Perfeito, se assim for, porquê deixa a decisão para cada um dos endividados.
Mas o que chegou até o público via propaganda, é que o candidato fará isto de maneira compulsória. Como a bravata é uma marca deste 'machão de botequim', por ora desejo que apresentem um documento oficial que detalhe como ocorrerá o processo.
Como estou sem tempo e, mesmo que tivesse, não tenho a menor vontade de buscar as informações porque este candidato não representa as minhas ideias, aguardo que um dos seus defensores mostre o detalhamento.
Não é algo absurdo, é um programa de refinanciamento. onde se usa a escala do serviço e o banco público como comprador da dívida. em caso de idadimplência há o aval social e em último caso a pessoa volta para o sistema de crédito com uma dívida menor (se pagar pelo menos ela parcialmente)
O que ele fala é "eu vou ajudar a você sair do SPC" e é lógico que é estratégia de marketing, você em um debate sempre vai simplificar os argumentos em um sentido que te favoreça.
Equívoco triplo.
Primeiro. O fato da pessoa estar endividada não a impede de continuar comprando e ou consumindo; porque ela ou comprará à vista ou pedirá para alguém adquirir para ela.
Segundo. O estado não pode permitir que pessoas atuem em seu nome por piedade, por assistencialismo ou visando um carreirismo político, porquê estes foram um dos principais motivos que levou à atual situação fiscal da União.
Terceiro. Não há nenhuma garantia que, após saneadas as suas finanças pessoais, os indivíduos não entrem em um novo ciclo de endividamento, seja por causa da situação macroeconômica, seja por opção equivocada de uso dos seus recursos.
impede ela de comprar no crédito, fazer um pequeno empréstimo etc. entenda 63 milhões de pessoas, é praticamente 1 a cada 2 brasileiros economicamente ativos. são pessoas que se precisarem de um remédio de 200 reais e só tiverem 100, vão ter que esperar um mês pra comprar outro.
A idéia não é menos usada em refis de diversos setores empresariais. então não foge do escopo atual de ações governamentais.
A questão que apresentei é que achando ela errada ou certa, não se pode dizer que é impraticável.
Pode até ser, mas não porquê sejam altruístas e sim porquê as pessoas próximas farão contatos e cobranças contínuas. Mas mesmo assim será muito difícil (veja o próximo item).
É um conjunto de fatores, a cobrança pessoal e a honra abalada sem dúvida pesam. tu não quer dever pra um irmão, ou tio. por outro lado um irmão ou tio poderia aceitar pagar parte da dívida temporariamente e definir com a pessoa livremente a posteriori.
Pelo que eu ouvi, o número de devedores é de mais de 60 milhões de pessoas. Então vamos aplicar os seus números sobre a base supra.
60% de 60 milhões de pessoas resulta em 36 milhões de pessoas. Se cada uma dever 500 reais (o menor apresentado por você), implica em disponibilizar 18 bilhões de reais. De onde virá este valor, considerando que nenhum banco estatal tem condição de fornecer este valor, sem recorrer ao BNDES?
E se este último fornecer o valor, ele virá do Tesouro Nacional. Como o déficit fiscal está hoje na faixa de 140 bilhões de reais, os 18 bilhões terão que ser cobertos ou por aumento de impostos, ou por aumento da dívida pública ou por emissão de dinheiro (inflação).
Além disto, pelo que eu sei do plano do senhor Gomes, cada devedor necessitará de 5 a 10 pessoas avalizando-o. Se os 36 milhões de pessoas aderirem ao plano, se cada um usar o menor número de avais (5) e se cada um tiver pelo menos 3 avalistas em comum, ainda assim serão necessárias mais de 70 milhões de pessoas agindo como as 'garantidoras'.
Quando você compra a dívida de um outro credor é comum que o pagamento seja parcelado e de acordo com o contratado com o devedor. provavelmente a proposta incluiria um repasse gradual com algum endividamento inciial, algo dentro do orçamento dos bancos públicos.
O BB mesmo investiu 10 bilhões para o banco postal dos correios e foi pagando a medida que recebia os lucros dos percentuais da própria parceria, basicamente pagando o serviço de graça (mas assumindo o risco de dar errado). o governo já faz refis nessa linha e não costumam ser a causa da crise do país, pelo contrário eles acabam ajudando setores específicos em crise.
quando ao aval solidário ele é interno ou seja os devedores se avalizam entre si, se tu tem um avalista externo não precisaria do aval solidário, mas poderia se beneficiar de poder quitar as dívidas em mais prestações.
Ou seja, voltar ao padrão da era FHC, que tinha um custo de financiamento muito mais barato que a atual composição, imposta pelo lulopetismo e que, desconsiderando todas as manipulações de números, levou a dívida pública para mais de 80% do PIB.
Voltando ao padrão da maioria dos países saneados do mundo. dívida de curto prazo é, basicamente, saciar o mercado financeiro com dinheiro fácil e deixar o país numa espécie de "rotativo do cartão de crédito" em níveis astronômicos.
Impraticável não é.
Mas é, certamente, uma estratégia populista e que vai gerar um ônus sobre toda a sociedade.
então como eu falei, o meu argumento é que diminuir a proposta como impraticável é simplesmente uma crítica burra.
os 380 bilhões são os refinanciamentos feitos pelo governo para empresas diversas em anos anteriores, o que não é de todo o ruim, pois elas em sua maioria estão pagando.
Mas junto com elas vieram quase 200bi de perdão de dívida, multas e juros. (estes sim irrecuperáveis).