pec e achei extremamente confusa, é uma emenda nos atos das disposições transitórias da CF88. Remete a outros artigos da própria constituição e de emendas que mudam a cada ano (como o investimento mínimo para saúde).

Acabei entendendo melhor lendo esse artigo:
A PEC do teto dos gastos públicos: mitos e verdades
http://mercadopopular.org/2016/10/a-pec-do-teto-dos-gastos-publicos-mitos-e-verdades/

Ou seja, o investimento em educação e saúde não têm corte, pelo contrário, acabam tendo um ganho no curto prazo e um aumento do piso desse gasto*, não haverá teto. É isso mesmo?

Continuarão jogando dinheiro no ralo do sus e das igrejas do Mec.

*Colocando de forma mais clara, um congelamento do piso nos gastos nominais da saúde e educação.

Offline MarceliNNNN

  • Nível 16
  • *
  • Mensagens: 436
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #147 Online: 28 de Novembro de 2016, 22:55:40 »
E quem te disse que não poderá ter investimentos em educação e saúde?

Não eu que afirmo, mas afirmam que com PEC vai haver cortes em investimentos do governo em saúde e educação. Se isso é notícia falsa ou inexata, alguém poderia explicar isso melhor.

É possível que haja cortes, sim. Na educação e saúde, inclusive, no médio prazo. Para o país funcionar minimamente terá, necessariamente, que haver melhor gestão dos gastos e talvez não baste. Outras soluções podem ter que ser pensadas nos próximos anos. O objetivo da PEC, junto com outras reformas, porque sozinha também não resolve o problema, é frear o crescimento da dívida pública sem promover o aumento de impostos nesse período de recessão, agravando o problema e, consequentemente, aumentar a credibilidade interna e externamente, para a retomada do crescimento. A situação do país se deteriorou, muito em razão da irresponsabilidade dos governos anteriores, principalmente, o último. Não existem soluções fáceis. A escolha no momento é entre o ruim e o muito pior, sendo o muito pior algo semelhante ao que ocorre na Venezuela ou no Rio de Janeiro, por exemplo, em escala nacional. A casa está caindo. O atual governo propõe que você peque um empréstimo a longo prazo, corte gastos e trabalhe mais para consertar, enquanto a oposição (que contribuiu para o atual estado das coisas) propõe que você deixe a casa cair. É mais ou menos isso. :/
Onde você viu que poderá ter cortes na saúde e educação?

Offline Agnoscetico

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.417
  • Sexo: Masculino
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #148 Online: 29 de Novembro de 2016, 00:32:00 »
Normal isso. Quem tem uma boa educação financeira, lucra em época de vacas gordas e magras. O problema é que os pobres ficam cada vez mais pobres em épocas de vacas magras e isso não é culpa dos ricos, e sim de políticos que ajudam a deteriorar a economia do país.

Mas se pessoas ficam mais pobres, pode significar clientes com menos pra gastar, então poderia dar mais prejuízo. Talvez o exagero com essa notícia da crise ser muito grande, crie essa idéia de que o mercado tá ruim pra se crescer e ficar milionário.

Offline AlienígenA

  • Nível 34
  • *
  • Mensagens: 2.800
Re:Discussão sobre PEC 241
« Resposta #149 Online: 29 de Novembro de 2016, 00:44:57 »
E quem te disse que não poderá ter investimentos em educação e saúde?

Não eu que afirmo, mas afirmam que com PEC vai haver cortes em investimentos do governo em saúde e educação. Se isso é notícia falsa ou inexata, alguém poderia explicar isso melhor.

É possível que haja cortes, sim. Na educação e saúde, inclusive, no médio prazo. Para o país funcionar minimamente terá, necessariamente, que haver melhor gestão dos gastos e talvez não baste. Outras soluções podem ter que ser pensadas nos próximos anos. O objetivo da PEC, junto com outras reformas, porque sozinha também não resolve o problema, é frear o crescimento da dívida pública sem promover o aumento de impostos nesse período de recessão, agravando o problema e, consequentemente, aumentar a credibilidade interna e externamente, para a retomada do crescimento. A situação do país se deteriorou, muito em razão da irresponsabilidade dos governos anteriores, principalmente, o último. Não existem soluções fáceis. A escolha no momento é entre o ruim e o muito pior, sendo o muito pior algo semelhante ao que ocorre na Venezuela ou no Rio de Janeiro, por exemplo, em escala nacional. A casa está caindo. O atual governo propõe que você peque um empréstimo a longo prazo, corte gastos e trabalhe mais para consertar, enquanto a oposição (que contribuiu para o atual estado das coisas) propõe que você deixe a casa cair. É mais ou menos isso. :/
Onde você viu que poderá ter cortes na saúde e educação?
No histórico do país. É só uma aposta pessimista. Torço pelo oposto, mas duvido muito que vá haver uma melhora na gestão dos gastos, ou sendo otimista, uma melhora significativa. E sem isso, que é a base para o bom funcionamento de tudo, mesmo com o aumento inicial do piso, com o passar do tempo, vai inevitavelmente haver defasagem, principalmente na saúde. Duvido mais ainda que se conseguirá, mesmo querendo, desviar recursos de outras áreas para suprir essa ineficiência, até porque, se for o caso, elas também padecerão do mesmo mal. Como, se ocorrer, será gradual, ao mesmo tempo em que, se tudo der certo, a economia se recupera, só será percebido a longo prazo. No pior cenário, caso seja evidente, gerando pressão, alternativas terão que ser pensadas no meio do caminho, como parcerias público-privadas ou até aumento de impostos. Enfim, é só pessimismo mesmo. Estou colocando na conta o fator Brasil. Não confio em nossos políticos nem em delação premiada. Mas também não vejo alternativa no momento.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!