Gente, vou formalizar o argumento aqui. Vou ser um pouco repetitivo, mas acho que vai ficar mais claro.
Temos três hipóteses:
1. Existiu e ressucitou;
2. Existiu e não ressucitou;
3. Não existiu.
Agora, vamos testar a capacidade delas de explicação, e confrontá-las com dados que temos do mundo:
1. Pessoas mortas não voltam à vida naturalmente. Dizer que "só porque foi Jesus e não outro", além de necessitar evidências, ainda por cima adiciona um
ad hoc - uma alegação especial.
2. Seriam necessárias evidências do sujeito ter existido, mas a hipótese em si é bastante simples. Entretanto, note que qualquer evidência que você usa para dar uma "existência histórica" a Jesus pode ser usada para outras divindades de outras religiões: a Bíblia fala de Jesus? Os Eddas falam de Thor, Odin, Freyja; os Vedas falam de Vishnu, Ganesh, etc.; a Ilíada, a Odisséia, O Trabalho e os Dias*, todos eles falam dos deuses gregos, etc. Abrir
ad hoc aqui seria pior que na primeira hipótese - pois pode-se abrir também para os Eddas, para os Vedas, para os textos gregos... (sem contar a complexidade adicional).
(*Uma observação. Ilíada, Odisséia e O Trabalho e os Dias, juntos, contam como duas fontes e não três - o primeiro que descobrir porquê ganha uma estrelinha

)
3. Não existiu. Isso implica que o mito foi criado por seres humanos, a partir de outros mitos já prontos. Há algumas evidências que reforçam isso, como Krishna nascendo de uma virgem e sobrevivendo a um infanticídio (o mito de Krishna é anterior ao de Jesus), Hórus e seus doze seguidores (também mais antigo), o clássico mito do herói, filho de um deus (presente em diversas culturas indoeuropéias), o mito do deus único (também mais antigo, e não estou falando do judaísmo - a heresia de Akhenaton, zoroastrismo, entre outros). Sem contar que as evidências que reforçam essa hipótese não são explicadas pelas outras duas.
A conclusão mais simples é que Jesus provavelmente foi inventado, mas não a partir de um ser humano, e sim como outros deuses.
FATOR 1 – QUEM IRIA CRER EM UM CRUCIFICADO?
Está justamente aí o ponto crucial. Se Jesus não tivesse ressurreto após o terçeiro dia, ninguem iria crer nele, pois toda a história de Jesus parecía absurda demais para ser verdade. Um Deus que se deixa crucificar ? Isto foi uma idéia que se opûs completamente contra o imaginário de quem Deus deveria ser, e o que fazer.
Roma era bastante tolerante no relativo a cultos locais
Esta não é a questão. A questão é que os Romanos difficilmente iriam crer uma história tão estranha, se não houvesse muitos testemunhas oculares.
Histórias estranhas, desconexas da realidade, não eram exatamente novidade para os romanos. Vide meu avatar - um deus com duas faces, uma olhando para o passado e outra para o futuro. Ou o nascimento de Dionísio (comemorado 25 de dezembro), em que Zeus termina a gestação de Dionísio na sua própria coxa.
Os romanos não achariam estranho um deus fazer sacrifícios. Aliás, achariam bastante familiar - pois sacrificava-se animais em Roma também (e via-se o futuro nas entranhas deles).
Falando do caráter moral da Bíblia [é, eu gosto de off-topics], "amar aos outros" é algo legal de se fazer, com certeza. Mas pra isso não precisa da Bíblia, ou de qualquer outro livro dito "santo". Tanto que essa frase é bem mais antiga.
Ah, EDIT: mudei meu nick e meu avatar, então a referência pode parecer meio estranha. Tava falando do deus Ianus dos romanos.