Autor Tópico: Governo Bolsonaro  (Lida 112619 vezes)

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Offline Fernando Silva

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5525 Online: 08 de Agosto de 2019, 07:17:17 »
O Condenado e o Poste também tiveram conflitos com o INPE, também protegeram os desmatadores, o Poste teve uma ministra que defendia os ruralistas e perdoou as dívidas do desmatadores, insistiram no desastre ecológico que foi a construção da usina de Belo Monte, provocou a demissão da ministra Marina Silva e assim por diante.

A diferença é que o Condenado tinha mais habilidade verbal e tudo lhe era perdoado por ser do PT. Já o atual sai atropelando e falando tudo o que besteira sem filtro e sem controle.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5526 Online: 08 de Agosto de 2019, 09:07:21 »
Sim, não é de maneira alguma que antes se tivesse uma situação ideal, embora em algum momento tenha havido redução do ritmo de desmatamento.

Mas não era uma guerra declarada contra o meio ambiente, "coisa de vegano."

Havia no mínimo um bom-senso (ainda que talvez "mais desonesto") em termos de imagem e no mínimo a tentativa de manter as aparências. Então parte do "perdão" no mínimo pode ser atribuído a "dar o benefício da dúvida," assumir essas boas intenções (tal como declaradas, diferentemente do que agora ocorre).

Eu não votei nessa joça, mas imaginava que fosse igualmente ser mais análogo a um "Lula light" nesses aspectos, para frustração dos petistas/vermelhinhos em geral, que seriam vistos como histéricos. Mas eles devem estar adorando isso, é bem o que eles queriam para poder se contrastar como melhores, como o lado com algum bom-senso.

O análogo petistóide seria um misto dessas falas de Bolsonaro com aquelas de líderes do MST, "o povo não come celulose," "o povo não come mata atlântica," dizendo que tem que levar o desenvolvimento para o trabalhador dessas regiões, e para os índios todos (que "não são animal de zoológico da burguesia para serem privados da modernidade"), por mais que esperneiem os burgueses de olhos azuis do primeiro mundo que querem com o imperialismo ambiental nos manter subdesenvolvidos até que possam dar um jeito de roubar a Amazônia.

Diga-se de passagem, Aldo Rebelo, comunista camarada de Bolsonaro, é também negacionista do aquecimento global.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5527 Online: 08 de Agosto de 2019, 09:56:06 »
Ustra foi “herói nacional”, diz Bolsonaro


Brasil  08.08.19 09:27


No dia em que receberá Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra, viúva de Carlos Alberto Brilhante Ustra, Jair Bolsonaro voltou a afirmar que o chefe do DOI-Codi durante a ditadura militar é um “herói nacional”.

“Tem um coração enorme. Eu sou apaixonado por ela [Maria Joseíta]. Não tive muito contato, mas tive alguns contatos com o marido dela enquanto estava vivo. Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer”, disse o presidente.



Ustra morreu em 2015, aos 83 anos.

Como informamos mais cedo, Bolsonaro receberá a viúva de Ustra ao meio-dia, no Palácio do Planalto.



https://www.oantagonista.com/brasil/ustra-foi-heroi-nacional-diz-bolsonaro/



 :brasil:


Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5528 Online: 08 de Agosto de 2019, 10:05:03 »
'Enquanto me dava choques, Ustra me batia com cipó e gritava', diz torturado aos 19 anos



Luís Barrucho - @luisbarrucho

Da BBC Brasil em Londres
21 abril 2016



Vereador em São Paulo, Gilberto Natalini diz ter sido torturado por coronel Brilhante Ustra durante ditadura militar


"Nesse dia de glória para o povo brasileiro tem um nome que entrará para a história nessa data, pela forma como conduziu os trabalhos nessa casa. Parabéns, presidente Eduardo Cunha. Perderam em 1964. Perderam agora em 2016. Pela família e pela inocência das crianças em sala de aula que o PT nunca teve, contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas, por um Brasil acima de tudo e por Deus acima de todos, o meu voto é sim."

Foi assim que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) justificou o voto a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados no último domingo. As declarações geraram polêmica, especialmente pela referência ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna), órgão de repressão da ditadura. Ustra morreu aos 83 anos em setembro do ano passado.

A homenagem a um dos personagens mais controversos do regime militar foi alvo de críticas de milhares de brasileiros, que foram às redes sociais expressar choque e reprovação. Para um deles, no entanto, o elogio de Bolsonaro evocou memórias ruins.

Em 1972, Gilberto Natalini, hoje médico e vereador pelo PV-SP, tinha então 19 anos e foi torturado por Ustra. À época estudante de medicina, ele havia sido preso por agentes da ditadura que queriam informações sobre o paradeiro de uma amiga dele, envolvida na luta armada. Natalini negou-se a colaborar. A tortura consistia em choques elétricos diários, que, segundo ele, lhe causaram problemas auditivos irreversíveis.

"Bolsonaro não tem o direito de reverenciar a memória de Ustra. Ustra era um assassino, um monstro, que torturou a mim e a muitos outros", afirmou Natalini à BBC Brasil.


Natalini conta ter sido vítima de tortura por cerca de dois meses na sede do DOI-Codi em São Paulo.

"Tiraram a minha roupa e me obrigaram a subir em duas latas. Conectaram fios ao meu corpo e me jogaram água com sal. Enquanto me dava choques, Ustra me batia com um cipó e gritava me pedindo informações", relembra.

"A tortura comprometeu minha audição. Mas as marcas que ela deixou não são só físicas, mas também psicológicas."

Natalini nega ter participado da luta armada contra a ditadura militar. Ele confirma ter feito oposição ao regime, mas diz que "sem violência".

"Sempre fui a favor da mobilização das consciências contra qualquer tirania. Nunca fui a favor de ações violentas. Acolhíamos perseguidos políticos, prestando atendimento médico quando necessário", diz ele, em alusão à Escola Paulista de Medicina (EPM), onde estudava.

"Mas todo mundo que se opunha ao governo militar era visto como terrorista", ressalva.



"E se ele o fizer, temos todo o direito de contestá-lo e colocá-lo em seu devido lugar. Bolsonaro não vai conseguir impingir ao Brasil sua ideologia doente, ultrapassada e fascista. O caso dele é com a Justiça", afirma ele.

Na visão de Natalini, a projeção nacional do deputado está ligada à desmoralização das esquerdas, devido "aos escândalos de corrupção protagonizados pelo PT".

"Os erros do PT permitiram que se criasse uma corrente de opinião contra à verdadeira esquerda, que nunca existiu no Brasil. A extrema direita, que estava adormecida, aproveitou-se desse vácuo. Bolsonaro é fruto dessa roubalheira", opina.

"Se nossa democracia tem defeitos, precisamos corrigi-la. Muito piores são os regimes militares, de esquerda ou de direita", acrescenta.

Apesar de criticar Bolsonaro, Natalini defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, não há "golpe".

"A Constituição brasileira prevê que o presidente pode sofrer impeachment se tiver cometido crimes de responsabilidade. Foi o que aconteceu com as chamadas pedaladas fiscais", diz.


Ustra era um dos mais temidos militares nos anos de chumbo

Um dos mais temidos militares nos anos de chumbo, Ustra chefiou o DOI-Codi, órgão de repressão do 2º Exército em São Paulo. Ele foi apontado por dezenas de perseguidos políticos e familiares das vítimas como responsável por perseguição, tortura e morte de opositores.

Conhecido pelo apelido de "Doutor Tibiriçá", ele foi acusado pelo desaparecimento e morte de pelo menos 60 pessoas. Durante sua gestão, pelo menos 500 casos de tortura teriam sido cometidos nas dependências do DOI-Codi.


https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/04/160419_torturado_ustra_bolsonaro_lgb

« Última modificação: 08 de Agosto de 2019, 10:09:09 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5529 Online: 08 de Agosto de 2019, 22:07:46 »


Como é que alguém em sã consciência pode chamar um canalha monstruoso psicopata como esse Us tra  de herói ?  Ao meu ver faz tanto sentido como chamar Josef Mengele de herói.



 :!:

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5530 Online: 08 de Agosto de 2019, 22:50:13 »
Chamam  Churchil, Guevara e o Mao também e ninguem chia...
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5531 Online: 08 de Agosto de 2019, 23:29:59 »
E o Zé Desceu, o guerreiro os povo brasileiro? No país que deu abrigo ao Batistti por mais de dez anos.

Offline _Juca_

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5532 Online: 09 de Agosto de 2019, 07:36:24 »
300 anos num clube cético e a pessoa não aprende minimamente o que são falhas lógicas de argumentação e o porque que são inválidas.

Offline Geotecton

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5533 Online: 09 de Agosto de 2019, 08:33:36 »
Como é que alguém em sã consciência pode chamar um canalha monstruoso psicopata como esse Us tra  de herói ?  Ao meu ver faz tanto sentido como chamar Josef Mengele de herói.

 :!:

Concordo plenamente.

Os motivos são os mesmos que a esquerda usa para chamar, por exemplo (dentre milhares), um assassino como Che Guevara (que executou muitos e ordenou a execução de centenas) de "herói": duplipensar e mau-caratismo.
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Offline Gigaview

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5534 Online: 09 de Agosto de 2019, 10:14:23 »
300 anos num clube cético e a pessoa não aprende minimamente o que são falhas lógicas de argumentação e o porque que são inválidas.


Olha quem diz... ::)

 :histeria:
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline _Juca_

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5535 Online: 09 de Agosto de 2019, 10:41:03 »
300 anos num clube cético e a pessoa não aprende minimamente o que são falhas lógicas de argumentação e o porque que são inválidas.


Olha quem diz... ::)

 :histeria:

300 anos num clube cético e a pessoa não aprende minimamente o que são falhas lógicas de argumentação e o porque que são inválidas.


Offline Gigaview

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5536 Online: 09 de Agosto de 2019, 12:53:30 »
300 anos num clube cético e a pessoa não aprende minimamente o que são falhas lógicas de argumentação e o porque que são inválidas.


Olha quem diz... ::)

 :histeria:

300 anos num clube cético e a pessoa não aprende minimamente o que são falhas lógicas de argumentação e o porque que são inválidas.



Olha quem diz... ::)

 :histeria:
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Geotecton

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5537 Online: 09 de Agosto de 2019, 15:41:47 »
Déja vu.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5538 Online: 09 de Agosto de 2019, 16:17:00 »
Chamam  Churchil, Guevara e o Mao também e ninguem chia...

"Se eles podem declarar admiração a esses, logo não tem nada demais declarar admiração a Mussolini e Hitler."

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5539 Online: 09 de Agosto de 2019, 16:47:28 »
Chamam  Churchil, Guevara e o Mao também e ninguem chia...

"Se eles podem declarar admiração a esses, logo não tem nada demais declarar admiração a Mussolini e Hitler."
É isso. Proibir as pessoas de admirarem o que quer que seja é intrusão do Estado. Autoritarismo.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5540 Online: 09 de Agosto de 2019, 21:13:25 »
Resposta para pergunta de esquerdalóide

« Última modificação: 09 de Agosto de 2019, 21:17:32 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5541 Online: 10 de Agosto de 2019, 13:01:22 »

“A Bahia é um lixo”, diz líder do PSL na Câmara

 
Publicado em 23/05/2019

 


O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), durante bate-boca ontem (22) afirmou que a Bahia é um lixo.
“A Bahia é um lixo. A Bahia é um lixo governado pelo PT”, ao se referir ao fato de o estado ser administrado pelo governador Rui Costa (PT).

A declaração do líder governista é nitroglicerina pura na véspera da primeira viagem do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao Nordeste após a posse.



“Eles odeiam o Nordeste”, repetiam os oposicionistas nordestino de todas as siglas.

Nas redes sociais a hashtag #cancelanordeste pode voltar com força total nas próximas horas.


Assista ao vídeo:


https://www.esmaelmorais.com.br/2019/05/a-bahia-e-um-lixo-diz-lider-do-psl-na-camara/

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5542 Online: 10 de Agosto de 2019, 13:10:15 »
Bolsonaro é o maestro da guerra de ódio no Brasil, diz ex-ministro de FHC



José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça do governo FHC, diz temer que o Brasil acabe implantando "ditadura pelo voto". "É contra isso que nós estamos acordando e é por esse motivo que, aos 80 anos, eu – que estava querendo descansar, tirando o pé do acelerador da advocacia – voltei e estou aqui lutando para defender esse país que está infelicitado por esse capitão", afirmou em referência a Jair Bolsonaro





Anelize Moreira, Brasil de Fato - Jair Bolsonaro (PSL) é o primeiro presidente da República, desde a redemocratização do Brasil, que exalta a ditadura militar e tem como herói nacional o coronel Brilhante Ustra, chefe do DOI-Codi, militar condenado por tortura. A admiração foi ressaltada durante um almoço com a viúva do torturador, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra, na última quinta-feira (8), dias depois de ter atacado a memória da família do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, que teve o pai morto nos anos de chumbo.


Aos 80 anos, o advogado criminalista José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso (1999-2000), disse à reportagem do Brasil de Fato que gostaria de "tirar o pé do acelerador" e descansar, mas a conjuntura não permite.

O clima de violência – incitado pelo próprio chefe de Estado – fez com que Dias retomasse sua luta em defesa dos direitos humanos, iniciada há mais 50 anos. O ex-ministro foi eleito no último dia 7 como novo presidente da Comissão Dom Paulo Evaristo Arns, lançada em março com objetivo de monitorar as violações de direitos humanos no país. A entidade reúne organizações como OAB, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Conectas, Instituto Sou da Paz, entre outras.

A Comissão pretende lançar uma mesa nacional de diálogo sobre violência no próximo dia 15, na sede da OAB, em Brasília (DF). O objetivo é somar forças e buscar ações urgentes para enfrentar e superar o ambiente de intolerância e agressividade que se agravou com a chegada de Bolsonaro à Presidência.

Às vésperas do aniversário de 40 anos da Lei da Anistia, José Carlos Dias, que atuou na defesa de mais de 500 perseguidos políticos na ditadura, vê com preocupação a ofensiva autoritária no país e teme a instauração de uma "ditadura pelo voto".

Confira os melhores momentos da entrevista do ex-ministro:


Brasil de Fato: O que motivou o lançamento da Comissão Arns, em março?

José Carlos Dias: A Comissão Arns nasceu porque várias pessoas começaram a ver que se iniciava um período difícil no Brasil, em que o ódio e a violência vêm sendo pregados de uma forma absolutamente descabida. Dentro da Comissão, há pessoas de diferentes tendências, todas identificadas pela postura de respeito absoluto aos direitos humanos. Então, resolvemos montar um grupo com organizações comprometidas com esse tema, seja de direita ou esquerda.

Quais são as principais dificuldades para garantia dos direitos humanos no governo Bolsonaro, em relação aos governos anteriores?


Estamos muito mal. Nós vemos que os direitos humanos, individuais e sociais estão sendo vilipendiados, seja no campo da educação, no campo ambiental ou no respeito às pessoas. O presidente da República receber a viúva do Ustra, torturador da ditadura, para um almoço é um acinte. E isso se dá dias depois de ter feito aquela declaração sobre o pai do presidente da Ordem [OAB].

Lembro de quando fui presidente da Comissão de Justiça e Paz e fui junto com Dom Paulo Evaristo Arns e familiares de desaparecidos a uma reunião na CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil] com o general Golbery do Couto e Silva, que era o homem mais forte do governo Geisel, ideólogo da segurança nacional. Entre os presentes, estava a avó do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, e eu era advogado da família, sendo que o Fernando Santa Cruz já estava desaparecido. Aí, as pessoas foram falando os dados que se tinha sobre os familiares desaparecidos. Ao final, aquele homem duro, que era general, começou a chorar. Veja, ele era o ministro da ditadura!

Hoje, o presidente eleito se dirigiu ao presidente da OAB de forma completamente diferente. Então, sob esse aspecto, estamos em pior situação do que quando estávamos com Golbery.

Esse clima de violência parte do presidente da República?

Sim, ele é o maestro dessa guerra de ódio. É ele que está alimentando a intolerância e o ódio. Ele desmontou a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos e nomeou pessoas que defendem a ditadura.

A ditadura é uma coisa absurda, e hoje temos pelo menos essa liberdade de estar aqui conversando e dando essa entrevista. O que eu quero dizer é que não está havendo respeito às pessoas: há uma violência nas coisas que estão sendo ditas, na maneira como está sendo tocado o Brasil.

O Brasil não tem nenhum torturador da época da ditadura na cadeia. A Lei da Anistia está prestes a completar 40 anos. Ela precisa ser revista?

Fui advogado de mais de 500 pessoas vítimas da ditadura. A Comissão Nacional da Verdade colocou, entre suas recomendações, a revisão da Lei da Anistia. Há ainda no Supremo Tribunal Federal a possibilidade que isso ocorra. Eu não acredito, mas há a possibilidade, porque existe um pedido de que seja revista a posição do STF sobre o assunto.

Mudei a minha posição e estou convencido de que realmente os crimes contra humanidade são imprescritíveis e não são sujeitos a anistia. Portanto, penso que deveriam ser punidos os agentes públicos que cometeram os crimes contra as pessoas submetidas a eles. Isso é o que deveria ser feito, mas não acho que seja possível neste momento.

Vocês vão promover uma mesa para discutir a violência em Brasília. Estará na pauta o debate sobre o crescimento do discurso de extrema direita?

É uma das preocupações, sim, e por isso vamos nos reunir dia 15 de agosto na sede da OAB. Eu tenho a impressão de que a sociedade civil está acordando para isso. Muitos dos que votaram no Bolsonaro estão chocados em ver as atitudes dele.

O Brasil tem pela primeira vez, desde a redemocratização, um presidente que exalta a ditadura. Qual o peso histórico dessa constatação?

Todos os presidentes anteriores [após a redemocratização] foram atingidos pela ditadura. Isso é terrível de se ver. Não podemos permitir que isso prospere.

É possível analisar como chegamos a esse ponto?

A campanha eleitoral se deu pelas redes sociais. Ele [Bolsonaro] fugiu de debates sob pretexto de não ter condições de saúde, porque foi esfaqueado. Isso ajudou que ele fosse eleito. Agora, estamos pagando o preço.

Eu disse que depois do primeiro turno eu iria votar no Haddad, e que só Bolsonaro me faria votar no PT. Eu não tenho nenhuma sintonia com o PT, mas votei no Haddad e fiz uma proclamação pública junto com um número grande de pessoas. Entregamos um manifesto para o Haddad. Eu disse ao Haddad que ele tinha que ter ido procurar o Fernando Henrique, o Ciro [Gomes]… enfim, para tentar uma união de todas essas forças contra o Bolsonaro, mas eles quiseram ficar isolados e com isso acabamos perdendo no segundo turno.

Como o seu senhor avalia a presença dos militares no atual governo?

Minha esperança é que eles acordem e puxem a orelha do Bolsonaro para ele se concentrar em governar. Há muitos generais que estão com a cabeça no lugar.

Aumento do desemprego, cortes na educação, reforma da Previdência… Para onde o Brasil caminha?

Estamos caminhando para o brejo, mas nós temos que acordar para isso. O acúmulo de lutas históricas é que vai ajudar.

A democracia está em risco no país?

Eu acho que sim. Nós estamos sofrendo muito, mas vamos resistir. E acho que cabe à sociedade civil se organizar. Por esse motivo, foi criada a Comissão: para tentar unir entidades e instituições. Nós temos é que pressionar.

Eu me recordo do movimento pelas "Diretas Já". Estavam no mesmo palanque Franco Montoro, Mario Covas, Lula, Ulisses Guimarães, enfim, pessoas de várias tendências lutando pelas [eleições] diretas. Eu acho que precisamos voltar para o mesmo palanque, todas essas lideranças, e nos unirmos para que a democracia seja mantida a qualquer custo.

A finalidade da Comissão Nacional da Verdade foi acordar o Brasil para que o que aconteceu não se repita. A ideia era dar o recado à geração, principalmente, que não conheceu e não conviveu com a ditadura, mostrando o que de fato aconteceu e que não pode acontecer de novo. Então, me assusta muito nessa situação que vivemos hoje o risco de termos uma "ditadura pelo voto". É contra isso que nós estamos acordando e é por esse motivo que, aos 80 anos, eu – que estava querendo descansar, tirando o pé do acelerador da advocacia – voltei e estou aqui lutando junto com outros companheiros para defender esse país que está infelicitado por esse capitão [Bolsonaro].


https://www.brasil247.com/brasil/bolsonaro-e-o-maestro-da-guerra-de-odio-no-brasil-diz-ex-ministro-de-fhc


Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5543 Online: 10 de Agosto de 2019, 13:15:45 »

E para relembrar:


Setembro de 2015: Bolsonaro chama refugiados de “escória do mundo”



Declaração foi dada em entrevista ao Jornal Opção, de Goiás. Deputado disse, ainda, que Dilma poderia sair do cargo "infartada, com câncer"


Por Rita Azevedo


São Paulo – O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) disse, na última quinta-feira, que os refugiados que chegam ao Brasil são “escória do mundo”.


A declaração foi dada pelo parlamentar durante uma entrevista ao Jornal Opção, de Goiás, logo após participar do I Workshop da Justiça Criminal em Goiânia.

[...]


https://exame.abril.com.br/brasil/bolsonaro-chama-refugiados-de-escoria-do-mundo/


Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5544 Online: 10 de Agosto de 2019, 13:39:16 »

Protestos contra Bolsonaro e imagem de Marielle provocam demissões em Universidade do Rio


As professoras Amanda Mendonça e Laila Domith, da Universidade Estácio de Sá, um dos maiores grupos de ensino privado do país, tiveram calendários com a imagem da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) arrancados de suas salas. Depois receberam pedidos para que se desculpassem e não participassem de protestos contra o governo Bolsonaro

10 de agosto de 2019, 13:11 h
 

247 - Duas professoras da Universidade Estácio de Sá, um dos maiores grupos de ensino privado do país, foram demitidas e acusam o diretor do campus em que atuam, no Centro do Rio de Janeiro, de perseguição ideológica. É o que informa a coluna de Guilherme Amado, na Revista Época.



Amanda Mendonça e Laila Domith tiveram calendários com a imagem da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) arrancados de suas salas. Depois receberam pedidos para que se desculpassem e não participassem de protestos contra o governo Bolsonaro.



https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/protestos-contra-bolsonaro-e-imagem-de-marielle-provocam-demissoes-em-universidade-do-rio

Offline Geotecton

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5545 Online: 10 de Agosto de 2019, 14:06:31 »

Protestos contra Bolsonaro e imagem de Marielle provocam demissões em Universidade do Rio


As professoras Amanda Mendonça e Laila Domith, da Universidade Estácio de Sá, um dos maiores grupos de ensino privado do país, tiveram calendários com a imagem da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) arrancados de suas salas. Depois receberam pedidos para que se desculpassem e não participassem de protestos contra o governo Bolsonaro

10 de agosto de 2019, 13:11 h
 

247 - Duas professoras da Universidade Estácio de Sá, um dos maiores grupos de ensino privado do país, foram demitidas e acusam o diretor do campus em que atuam, no Centro do Rio de Janeiro, de perseguição ideológica. É o que informa a coluna de Guilherme Amado, na Revista Época.



Amanda Mendonça e Laila Domith tiveram calendários com a imagem da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) arrancados de suas salas. Depois receberam pedidos para que se desculpassem e não participassem de protestos contra o governo Bolsonaro.



https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/protestos-contra-bolsonaro-e-imagem-de-marielle-provocam-demissoes-em-universidade-do-rio

A esquerdalha sofre de duplipensar.

Porquê eles não saíram em defesa e protestaram contra a agressão (moral e física) sofrida pelas pelas que expunham um pensamento favorável ao Bozo ou qualquer outra corrente de direita nos diversos 'campus da vida'?

Ou a situação supradescrita é inferior em gravidade ao que aconteceu com as duas professoras citadas na postagem do JJ?
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Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5546 Online: 10 de Agosto de 2019, 17:03:47 »
Alemanha vai suspender projetos de preservação na Amazônia

Brasil  10.08.19 14:51

 

Em entrevista ao jornal Tagesspiegel, a ministra do Meio Ambiente da Alemanha, Svenja Schulze, afirmou que o país europeu vai suspender o financiamento de projetos para a proteção da Amazônia.

A decisão do governo, segundo a ministra, se dá em razão do aumento do desmatamento na região.


“A política do governo brasileiro na região amazônica deixa dúvidas se ainda se persegue uma redução consequente das taxas de desmatamento”, afirmou.

Segundo o jornal, num primeiro momento seriam suspensos projetos no valor de 35 milhões de euros, o equivalente a cerca de R$ 155 milhões.


https://www.oantagonista.com/brasil/alemanha-vai-suspender-projetos-de-preservacao-na-amazonia/

Offline Agnoscetico

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5547 Online: 10 de Agosto de 2019, 17:08:20 »
Carlos Vereza, mostrando que ex-comunista decepcionado pode sair de um senso comum esquerdista pra ir pra um senso comum pseudo-isentão-livre-pensador de direita light que votou no Bozo.

Segundo ele:

- Bolsonaro é um cara honesto e bem-intencionado (), logo apenas isso em si seria virtude suficiente (Hitler também era honesto quando mostrava antissemitismo; isso em si não é virtude); além do fato de Bozo não ser honesto coisa nenhuma, muda de opinião qdo a manada copia modinhas tipo "privatiza tudo", antes ele queria ""

- Haddad transformaria Brasil numa Venezuela (ele deve ter bola de cristal; na época do Lula e Dilma não transformaram Brasil em Venezuela);

- Ficou chocado com fato de Haddad e Manoela Davila receberem hóstia mesmo sendo ateus;

- Bozo quer incentivar jovens produtores e artistas, blá blá blá;

- Uma parte é sobre kardecismo, esoterismo, corpo astral, psicografia que não vem ao caso aqui;

- Defendeu João de Deus como um curandeiro, apesar das acusações; também não tem haver com Bozo, mas fica como curiosidade, alguém se decepcionar com esquerdismo mas manter fiel a suposta mediunidade desse João de Deus;

- Ele disse que gosta do Olavo (:nojo:) mas que ainda não teve um filósofo que fizesse uma análise do Brasil ao nível que Gilberto Freyre (curiosamente um esquerdista);

- Fez comparações entre Brasil ser subdesenvolvido defendendo "Ideologia de gênero" enquanto nos EUA tão produzindo computadores quânticos: Isso é correlação não tem sentido; pior que muita gente assiste isso na Leda Nagle e dissemina como algo super inteligente;

- Criticou hackers espionarem Moro, o mito segundo ele;

- Máquina do estado tá cheio de petistas, blá blá, que querem tomar o poder, blá blá blá (conspiracionismo barato e clichê);


- Conclusão: Gente velha e supostamente experiente mostra que pode mudar de uma coisa ruim pra coisa ruim que aparenta ser melhor, como ser um semi-bolsonarista-light com medo do PT voltar ao poder e implantar reino do Anticristo, soltando Lula. Carlos Vereza mostrou ter uma salada muitas vezes incoesa de idéias.







Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5548 Online: 10 de Agosto de 2019, 17:14:48 »
Bolsonaro: “Eu, Johnny Bravo, sou cristão”


Brasil  10.08.19 13:37

Em seu discurso na Marcha para Jesus, Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que a população “a todo momento” ouve a “esquerdalha do PT, PCdoB, PSOL, nojenta” defender que o Estado é laico.

“Mas eu, Johnny Bravo, sou cristão. Aqui, nesse carro e pátio, somos cristãos”, disse do alto de um carro de som.



“Respeitamos todas as religiões e quem não é cristão. Mas a maioria dos brasileiros é cristão e ponto final. O Brasil é um só povo, uma só raça e um só coração. É uma bandeira e meia: Brasil e Israel.”


https://www.oantagonista.com/brasil/bolsonaro-eu-johnny-bravo-sou-cristao/



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 :biglol:
« Última modificação: 10 de Agosto de 2019, 17:17:16 por JJ »

Offline _Juca_

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5549 Online: 10 de Agosto de 2019, 17:23:12 »
Bolsonaro quer continuar sendo tratado como piada com esse negócio de Johnny Bravo, agora auto estimula o efeito Tiririca.

 

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