Como Advogado dou meu Parecer:
A carta psicografada não é um meio idôneo para indiciar, muito menos provar a materialidade e/ou autoria de um crime, dada a facilidade de sua produção, pois qualquer um pode fazê-la e alegar o que bem entender e ainda assinando sem o rogo do suposto autor.
Para valorá-la como meio de prova teria que ser demonstrado que os espíritos: 1º - Existem; 2º - Podem se comunicar conosco por intermédio de outrem; 3º - Que esse médium está sob total controle do espírito de modo que sua vontade não interfira na comunicação; 4º - Que esse espírito prove que é quem realmente diz ser; 5º - Que esse espírito seja, por seus costumes, digno de fé; 6º - Que esse espírito não seja menor que 16 anos; 7º - Que esse espírito não seja cego e nem surdo, quando a ciência do fato alegado depender do sentido que lhe falta; etc. etc. etc... Diz o art. 131 do Código de Processo Civil:"O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento", quer dizer que a carta psicografada não pode ter nenhuma valoração, deve ser neutra, não podendo ajudar nem prejudicar, sendo somente admitida formalmente, sob pena de sua senteça ser reformada pelos Tribunais superiores.
No art. 332 do CPC, vemos porque as cartas psicografadas são aceitas nos Tribunais:"Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa", ou seja, a carta psicografada é LEGAL, mas isso não quer dizer que ela valha alguma coisa, só é legal porque, a contrario sensu não é ILEGAL. Quanto à moralidade, entendo que ela é IMORAL! pois desrespeita profundamente o de cujus e principalmente sua família, que mais do que ninguém que ver a justiça feita. Os centros espíritas não deveriam permitir a divulgação deste tipo de cartas, se acreditam realmente, em todas essas premissas, então que os espíritos indiquem que é o culpado, se não puderem que indiquem as provas que podem levar ao assassino e não simplesmente digam que não foi este ou aquele o culpado.