"Humilde de espírito" é uma expressão tão abrangente...
Os doutrinadores e exploradores da fé querem isso mesmo: fé cega sem contestações. Mas, não creio que Jesus de Nazaré fosse um inimigo do conhecimento. Até porque ele pregava a busca por uma "verdade" - em alguns casos, a aceitação de "verdades-mandamentais".
Seus seguidores é que desenvolveram idéias (não corroboráveis nas palavras do personagem) associando o "conhecimento" ao "mal". Vários são os motivos:
1. Vem um cara que seria o filho do deus supremo e diz algumas coisas convenientes. Faz alguns "milagres" e ganha prestígio. Aí, ele diz mais coisas e seus seguidores vão aceitando sem questionar, sem pedir explicações; sem dizer "não entendi essa parte". O cara morre com aquela autoridade divinal. Aí, na ausência dele, e não havendo exegetas nomeados pelo cara, fica o medo de questionar a "verdade" dita. Adota-se o literalismo. Exemplo disso em Mateus 5:32: "Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério".
Há tantas interpretações para isso... Mas não há nenhum "Com'assim SenhorGezuis?" depois do que ele disse.
2. ICAR: Pregações em Latim Eclesiástico para camponeses analfabetos. Tudo o que era conveniente, era dito na linguagem do povo e as citações eram feitas em Latim: "Gezuis falou: "Obedeça À Igreja", conforme o que vou ler agora na língua-que-vocês-não-entendem. Não por menos que isso que Lutero conseguiu tantas adesões às suas novas idéias protestantes. Mesmo asism, o medo de interpretar o divino permaneceu. Lutero pôde fazê-lo 1.500 anos depois; mas, agora, passados outrs cinco séculos, ninguém pode reinterpretar... Por quê? Medo do divino incutido por quem quer poder sobre as massas.