Faymann, infelizmente não tenho tempo para responder com detalhes e não poderei continuar com esta discussão.
[...]primeiramente através de uma análise lógica, mostrando a questão da violação do Princípio da Causalidade (à frente, comentarei mais sobre isto e colocarei um link onde há uma crítica a esta questão)...
Correção: causalidade
de Einstein. Não causalidade no sentido do realismo clássico.
[...]chega-se à conclusão de que um corpo acelerado à velocidade da luz teria massa (INÉRCIA) infinita e, conseqüentemente, necessitaria de energia infinita para acelerar
Acelerar de v < c até v > c é diferente de alguma partícula
sempre possuir v > c. Se a primeira tem-se mostrado impossível, a segunda não necessariamente é.
[...]“Nada impede que neste referencial absoluto existam partículas que se movam com velocidades v > c”, você tirou esta conclusão baseado em quê?[...]
Veja página 1046 deste artigo na Foundations of Physics:
http://www.springerlink.com/content/cx49nvad54lmx4jw/[...]Você cita os Tachyons[...]
Tachyons são interpretados no contexto da relatividade especial. Em decorrência disso concluí-se que algumas de suas propriedades são "bizarras". A "potencial fonte de paradoxos" só existe no contexto desta teoria.
Certo, mas o artigo em momento algum fala da necessidade de “referenciais absolutos” e existência do “éter de Lorentz” para essa possibilidade de v > c, e era isso que estávamos discutindo!!
Eu sei, eu só quis mostrar que
numericamente c pode ser qualquer valor.
Se utilizamos o método de sincronização de Einstein, inevitavelmente a velocidade será c e sempre c, pois isto está embutido nas premissas (já discuti isso detalhadamente com o Ângelo Melo uma vez).
Curiosamente, não entendo como você, que acha tão absurdo o indeterminismo levantado pela MQ, aceitar a possibilidade um zoológico de “entidades bizarras” (Tachyons, ondas vazias, éter, etc) apenas para se ter o determinismo de volta (e nem mesmo é uma volta à Mecânica Newtoniana!).
Não acho absurdo o indeterminismo da MQ, tanto quanto não acho absurdo o indeterminismo da Mecânica Estatística. Acho absurdo dizer que não existe realidade objetiva (realidade dependente de observador) como na interpretação de Copenhagen.
Essas entidades parecem "bizarras" pra vc, pq vc quer interpretá-las somente do ponto de vista de suas teorias preferidas.
Você havia comentado sobre o único experimento que “mostrava” uma violação de c como limite, o da velocidade da Gravidade. Ele não foi aceito não por motivos óbvios, como você disse, mas simplesmente porque foi muito criticada a armação experimental, tanto do experimento que mostrou a violação de c, como daqueles que não mostraram!
Vc confundiu as coisas.
Um cara chamado Sergei Kopeikin realizou um experimento para medir a v da gravidade. Ele queria , na verdade, provar que o valor seria c. Ele chegou em um resultado próximo disso (c/ precisão ruim de 20%). Só que as críticas contestaram que da maneira que o experimento foi construído na verdade ele mediu a própria velocidade da luz e não da gravidade.
Outro cara chamado Tom Van Flandern, mediu através de alguns experimentos a velocidade da gravidade para o chamdo "campo-fraco" e os resultados mostram que ela é bem maior do que c.
Imediatamente replicaram criticando-o. Este cara respondeu com um artigo na Foundations of Physics que até agora não foi refutado (pelo menos não achei nenhum artigo que o refute). Acredito que dê para achar todos na net.
1-T. Van Flandern, Phys. Lett. A 250, 1-11 (1998); (artigo original).
2-Carlip, S. (2000). "Aberration and the Speed of Gravity". Phys. Lett. A 267: 81-87 (crítica)
3-Van Flandern, T.; and Vigier, J.P. (2002). "Experimental Repeal of the Speed Limit for Gravitational, Electrodynamic, and Quantum Field Interactions". Found. Phys. 32: 1031-1068. (artigo mais recente)
Eu me refiri aos experimento de Van Flandern e não de Kopeikin.
É difícil para a comunidade científica "tradicional" aceitar v > c. Qualquer experimento que conclua isso terá muitos opositores, pois ninguém quer ter que modificar a relatividade de Einstein ou talvez abandoná-la. O artigo que vc citou é do Waldyr A. Rodrigues, da Unicamp. Se hoje não aceito mais a relatividade de Einstein como, digamos, "verdade absoluta", como eu costumava fazer e defendê-la ferozmente (como vc faz), é graças aos trabalhos dele, entre outros.
Pra terminar, vc deveria enxergar "bizarrice" e tendenciosidade não só nas teorias que vc considera inviáveis, mas também nas teorias que vc acredita estarem corretas.