Discordo! Em primeiro lugar, anatomia e bioquímica não são os únicos aspéctos dos animais a serem estudados. Os golfinhos e baleias, por exemplo, tem uma sofisticada linguagem que estamos longe de decifrar completamente.
Eu reconheci que poderia estar errado na minha análise do que se pode aprender de relevância científica com os animais, e essa questão que você levantou é discutível. E se, para não perder essa informação relevante sobre "o que afinal esses golfinhos tem de tão interessante para conversar uns com os outros" o que impede de manter alguns seguros em áreas de preservação ou em tanques e não me preocupar em legislar nem regulamentar a proteção à vida dos que vivem em liberdade?
Note que eu não estou dizendo que não deve haver de modo algum uma legislação para proteger a vida dos golfinhos, só estou dizendo que acho essa questão secundária; o valor da vida e da liberdade de um animal, para mim, do ponto de vista legal, não chega nem perto do de um ser humano.
Quanto à preservação cultural, imagine que horrível seria acordar um dia e todos no mundo tivessem esquecido sobre o estilo musical que você mais gosta. Todas as gravações e registros dele teriam sumido. Isto seria uma perda imensurável. Supondo, é claro, que você tenha um bom gosto musical.
Você escolheu o exemplo errado para dar para mim, eu não escuto música
Meu coração é frio e gelado demais para apreciar esse tipo de manifestação artística
Mas voltando ao assunto, preste atenção do exemplo que eu dei anteriormente:
Neurose porque os índios Tupifulanojaras estão trocando seus rituais ancestrais por cerveja, churrasco e pelada aos Sábados é para os antropólogos que não querem perder a bolsa de estudos.
Eu tratei a assimilação dessa cultura nesse caso como um interesse voluntário deles pela cultura dos brancos; uma coisa muito comum na história uma civilização se integrar ou mesmo se render à cultura de outra civilização. Aliás, muitos patriotas ufanistas se incomodam com nossa própria cultura brasileira estar se integrado à cultura americana. Mas esse é um interesse voluntário, não é uma dominação violenta ou compulsória como a dos jesuítas que queriam transformar índios em cristãos falantes do português a qualquer custo.
Digamos que eu gostasse muito de raggae, mas aí me apresentassem ao blues e eu espontaneamente fosse parando de escutar reggae em benefício do blues. Foi uma transformação voluntária, e não uma perda. Muito diferente seria meus pais me proibirem de ouvir reggae e me obrigarem a gostar de blues.