Não significa banalizá-lo? Prove!
Ah, é só ver os países cujo o aborto é legalizado... Não se fazem abortos a torto e direito (eu morei nos EUA) como se pensa. É um assunto tratado com muita seriedade.
Não é uma questão de escolha, Carol.
Ter filhos (ou não) é uma questão de escolha, sim. Abortar também.
A sério, se a gente for viver na base do "desejo" , melhor explodir Brasília e ir todo mundo morar no mato. Pra isso que serve o Estado. Todas as coisas têm riscos, se não quer corrê-los, que não faça (que não VIVA, a propósito).
Não estou propondo viver em função de desejos. Proponho que menos crianças indesejadas nascam.
Se fuma, pode ter câncer; se bebe, pode ter doença no fígado; se mora em cidade grande, pode ter ataque cardíaco; se trepa pode ter doença. E pode ter filho. Fim de papo. Visto que os únicos casos de gravidez sem coito são míticos, a pessoa que não trepa se garante em 100%.
Ok, aqui eu acho que vc exagerou um pouco. Falar sobre abstinência não cabe aqui, eu acho. Afinal de contas, não estamos lidando com máquinas que farão somente o que é 100%.
Não foi na época de vocês que a rede pública começou a fazer laqueadura, e no nordeste eles laqueavam todo mundo (foi quando começou a ter a restrição de idade/n.o de filhos, não tenho certeza agora). Menina da nossa idade, inclusive. Em que deu? MONTES de gente com DST, se fosse hoje em dia eram MONTES de gente também com aids. Se não mudar esta mentalidade de só buscar contracepção, o mundo vai abaixo.
Sim, concordo de fato. Fui um pouco individualista nas minhas colocações porque pensei somente no meu direito de abortar. Sei muito bem que prevenir DST faz parte do pacote, caso você não tenha parceiro fixo, ou até mesmo se tiver e desconfiar de alguns pulos de cerca do mesmo. Quando eu era "solteira", sempre usei camisinha, mesmo tomando pílula.
Enfim. Além do fato de bebê não ser tripa, não ser SEU corpo, a partir do momento que fixa no útero, tá valendo, já não é mais teu, uma coisa me preocupa deveras: dar a criança em adoção é foda, mas matar é ok... Faça-me o favor, né? Que diferença faz, se está nascido ou não? Só proque tu viu a carinha, que bonitinho, fica com pena? Só porque feto não tem estatuto?
Bem, aí você tocou num ponto que até a ciência diverge. Em que ponto aquele amontoado de células se torna um ser formado e é, de fato, um embrião com vida em potencial?
Mas, a despeito de qualquer discussão de valores, sempre estarei do lado da liberdade. E quando o aborto é proibido, vetam nossa liberdade de escolha. Para você, que é contra o aborto, nada muda. Mas para eu, e muitas mulheres que são a favor (e algumas se submeteram a abortos em clínicas clandestinas) essa lei é totalmente questionável.
Concordo em um ponto com você. Não é tão ético assim abortar. Mas é definitivamente anti-ético proibir o aborto.
Uma vez um amigo meu me disse: "ah, mas se for para liberar o aborto, libera as drogas também, afinal os maconheiros também se sentem do mesmo jeito que você". Eu respondi para ele que o aborto não gera tráfico (só de cytotec, e olhe lá), não causa problemas para a segurança pública nem afeta a "paz" social. É um problema que cabe somente à mulher que aborta e pessoas próximas, se souberem, lidar.
Eu igualmente pretendo, se engravidar, engravidar já doutora. E é por isso que, até lá, entro absolutamente em pânico e uso de TODOS os recursos disponíveis. Não pretendo deixar nada estragar a minha carreira, fim de papo. Agora, eu e a minha carreira são problemas MEUS, não de um eventual bebê, não do contribuinte.
Exato. Um bebê que ainda não é de fato um bebê, nem um feto, nem um embrião também é problema meu. Qual é a grande diferença entre interromper um ciclo de mitoses que vai gerar um feto e "deixar o útero um local 'inapropriado' para o desenvolvimento do óvulo 'supostamente fecundado'"? Pílula do dia seguinte "mata" o "bebê" de fome, só isso.
Acho que descriminalizar totalmente o aborto é o MAIOR erro, é criação de uma cultura de irresponsabilidade, de uma
mentalidade "não é como eu, quero que se FODA e faço o que quiser". Cultura de morte mesmo.
E tem também que acabar isso de estupro presumido que é a maior bobagem, 14 anos não é mais criança, como em 40 (?), e tem que estar na lei.
Não dá pra considerar estupro, uma vez que foi consensual. Mas que é um problema sério, isso é. Uma menina de 13 anos não tem estrutura emocional para encarar o sexo com a maturidade emocional que devemos ter para isso. Eu mesma, com 14, considerada precoce, não tinha...