MEU MONÓLOGO
(Chico Anysio)
Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias. Majestoso manicômio.
Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio, maior maldade mundial.
Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna, monta matumbo malhado. Munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia, mata marreco mais melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa. Maria morena, momento maravilha; motivação mútua, mas monocórdia mesmice.
Muitos migram... Macilentos maltrapilhos morarão modestamente malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.
Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, mandões, meretrizes, marafonas, mocinhas, meras meninas, mariposas modificando-se moralmente; modestas moças, maculadas, mercenárias, mulheres marcadas. Mundo medíocre.
Milhonários montam mansões magníficas, melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, mercedes, motorista, mãos magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meiágua; menos, marquise.
Mundo maluco, máquina mortífera.
Mundo moderno melhore, melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos, maldito mundo moderno.
Mundinho merda!
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Interpretação muito foda do autor: