BBC:
www.bbc.co.uk/portuguese http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/01/060119_aidstestesss.shtmlTerapia de Aids que dobrava risco de morte é cancelada
O Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID, na sigla em inglês) decidiu interromper uma terapia experimental que estava sendo testada em milhares de soropositivos ao redor do mundo, inclusive no Brasil, por causa do alto risco à saúde dos voluntários.
Um órgão independente que monitora pesquisas (Data and Safety Monitoring Board, DSMB, na sigla em inglês) recomendou o fim dos testes depois de analisar resultados que mostravam que os soropositivos submetidos à terapia experimental tinham duas vezes mais chance de desenvolver Aids ou morrer.
A pesquisa, feita com 5.472 soropositivos em 33 países, era uma das maiores já realizadas no campo do HIV e da Aids. No Brasil, 292 soropositivos participaram da pesquisa.
Chamados de Estratégias para Administração de Terapias Anti-Retrovirais (ou SMART, na sigla em inglês e como é conhecida no Brasil), os testes tinham como objetivo determinar qual entre duas diferentes estratégias de tratamento teriam efeitos mais benéficos sobre o grupo analisado.
Parte dos voluntários eram tratados da forma padrão, em que os anti-retrovirais são administrados continuamente. A outra parte recebia o tratamento de forma não contínua, de acordo com o nível de células CD4+, linfócito que serve de indicador de como está funcionando o sistema imunológico do soropositivo. Quando esse nível atingia um patamar mínimo, considerado limite, os anti-retrovirais voltavam a ser administrados.
Esses pacientes acabavam recebendo dosagem menor de remédios do que os tratados da forma padrão, o que levou os pesquisadores a considerarem a hipótese de que os problemas relacionados aos medicamentos fossem ser também menores.
Não foi o que aconteceu. Além do risco em dobro de progressão da doença (desenvolvimento de Aids e morte), foi observado também um expressivo aumento na incidência de problemas cardiovasculares, renais e hepáticos, associados aos medicamentos anti-retrovirais.
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