DESIGUALDADE DO CHILE É ELEVADA, MAS PARECIDA COM A DO RESTO DO CONTINENTE Número de mortos em protestos no país chegou a 15; a desigualdade é apontada como um dos fatores que levaram à insurreição
André Duchiade
23/10/2019 - 12:39
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“O Chile tem uma desigualdade alta, mas parecida com a da região. Ele é um pouco mais desigual que Argentina e Uruguai, tidos como exemplos de menor desigualdade na América do Sul, e um pouco menos desigual que Brasil, Colômbia e México. Mas, quando se fala no tema, é necessário sempre considerar que a região é a mais desigual do mundo”, afirmou o diretor da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe das Nações Unidas (Cepal) em Brasília, Carlos Mussi.
Segundo o coeficiente de Gini, indicador que mede a desigualdade, a desigualdade no Chile em 2017 foi de 0,45, em comparação a 0,39 em Argentina e Uruguai, 0,51 na Colômbia, 0,50 no México e 0,54 no Brasil — o campeão da América Latina. O indicador varia entre 0 e 1 e, quanto mais elevado, maior a desigualdade registrada.
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[Entretanto]
O Chile, contudo, leva uma vantagem em relação à maioria dos países: ao lado de Argentina (cujos dados para 2019 devem indicar significativa piora), Costa Rica e Uruguai, é um dos únicos países com taxas de extrema pobreza abaixo de 5%. Brasil, Equador, El Salvador, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana têm taxas entre 5% e 10% e o restante dos países apresentam índices acima de 10%.
A pobreza chilena despencou entre 1990 e 2015, caindo de 68% da população para 11,7%.
O Brasil também passou por uma evolução significativa no período, com a extrema pobreza descendo de 34,2% em 1992 para 11,8% em 2017 — com maior aceleração a partir de 2003, quando o índice era de 28,1%.
https://epoca.globo.com/mundo/desigualdade-do-chile-elevada-mas-parecida-com-do-resto-do-continente-24036639