Primeiro: Nem todo mundo vai sair do SPC, só tem sentido a pessoa entrar se ela quiser pagar mesmo a dívida em tamanho menor.
Perfeito, se assim for, porquê deixa a decisão para cada um dos endividados.
Mas o que chegou até o público via propaganda, é que o candidato fará isto de maneira compulsória. Como a bravata é uma marca deste 'machão de botequim', por ora desejo que apresentem um documento oficial que detalhe como ocorrerá o processo.
Como estou sem tempo e, mesmo que tivesse, não tenho a menor vontade de buscar as informações porque este candidato não representa as minhas ideias, aguardo que um dos seus defensores mostre o detalhamento.
Segundo: A volta ao consumo é importante ,não estamos falando de gente se endividando de novo. é gente podendo pagar remédio essencial em 2x no cartão, ou passar uma despesa inesperada no cartão de crédito, fazem um empréstimo para somar a venda de um carro e pegar um elegível para rodar por aplicativo, comrpar uma barraca de cachorro-quente etc etc.
Equívoco triplo.
Primeiro. O fato da pessoa estar endividada não a impede de continuar comprando e ou consumindo; porque ela ou comprará à vista ou pedirá para alguém adquirir para ela.
Segundo. O estado não pode permitir que pessoas atuem em seu nome por piedade, por assistencialismo ou visando um carreirismo político, porquê estes foram um dos principais motivos que levou à atual situação fiscal da União.
Terceiro. Não há nenhuma garantia que, após saneadas as suas finanças pessoais, os indivíduos não entrem em um novo ciclo de endividamento, seja por causa da situação macroeconômica, seja por opção equivocada de uso dos seus recursos.
Terceiro: O Aval solidário funciona, pois normalmente as pessoas não ligam pra dever para instituições, mas ligam para dever para pessoas próximas.
Pode até ser, mas não porquê sejam altruístas e sim porquê as pessoas próximas farão contatos e cobranças contínuas. Mas mesmo assim será muito difícil (veja o próximo item).
Segundo estimativas mais ou menos 60% das pessoas apenas vão aderir ao refinanciamento, e lembre-se apesar da dívida média ser 1400 , a maior parte das pessoas está no spc por causa de uma ou duas contas de consumo (agua, telefone, luz etc) que não ultrapassa 600 reais ou por dividas no cartão que não passam de 500 reais na base (mas com juros passam de 2-3 mil) para muita gente esse refinanciamento vai ser coisa de prestação de 20-25 reais por mês.
Pelo que eu ouvi, o número de devedores é de mais de 60 milhões de pessoas. Então vamos aplicar os seus números sobre a base supra.
60% de 60 milhões de pessoas resulta em 36 milhões de pessoas. Se cada uma dever 500 reais (o menor apresentado por você), implica em disponibilizar 18 bilhões de reais. De onde virá este valor, considerando que nenhum banco estatal tem condição de fornecer este valor, sem recorrer ao BNDES?
E se este último fornecer o valor, ele virá do Tesouro Nacional. Como o déficit fiscal está hoje na faixa de 140 bilhões de reais, os 18 bilhões terão que ser cobertos ou por aumento de impostos, ou por aumento da dívida pública ou por emissão de dinheiro (inflação).
Além disto, pelo que eu sei do plano do senhor Gomes, cada devedor necessitará de 5 a 10 pessoas avalizando-o. Se os 36 milhões de pessoas aderirem ao plano, se cada um usar o menor número de avais (5) e se cada um tiver pelo menos 3 avalistas em comum, ainda assim serão necessárias mais de 70 milhões de pessoas agindo como as 'garantidoras'.
Não to falando que é uma boa medida,
Na realidade é péssima.
essa nem é a medida pricnipal do Ciro, que tem como visão maior mudar o perfil da dívida pública (curto prazo e nacional para de longo prazo e internacional).
Ou seja, voltar ao padrão da era FHC, que tinha um custo de financiamento muito mais barato que a atual composição, imposta pelo lulopetismo e que, desconsiderando todas as manipulações de números, levou a dívida pública para mais de 80% do PIB.
Mas tá longe de ser essa medida alucinada ou impraticável que o povo anda falando.
Impraticável não é.
Mas é, certamente, uma estratégia populista e que vai gerar um ônus sobre toda a sociedade.
O bolsonaro chegou a falar que dava um PIB do Brasil, e não dá nem 25% dos 380 bilhões que nos últimos anos ele ajudou a refinanciar de grandes empresas.
Sobre o Bolsonaro, nada vi então não vou comentar.
O que são estes 380 bilhões de reais?