Somente quando uma terra tem dono é que este possui vários incentivos para cuidar muito bem dela. Sua preocupação é com a produtividade de longo prazo. Assim, caso ele decida, por exemplo, arrendá-la para uma madeireira, ele vai permitir a derrubada de um número limitado de árvores, pois não apenas terá de replantar todas as que ceifou, como também terá de deixar um número suficiente para a safra do próximo ano.
Isso é extremamente ingênuo. Sem nem falar no problema de questões ignoradas como "bizarras" como a propriedade dos mares, oceanos, e rios,
se poluir ou esgotar o ambiente for o mais lucrativo, será o que as pessoas tenderão a fazer, salvo haja impedimento legal efetivo para isso. Todo o argumento de "a economia resolve sozinha"
apenas imagina, fantasia, que não será. Contra os
fatos.
Abaixo algumas ilustrações de resultados de diferentes tipos de legislações ou ausência delas:
![](http://3.bp.blogspot.com/-jVJa7Cb8XsI/VY2P8bFxsQI/AAAAAAAADEE/blwU-goaeRY/s1600/haiti.4.jpg)
![](http://gbgroup.com/wp-content/uploads/2013/05/hati-deforestation.jpg)
![](http://img.src.ca/2013/04/19/635x357/130419_4y437_rci-deboisement_sn635.jpg)
![](http://epod.typepad.com/.a/6a0105371bb32c970b0120a53c6592970c-750wi)
The above image pair shows Cleveland's Cuyahoga River in flames (left) and a rejuvenated Cleveland and a much cleaner Cuyahoga River (right). Over the course of Cleveland Ohio's history, the Cuyahoga River, which cuts through the center of the city, has caught fire three times because it was so polluted. When the city was first settled, the flat area near the water was too marshy and caused sickness among those who tried to settle there. Later, because of the waterway, it became a logical location for industrial development. As a result, a significant amount of industrial waste was dumped in the river. It is said that the people at that time felt that a polluted river was a sign of wealth and prosperity. The last time the river caught fire was 1969. Since that time there have been gentrification efforts that have cleaned up the area, making it a hotspot for nightlife known to locals as The Flats. Many groups support the diversity that The Flats hosts, from boating to dining to industry.
http://epod.usra.edu/blog/2001/07/cuyahoga-river.html
(Com o último incêndio desse rio foi criada a Agência de Proteção Ambiental americana)
Em 2015 pegou fogo um lago na Índia, que incidentalmente é um dos países mais populosos:
Também na China, idem:
![](https://i.ytimg.com/vi/WYvWjcmSv-M/maxresdefault.jpg)
Mas a imagem mais impressionante é da Rússia:
![](http://i.dailymail.co.uk/i/pix/2015/08/13/13/2B540D8A00000578-0-image-a-27_1439468042718.jpg)
Incidentalmente, ranking onde a Rússia está em primeiro:
http://www.economist.com/news/international/21698239-across-world-politically-connected-tycoons-are-feeling-squeeze-party-windsTalvez teoricamente a legislação privada anarquista pudesse chegar a soluções próximas ou melhores, mas por enquanto me parece que isso é apenas exercício de ficção.
Curiosidade, ranking de "desempenho ambiental" dos países. Vinte primeiros:
http://epi.yale.edu/country-rankings
The 2016 Environmental Performance Index provides a global view of environmental performance and country by country metrics to inform decision-making. Launched at the World Economic Forum, the EPI is in its 15th year and more relevant than ever to achieving the United Nations’ Sustainable Development Goals and carrying out the recent international climate change agreement.
ranksort descending country score ten-year change
1 Finland 90.68 3.19%
2 Iceland 90.51 6.91%
3 Sweden 90.43 5.58%
4 Denmark 89.21 4.98%
5 Slovenia 88.98 12.15%
6 Spain 88.91 10.01%
7 Portugal 88.63 10.88%
8 Estonia 88.59 5.91%
9 Malta 88.48 11.62%
10 France 88.20 8.70%
11 New Zealand 88.00 22.07%
12 United Kingdom 87.38 7.02%
13 Australia 87.22 21.75%
14 Singapore 87.04 -0.43%
15 Croatia 86.98 22.37%
16 Switzerland 86.93 4.71%
17 Norway 86.90 5.73%
18 Austria 86.64 10.44%
19 Ireland 86.60 3.48%
20 Luxembourg 86.58 5.15%
[...]
...e o último:
180 Somalia 27.66 4.93%
O Anarquistão sempre mostrando resultados...
![Hehê! :hehe:](../forum/Smileys/default/hehe.gif)
https://en.wikipedia.org/wiki/Piracy_off_the_coast_of_Somalia#Sovereignty_and_environmental_protection
The former UN envoy for Somalia, Ahmedou Ould-Abdallah, has stated that "because there is no (effective) government, there is … much irregular fishing from European and Asian countries,"[128] and that the UN has reliable information that European and Asian companies are dumping toxic and nuclear waste off the Somali coastline.[129] However, he stresses that "no government has endorsed this act, and that private companies and individuals acting alone are responsible".[129]
...
Following the Indian Ocean tsunami of December 2004, there have emerged allegations that after the outbreak of the Somali Civil War in late 1991, Somalia's long, remote shoreline was used as a dump site for the disposal of toxic waste. The huge waves which battered northern Somalia after the tsunami are believed to have stirred up tonnes of nuclear and toxic waste that was illegally dumped in Somali waters by several European firms – front companies created by the Italian mafia.[134] The European Green Party followed up these revelations by presenting before the press and the European Parliament in Strasbourg copies of contracts signed by two European companies—the Italian Swiss firm, Achair Partners, and an Italian waste broker, Progresso—and representatives of the warlords then in power, to accept 10 million tonnes of toxic waste in exchange for $80 million (then about £60 million). According to a report by the United Nations Environment Programme (UNEP) assessment mission, there are far higher than normal cases of respiratory infections, mouth ulcers and bleeding, abdominal hemorrhages and unusual skin infections among many inhabitants of the areas around the northeastern towns of Hobbio and Benadir on the Indian Ocean coast—diseases consistent with radiation sickness. UNEP continues that the current situation along the Somali coastline poses a very serious environmental hazard not only in Somalia but also in the eastern Africa sub-region.[134][135]
- In 1992, reports ran in the European press of "unnamed European firms" contracting with local warlords to dump toxic waste both in Somalia and off Somalia's shores. The United Nations Environment Program was called in to investigate, and the Italian parliament issued a report later in the decade. Several European "firms" — really front companies created by the Italian mafia — contracted with local Somali warlords to ship hundreds of thousands of tons of toxic industrial waste from Europe to Somalia.
- — Troy S. Thomas, Warlords rising: confronting violent non-state actors[136]
[...]
Não existe problema de superpopulação, mas de má administração dos recursos terrestres. Os sistemas político e econômico adotados são ineficientes, produzindo muita redundância e desperdício.
Terrestres e oceânicos. Diga-se de passagem, "não existe problema de superpopulação" contanto que considere-se que não é problema todos não poderem comer a quantidade recomendada de peixe.
http://www.bbc.com/future/story/20120920-are-we-running-out-of-fishO "cornucopianismo" é simplesmente uma negação da física.
A estabilização populacioal é inevitável, a população simplesmente,
fisicamente, não pode crescer infinitamente. Nós vamos chegar numa estabilidade populacional em uma hora ou outra, seja voluntária ou involuntariamente. É impossível negar a lógica fundamental do problema.
O que pode haver é apenas sorte das coisas não "progredirem" no ritmo das previsões mais pessimistas, em vez disso, todas as populações atingirem níveis de declínio de fertilidade como o dos países desenvolvidos, idealmente bem antes de atingirem o mesmo nível de desenvolvimento, que talvez já seja inalcançável com populações dos tamanhos atuais.
Não sei, mas palpito que não seja essa a tendência aparente, mas sim de agravamento e maiores chances de se adentrar cada vez mais nos limites físicos ao crescimento populacional, ou, em sua faceta social, bélica. Isso, tragicamente, deve ser favorecido por um desenvolvimento "inicial", que aumenta a demanda muito antes de reduzir a natalidade. A demanda será crescente enquanto a população crescer OU enriquecer. "Ambos" então, evidentemente mais ainda. Essa parece ainda ser a tendência prevista até pelo menos 2100.
http://blogs.discovermagazine.com/d-brief/2014/09/18/world-population-wont-stabilize-this-century/Seria legal ter isso combinado a projeções de demanda por energia (e outros recursos) e do ritmo de substituição de fontes de energia e etc.
Eu acho até bom que os anarquistas/libertários não defendam austeridade nesse lado das coisas, deve fazer com que sejam maiores chances disso ser levado a sério por quem importa.
Está provado em várias situações que propriedades privadas que visam o lucro acabam por preservar a natureza muito mais que uma propriedade do Estado. Obviamente como toda regra existem exceções.
Provado? Onde estão essas provas?
E acredito que a partir do momento que os recursos naturais forem de alguma forma precificados não pela abundância, mas pela sua importância, a preservação vai aumentar.
Se "mercado" é a solução proposta, as coisas são então precificadas
pelo mercado. Que vai precisar de uma macumba da brava para deixar de funcionar como funciona, isso é, tendo o mais abundante como mais barato, e de alguma forma valorizar as coisas com algum senso "maior",
contra o lucro em curto e médio prazos.
Hoje por exemplo desperdiça-se muita água porque é vendida a um preço quase gratuito, principalmente para agricultura, Bastaria aumentar um pouquinho o preço para aumentar em muito a eficiência do uso, e usar este dinheiro para investir em pesquisa na área.
Isso provavelmente é impossível como uma solução "pura" de mercado, ainda exigiria
controle de preços estatal. ![Fantasma... :ghost:](../forum/Smileys/default/ghost.gif)
Não sei se "bastaria" ou se só se encareceria tudo para o consumidor final, com o mesmo consumo para a produção (que talvez possa ter que ser reduzida, numa espiral de encarecimento?)
Na prática, a melhor forma de reduzir o desperdício deve ser torná-lo punível por sanções legais. Isso ainda deve implicar em algum encarecimento, de qualquer forma, no mínimo no que for referente aos custos elevados de adaptação.
Os créditos de carbono também seriam interessantes para a preservação.
E essa precificação ocorrerá mais naturalmente por vias privadas do que governamental. Afinal, sob os olhos do governo e população, a água é um recurso básico e abundante, de direito de todos, que não pertence a ninguém, e que deveria ser distribuída gratuitamente. A tragédia dos comuns começa aí.
![What? :what:](../forum/Smileys/default/66.gif)
E para a iniciativa privada valerá mais a pena punir seus maiores clientes, fazer com que comprem menos? Venda por anti-atacado? Que mercado doido é esse!