O ateísmo forte tem perguntas fundamentais em bases lógicas e inteligentes que até mesmos ateus mais fracos não possuem.
Note que os menos inteligentes possuem fé. Este é o ABC do cristianismo.
"Credo quia absurdum" (Acredito porque é um absurdo)
"Natus est Dei Filius; non pudet, quia pudendum est: et mortuus est Dei Filius; prorsus credible est, quia ineptum est: et sepultus resurrexit; certum est, quia impossibile" (O Filho de Deus nasceu: não é vergonhoso, porque é vergonhoso. E o Filho de Deus morreu: é totalmente credível, porque é inapropriado. E, enterrado, Ele ergueu-se novamente: é certo, porque é impossível.) -- Tertúlio
1Co 1:19 - "Porque está escrito:
Destruirei a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a inteligência dos inteligentes."
Ou seja, crentes como Erivelton repudiam a inteligência. Para eles, é fundamental que sejamos estúpidos. A estupidez é um requisito fundamental para a fé, segundo as suas palavras citadas ("Note que os menos inteligentes possuem fé").
Portanto, para ele dizer que alguém "tem perguntas fundamentais em bases lógicas e inteligentes" pode ser uma grave ofensa, já tudo o que é lógico e inteligente é um obstáculo à fé.
Simplificando, quando eu codifico uma linguagem semítica ou estou na verdade expressando a linguagem espiritual de acordo com o padrão de Deus, isto é: DEUS È AMOR.
Sal 109:4-9 - "Em recompensa do meu
amor são meus adversários; mas eu faço oração. E me deram mal pelo bem, e ódio pelo meu amor. Põe sobre ele um ímpio, e Satanás esteja à sua direita. Quando for julgado, saia condenado; e a sua oração se lhe torne em pecado. Sejam poucos os seus dias, e outro tome o seu ofício. Sejam órfãos os seus filhos, e viúva sua mulher."
Salmos 143:11-12 - "Vivifica-me, ó Senhor,
por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira a minha alma da angústia. E por tua misericórdia
desarraiga os meus inimigos, e destrói a todos os que angustiam a minha alma; pois sou teu servo."
Por amor, Deus mata os adversários dos seus servos devotos. Aliás, isso pode ser uma recompensa pelo amor a Deus ("Em recompensa do meu amor são meus adversários; mas eu faço oração").
Para os evangélicos, isso é fácil de compreender porque eles próprios escrevem em páginas Web que por vezes devemos ferir ou matar alguém por amor a outrem. Por exemplo, atirar sobre um ladrão para defender um vizinho.
Isa 49:7 - "(…) Os reis o verão, e se levantarão, como também os príncipes, e eles
diante de ti se inclinarão, por amor do Senhor, que é fiel, e do Santo de Israel, que te escolheu."
Mat 12:30 - "Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha."
Isa 48:9 - "
Por amor do meu nome retardarei a minha ira, e
por amor do meu louvor me refrearei para contigo, para que te não venha a cortar."
Esse amor significa devoção, e é uma forma de chatagem "para que te não venha a cortar".
Rom 8:36 - "Como está escrito:
Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia;Somos reputados como ovelhas para o matadouro."
O amor é um sacrifício que leva à morte, e esse é o seu fim.
Quanto a traduções por via espiritual, imensas seitas pretendem ter feito o mesmo. Por exemplo, tenho o Livro de Mórmon, que na sua introdução, é definido como "um livro de escritura comparável à Bíblia" e que "foi escrito por numerosos profetas antigos pelo espírito de professia e revelação" (tal como a Bíblia), que foram americanos descendentes de hebreus, que existiram desde 600 a.C, como por exemplo Mórmon.
No devido tempo, as placas foram entregues a Joseph Smith, que as traduziu pelo dom e poder de Deus.
o Livro de Mórmon é o livro mais correto da terra e a pedra fundamental de nossa religião e que, seguindo seus preceitos, o homem aproximar-se-ia mais de Deus do que por qualquer outro livro.
O Senhor providenciou que, além de Joseph Smith, onze outras pessoas visem pessoalmente as placas de ouro e fossem testemunhas da veracidade e divindade do Livro de Mórmon.
Essas testemunhas disseram:
"Sabemos também que foram traduzidas pelo dom e poder de Deus, porque assim nos foi dito pela sua voz; sabemos, portanto, com certeza, que esta obra é verdadeiras." ("Depoimento de três testemunhas")
Outras testemunhas disseram que as gravações que "o dito Smith traduziu" parecem-se "uma obra antiga e trabalho curioso".
Se achas ridículo (não sei que palavra usar; se a estupidez é bom, o ridículo talvez também seja…) ou insensato (será esse termo melhor, já que é tão usado na Bíblia como um defeito?) não acreditar na tua pretensão de tradução por revelação, então deveríamos aceitar a tradução de Joseph Smith das placas de ouros, e assumirmos o Livro de Mórmon como sagrado. Essa tradução tem mais apoio do que a sua, já que pretende ter imensas testemunhas. Mas por outro lado, pelos "posts" que Erivelton escreve, deveríamos seguir as suas crenças simplesmente porque ele diz… por pura fé. Ou seja, participamos em clubes religiosos contra os outros, por nenhuma razão, mas por pertencermos a um clube.
Tenho livros que dizem que os deuses eram afinal extraterrestres. Por exemplo o livro "Eram os deuses astronautas" diz sobre a 7ª placa de Kuyundjik:
« (…) "Olha para baixo sobre a Terra! Que aspecto tem? Olha sobre o mar! Como te parece?" E a Terra parecia um caldo de parinha, e o mar era como uma barrica de água»
Neste caso particular, algum ser deve ter visto o Globo terrestre a grande altura!
Faz uma referência à epopeia de Gilgamés como fonte mais fiável do que o Génesis, e acrescenta:
A epopeia de Gilgamés, além de ser um registo de primeira mão, contém não somente os mais antigos, mas também episódios extraordinários que não poderiam ter sido inventados por nenhum ser inteligente na época da gravação das placas, nem por tradutores e copistas dos séculos subsequentes.
Esse livro, e o livro "Os deuses que fizeram o céu e a terra" interpretam as palavras hebraicas para se tornarem consistentes à sua ideia ufológica. Por exemplo, nesse último livro é dito:
Uma explicação: a «arca» de Noé é um tabah, exactamente como o «berço» de Moisés. O «arco no céu» é um keshet, um arco: mais precisamente, o arco dos arqueiros.
(referência a Ezequiel 1, 28) (…)
a Arca da Aliança é, simbolicamente, um «arco», um mecanismo propulsor como o são as torres de lançamento de cabo Kennedy, e que este «arco» se encontra na Lua, numa cratera transformada e coberta por um tecto móvel, fechado.
Para o autor, foram usados termos como "arca" e "arco" para descrever dispositivos extraterrestres.
A pretensão de Erivelton ter o poder de entender "línguas semíticas" (que, correctamente, seria o hebreu antigo…), apesar da total (ou quase) ignorância de hebreu, aramaico e grego, é muito menos credível que as ideias espatarfúrdias que mencionei. Pelo menos dizem ter testemunhas ou conhecem alguns termos do hebreu. O que Erivelton diz é algo semelhante ao que é mencionado em "Cosmos", de Carl Sagan:
Um destes «tradutores» olhou para a Pedra de Roseta, cujas inscrições hieroglíficas ainda não tinham sido decifradas, e imediatamente anunciou o seu conteúdo. Disse que uma tradução rápida o levava a «evitar os erros sistemáticos decorrentes de uma análise mais profunda». E acrescentou que «se conseguem melhores resultados quando não se pensa muito nas coisas».
Com a descoberta da Pedra de Roseta, Champollion pode decifrar os códigos comparando com um texto grego (uma tradução), que fazia menção de Ptolomeu várias vezes.
Se Deus é amor não seria contraditório eu codificá-la de forma inversa?
Isso é uma falácia de falso dilema. As traduções e interpretações de textos não têm a ver com amor ou falta de amor.
Além disso, Erivelton revela, mais uma vez, ignorância em vocabulário ao empregar o termo "codificar". As letras são códigos. Como no Wikicionário é dito, é uma "forma de representar comunicação". O que escrevo é uma representação do meu pensamento, para comunicar com os outros. Há diversas línguas, o código Morse, o Braille, códigos secretos, código informático (ex: C, C++, Java, Python, PHP, Prolog, Assembly, …), etc.
Se as mensagens da Bíblia são obscuras, então o que se pretende é descodificar: elas já estão codificadas.
Claro que não existe homossexualismo entre animais.
"Claro", "obviamente", "evidentemente" são termos usados de forma errada na literatura prosélita. Se sou racional e tenho conhecimento dos mesmos dados, então algo só é evidente se chego a essa conclusão. Algo não pode ser óbvio para uma única pessoa.
Para os fanáticos, o evidente antecede a evidência. Erivelton já tinha enraizado na sua mente que "não existe homossexualismo entre animais", e assim continuará, mesmo que respondendo com provas a "Existe isto? Me conte um caso real.". Ele não se interessa por casos reais. Se um cão agarrar-se à sua perna, um burro violá-lo, descobrir que os caracóis e hienas são hemafroditas, ele manterá a sua ideia preconcebida. Para além de preconceituoso ("preconceituoso: conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério"), é fanático (fanatismo: excessivo zelo religioso; facciosismo partidário; adesão cega a alguém, a um sistema ou doutrina; dedicação excessiva; cegueira; obstinação.").
Churchill tinha dito que o "fanático é aquele que não muda de opinião… nem de assunto". Mesmo que Erivelton veja as provas que contrariam evidentemente as suas ideias, ele mostra-se inflexível. Deste modo, as exigências de exemplos, não têm qualquer sentido. Tudo é "claro" antes dos exemplos. "Credo quia absurdum".
Todos os termos são códigos que serão sempre mistérios. O "estudo Bíblico" é a arte codificar os códigos
ad infinitum. O "evidente" não significa evidente, como "homossexualidade" não significa homossexualidade. Tanto como "não é vergonhoso, porque é vergonhoso", "é totalmente credível, porque é inapropriado" e "é certo, porque é impossível".
Num episódio dos "Simpsons", Bart sonhava que tinha poderes como a criança que lia os pensamentos e castigava aqueles que não tinham pensamentos felizes. Nos testes de escola, as leis e conhecimentos escoláticos adaptavam-se às respostas dadas por Bart. É assim a evolução dos "estudos bíblicos", e os "posts" de Erivelton são evidência disso mesmo.